PNAD Contínua: em 2022, taxa média anual de desocupação foi de 9,3% enquanto de taxa de subutilização foi de 20,8%
28/02/2023 09h00 | Atualizado em 28/02/2023 16h12
A população desocupada média no ano totalizou 10,0 milhões de pessoas em 2022, com queda de 3,9 milhões (-27,9%) frente a 2021. No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da PNAD Contínua.
A taxa média anual de desocupação foi estimada em 9,3%, recuando 3,9 pontos percentuais (p.p.) frente a de 2021 (13,2%). No confronto com 2014, o crescimento foi de 2,4 pontos percentuais, com o indicador passando de 6,9% (2014) para 9,3% (2022). Frente a 2012, quando a taxa era de 7,4%, o aumento foi de 1,9 p.p.
A população ocupada média chegou a 98,0 milhões de pessoas em 2022, a maior média anual da série e 7,4% acima de 2021. Frente a 2012, quando a média anual da população ocupada foi de 89,6 milhões de pessoas, houve aumento de 9,4%.
O nível da ocupação médio (percentual ocupados na população em idade de trabalhar) foi estimado em 56,6% em 2022, segundo ano seguido de crescimento após o menor patamar registrado, em 2020 (51,2%). O maior nível da ocupação ocorreu nos anos de 2013 e 2014, quando alcançou 58,1% da população em idade de trabalhar.
A média anual da taxa composta de subutilização foi estimada em 20,8%, redução de 6,4 p.p. em relação a 2021, quando a taxa era estimada em 27,2%. Esse indicador foi de 28,2% em 2020, 15,1% em 2014 e 18,4% em 2012.
A média anual da população subutilizada (24,1 milhões de pessoas em 2022) recuou 23,2% frente a 2021. Apesar da redução, esse contingente está 54,7% acima do menor nível da série, atingido em 2014 (15,6 milhões de pessoas).
A média anual do contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, estimado em 6,2 milhões de pessoas, recuou 17,3%. A população desocupada (10,0 milhões de pessoas), apresentou queda (-27,9%) entre 2021 e 2022.
Em 2022, a média anual da população desalentada diminuiu 19,9% ante 2021, alcançando 4,3 milhões de pessoas. A maior estimativa para essa população ocorreu em 2020 (5,5 milhões) e a menor, em 2014 (1,5 milhão de desalentados).
O número médio anual de empregados com carteira de trabalho aumentou em 9,2% e chegou a 35,9 milhões de pessoas, consolidando a reversão da tendência iniciada em 2021.
Já a média anual de empregados sem carteira assinada no setor privado mostrou aumento de 14,9% em 2022, após uma queda acentuada em 2020. O contingente passou de 11,2 milhões (2021) para 12,9 milhões de pessoas (2022). Em relação a 2014, quando a estimativa havia sido de 10,5 milhões de pessoas, o aumento foi de 22,6%.
O número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,5 milhões em 2022, com alta de 2,6% no ano. Frente a 2012, início da série, quando esse contingente foi o menor da série (20,1 milhões), houve alta de 27,3% (mais 5,5 milhões de pessoas).
Em 2022, o número médio anual de trabalhadores domésticos cresceu 12,2%, alcançando 5,8 milhões de pessoas.
A taxa média anual de informalidade passou de 40,1% em 2021 para 39,6% em 2022. Apesar da redução, a taxa ainda supera o início da série em 2016 (38,6%) e 2020 (38,3%).
O valor médio anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.715, valor 1,0% menor (- R$ 28) que o estimado para 2021. Frente a 2012, houve um aumento de 1,3%.
O valor médio anual da massa de rendimento real habitual chegou a R$ 261,3 bilhões, o maior da série, com alta de 6,9% (mais R$ 16,9 bilhões) em relação a 2021. De 2012 a 2022, essa massa de rendimentos cresceu 12,6%
Média anual da população ocupada por grupamento de atividades 2022
Entre as atividades, apenas Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve queda percentual da população ocupada (-1,6%) e passou a registrar 8,7 milhões de trabalhadores em 2022. Em relação a 2012, quando esse grupamento alcançava 10,2 milhões de pessoas, a queda foi de 15,1% (menos 1,5 milhão de pessoas).
Outros serviços foi a atividade com maior percentual de aumento da população ocupada (17,8%) entre 2021 e 2022, passando de 4,4 para 5,2 milhões de trabalhadores. No primeiro ano da série, essa atividade contava com 3,8 milhões de pessoas, o que indica um aumento de 36,4% (mais 1,4 milhão de pessoas) em dez anos.
O grupamento formado pelas atividades de Alojamento e alimentação também teve um crescimento importante em 2022, de 15,8%, e com isso, seu contingente ficou em 5,3 milhões de trabalhadores. Frente a 2012, este grupamento teve aumento de 39,5% (mais 1,5 milhão de pessoas).
O Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas acumulou ganho de 9,4% (mais 1,6 milhão pessoas) na comparação entre 2021 e 2022. Sua população ocupada foi estimada em 18,9 milhões de pessoas em 2022. Em relação a 2012, houve crescimento de 12,6% (mais 2,1 milhões de pessoas).
A Indústria geral no Brasil registrou, no ano de 2022, 12,6 milhões de trabalhadores, correspondendo a um aumento de 6,3% (mais 753 mil pessoas) em relação a 2021. Apesar desse aumento recente, de 2014 para 2022, a indústria geral teve perda de 842 mil trabalhadores.
O grupamento do Transporte, armazenagem e correio, em 2022, contava com 5,2 milhões de trabalhadores, apresentando crescimento de 9,9% (mais 464 mil pessoas) em relação a 2021.
Na Administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais, havia 17,1 milhões de trabalhadores em 2022, apresentando crescimento de 5,8% (mais 941 mil pessoas) em relação a 2021. Frente a 2012, a atividade acumula crescimento de 19,9%.