IBGE prevê safra recorde de 288,1 milhões de toneladas para 2023, com alta de 9,6% frente a 2022
09/11/2022 09h00 | Atualizado em 09/11/2022 13h50
O primeiro prognóstico da produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas para 2023 é de uma safra recorde de 288,1 milhões de toneladas, com alta de 9,6% (ou mais 25,3 milhões de toneladas) frente a 2022.
Estimativa de OUTUBRO para 2022 | 262,8 milhões de toneladas |
Variação OUTUBRO 2022/setembro 2022 | (0,3%) 898 911 toneladas |
Variação safra 2022/safra 2021 | (3,8%) 9,6 milhões de toneladas |
1º Prognóstico 2023 | 288,1 milhões de toneladas |
Variação safra 2023/2022 | (9,6%) 25,3 milhões de toneladas |
Em outubro, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2022 deve totalizar 262,8 milhões de toneladas, 3,8% (ou 9,6 milhões de toneladas) maior que a obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas) e 0,3% (ou 898 911 toneladas) acima da estimativa de setembro.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 73,3 milhões de hectares, 6,8% maior que em 2021 (mais 4,7 milhões de hectares) e 0,1% (51 991 mil hectares) maior que o previsto em setembro.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida. Frete à 2021, houve acréscimos de 10,4% na área do milho (aumento de 6,8% no milho 1ª safra e de 11,7% no milho 2ª safra), de 4,8% na da soja e de 10,8% na do trigo, ocorrendo declínio de 2,6% na área do arroz.
No que se refere à produção, ocorreram acréscimos de 15,2% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,6% para o trigo e de 25,7% para o milho, com redução de 1,1% no milho na 1ª safra e aumento de 36,8% no milho na 2ª safra. Houve decréscimos de 11,5% para a soja e de 8,1% para o arroz em casca.
Em outubro de 2022, o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra de 2023. No total, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas, em 2023, deve somar 288,1 milhões de toneladas, crescimento de 9,6% em relação a 2022, ou 25,3 milhões de toneladas, sendo recorde da série histórica do IBGE.
O aumento da produção deve-se, principalmente, à maior produção prevista para a soja (19,1% ou 22 783 143 toneladas), o milho 1ª safra (16,8% ou 4 273 026 toneladas), o algodão herbáceo em caroço (2,0% ou 82 558 toneladas), sorgo (5,7% ou 160 057 toneladas) e o feijão 1ª safra (4,9% ou 53 514 toneladas). Foram estimados declínios na produção para o arroz (-3,5% ou -374 380 toneladas), milho 2ª safra (-0,2% ou -163 690 toneladas), feijão 2ª safra (-9,5% ou -124 796 toneladas), feijão 3ª safra (-3,7% ou -24 607 toneladas) e trigo (-12,1% ou -1 155 066 toneladas).
Com relação à área prevista, apresentam variações positivas a soja em grão (1,2%) e o milho em grão 1ª safra (0,9%), e variações negativas para o arroz em casca (-4,1%), o milho em grão 2ª safra (-0,6%), o sorgo (-1,5%), o feijão 1ª safra (-1,4%), o feijão 2ª safra (-0,1%), o feijão 3ª safra (-0,5%), o algodão herbáceo em caroço (-0,1%) e o trigo (-1,6%).
A produção deve crescer no Paraná (28,4%), Rio Grande do Sul (52,5%), Goiás (1,6%), Mato Grosso do Sul (8,4%), Minas Gerais (2,3%), Santa Catarina (15,2%), Tocantins (7,0%) e em Rondônia (4,1%), e recuar em Mato Grosso (-0,3%), São Paulo (-6,5%), Bahia (-3,3%), Maranhão (-2,4%), Piauí (-4,8%), Pará (-3,3%) e Sergipe (-0,1%).
Estimativa de outubro para 2022 é de safra recorde de 262,8 milhões de toneladas
A estimativa de outubro para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 alcançou 262,8 milhões de toneladas, 3,8% maior que a obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas), crescimento de 9,6 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, houve crescimento de 898 911 toneladas (0,3%). A área a ser colhida foi de 73,3 milhões de hectares, com alta de 6,8% frente à área colhida em 2021, aumento de 4,7 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida cresceu 0,1% (51 991 hectares).
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida. Em relação a 2021, houve acréscimos de 10,4% na área do milho (aumento de 6,8% no milho 1ª safra e de 11,7% no milho 2ª safra), de 17,9% na do algodão herbáceo (em caroço), de 4,8% na da soja e de 10,8% na do trigo, ocorrendo declínio de 2,6% na área do arroz.
No que se refere à produção, ocorreram acréscimos de 15,2% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,6% para o trigo e de 25,7% para o milho, com decréscimo de 1,1% no milho na 1ª safra e aumento de 36,8% no milho na 2ª safra. Ocorreram decréscimos de 11,5% para a soja e de 8,1% para o arroz em casca.
Para a soja, a estimativa de produção foi de 119,5 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 110,4 milhões de toneladas (25,4 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 85,0 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,7 milhões de toneladas; a do trigo em 9,6 milhões de toneladas; e a do algodão (em caroço), em 6,7 milhões de toneladas.
Apenas a Região Sul teve variação negativa
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas teve variação anual positiva para quatro regiões: Centro-Oeste (12,2%), Sudeste (12,6%), Norte (14,8%) e Nordeste (10,1%). Houve recuou no Sul (-15,4%). Na variação mensal, houve altas no Norte (0,6%) e no Centro-Oeste (0,7%), enquanto o Sul apresentou retração (-0,1%). Nas Regiões Sudeste (0,0%) e Nordeste (0,0%) houve estabilidade.
Entre as Unidades da Federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, (30,7%), seguido pelo Paraná (12,8%), Goiás (10,4%), Rio Grande do Sul (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,4%) e Minas Gerais (6,5%), que, somados, representaram 78,6% do total.
Destaques na estimativa de outubro de 2022 em relação ao mês anterior
As principais variações positivas nas estimativas da produção, ante o mês anterior, ocorreram no Mato Grosso do Sul (670 385 toneladas), Rio Grande do Sul (220 906 toneladas), Goiás (186 872 toneladas), Pará (62 055 toneladas), Tocantins (19 798 toneladas), Rondônia (2 127 toneladas), Rio Grande do Norte (1 119 toneladas) e no Acre (13 toneladas). As principais variações negativas ocorreram no Paraná (-259 193 toneladas), Ceará (-4 123 toneladas), Minas Gerais (-1 035 toneladas) e no Rio de Janeiro (-13 toneladas).
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 9,6 milhões de toneladas, declínio de 0,3% em relação ao mês anterior e aumento de 22,6% ante 2021, com o rendimento médio devendo alcançar 3 112 kg/ha, crescimento de 10,6%.
Com as perspectivas negativas da produção mundial, em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, grandes produtores e exportadores do cereal, os preços do produto aumentaram, fazendo com que os produtores ampliassem as áreas disponíveis de plantio na Região Sul do País, como também aumentassem os investimentos em tecnologia nas lavouras. Em confirmada, essa produção, o Brasil deverá colher sua maior safra de trigo da história.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,2 milhão de toneladas, aumento de 1,0% em relação ao mês anterior, e aumento de 10,3% em relação a 2021. Para a cevada, a produção estimada foi de 538,4 mil toneladas, declínio de 0,4% em relação ao mês anterior e crescimento de 23,3% em relação a 2021.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção das três safras de feijão foi de 3,1 milhões de toneladas, 0,7% maior que a do mês anterior. As Unidades da Federação com maior participação na estimativa de produção foram Paraná (24,7%), Minas Gerais (15,5%), Goiás (11,3%) e Mato Grosso (8,9%). Frente a 2021, a estimativa para a área a ser colhida aumentou 1,9%, com o rendimento médio crescendo 8,1%. A estimativa da produção aumentou 10,2%. Esse volume de produção deve atender ao consumo do mercado interno do País em 2022.
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 0,8% frente à estimativa de setembro, em decorrência do aumento de 0,8% no rendimento médio.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, aumento de 0,7% frente à estimativa de setembro, havendo crescimento de 0,9% no rendimento médio. Esta 2ª safra representa 42,7% do total de feijão produzido no País.
Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 658,2 mil toneladas, aumento de 0,5% frente à estimativa de setembro, com a área a ser colhida crescendo 0,6%, e o rendimento médio, que caiu 0,1%.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho foi de 110,4 milhões de toneladas, crescimento de 0,7% em relação ao mês anterior, proporcionado pelo aumento de 0,7% no rendimento médio. Houve crescimento de 25,7% na produção, quando comparado a 2021. Além da contribuição do clima para as lavouras da 2ª safra, houve adiantamento da colheita da soja, o que contribuiu para que o milho 2ª safra fosse plantado, em sua maior parte, dentro da “janela de plantio” na maioria das Unidades da Federação produtoras.
Para o milho 1ª safra, a estimativa foi mantida em 25,4 milhões de toneladas ante o mês anterior, com acréscimos no Rio Grande do Norte (3,3%), Rondônia (3,2%), Mato Grosso do Sul (2,9%) e Paraná (0,1%), compensando os declínios da produção em Goiás (-0,5%) e Ceará (-0,7%). Em relação ao mesmo período em 2021, manteve-se o decréscimo de 1,1% na produção do milho 1ª safra, justificada pela queda de 7,4% no rendimento médio.
Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção foi de a produção teve um aumento de 1,0% em relação ao mês anterior, alcançando 85,0 milhões de toneladas. Apesar da estabilidade na área colhida, houve crescimento de 0,9% no rendimento médio. Comparando ao ano de 2021, o aumento foi de 36,8%. A produção brasileira de milho na 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, sendo resultado do aumento dos investimentos na cultura.
SOJA (em grão) – A produção nacional alcançou 119,5 milhões de toneladas, estimativa que se manteve estável ao longo do mês, confirmando a retração de 11,5% em comparação à obtida no ano anterior. A prolongada estiagem na região Centro–Sul do País foi determinante para a redução na produção da soja brasileira em 2022, resultando num declínio de 15,5% no rendimento médio, apesar do aumento na área colhida, de 4,8% no ano, totalizando 40,9 milhões de hectares. A participação da soja no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País, em 2022, foi de 45,5%, permanecendo como o grão de maior peso no grupo.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção em outubro foi de 2,8 milhões de toneladas, aumento de 3,5% em relação ao mês anterior. Este aumento pode ser compartilhado em 1,7% no rendimento médio e 1,7% na área a ser colhida. O rendimento médio foi de 2 757 kg/ha. Algumas Unidades da Federação apresentaram rendimento médio acima dessa média, a citar: São Paulo, Ceará, Pará, Minas Gerais, além de todos os estados do Centro-Oeste.