Em março, IBGE prevê safra de 299,7 milhões de toneladas para 2023
13/04/2023 09h00 | Atualizado em 10/05/2023 17h57
A estimativa de março para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 é de 299,7 milhões de toneladas, 13,9% maior que a safra de 2022 (263,2 milhões de toneladas) e 0,5% acima da estimativa de fevereiro (298,0 milhões de toneladas). A área a ser colhida é de 76,1 milhões de hectares, 3,9% maior do que a área colhida em 2022 e 0,4% maior que a estimativa de fevereiro.
Estimativas de MARÇO para 2023 | 299,7 milhões de toneladas |
Variação MARÇO 2023/FEVEREIRO 2023 | (0,5%) 1,6 milhão de toneladas |
Variação safra 2023/safra 2022 | (13,9%) 36,5 milhões de toneladas |
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida. Frente à 2022, ocorreram acréscimos de 23,2% para a soja, de 2,8% para o algodão herbáceo (em caroço), de 8,7% para o milho, com aumentos de 9,7% no milho na 1ª safra e de 8,4% no milho na 2ª safra. Houve quedas de 7,6% para o arroz e de 2,6% para o trigo. Quanto à área a ser colhida, houve acréscimos de 3,3% na área do milho (aumento de 1,2% no milho 1ª safra e de 4,1% no milho 2ª safra). A área do algodão herbáceo cresceu 1,8%, a do trigo se ampliou em 2,5% e a da soja cresceu 5,4%. Por outro lado, houve declínios de 6,5% na área do arroz e de 0,8% na do sorgo.
A estimativa de março para a soja foi de foi de 147,2 milhões de toneladas e a do milho, foi de 119,8 milhões de toneladas (27,9 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 91,9 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 9,8 milhões de toneladas; a do trigo em 9,8 milhões de toneladas; a do algodão (em caroço), em 6,9 milhões de toneladas, e a do sorgo, em 3,1 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para cinco grandes Regiões: a Região Sul (28,4%), a Centro-Oeste (11,6%), a Sudeste (1,0%), a Norte (12,9%) e a Nordeste (2,5%). Quanto à variação mensal, apresentou aumento a Região Nordeste (0,2%); a Região Norte (1,6%) e a Região Centro-Oeste (2,9%). Houve estabilidade na Região Sudeste e declínio na Região Sul (-3,2%).
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,9%, seguido pelo Paraná (15,7%), Rio Grande do Sul (10,2%), Goiás (9,3%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 80,2% do total.
Destaques na estimativa de março de 2023 em relação ao mês anterior
Em relação a fevereiro, houve aumento nas estimativas da produção do trigo (13,0% ou 1.121. 300 t), cevada (11,7% ou 54 500 t), café canephora (2,9% ou 28.976 t), tomate (2,4% ou 91.897 t), soja (1,5% ou 2.219.356 t), algodão herbáceo (em caroço) (1,4% ou 96.989 t), feijão 1ª safra (0,3% ou 3.455 t), aveia (0,1% ou 600 t), e quedas nas estimativas da produção do milho 1ª safra (-2,8% ou -817 893 t), fumo (-1,8% ou -12.307 t), arroz em casca (-1,8% ou -177.449 t), feijão 2ª safra (-1,3% ou -18.325), milho 2ª safra (-0,9% ou -828.642 t), uva (-0,7% ou -11.840 t), café arábica (-0,3% ou -5.915 t) e feijão 3ª safra (-0,1% ou -505 t).
A distribuição regional da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas ficou assim: Centro-Oeste, 145,9 milhões de toneladas (48,7%); Sul, 84,3 milhões de toneladas (28,1%); Sudeste, 28,1 milhões de toneladas (9,4%); Nordeste, 26,0 milhões de toneladas (8,7%) e Norte, 15,3 milhões de toneladas (5,1%).
As principais altas na produção, ante o mês anterior, foram no Mato Grosso (4.118 190 t), Paraná (1.834.444 t), Rondônia (237.510 t), Maranhão (34.501 t), Ceará (9.953 t), Espírito Santo (3.566 t) e Amapá (1.180 t). A principal queda foi no Rio Grande do Sul (-4.616.815 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 6,9 milhões de toneladas, alta de 1,4% em relação à última estimativa divulgada. Em relação ao ano anterior, há uma previsão de crescimento da produção em 2,8%, em função da expansão da área cultivada em 1,8% e da produtividade em 1,0%.
ARROZ (em casca) – A estimativa de produção em 2023 foi de 9,8 milhões de toneladas, após novo ajuste mensal negativo de 1,8%, totalizando uma redução de 7,6% na comparação com 2022 ou 812,0 mil toneladas a menos.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção de café, para 2023, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,3 milhões de toneladas, ou 55,7 milhões de sacas de 60 kg, aumentos de 0,7% em relação ao mês anterior e de 6,5% em relação a 2022.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 38,5 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,3% em relação a fevereiro e alta de 13,4% ante o ano anterior. Para 2023, a bienalidade da safra deveria ser negativa, mas como não houve problemas climáticos durante o inverno de 2022, aguarda-se um aumento da produção.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,0 milhão de toneladas, ou 17,2 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 2,9% em relação ao mês anterior e declínio de 6,3% em relação ao ano anterior.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A produção do trigo deve alcançar 9,8 milhões de toneladas, alta de 13,0% frente a fevereiro e queda de 2,6% ante 2022, quando o Brasil colheu a maior safra da série histórica sendo, portanto, uma base de comparação bastante elevada. A área a ser plantada cresceu 5,5% em relação ao mês anterior.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,1 milhão de toneladas, com alta de 0,1% em relação ao mês anterior e queda de 7,9% em relação a 2022.
Para a cevada, a produção estimada foi de 521,6 mil toneladas, aumentos de 11,7% em relação ao mês anterior e de 3,6% em relação a 2022.
FEIJÃO (em grão) – A terceira estimativa da produção total de feijão de 2023 foi de 3,1 milhões de toneladas, 0,5% menor que a previsão de fevereiro ou 15.375 toneladas. A produção estimada de feijão para 2023 deve atender ao consumo do País durante o ano.
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, com alta de 0,3% frente a fevereiro, em decorrência do aumento de 0,4% no rendimento médio. A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, diminuição de 1,3% frente à estimativa de fevereiro. Houve redução de 0,4% na estimativa do rendimento médio e de 1,0% na área a ser plantada. A 2ª safra representa 43,5% do total de feijão produzido no País.
A 3ª safra de feijão, que representa 20,9% do total de feijão, foi estimada em 642,8 mil toneladas, com queda de 0,1% frente a fevereiro. Dos nove estados com informação para a 3ª safra de feijão, somente Espírito Santo e Paraná atualizaram seus números, com previsão de redução de 55,6% na estimativa de produção desse último frente a fevereiro.
FUMO (folha) – A estimativa da produção de fumo, para março de 2023, é de 681,0 mil toneladas, declínio de 1,8% ante fevereiro, devido ao menor rendimento médio (-1,8%). Ante 2022, houve altas de 2,3% na produção; 0,7% no rendimento médio e 1,6% na área colhida.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho apresentou redução de 1,4% em relação fevereiro, totalizando 119,8 milhões de toneladas. Ante 2022, houve alta de 8,7%. Se confirmada essa produção será um novo recorde, superando 2022. A queda na produção mensal é justificada pela forte estiagem na Região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, com quedas de 18,1% na produção e de 16,8% no rendimento.
O milho 1ª safra teve uma produção de 27,9 milhões de toneladas, representando um decréscimo de 2,8 % em comparação ao mês anterior. Em 2023, com exceção do Rio Grande do Sul, o clima beneficiou a safra do milho verão.
A estimativa da produção do milho 2ª safra apresentou declínio de 0,9%, totalizando 91,9 milhões de toneladas, quando comparado ao mês anterior.
SOJA (em grão) – A produção nacional de soja deve alcançar 147,2 milhões de toneladas, um aumento de 23,2% ante 2022, devendo representar quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País em 2023. À exceção do Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com mais um ano de forte estiagem, as lavouras nas demais Unidades da Federação mostram boas condições de produção. Se confirmados estes números, teremos um novo recorde de produção da leguminosa no País, superando o volume atingido em 2021.
Frente ao mês anterior, houve um incremento de 1,5% na quantidade produzida, influenciado, principalmente, pela revisão de dados no Mato Grosso e Paraná, que informaram aumento na quantidade produzida de 10,5% e 6,1%, respectivamente, em março.
TOMATE – A quantidade produzida de tomates foi estimada em 3,9 milhões de toneladas em março. Ante o mês anterior, houve alta de 2,4% na quantidade, com aumentos justificados pela expansão de 2,8% na área plantada, uma vez que o rendimento médio caiu 0,4%.
Houve revisão das estatísticas do Paraná, responsável por 6,1% da produção nacional, com altas de 62,2% na área plantada, 2,6% no rendimento médio e 66,5% na produção, totalizando 240,0 mil toneladas ou 96,0 mil toneladas a mais que em fevereiro.
UVA – A produção brasileira de uvas deve alcançar 1,7 milhão de toneladas, declínio de 0,7% em relação ao mês anterior e crescimento de 10,5% em relação à safra de 2022.