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Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de -1,29% em maio

04/07/2025 09h00 | Atualizado em 04/07/2025 10h01

Em maio de 2025, os preços da indústria variaram -1,29% frente a abril de 2025, quarto resultado negativo seguido. Nessa comparação, 17 das 24 atividades industriais tiveram diminuição de preços. O acumulado no ano foi de -1,97%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 5,78%. Em maio de 2024, o IPP havia sido de 0,36%.

Período Taxa
Maio de 2025 -1,29%
Abril de 2025 -0,12%
Maio de 2024 0,36%
Acumulado no ano -1,97%
Acumulado em 12 meses 5,78%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.

Em maio de 2025, os preços da indústria caíram -1,29% frente a abril de 2025 (-0,12%). 17 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações negativas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 8 atividades haviam apresentado maiores preços médios em abril em relação ao mês anterior.

As quatro variações mais intensas foram em impressão (4,36%), metalurgia (-3,46%), outros produtos químicos (-3,11%) e indústrias extrativas (-3,03%).  

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025 Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025 Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025
Indústria Geral -0,60 -0,12 -1,29 -0,57 -0,68 -1,97 8,39 7,54 5,78
B - Indústrias Extrativas -3,61 -4,49 -3,03 -8,26 -12,38 -15,03 -8,61 -9,48 -7,62
C - Indústrias de Transformação -0,46 0,09 -1,21 -0,18 -0,09 -1,31 9,33 8,44 6,45
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de maio e de abril. A atividade foi responsável por -0,34 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -1,29% da indústria geral. Ainda nesse quesito, outras atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis (-0,28 p.p.), outros produtos químicos (-0,26 p.p.) e metalurgia (-0,23 p.p.).

O acumulado no ano foi de -1,97% em maio. A título de comparação, no último ano (2024), a taxa acumulada até o mês de maio havia sido de 1,28%. O valor da taxa acumulada no ano até esse mês de referência é o segundo menor já registrado para um mês de maio desde o início da série histórica, em 2014.

Entre as atividades que, em maio de 2025, tiveram as maiores variações no acumulado no ano, sobressaíram-se: indústrias extrativas (-15,03%), metalurgia (-8,55%), impressão (7,16%) e madeira (-5,96%). Os setores com maior influência no resultado agregado foram: alimentos (-0,72 p.p.), indústrias extrativas (-0,72 p.p.), metalurgia (-0,59 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (-0,30 p.p.). 

No acumulado em 12 meses, calculado comparando os preços de maio de 2025 aos de maio de 2024, a variação foi de 5,78% neste mês de referência. No mês antecedente (abril/2025), esse mesmo indicador havia registrado taxa de 7,54%.   

Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de maio com o mesmo mês do ano anterior foram: impressão (17,88%), outros equipamentos de transporte (11,15%), alimentos (10,99%) e metalurgia (10,04%). As maiores influências para o resultado vieram dos seguintes setores: alimentos (2,67 p.p.), outros produtos químicos (0,73 p.p.), metalurgia (0,62 p.p.) e indústrias extrativas (-0,36 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de maio repercutiu assim: -0,02% de variação em bens de capital (BK); -2,37% em bens intermediários (BI); e 0,00% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,35%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -0,07%.

A principal influência veio de bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 53,89% e respondeu por -1,29 p.p. da variação de -1,29% nas indústrias extrativas e de transformação.

Tanto bens de capital quanto bens de consumo tiveram influência de 0,00 p.p. no mês. No caso de bens de consumo, a influência observada em maio se divide em 0,02 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,02 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025 Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025 Mar/2025 Abr/2025 Mai/2025
Indústria Geral -0,60 -0,12 -1,29 -0,57 -0,68 -1,97 8,39 7,54 5,78
Bens de Capital (BK) 0,19 -0,03 -0,02 0,03 0,00 -0,02 7,27 6,00 5,94
Bens Intermediários (BI) -0,82 -0,97 -2,37 -1,09 -2,05 -4,37 7,32 5,70 3,61
Bens de Consumo (BC) -0,43 1,13 0,00 0,08 1,21 1,21 10,22 10,63 8,93
Bens de Consumo Duráveis (BCD) -0,12 0,21 0,35 1,26 1,47 1,83 4,69 4,05 4,32
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND) -0,49 1,30 -0,07 -0,14 1,15 1,09 11,35 11,97 9,86
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

No acumulado no ano, a variação chegou a -0,02%, no caso de bens de capital; -4,37% em bens intermediários; e 1,21% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 1,83%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 1,09%.

Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,00 p.p. dos -1,97% verificados na indústria geral até maio deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por -2,41 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 0,45 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,11 p.p. devido às variações nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,34 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 5,94% em maio de 2025. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 3,61% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 8,93%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 4,32%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 9,86%.

Com peso de 38,40% no cálculo do índice geral, bens de consumo foi responsável por 3,33 p.p. dos 5,78% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de maio de 2025, houve, ainda, influência de 1,99 p.p. de bens intermediários e de 0,46 p.p. de bens de capital.

O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,27 p.p. por bens de consumo duráveis, e em 3,06 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, esse último com peso de 84,04% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Indústrias extrativas: como ocorre desde janeiro, a variação média dos preços do setor foi negativa (-3,03%), na comparação entre o mês atual e o anterior, ainda que em níveis menos intensos do que os resultados de fevereiro (-3,39%), março (-3,61%) e abril (-4,49%). Com isso, o acumulado no ano saiu de -12,38% para -15,03%. Já o acumulado em 12 meses (-7,62) mantém-se no campo negativo, ainda que em níveis menos intensos do que os dois anteriores (-8,61% em março e -9,48% em abril).

O destaque dado ao setor se explica por conta das variações na comparação mensal (a quarta mais intensa) e contra dezembro de 2024 (a mais intensa). Já em termos de influência, foi a segunda no acumulado no ano (-0,72 p.p. em -1,97%) e a quarta no acumulado em 12 meses (-0,36 p.p. em 3,78%), nesse caso, a única negativa entre as quatro destacadas.

Os dois produtos de maior peso no cálculo do setor tiveram comportamentos distintos. “Óleos brutos de petróleo” (40,54%) reduziu os preços, o que vem acontecendo desde fevereiro de 2025, e “min. ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado” (37,68%) aumentou, ao contrário do que aconteceu nos dois meses anteriores. Na visão das grandes categorias econômicas, o resultado de maio fez com que a variação de preços de “óleos brutos de petróleo” figure entre as dez mais influentes tanto na perspectiva mensal quanto na do acumulado em 12 meses. Já a de “min. ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado” é destaque apenas no acumulado em 12 meses. De todo modo, todas essas influências são negativas.

Alimentos: na passagem de abril para maio, os preços de alimentos variaram, em média, -1,33%, voltando ao campo negativo depois do avanço de 1,52% de abril contra março (único positivo no ano). Com o resultado de maio, o acumulado no ano saiu de -1,50% para -2,81%. Por fim, na comparação anual, os preços de maio de 2025 estiveram 10,99% maiores do que os de maio de 2024, que, nessa comparação, é o menor resultado desde outubro de 2024 (10,81%).

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a terceira variação mais intensa (positiva, no caso) no acumulado em 12 meses entre os 24 setores industriais, e a primeira influência nos três indicadores calculados: no mensal, -0,34 p.p. em -1,29%; no acumulado no ano, -0,72 p.p. em -1,97%; e no acumulado em 12 meses, 2,67 p.p. em 5,78%.

Entre os quatro produtos que mais influenciaram o resultado mensal (-1,09 p.p. em -1,33%), apenas um, “sucos concentrados de laranja”, apresentou preços maiores em maio. Esse aumento, segundo informantes, está ligado ao aumento da demanda externa. Por sua vez, a queda nos preços de “açúcar VHP (very high polarization)” e dos dois derivados de soja estão em linha com o período de safra e a apreciação do real frente ao dólar (de 2,0% contra abril).

“Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (-3,05%), “laticínios” (-1,50%) e “fabricação e refino de açúcar” (-4,68%) são os grupos cujas taxas negativas superam a média do setor (-1,33%). Vale observar que depois de 18 meses houve uma variação negativa nos preços de “torrefação e moagem de café” (-1,06%), menos intensa, todavia, do que a de outubro de 2023 (-2,65%) e insuficiente para que algum dos produtos do grupo tivesse uma influência mais acentuada, ou seja, não figura entre as quatro maiores de alimentos nem entre as dez maiores de bens de consumo não durável.

Refino de petróleo e biocombustíveis: pelo terceiro mês consecutivo, os preços do setor apresentaram-se em patamar menor do que os do mês anterior, em maio com menos intensidade do que a de abril - -2,77%, depois de -3,38%. Com esse resultado, o acumulado no ano saiu de -0,21% para -2,98%. Já o acumulado em 12 meses, 0,68%, apesar de positivo, é o menor desde dezembro (1,47%), quando houve a primeira taxa positiva depois de três negativas entre setembro e novembro.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de, entre os 24 levantados pelo IPP, ter sido a segunda mais intensa influência no mensal (-0,28 p.p. em -1,29%) e a quarta no acumulado no ano (-0,30 p.p. em -1,97%).

Assim como em abril, a variação negativa dos preços de “óleo diesel”, entre abril e maio, o colocou entre os de variação mais intensas e entre os mais influentes. Vale lembrar que esse é o produto de maior peso no cálculo do setor. Embora a variação do produto nos outros indicadores não seja intensa a ponto de o fazer figurar entre as quatro maiores, sua influência o coloca entre as maiores. “Óleo diesel” se destaca entre as dez maiores influências dos produtos de bens intermediários, tanto no indicador mensal quanto no acumulado em 12 meses.

Outros produtos químicos: a variação média dos preços da indústria química encerrou maio em baixa (-3,11%), após recuo em abril (-0,61%). Com esse resultado, o índice do setor permanece no campo positivo, com taxa de 0,34% no ano, e alta de 9,36% nos últimos 12 meses.

Com o terceiro maior peso no cálculo do IPP (8,07%), o setor apresentou a segunda maior variação negativa, taxa de -3,11% em maio, dentre todos os setores pesquisados, contribuindo com -0,26 p.p. da taxa de -1,29% da indústria geral.  A variação negativa em maio foi acompanhada pelos três grupos econômicos da atividade que são divulgados: “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, que apresentou queda de 0,56% após o recuo observado em abril (-2,94%); “fabricação de resinas e elastômeros”, (-5,59%), sendo assim o terceiro mês consecutivo de baixa, com perfil disseminado entre todos os produtos acompanhados. Por fim, o grupo de “fabricação de produtos químicos inorgânicos” também apresentou recuo nos preços, com taxa de -1,59% em maio, interrompendo a sequência de sete taxas positivas consecutivas observadas entre outubro de 2024 e abril de 2025, período em que acumulou 12,63% de crescimento.

Na queda (-3,11%) dos preços médios observada em maio, os seguintes produtos se destacaram, em termos de influência: “lisina e seus ésteres; ácido glutâmico; sais destes produtos” (relacionado à saúde e à produção de alimentos, a lisina é um aminoácido essencial, importante para o crescimento e desenvolvimento, relevante na formação de proteínas, anticorpos e enzimas. Seus ésteres, como o cloridrato de lisina, são frequentemente utilizados como suplementos e aditivos em rações animais); “adubos ou fertilizantes à base de NPK”; “polipropileno (PP)” (com diversas aplicações, desde embalagens até peças automotivas e eletrodomésticos) e “propeno (propileno) não saturado”. As alterações nos custos de aquisição de matérias-primas, descontos ou acréscimos sazonais, e variação na demanda pelos produtos foram as principais justificativas apresentadas pelas empresas para o recuo verificado em maio.

Metalurgia: em maio, a variação de preços da atividade foi de -3,46% em relação ao mês anterior, quinto resultado negativo consecutivo, sendo a maior queda desde setembro de 2022 (quando variou -3,77%), e que se destaca como a segunda variação mais intensa nesse indicador dentre todos os setores analisados na pesquisa, além de ser a quarta principal influência (-0,23 p.p. em -1,29%). Com isso, nos cinco primeiros meses de 2025, a atividade acumulou uma retração de 8,55%, que também se destaca como a segunda variação mais intensa nesse tipo de comparação e é a terceira principal influência no indicador geral (-0,59 p.p. em -1,97%). No acumulado em 12 meses, porém, os preços de maio de 2025 ainda permanecem, em média, 10,04% maiores do que os de maio de 2024. Dessa forma, nesse indicador, o setor se destaca dentre as demais atividades pesquisadas, ainda com um resultado positivo, sendo a quarta variação mais intensa e a terceira principal influência (0,62 p.p. em 5,78%).

Dos quatro produtos de maior influência na variação mensal, todos seguiram na mesma direção do setor e apresentaram resultados negativos no mês, sendo três do grupo de metais não ferrosos, todos da cadeia do alumínio (“óxido de alumínio (alumina calcinada)”, “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2mm” e “alumínio não ligado em formas brutas”) e outro do grupo de siderurgia (“lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”). Esses quatro produtos de maior influência na variação mensal impactaram o resultado da atividade em -2,59 p.p., cabendo, portanto, -0,87 p.p. aos demais 20 produtos.

O grupo de maior influência, tanto no resultado do mês, com impacto negativo, quanto no resultado do indicador de mais longo prazo (acumulado em 12 meses), com impacto positivo, foi o de metais não ferrosos. Suas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas, principalmente, por variações da cotação do alumínio (como ocorreu em abril, com impacto ainda em maio), do ouro e do cobre. Vale lembrar também a importância da taxa de câmbio para explicar o resultado do setor: em maio, o dólar apresentou uma depreciação de 2,0% frente ao real, e a taxa de câmbio acumula uma queda de 7,1% em 2025, mas ainda com alta acumulada de 10,4% nos últimos 12 meses.