IPCA-15 fica em 0,52% em dezembro e fecha 2022 em 5,90%
23/12/2022 09h00 | Atualizado em 23/12/2022 09h00
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,52% em dezembro e ficou 0,01 ponto percentual (p.p.) abaixo do resultado de novembro (0,53%).
Com isso, o IPCA-15 acumulou alta de 5,90% em 2022.
Período | Taxa |
---|---|
Dezembro 2022 | 0,52% |
Novembro 2022 | 0,53% |
Dezembro 2021 | 0,78% |
Acumulado ano / 12 meses | 5,90% |
IPCA-E outubro / dezembro | 1,21% |
O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 1,21% para o período de outubro a dezembro. Em dezembro de 2021, o IPCA-15 havia sido de 0,78%
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro. Os maiores impactos vieram de Transportes (0,85%) e Alimentação e bebidas (0,69%), com 0,17 p.p. e 0,15 p.p. respectivamente. A maior variação, por sua vez, ficou com Vestuário (1,16%), que acumulou alta de 18,39% no ano. Cabe mencionar ainda os resultados de Saúde e cuidados pessoais (0,40%), que desacelerou ante novembro (0,91%), e Habitação (0,40%), com variação próxima à do mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,46% dos Artigos de residência e a alta de 0,39% de Despesas pessoais.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
---|---|---|---|---|---|---|
(p.p.) | ||||||
Outubro | Novembro | Dezembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,16 | 0,53 | 0,52 | 0,52 | 1,21 | 5,90 |
Alimentação e bebidas | 0,21 | 0,54 | 0,69 | 0,15 | 1,45 | 11,96 |
Habitação | 0,28 | 0,48 | 0,40 | 0,06 | 1,16 | 0,24 |
Artigos de residência | -0,35 | 0,54 | -0,46 | -0,02 | -0,27 | 8,39 |
Vestuário | 1,43 | 1,48 | 1,16 | 0,06 | 4,13 | 18,39 |
Transportes | -0,64 | 0,49 | 0,85 | 0,17 | 0,70 | -1,01 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,80 | 0,91 | 0,40 | 0,05 | 2,12 | 11,24 |
Despesas pessoais | 0,57 | 0,27 | 0,39 | 0,04 | 1,23 | 7,54 |
Educação | 0,19 | 0,05 | 0,00 | 0,00 | 0,24 | 7,37 |
Comunicação | -0,42 | 0,00 | 0,18 | 0,01 | -0,24 | -1,17 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O grupo dos Transportes acelerou de novembro (0,49%) para dezembro (0,85%), principalmente em função da alta nos preços das passagens aéreas (0,47%), que haviam recuado quase 10% no mês anterior. Os preços dos combustíveis (1,79%) seguiram em alta, embora com resultado menor que o de novembro (2,04%). A gasolina (1,52%) contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês, 0,07 p.p., enquanto o etanol (5,44%) teve a maior variação entre os combustíveis pesquisados. Óleo diesel (-1,05%) e gás veicular (-1,33%) tiveram queda de preços em dezembro.
A variação de Alimentação e bebidas (0,69%) também superou a de novembro (0,54%). Os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,78%, influenciados pelas altas da cebola (26,18%) e do tomate (19,73%). Nos últimos três meses, as variações acumuladas desses dois produtos foram de 52,74% e 49,84%, respectivamente. Além disso, os preços do arroz (2,71%) e das carnes (0,92%) também subiram em dezembro, contribuindo para a alta do grupo. No lado das quedas, destaca-se o leite longa vida (-6,10%), em queda pelo quarto mês consecutivo. No entanto, o produto encerrou o ano de 2022 com aumento de 25,42%.
A alimentação fora do domicílio (0,45%) ficou com resultado próximo ao do mês anterior (0,40%). O lanche teve alta de 0,88% e, a refeição, de 0,28%.
No grupo Vestuário (1,16%), todos os itens tiveram alta. As maiores contribuições vieram das roupas femininas (1,54%) e masculinas (1,47%), ambas com 0,02 p.p. Os preços deste grupo subiram todos os meses de 2022, sendo a maior alta em abril (1,97%) e a menor, em agosto (0,76%).
A desaceleração de Saúde e cuidados pessoais (0,40%) deve-se aos itens de higiene pessoal, que passaram de alta de 1,76% em novembro para 0,04% em dezembro, próximo da estabilidade. Houve queda nos preços dos produtos para unha (-5,05%), dos perfumes (-1,54%) e dos produtos para pele (-1,39%). No lado das altas, o destaque segue sendo o plano de saúde (1,21%), que incorpora a fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
No grupo Habitação, a principal contribuição veio da energia elétrica residencial (0,87%), com 0,03 p.p. As variações das áreas pesquisadas ficaram entre -0,71% no Rio de Janeiro e 18,78% em Brasília, onde as tarifas por kWh foram reajustadas em 21,54% a partir de 3 de novembro. Em Porto Alegre (1,74%), houve reajuste de 3,62% em uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 22 de novembro.
Ainda em Habitação, destaca-se também a alta da taxa de água e esgoto (0,83%), decorrente dos reajustes de 11,82% no Rio de Janeiro (9,00%), em vigor desde 8 de novembro, e de 10,15% em Belém (5,62%), válido desde 28 de novembro. Já o gás encanado (-0,45%) teve queda, consequência da redução de 2,47% das tarifas no Rio de Janeiro (-1,41%), aplicada a partir de 1º de novembro.
Em dezembro, IPCA-15 subiu em todas as regiões pesquisadas
Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em dezembro. A maior variação foi registrada em Goiânia (0,89%), influenciada pelas altas da gasolina (2,74%), da energia elétrica (4,13%) e do tomate (33,75%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Salvador (0,36%), onde pesou a queda de 3,50% nos preços da gasolina.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
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Outubro | Novembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | ||
Goiânia | 4,96 | 0,56 | 0,66 | 0,89 | 2,12 | 5,03 |
Brasília | 4,84 | 0,56 | 0,78 | 0,80 | 2,16 | 5,91 |
Curitiba | 8,09 | -0,24 | 0,11 | 0,67 | 0,54 | 5,15 |
Belo Horizonte | 10,04 | -0,04 | 0,55 | 0,58 | 1,09 | 4,72 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,28 | 0,61 | 0,56 | 1,46 | 3,93 |
Fortaleza | 3,88 | 0,09 | 0,42 | 0,53 | 1,04 | 5,85 |
Belém | 4,46 | 0,18 | 0,40 | 0,51 | 1,09 | 5,78 |
Recife | 4,71 | 0,36 | 0,78 | 0,45 | 1,60 | 5,91 |
São Paulo | 33,45 | 0,15 | 0,56 | 0,45 | 1,16 | 6,55 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,20 | 0,44 | 0,40 | 1,04 | 6,92 |
Salvador | 7,19 | 0,05 | 0,60 | 0,36 | 1,01 | 6,83 |
Brasil | 100,00 | 0,16 | 0,53 | 0,52 | 1,21 | 5,90 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 15 de novembro e 13 de dezembro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.