Em julho, IBGE prevê safra recorde de 263,4 milhões de toneladas para 2022
11/08/2022 09h00 | Atualizado em 11/08/2022 09h00
Em julho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2022 deve totalizar a safra recorde de 263,4 milhões de toneladas, 4,0% maior em 2021 (253,2 milhões de toneladas), crescimento de 10,2 milhões de toneladas e 0,8% acima da informação anterior, com crescimento de 2,0 milhões de toneladas.
Estimativa de JULHO para 2022 | 263,4 milhões de toneladas | |||||||
Variação JULHO 2022/ JUNHO 2022 | (0,8%) 2,0 milhões de toneladas | |||||||
Variação safra 2022/safra 2021 | (4,0%) 10,2 milhões de toneladas |
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 73,0 milhões de hectares, 6,4% maior que em 2021 (mais 4,4 milhões de hectares) e 0,6% (436,6 mil hectares) maior que o previsto em junho.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,4% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida. Frente a 2021, houve acréscimos de 9,7% na área do milho (7,7% na primeira safra e 10,4% na segunda). A produção nacional de milho, em 2022, deve alcançar novo recorde.
Também houve aumento de 18,1% na do algodão herbáceo, de 4,6% na da soja e de 8,6% na do trigo. Por outro lado, houve queda de 2,7% na área do arroz.
Na projeção de produção, houve altas de 15,3% para o algodão herbáceo em caroço, de 23,9% para o trigo e de 27,0% para o milho, com crescimentos de 0,3% no milho na 1ª safra e de 38,0% no milho na 2ª safra. Ocorreram decréscimos de 12,0% para a soja e de 8,5% para o arroz em casca.
A estimativa de julho para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 alcançou 263,4 milhões de toneladas, 4,0% maior que a obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas), crescimento de 10,2 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, houve crescimento de 2 milhões de toneladas (0,8%). A área a ser colhida foi de 73,0 milhões de hectares, apresentando expansão de 6,4% ante à área colhida em 2021, aumento de 4,4 milhões de hectares. Em relação a junho, a área a ser colhida cresceu 436,6 mil hectares (0,6%).
Para a soja, a produção foi estimativa em 118,8 milhões de toneladas. Já o milho, a estimativa foi de 111,5 milhões de toneladas (25,8 milhões de toneladas na 1ª safra e 85,7 milhões de toneladas na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,6 milhões de toneladas; a do trigo em 9,7 milhões de toneladas; e a do algodão, em 6,7 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva em quatro Grandes Regiões: a Centro-Oeste (11,9%), a Sudeste (13,0%), a Norte (8,7%) e a Nordeste (10,6%), e negativa para a Sul (-13,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumento a Região Centro-Oeste (1,1%), a Norte (3,0%) e a Sul (0,6%), e declínio a Nordeste (-0,3%) e a Sudeste (-0,2%).
Entre as Unidades da Federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, (30,6%), seguido pelo Paraná (13,4%), Goiás (10,5%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,7%), que, somados, representaram 79,0% do total nacional. Com relação às participações das regiões brasileiras, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (49,5%), Sul (25,2%), Sudeste (10,5%), Nordeste (9,7%) e Norte (5,1%).
Destaques na estimativa de julho de 2022 em relação ao mês anterior
Em relação ao mês anterior, houve aumento nas estimativas da produção do trigo (9,3% ou 820 158 t), da aveia (4,9% ou 55 995 t), da cevada (3,4% ou 16 574 t), do café canephora (2,4% ou 25 319 t), da castanha de caju (1,8% ou 2 222 t), do sorgo (1,3% ou 38 691 t), da soja (0,7% ou 814 164 t), do feijão 2ª safra (0,5% ou 5 895 t), do milho 2ª safra (0,4% ou 350 310 t), do feijão 3ª safra (0,4% ou 2 275 t) e declínios do feijão 1ª safra (-2,0% ou -22 937 t), do milho 1ª safra (-0,2% ou -51 256 t) e do café arábica (-0,0% ou 1 006 t).
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 130,4 milhões de toneladas (49,5%); Sul, 66,5 milhões de toneladas (25,2%); Sudeste, 27,7 milhões de toneladas (10,5%); Nordeste, 25,5 milhões de toneladas (9,7%) e Norte, 13,3 milhões de toneladas (5,1%).
As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, foram no Mato Grosso (1.467.212 t), Rio Grande do Sul (1.068.519 t), Tocantins (384.107 t), Ceará (61.475 t), Rondônia (6 166 t), Maranhão (684 t) e Rio de Janeiro (39 t). As principais variações negativas ocorreram no Paraná (-699 800 t), no Piauí (-112.582 t), no Distrito Federal (-88.020 t), em Minas Gerais (-63.543 t), na Paraíba (-30.569 t), no Rio Grande do Norte (-3.314 t) e no Pará (-1.106 t).
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção brasileira de café, para 2022, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,2 milhões de toneladas, ou 53,2 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 0,8% em relação ao mês anterior, e aumento de 8,6% em relação a 2021. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 35,1 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. Em 2022, a safra do café arábica foi de bienalidade positiva, o que deveria resultar em um aumento expressivo da produção. Contudo, o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021, inclusive com a ocorrência de geadas em algumas regiões produtoras, reduziu o potencial de produção esperado. Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas, ou 18,1 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 2,4% em relação ao mês anterior e de 6,8% em relação a 2021.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 9,7 milhões de toneladas, crescimento de 9,3% em relação ao mês anterior e aumento de 23,9% em relação a 2021, com o rendimento médio devendo alcançar 3 210 kg/ha, alta de 14,1%.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,2 milhão de toneladas, crescimento de 4,9% em relação ao mês anterior, e aumento de 13,6% em relação a 2021. Para a cevada, a produção estimada foi de 499,8 mil toneladas, aumento de 3,4% em relação ao mês anterior e de 14,4% em relação à 2021.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras, foi de 3,1 milhões de toneladas, 0,5% menor que a do mês anterior. Com relação à variação anual, a estimativa para a área a ser colhida aumentou 2,5%, com o rendimento médio crescendo 7,9%. A estimativa da produção aumentou 10,7%. Esse volume de produção deve atender ao consumo do mercado interno do País no ano corrente.
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, decréscimo de 2,0% frente à estimativa de junho. Essa 1ª safra representa 36,4% do total de feijão produzido no País.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, aumento de 0,5% frente à estimativa de junho. A área a ser colhida cresceu 2,5%, enquanto o rendimento médio caiu 2,0%. Esta 2ª safra representa 42,5% do total de feijão produzido no País, tornando-se, portanto, a principal, uma vez que na safra de verão, os produtores tendem a preferir cultivar a soja em decorrência de sua maior rentabilidade.
Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 649,6 mil toneladas, aumento de 0,4% frente junho, e alta de 0,4% no rendimento médio.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho foi de 111,5 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação ao mês anterior e de 27,0% quando comparado a 2021, ou 23,7 milhões de toneladas a mais. Diferentemente de 2021, em 2022, o clima contribuiu para as lavouras da 2ª safra, notadamente para o milho, que em função do adiantamento da colheita da soja, pôde ser plantado, em sua maior parte, dentro da “janela de plantio” na maioria das Unidades da Federação produtoras.
Para o milho 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 25,8 milhões de toneladas, declínio de 0,2% ante o mês anterior. Em relação à produção de 2021, houve alta de 0,3%, apesar do acréscimo de 7,7% na área a ser colhida, tendo o rendimento médio apresentado uma redução de 6,8%, em decorrência da falta de chuvas, notadamente na Região Sul do País.
Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção foi de 85,7 milhões de toneladas, aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 38,0% em relação a 2021, com crescimento de 8,5% na área plantada e de 10,4% na área a ser colhida. O rendimento médio anual apresenta um crescimento de 25,0%. A produção brasileira de milho na 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, sendo resultado do aumento dos investimentos na cultura, motivada pelos excelentes preços do produto e pelas condições climáticas.
Na safra 2021, na maioria das Unidades da Federação importantes na produção do cereal, o clima prejudicou o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra. Além disso, o ano agrícola atrasou, encurtando sua “janela de plantio”, o que também ajudou a reduzir a produção. Dessa forma, o elevado crescimento da produção do milho 2ª safra, em 2022, também se deve à baixa base de comparação da produção do ano anterior.
SOJA (em grão) – A produção nacional deve alcançar 118,8 milhões de toneladas, um aumento mensal de 0,7%, contudo uma retração de 12,0% em relação à 2021, havendo declínio de 15,9% no rendimento médio. A área colhida foi estimada em 40,8 milhões de hectares, aumento de 4,6% frente a 2021, e de 0,2% em relação ao mês anterior. A participação da soja no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País, em 2022, foi de 45,1% permanecendo como o grão de maior peso no grupo.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção em julho foi de 3,0 milhões de toneladas, aumento de 1,3% em relação ao mês anterior. Houve redução de 1,1% no rendimento médio, enquanto a estimativa de área a ser colhida apresentou crescimento de 2,5% no comparativo. O rendimento médio foi de 2 978 kg/ha.