Em maio, IBGE prevê safra recorde de 263,0 milhões de toneladas para 2022
08/06/2022 09h00 | Atualizado em 08/06/2022 11h18
Em maio, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2022 deve totalizar o recorde de 263,0 milhões de toneladas, 3,8% acima (9,7 milhões de toneladas) da obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas). A estimativa de maio cresceu 0,6% em relação à anterior (261,5 milhões de toneladas)
Estimativa de MAIO para 2022 |
263,0 milhões de toneladas |
Variação MAIO 2022/ ABRIL 2022 |
(0,6%) 1,5 milhão de toneladas |
Variação safra 2022/safra 2021 |
(3,8%) 9,7 milhões de toneladas |
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 72,3 milhões de hectares, 5,5% (3,8 milhões de hectares) maior que a área colhida em 2021 e 0,5% (371,0 mil hectares) maior do que o previsto no mês anterior.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,7% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida. Frente a 2021, houve acréscimos de 8,5% na área do milho (7,3% na primeira safra e 8,9% na segunda), de 18,0% na área do algodão herbáceo, de 4,3% na área da soja e de 2,1% na do trigo. Por outro lado, houve declínio de 2,2% na área do arroz.
Espera-se que a produção de soja totalize 118,6 milhões de toneladas, com alta de 0,1% em relação ao previsto no mês anterior, e redução de 12,1% ante a produção do ano anterior. A produção do milho foi estimada em 112,0 milhões de toneladas, com crescimento de 0,1% frente ao mês anterior e 27,6% em relação a 2021. Já a estimativa de produção do arroz (10,6 milhões de toneladas) recuou 8,4% frente a 2021.
A informação de maio para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 alcançou 263,0 milhões de toneladas e uma área colhida de 72,3 milhões de hectares. Em relação a 2021, a área a ser colhida cresceu 5,5% (3,8 milhões de hectares). Frente ao previsto no mês anterior, houve alta de 371,0 mil hectares (0,5%).
Três grandes regiões cresceram em sua estimativa frente ao mês anterior: a Sul (1,5%), a Sudeste (2,7%) e a Nordeste (1,0%). O Norte ficou estável (0,0%), enquanto o Centro-Oeste teve queda de 0,4%. Frente ao produzido no ano passado, o Centro-Oeste deve ter aumento de 11,3%, totalizando 129,7 milhões de toneladas, representando 49,3% do total produzido no país. Na mesma comparação, o Sudeste deve ter aumento de 14,4% em sua produção de grãos, ao somar 28,1 milhões de toneladas (10,7% do total do país). Com total de 25,6 milhões de toneladas, o Nordeste deve produzir 11,0% a mais do que no ano anterior, representando 9,7% da produção nacional de grãos. No Norte, a produção estimada é de 12,9 milhões de toneladas, aumento de 5,2% frente ao produzido em 2021. Para o Sul, é estimado um declínio de 13,2%, ao totalizar 66,7 milhões de toneladas (25,4% do total do país).
Entre as unidades da Federação, Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 30,1%, seguido pelo Paraná (13,9%), Goiás (10,7%), Rio Grande do Sul (9,3%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais (6,8%), que, somados, representaram 79,0% do total nacional. As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram em Minas Gerais (738,0 mil toneladas), Rio Grande do Sul (720,7 mil toneladas), Paraná (244,4 toneladas), Bahia (210,6 mil toneladas), Alagoas (14,8 mil toneladas), Ceará (11,6 mil toneladas), Maranhão (7,6 mil toneladas), Acre (2,3 mil toneladas), Rio de Janeiro (529 toneladas) e Rondônia (36 toneladas). Já Mato Grosso (-476,1 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (-90 toneladas) tiveram as principais quedas.
Destaques na estimativa de maio de 2022 em relação ao mês anterior
Em maio, destacaram-se as variações positivas nas seguintes estimativas de produção em relação ao mês anterior: aveia (13,6% ou 137,1 mil toneladas), do trigo (12,1% ou 956,3 mil toneladas), da cevada (4,0% ou 18,1 mil toneladas), do algodão em caroço (3,2% ou 207,7 mil toneladas), do milho 1ª safra (1,6% ou 403,6 mil toneladas), do feijão 3ª safra (1,4% ou 9,6 mil toneladas), do feijão 1ª safra (1,4% ou 15,2 mil toneladas), do café canéfora (0,8% ou 8,7 mil toneladas) e da soja (0,1% ou 92,4 mil toneladas).
Por outro lado, houve declínios para o café arábica (-5,9% ou -132,2 mil toneladas), para o feijão 2ª safra (-1,4% ou -18,6 mil toneladas), para o sorgo (-1,2% ou -36,1 mil toneladas) e para o milho 2ª safra (-0,3% ou -253,3 mil toneladas).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa de área plantada cresceu 6,9% no mês e 17,9% no ano. Com isso, a estimativa de produção (6,7 milhões de toneladas) subiu 3,2% em relação ao mês anterior e 15,2% frente a 2021.
Para Mato Grosso, responsável por mais de 71,4% da produção nacional, a estimativa subiu 5,2% em relação ao mês anterior. Em relação a 2021, a produção deve crescer 19,9%, tendo como principal motivo o aumento da área plantada (23,8%).
Na Bahia, responsável por 20,2% da safra nacional, a estimativa de produção recuou 1,3% em relação ao mês anterior devido à queda na produtividade. Minas Gerais também atualizou suas estimativas mensais, apresentando redução de 12,6% na área plantada com reflexos na produção (-11,0%). No ano, a produção mineira ainda é 2,0% superior a 2021, devido ao crescimento de 7,8% na produtividade. A produção deve alcançar 100,3 mil toneladas.
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção brasileira de café, para 2022, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,2 milhões de toneladas, ou 52,8 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 3,7% ante o mês anterior, e crescimento de 7,8% em relação a 2021. O rendimento médio, de 1 717 kg/ha, por sua vez, aumentou 6,8% no comparativo anual.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 35,2 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 5,9% frente ao mês anterior e alta de 9,8% ante o ano passado.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas, aumento de 0,8% frente ao mês anterior e de 4,1% em relação a 2021. A área plantada cresceu 1,9% em relação a esse último comparativo, e o rendimento médio, de 2 629 kg/ha, subiu 2,1%.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 8,9 milhões de toneladas, aumento de 12,1% em relação ao mês anterior e de 13,6% em relação a 2021, com o rendimento médio devendo alcançar 3.131 kg/ha, crescimento de 11,3%. O Sul deve responder por 89,9% da produção tritícola nacional em 2022. No Paraná, maior produtor nacional de trigo, com participação de 43,7% no total, a produção foi estimada em 3,9 milhões de toneladas, crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior e de 20,8% em relação a 2021.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 13,6% em relação ao mês anterior e de 8,2% em relação a 2021. Os principais produtores do cereal são o Rio Grande do Sul, com 841,6 mil toneladas, e Paraná, com 244,7 mil toneladas.
Para a cevada, a produção estimada foi de 475,5 mil toneladas, aumento de 4,0% em relação ao mês anterior e de 8,9% em relação a 2021. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 345,8 mil toneladas e Rio Grande do Sul, com 112,1 mil toneladas, cujas produções somadas representam 96,3% do total nacional. As produções paulista e catarinense foram estimadas em 15,7 mil toneladas e 2,0 mil toneladas, respectivamente.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras, foi de 3,2 milhões de toneladas. Essa estimativa é 0,2% maior que a do mês anterior. Nesta avaliação, as Unidades da Federação com maior participação na estimativa de produção da safra foram Paraná (25,0%), Minas Gerais (16,7%), Goiás (9,9%) e Mato Grosso (8,5%). Com relação à variação anual, a estimativa para a área a ser colhida aumentou 2,0%, com o rendimento médio crescendo 12,8%. A estimativa da produção aumentou 15,0%. Esse volume de produção deve atender ao consumo do mercado interno.
A 1ª safra foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, com alta de 1,4% frente à estimativa de abril, devido ao aumento de 1,5% no rendimento médio. Houve crescimento da produção no Nordeste (2,0%), notadamente no Ceará (8,1%), onde o clima mais chuvoso, tem contribuído com as lavouras. Essa safra representa 35,5% do total de feijão produzido no país.
A 2ª safra foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, um declínio de 1,4% frente à estimativa de abril, havendo também decrescimentos de 2,0% na estimativa do rendimento médio e de 0,1% na estimativa da área plantada. A segunda safra representa 42,5% do total de feijão produzido no país.
A estimativa de produção da 3ª safra foi de 701,6 mil toneladas, aumento de 1,4% frente à estimativa de abril, com a área a ser colhida declinando 0,2% e o rendimento médio crescendo 1,6%. Dos nove estados com informação para a 3ª safra de feijão, sete mantiveram as estimativas do último levantamento. Destaques positivos para Minas Gerais (7,2%) e negativo para Mato Grosso (-2,9%). Essa safra representa 22,0% do total de feijão produzido no país.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho foi de 112,0 milhões de toneladas, aumento de 0,1% em relação ao mês anterior e crescimento de 27,6% quando comparado a 2021, ou 24,3 milhões de toneladas a mais. Após uma forte queda na produção, em 2021, efeitos do atraso do plantio e da falta de chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras, aguarda-se um ano dentro da normalidade climática, notadamente durante a época de 2ª safra, que é a principal e deve responder por 77,0% da produção brasileira. A produção nacional de milho, em 2022, deve alcançar novo recorde nacional.
Para a 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 25,7 milhões de toneladas, aumento de 1,6% em relação ao mês anterior. Em relação à safra de 2021, houve alta de 0,2%, apesar do acréscimo de 7,3% na área a ser colhida, e o rendimento médio caiu 6,6%, em decorrência da falta de chuvas. No Rio Grande do Sul, a produção foi estimada em 3,0 milhões de toneladas, declínio de 32,1% em relação ao que foi produzido na safra 2021. As lavouras gaúchas enfrentaram severa estiagem, e a produtividade caiu 31,9%.
Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 86,3 milhões de toneladas, declínio de 0,3% em relação ao mês anterior, contudo um aumento de 38,9% em relação a 2021, com crescimento de 6,9% na área plantada e de 8,9% na área a ser colhida. O rendimento apresenta um crescimento de 27,6%. A produção brasileira de milho na 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, sendo resultado do aumento dos investimentos na cultura.
Aguarda-se crescimento da produção de Mato Grosso (17,1%), do Paraná (178,3%), de Goiás (9,9%), de Mato Grosso do Sul (80,9%), de Minas Gerais (66,9%), de São Paulo (27,5%), de Rondônia (18,5%), do Tocantins (1,5%), da Bahia (8,3%), do Piauí (81,7%), de Alagoas (53,5%), do Pará (7,2%) e do Distrito Federal (54,2%). Por outro lado, declínios são esperados no Maranhão (-10,7%) e em Sergipe (-0,8%).
SOJA (em grão) – Com a colheita praticamente finalizada nos principais estados produtores, a estimativa de produção nacional de soja, realizada no mês de maio, apresentou um incremento mensal de 0,1%. Em uma safra marcada por efeitos climáticos adversos, a produção nacional deve atingir 118,6 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 12,1% na comparação com a obtida no ano anterior. A área colhida foi estimada em 40,6 milhões de hectares, aumento de 4,3% na comparação com 2021, contrastando com uma queda de 15,7% no rendimento médio, de 2.918 kg/ha. A participação da soja no total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País, em 2022, caiu para 45,1%, mas ainda permanece com o maior peso no grupo.
Mato Grosso, maior produtor nacional, estimou uma produção de 37,4 milhões de toneladas, volume 5,0% superior ao registrado no ano anterior, constituindo novo recorde na série histórica de produção do IBGE, com incremento de 4,5% na área colhida. Goiás deve responder pelo segundo maior volume de soja produzido no País, em 2022, com uma produção de 14,8 milhões de toneladas. A área colhida apresentou um incremento de 7,0% no ano.
No Paraná, com a quebra de safra neste ano, por conta dos efeitos da estiagem e ao calor intenso, o rendimento deve ter queda de 39,5%, comprometendo o volume produzido, que deve ser 38,7% menor que o obtido na safra anterior. Após ajuste positivo mensal de 1,7%, a produção estadual deve atingir 12,2 milhões de toneladas.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção em maio foi de 2,9 milhões de toneladas, queda de 1,2% ante o mês anterior. A redução de 1,7% no rendimento médio foi uma das variáveis que influenciou esse resultado. A estimativa de área a ser colhida cresceu 0,5%. A região Centro-Oeste, maior produtora deste grão, com 52,3% de participação na produção nacional, teve sua estimativa de produção reduzida em 0,5%, em decorrência da queda de 5,3% da produção estimada em Mato Grosso, responsável por 4,6% do total do sorgo produzido no país.
Em Goiás, o maior produtor nacional de sorgo, e nos demais estados da região, as estimativas de área, produção e rendimento mantiveram-se sem alteração. No Sudeste, responsável por 35,9% da produção, houve quedas de 2,7% na produção e de 4,0% no rendimento médio.
Em Minas Gerais, segundo maior produtor, com participação de 27,7% no total nacional, a produção deve alcançar 795,0 mil toneladas, com queda de 3,5% ante o mês anterior. O rendimento médio do sorgo mineiro recuou 5,2%. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 19,2% maior, em decorrência do crescimento de 9,7% no rendimento médio, principalmente. A área a ser colhida aumentou 8,7%, assim como a área plantada, 7,6%.
Em Goiás, a estimativa da produção (1,3 milhão de toneladas) subiu 13,7% em relação a 2021. Em Minas Gerais e São Paulo, as produções devem crescer 40,7% e 32,8%, respectivamente. Essas três Unidades da Federação devem responder por 79,6% da produção nacional em 2022.