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Índice de Preços ao Produtor (IPP) fica em -0,85% em outubro

29/11/2022 09h00 | Atualizado em 29/11/2022 09h00

Em outubro de 2022, os preços da indústria caíram 0,85%. O acumulado no ano chegou a 5,04% e o acumulado em 12 meses, a 6,50%. Em outubro, 12 das 24 atividades investigadas tiveram variações positivas de preço ante o mês anterior.

Período Taxa (%)
Outubro de 2022 -0,85
Setembro de 2022 -1,89
Acumulado no ano 5,04
Acumulado em 12 meses 6,50
Outubro de 2021 2,26

Em outubro de 2022, os preços da indústria caíram 0,85%. O acumulado no ano chegou a 5,04% e o acumulado em 12 meses, a 6,50%. Em outubro, 12 das 24 atividades investigadas tiveram variações positivas de preço ante o mês anterior.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M₋₁ Acumulado no Ano M/M₋₁₂
Ago/2022 Set/2022 Out/2022 Ago/2022 Set/2022 Out/2022 Ago/2022 Set/2022 Out/2022
Indústria Geral -3,04 -1,89 -0,85 7,99 5,95 5,04 12,24 9,84 6,50
B - Indústrias Extrativas -14,18 -3,82 -3,44 8,65 4,50 0,90 -26,60 -15,48 -16,56
C - Indústrias de Transformação -2,38 -1,79 -0,72 7,95 6,02 5,26 15,39 11,53 7,96
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

Em outubro de 2022, os preços da indústria caíram 0,85% frente a setembro, variação menos intensa do que a de setembro frente a agosto (-1,89%). As quatro maiores variações de outubro foram em: outros produtos químicos (-4,58%); indústrias extrativas (-3,44%); madeira (-2,39%); e refino de petróleo e biocombustíveis (-1,40%).

O setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado foi o de outros produtos químicos, responsável por -0,44 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,85% da indústria geral. Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis, com -0,17 p.p. de influência, indústrias extrativas (-0,17 p.p.) e alimentos (-0,10 p.p.).

O acumulado no ano atingiu 5,04% ante 5,95% de setembro/2022. A título de comparação, no último ano (2021) a taxa acumulada até o mês de outubro havia sido de 26,69%. As maiores variações no acumulado em outubro de 2022 foram em: papel e celulose (17,54%), refino de petróleo e biocombustíveis (16,26%), impressão (15,81%) e vestuário (14,77%). As principais influências foram registradas em refino de petróleo e biocombustíveis: 1,81 p.p., alimentos: 1,28 p.p., metalurgia: -0,67 p.p. e veículos automotores: 0,58 p.p.

O acumulado em 12 meses foi de 6,50%, ante 9,84% de setembro. As quatro maiores variações foram: refino de petróleo e biocombustíveis (23,00%); impressão (19,94%); bebidas (18,37%); e fabricação de máquinas e equipamentos (17,01%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e biocombustíveis (2,45 p.p.); alimentos (1,90 p.p.); indústrias extrativas (-0,99 p.p.); e metalurgia (-0,95 p.p.).

A variação de preços de -0,85% em relação a setembro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,78% em bens de capital, -1,66% em bens intermediários e 0,19% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,39%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 0,15%.

A principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens intermediários, com peso na composição do índice geral de 58,03% e respondeu por -0,97 p.p. da variação de -0,85% nas indústrias extrativas e de transformação.

Completam a lista, bens de consumo, com influência de 0,06 p.p. e bens de capital com 0,06 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em outubro se divide em 0,02 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,04 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
M/M₋₁ Acumulado no Ano M/M₋₁₂
Ago/2022 Set/2022 Out/2022 Ago/2022 Set/2022 Out/2022 Ago/2022 Set/2022 Out/2022
Indústria Geral -3,04 -1,89 -0,85 7,99 5,95 5,04 12,24 9,84 6,50
Bens de Capital (BK) -0,36 0,58 0,78 8,90 9,53 10,39 15,65 14,84 13,63
Bens Intermediários (BI) -3,54 -2,35 -1,66 8,23 5,69 3,93 12,24 10,21 5,18
Bens de Consumo (BC) -2,70 -1,60 0,19 7,39 5,68 5,88 11,57 8,26 7,34
Bens de Consumo Duráveis (BCD) 1,28 0,30 0,39 6,25 6,57 6,99 9,84 9,57 8,52
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND) -3,42 -1,96 0,15 7,61 5,51 5,67 11,91 8,01 7,12
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

No acumulado no ano a variação foi de 10,39%, no caso de bens de capital; 3,93% em bens intermediários; e 5,88% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 6,99%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 5,67%.

A principal influência foi em bens intermediários, que respondeu por 2,30 p.p., seguido por bens de consumo, que exerceu influência de 2,03 p.p. no resultado agregado da indústria, sendo 0,39 p.p. relativos aos preços de bens de consumo duráveis e 1,64 p.p. das variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis. Por fim, bens de capital foi responsável por 0,71 p.p. dos 5,04% verificados na indústria geral até outubro deste ano.

O acumulado em 12 meses foi 6,50% em outubro/2022. A variação de preços de bens de capital foi de 13,63% em outubro/2022. Os preços dos bens intermediários variaram 5,18% em um ano e bens de consumo, 7,34%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 8,52% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 7,12%.

No que diz respeito às influências no resultado agregado, com peso de 58,03% no cálculo do índice geral, bens intermediários foi responsável por 3,05 p.p. dos 6,50% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de outubro de 2022, houve, ainda, influência de 2,53 p.p. de bens de consumo (0,47 p.p., em bens de consumo duráveis; e 2,06 p.p., em bens de consumo semiduráveis e não duráveis) e de 0,92 p.p. de bens de capital.

Indústrias extrativas – Os preços do setor, pelo quinto mês consecutivo, caíram em relação ao mês anterior. Em outubro, a variação foi de -3,44%. Nesses cinco meses, a queda foi de 22,80%. No acumulado no ano, a variação foi de 0,90% (quando, no ano anterior, era de 37,66%), e, no acumulado em 12 meses, de -16,56%, novamente o quinto mês com resultados negativos nessa perspectiva. O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a segunda mais intensa variação no indicador mensal e a terceira maior influência tanto no indicador mensal (-0,17 p.p., em -0,85%), quanto no acumulado em 12 meses (-0,99 p.p., em 6,50%). Em termos de produto, vale observar que, entre os de maior influência na perspectiva do M/M-1, a variação de “óleos brutos de petróleo” foi positiva, a única entre eles.

Alimentos – Os preços do setor variaram em -0,41%, o terceiro mês consecutivo com variação negativa. Desde 2017 (primeiro entre janeiro e abril, depois entre junho e setembro) não houve um período de variação negativa acima de dois meses consecutivos. O acumulado no ano recuou de 5,82% em setembro para 5,39%, 10,31 p.p. menor do que o observado em outubro de 2021. No acumulado em 12 meses, a variação de outubro é de 8,08% - nessa perspectiva há uma série decrescente desde julho de 2022 (quando era 19,55%). O destaque dado ao setor se deve a influência sobre o resultado da indústria geral. Sua influência no indicador mensal foi a quarta (-0,10 p.p., em -0,85%); no acumulado no ano, a segunda (1,28 p.p., em 5,04%); e, no acumulado nos 12 meses, a segunda (1,90 p.p., em 6,50%).

Os quatro produtos com maior influência em outubro somaram -0,25 p.p., em -0,41%. Duas influências foram negativas (“carnes e miudezas de aves congeladas” e “óleo de soja em bruto, mesmo degomado”) e duas positivas (“resíduos da extração de soja” e “açúcar VHP”.

Refino de petróleo – Os preços do setor variaram -1,40%, terceiro resultado negativo consecutivo. Nesses três meses, o recuo de preços foi de 14,51%, e o acumulado no ano atingiu 16,26% (ante 60,40% no mesmo mês do ano anterior). No acumulado em 12 meses, a variação foi de 23,00%, a menor desde fevereiro de 2021 (18,25%). O destaque dado ao setor se deve tanto ao fato de ter sido, no indicador mensal, a quarta variação mais intensa entre todos os setores que compõem a indústria, quanto por ter sido a segunda no acumulado no ano e a primeira no acumulado em 12 meses. A diferença é que, na taxa mensal, a variação foi negativa, e no acumulado no ano e acumulado em 12 meses, positivas. Em termos de influência, foi a segunda, no indicador mensal (-0,17 p.p., em -0,85%), e a primeira no acumulado no ano (1,81 p.p., em 5,04%) e no acumulado em 12 messes (2,45 p.p., em 6,50%).

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado responderam por -0,96 p.p., em -1,40%. Entre eles, está “álcool etílico”, cuja influência foi positiva, o que está em linha com o movimento apontado na análise do setor de alimentos da elevação do preço do açúcar, ou seja, parte maior da cana-de-açúcar foi direcionada à produção de álcool (com preços competitivos em relação à gasolina), o que fez com aumentasse o preço do açúcar.

Outros químicos – os preços da indústria química, no mês de outubro, caíram 4,58%, a sexta variação negativa no ano e a terceira mais intensa em toda a série da pesquisa. Uma análise por grupo econômico divulgado mostra que o resultado do mês ficou do seguinte modo: “fabricação de produtos químicos inorgânicos” apresentou uma variação média de -4,60% no mês; “fabricação de resinas e elastômeros”, -4,59%; e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, -1,53%. Todos os três grupos com a quarta variação negativa consecutiva no ano.

Desta forma, o acumulado no ano alcançou -5,32%, sendo que os grupos “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e “fabricação de resinas e elastômeros” alcançaram respectivamente -5,62% e -26,42%. Em sentido inverso, “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários” apresentou uma variação de 30,33% no mesmo indicador.

Já em relação ao resultado dos últimos 12 meses, os grupos químicos inorgânicos e os defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários ficaram com respectivamente 6,48% e 37,11%, enquanto “fabricação de resinas e elastômeros” apresentou uma variação de -23,52%. Desta forma o resultado em 12 meses ficou em 1,84%.

O setor se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a maior variação de preços no mês, além de ser também a maior influência no resultado do IPP no mês.

Metalurgia – A variação de preços da atividade foi de -0,58%, sétima negativa no ano. O setor acumulou uma variação de -9,31% no ano e de -12,47% em 12 meses. Entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e outubro de 2022, houve uma variação acumulada de 69,86%, valor muito próximo ao do Indicador geral do IPP para o mesmo período (69,44%).

Em relação aos quatro produtos que mais influenciaram a variação no mês, os mesmos anularam suas influências, cabendo, então, -0,58 p.p. aos demais 20 produtos analisados. Os quatro produtos que mais influenciaram os resultados no mês foram: “lingotes, blocos, tarugos ou placas”, “óxido de alumínio (alumina calcinada)”, “alumínio não ligado em formas brutas” e “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”, sendo que os dois primeiros tiveram influências positivas nos preços e os dois últimos negativas.

Veículos automotores – Em outubro, a variação observada no setor foi de 0,38%, 28º resultado positivo consecutivo neste indicador, acumulando um aumento de 33,00%. Durante esse intervalo, o setor tem sido impactado por aumentos de custos em sua cadeia produtiva, em especial de insumos eletrônicos, por conta da crise de semicondutores, o que ajuda a explicar os maiores preços observados no período. Nos primeiros 10 meses de 2022, o setor acumula uma alta de 8,63%. E a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 10,04%, resultado que vem apresentando uma desaceleração e é o menor observado desde setembro de 2020 (9,72%). A atividade de veículos automotores se destacou, dentre todos os setores analisados na pesquisa, por apresentar a quarta maior influência no indicador acumulado no ano, com 0,58 p.p. em 5,04% da Indústria Geral, além de possuir o quarto maior peso atual no cálculo do indicador geral, com uma contribuição de 6,97%.

O grupo econômico analisado da atividade, “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários”, apresentou, em outubro, variação de 0,18% na comparação com setembro. Assim como ocorre no setor, esse é o 28º resultado positivo consecutivo nesse indicador, tendo acumulado um aumento de 28,08% nesse período. Além disso, o grupo acumula, nesses 10 primeiros meses de 2022, uma variação de 7,50%, ao passo que, nos últimos 12 meses, apresenta um resultado de 9,11%. Vale destacar que todos esses resultados estão abaixo da média do setor.

Já em uma análise por produtos no setor, observa-se que, entre os quatro de maior influência no indicador mensal, três impactaram positivamente o índice: “caminhão diesel com capacidade superior a 5t”, “automóvel passageiro, a gasolina ou bicombustível” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”. Apenas o produto “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores” impactou negativamente o resultado. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 0,37 p.p., ou seja, os demais 19 produtos da atividade contribuíram com apenas 0,01 p.p.