IPCA foi de 0,47% em maio
09/06/2022 09h00 | Atualizado em 09/06/2022 09h41
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de 0,47%, 0,59 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,06%, de abril. No ano, o IPCA acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%, abaixo dos 12,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2021, a variação havia sido de 0,83%.
Período | Taxa | ||||
---|---|---|---|---|---|
Maio de 2022 | 0,47% | ||||
Abril de 2022 | 1,06% | ||||
Maio de 2021 | 0,83% | ||||
Acumulado no ano | 4,78% | ||||
Acumulado nos últimos 12 meses | 11,73% |
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Vestuário, com alta de 2,11% e 0,09 p.p. de contribuição. Já o maior impacto (0,30 p.p.) veio dos Transportes (1,34%), que desaceleraram em relação ao mês anterior (1,91%). Alimentos e bebidas também desaceleraram, registrando 0,48% em maio, frente à alta de 2,06% em abril. O único grupo a apresentar queda foi Habitação (-1,70%), contribuindo com um impacto de -0,26 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Educação e o 1,01% de Saúde e cuidados pessoais.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Abril | Maio | |
Índice Geral | 1,06 | 0,47 | 1,06 | 0,47 |
Alimentação e bebidas | 2,06 | 0,48 | 0,43 | 0,10 |
Habitação | -1,14 | -1,70 | -0,18 | -0,26 |
Artigos de residência | 1,53 | 0,66 | 0,06 | 0,03 |
Vestuário | 1,26 | 2,11 | 0,06 | 0,09 |
Transportes | 1,91 | 1,34 | 0,42 | 0,30 |
Saúde e cuidados pessoais | 1,77 | 1,01 | 0,22 | 0,12 |
Despesas pessoais | 0,48 | 0,52 | 0,05 | 0,05 |
Educação | 0,06 | 0,04 | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | 0,08 | 0,72 | 0,00 | 0,04 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
O resultado do grupo Vestuário (2,11%) foi influenciado principalmente pela alta nos preços das roupas masculinas (2,65%), das roupas femininas (2,18%) e das roupas infantis (2,14%). O item calçados e acessórios (2,06%) também registrou variação superior a 2% em maio. A exceção no grupo foram as joias e bijuterias, cujos preços recuaram 0,34%.
No grupo Transportes (1,34%), a maior contribuição veio das passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido em abril (9,48%). Foi o maior impacto individual sobre o índice do mês (0,08 p.p.), juntamente com os produtos farmacêuticos (2,51%), que fazem parte do grupo Saúde e cuidados pessoais (1,01%). Os combustíveis (1,00%) desaceleraram em relação ao mês anterior (3,20%), devido à gasolina, que passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio. Houve ainda queda no preço do etanol (-0,43%), que, em abril, havia subido 8,44%.
Ainda em Transportes, cabe destacar as variações positivas dos subitens ônibus urbano (0,06%) e táxi (0,72%). A primeira é consequência do reajuste de 12,5% no preço das passagens em Aracaju (5,75%), vigente desde 15 de maio. A segunda decorre dos reajustes de 41,51% nas tarifas em São Paulo (1,99%), em vigor desde 2 de abril, e de 14,10% em Fortaleza (5,20%), aplicado a partir de 12 de abril.
Houve ainda reajustes nos ônibus intermunicipais (1,19%) em três áreas: Belo Horizonte (6,88%): reajustes de até 17% nas passagens, desde 16 de maio; Aracaju (6,25%): reajustes de até 12,5% nas passagens, desde 15 de maio; Porto Alegre (5,39%): reajuste de 7,33% nas passagens, desde 14 de abril.
A desaceleração do grupo Alimentação e bebidas (0,48%) deve-se à alimentação no domicílio, que passou de 2,59% em abril para 0,43% em maio. Verificou-se queda nos preços de alguns itens que haviam pressionado o índice no mês anterior, como tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,94%). Houve recuo também nos preços da cenoura (-24,07%), embora a variação acumulada desse alimento em 12 meses ainda seja de 116,37%. O maior impacto positivo dentro do grupo (0,04 p.p.) veio do leite longa vida (4,65%), que já acumula 28,03% de variação no ano. Cabe mencionar ainda a alta de 21,36% nos preços da cebola, maior variação positiva do IPCA no mês de maio.
O resultado da alimentação fora do domicílio (0,61%) ficou muito próximo ao de abril (0,62%). O lanche passou de 0,98% para 1,08% e a refeição foi de 0,42% para 0,41%.
A queda do grupo Habitação (-1,70%) deve-se, sobretudo, à energia elétrica (-7,95%), que recuou pelo segundo mês seguido. Em 16 de abril, cessou a cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, no contexto da bandeira Escassez Hídrica. Desde então, passou a vigorar a bandeira verde, sem cobrança adicional na conta de luz. As variações de energia elétrica nas áreas foram desde -13,49% em Brasília (onde houve redução de PIS/COFINS) até 6,97% em Fortaleza, por conta do reajuste de 24,23% nas tarifas residenciais, a partir de 22 de abril.
Também foram registrados reajustes tarifários nas contas de energia elétrica das seguintes regiões: Recife (3,27%): reajuste de 18,77%, em vigor desde 29 de abril; Salvador (2,56%): reajuste de 20,97%, vigente desde 22 de abril; Aracaju (0,79%): reajuste de 16,81%, a partir de 22 de abril; e Campo Grande (-1,63%): reajuste de 17,14%, a partir de 16 de abril.
Ainda em Habitação, destaca-se o recuo nos preços do gás de botijão (-1,02%), após a alta de 3,32% em abril. No lado das altas, a variação positiva da taxa de água e esgoto (2,73%) reflete os reajustes de 12,89% em São Paulo (8,29%), vigente desde 10 de maio, e de 4,99% em Curitiba (1,97%), desde 17 de maio. Já a alta do gás encanado (2,23%) ocorreu devido a dois reajustes: de 5,95%, no Rio de Janeiro (com variação no índice de 5,74%), em 1º de maio; e de 9,16%, em Curitiba (variação de 3,27%), em 18 de maio.
No grupo Saúde e cuidados pessoais (1,01%), o resultado foi influenciado pela alta dos produtos farmacêuticos (2,51%), maior impacto individual positivo no índice de maio (0,08 p.p.) juntamente com as passagens aéreas, conforme já mencionado. Os planos de saúde, por sua vez, seguem em queda (-0,69%). O reajuste de 15,5% aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 26 de maio será incorporado a partir do IPCA-15 de junho, seguindo a metodologia empregada nos anos anteriores.
Apenas Vitória (-0,08%) teve variação negativa em maio, principalmente devido às quedas nos preços da energia elétrica (-10,48%) e do tomate (-39,93%). Já a maior alta foi em Fortaleza (1,41%), puxada por energia elétrica (6,97%) e gasolina (2,19%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Fortaleza | 3,23 | 0,98 | 1,41 | 5,69 | 11,89 |
Salvador | 5,99 | 0,67 | 1,29 | 5,29 | 12,98 |
Aracaju | 1,03 | 1,36 | 0,74 | 5,82 | 12,12 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 1,39 | 0,56 | 5,66 | 11,60 |
Recife | 3,92 | 1,12 | 0,55 | 4,67 | 12,01 |
Porto Alegre | 8,61 | 1,13 | 0,47 | 3,14 | 10,79 |
Curitiba | 8,09 | 0,85 | 0,38 | 5,49 | 14,19 |
Goiânia | 4,17 | 0,81 | 0,37 | 5,02 | 12,39 |
Belém | 3,94 | 1,21 | 0,36 | 4,75 | 9,52 |
São Paulo | 32,28 | 1,06 | 0,35 | 4,63 | 11,58 |
Brasília | 4,06 | 1,21 | 0,31 | 4,43 | 10,85 |
São Luís | 1,62 | 1,03 | 0,28 | 5,35 | 11,97 |
Belo Horizonte | 9,69 | 1,06 | 0,27 | 4,71 | 10,93 |
Campo Grande | 1,57 | 1,21 | 0,27 | 4,98 | 12,07 |
Rio Branco | 0,51 | 0,90 | 0,21 | 4,33 | 11,33 |
Vitória | 1,86 | 0,83 | -0,08 | 3,73 | 11,53 |
Brasil | 100,00 | 1,06 | 0,47 | 4,78 | 11,73 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
INPC tem alta de 0,45% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC teve alta de 0,45% em maio, abaixo do registrado no mês anterior (1,04%). No ano, o INPC acumula alta de 4,96% e, nos últimos 12 meses, de 11,90%, abaixo dos 12,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2021, a taxa foi de 0,96%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de 2,26% em abril para 0,63% em maio. Os não alimentícios passaram de 0,66% para 0,39%.
Quanto aos índices regionais, 14 das 16 áreas tiveram alta em maio. O maior resultado ocorreu em Fortaleza (1,39%), consequência das altas de 6,42% da energia elétrica e de 2,19% da gasolina. A menor variação foi observada em Vitória (-0,20%), influenciada pelas quedas de 10,60% na conta de energia elétrica e de 39,93% nos preços do tomate.
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Fortaleza | 5,16 | 1,03 | 1,39 | 5,71 | 12,03 |
Salvador | 7,92 | 0,84 | 1,32 | 5,74 | 13,62 |
Aracaju | 1,29 | 1,33 | 0,80 | 6,00 | 11,97 |
Recife | 5,60 | 1,14 | 0,55 | 4,97 | 11,92 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 1,45 | 0,50 | 5,67 | 11,83 |
Belém | 6,95 | 1,10 | 0,41 | 4,78 | 9,36 |
São Luís | 3,47 | 1,11 | 0,36 | 5,47 | 11,69 |
Porto Alegre | 7,15 | 1,08 | 0,33 | 3,02 | 10,73 |
São Paulo | 24,60 | 0,98 | 0,30 | 4,87 | 12,16 |
Goiânia | 4,43 | 0,65 | 0,30 | 4,97 | 12,23 |
Curitiba | 7,37 | 0,92 | 0,25 | 5,40 | 14,28 |
Campo Grande | 1,73 | 1,37 | 0,17 | 5,33 | 12,35 |
Rio Branco | 0,72 | 1,11 | 0,14 | 4,58 | 10,99 |
Belo Horizonte | 10,35 | 1,04 | 0,14 | 4,78 | 11,01 |
Brasília | 1,97 | 1,25 | -0,01 | 4,38 | 11,06 |
Vitória | 1,91 | 0,72 | -0,20 | 3,51 | 11,36 |
Brasil | 100,00 | 1,04 | 0,45 | 4,96 | 11,90 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 27 de maio de 2022 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março a 29 de abril de 2022 (base).