IPCA foi de 1,62% em março
08/04/2022 09h00 | Atualizado em 08/04/2022 09h06
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março teve alta de 1,62%, 0,61 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 1,01% de fevereiro. Essa é a maior variação para um mês de março desde 1994, quando o índice foi de 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Real. No ano, o IPCA acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a variação mensal foi 0,93%.
Período | Taxa |
---|---|
Março de 2022 | 1,62% |
Fevereiro de 2022 | 1,01% |
Março de 2021 | 0,93% |
Acumulado no ano | 3,20% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 11,30% |
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março. A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 p.p.) vieram dos Transportes, que aceleraram na comparação com o resultado de fevereiro (0,46%). Na sequência, veio o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 2,42% e 0,51 p.p. de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março. Além deles, houve aceleração também nos grupos Vestuário (1,82%), Habitação (1,15%) e Saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único com queda foi Comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre o 0,15% de Educação e o 0,59% de Despesas pessoais.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Fevereiro | Março | Fevereiro | Março | |
Índice Geral | 1,01 | 1,62 | 1,01 | 1,62 |
Alimentação e Bebidas | 1,28 | 2,42 | 0,27 | 0,51 |
Habitação | 0,54 | 1,15 | 0,09 | 0,18 |
Artigos de Residência | 1,76 | 0,57 | 0,07 | 0,02 |
Vestuário | 0,88 | 1,82 | 0,04 | 0,08 |
Transportes | 0,46 | 3,02 | 0,10 | 0,65 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,47 | 0,88 | 0,06 | 0,11 |
Despesas Pessoais | 0,64 | 0,59 | 0,06 | 0,06 |
Educação | 5,61 | 0,15 | 0,31 | 0,01 |
Comunicação | 0,29 | -0,05 | 0,01 | 0,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
O resultado do grupo Transportes (3,02%) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%), em particular, o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 p.p.) no índice do mês. Cabe lembrar que, no dia 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,77%. Além disso, houve altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). Os dois últimos contribuíram conjuntamente com 0,06 p.p. no IPCA de março.
Além dos combustíveis, a aceleração do grupo Transportes também está relacionada à alta nos preços de alguns serviços, como o transporte por aplicativo (7,98%), o seguro voluntário de veículo (3,93%) e o conserto de automóvel (1,47%). Os automóveis novos (0,47%) e usados (0,76%) também seguem em alta, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (1,68% e 1,51%, respectivamente). Nos transportes públicos, a variação positiva do ônibus urbano (1,27%) deve-se aos reajustes nos preços das passagens em Curitiba (20,22%), com reajuste de 22,23% a partir de 1º de março; São Luís (5,14%) com aumento de 5,40%, em vigor desde 27 de fevereiro; Recife (4,86%), reajuste de 9,33%, vigente desde 13 de fevereiro; e Belém (1,11%) com reajuste de 11,11%, a partir de 28 de março.
Ainda em Transportes, o destaque no lado das quedas foram as passagens aéreas, com -7,33% de variação e -0,03 p.p. de impacto. A metodologia aplicada no IPCA considera uma viagem marcada com dois meses de antecedência, ou seja, a variação observada no mês reflete a coleta de preços feita em janeiro para viagens realizadas em março.
Já a aceleração em Alimentação e bebidas (2,42%) decorre, principalmente, da alta nos preços dos alimentos para consumo no domicílio (3,09%). A maior contribuição (0,08 p.p.) dentro do grupo veio do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. Além disso, foram registradas altas em diversos produtos, como a cenoura (31,47%), que acumula alta de 166,17% em 12 meses, o leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%), as frutas (6,39%) e o pão francês (2,97%).
Na alimentação fora do domicílio (0,65%), a refeição, que havia ficado próxima da estabilidade em fevereiro (0,02%), registrou alta de 0,60% em março. Já o lanche teve alta de 0,76%, frente ao 0,85% observado no mês anterior.
Outro grupo a acelerar na passagem de fevereiro para março foi Vestuário, com alta de 1,82%. Todos os itens que compõem o grupo tiveram variação positiva, com destaque para as roupas femininas (2,32%) e os calçados e acessórios (2,05%). Os preços das joias e bijuterias, que haviam caído em fevereiro (-0,36%), voltaram a subir (1,18%).
O grupo Habitação teve alta de 1,15% em março, puxado pelo aumento dos preços do gás de botijão (6,57%). No dia 11 de março, houve reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras. Além disso, a alta de 1,08% da energia elétrica também contribuiu para o resultado do grupo. As variações nas áreas foram desde -3,18% em Recife, onde houve redução de PIS/COFINS, até 4,66% no Rio de Janeiro, onde foram aplicados reajustes de 15,58% e 17,30% nas duas concessionárias de energia pesquisadas, ambos a partir de 15 de março.
Ainda em Habitação, destaca-se a alta de 4,23% no gás encanado. Em Curitiba (24,75%), as tarifas de gás foram reajustadas em 26% no dia 25 de fevereiro. Já no Rio de Janeiro (5,02%), foram aplicados um reajuste no dia 12 de fevereiro, de 2,95%, e outro em 16 de março, de 7,72%. A variação positiva da taxa de água e esgoto (0,11%) decorre dos reajustes em Aracaju (4,79%), de 5,00%, em vigor desde 1º de março; Goiânia (0,89%) com aumento de 8,98%, vigente desde 1º de fevereiro; e Fortaleza (0,22%), reajuste de 6,71%, implementado em 30 de janeiro.
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,88%) foi influenciado, principalmente, pelas altas dos itens de higiene pessoal (2,25%) e dos produtos farmacêuticos (1,32%). O plano de saúde (-0,69%) segue com variação negativa, refletindo o reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) |
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Fevereiro | Março | Ano | 12 meses | ||
Curitiba | 8,09 | 1,28 | 2,40 | 4,20 | 14,37 |
Goiânia | 4,17 | 0,91 | 2,10 | 3,79 | 12,18 |
São Luís | 1,62 | 1,33 | 2,06 | 3,98 | 12,22 |
Campo Grande | 1,57 | 1,06 | 1,73 | 3,44 | 12,02 |
Fortaleza | 3,23 | 0,77 | 1,69 | 3,21 | 11,31 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 1,32 | 1,67 | 3,64 | 11,03 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,43 | 1,61 | 1,50 | 10,38 |
Recife | 3,92 | 0,97 | 1,53 | 2,94 | 11,53 |
Salvador | 5,99 | 0,83 | 1,53 | 3,26 | 12,13 |
Vitória | 1,86 | 0,86 | 1,50 | 2,96 | 11,94 |
Belém | 3,94 | 0,97 | 1,47 | 3,12 | 9,10 |
São Paulo | 32,28 | 1,05 | 1,46 | 3,17 | 11,04 |
Belo Horizonte | 9,69 | 1,07 | 1,44 | 3,35 | 10,75 |
Aracaju | 1,03 | 1,26 | 1,43 | 3,64 | 11,31 |
Brasília | 4,06 | 0,93 | 1,41 | 2,86 | 9,53 |
Rio Branco | 0,51 | 0,93 | 1,35 | 3,18 | 12,19 |
Brasil | 100,00 | 1,01 | 1,62 | 3,20 | 11,30 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em março. A maior variação ocorreu na região metropolitana de Curitiba (2,40%), onde pesaram as altas da gasolina (11,55%), do etanol (8,65%) e do ônibus urbano (20,22%). Já a menor variação foi registrada no município de Rio Branco (1,35%), onde houve queda nos preços das passagens aéreas (-11,33%) e do frango inteiro (-2,10%).
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 26 de fevereiro e 30 de março de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 29 de janeiro e 25 de fevereiro de 2022 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
INPC teve alta de 1,71% em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 1,71% em março, acima do resultado do mês anterior (1,00%). Essa é a maior variação para um mês de março desde 1994, quando o índice foi de 43,08%, no período que antecedeu a implementação do Real. O INPC acumula alta de 3,42% no ano e 11,73% nos últimos 12 meses, acima dos 10,80% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a taxa foi de 0,86%.
Os produtos alimentícios passaram de 1,25% em fevereiro para 2,39% em março. Os não alimentícios também aceleraram e registraram 1,50%, frente à variação de 0,92% do mês anterior.
Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta de preços em março. O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (1,44%), em função da queda na energia elétrica (-2,98%). A maior variação, por sua vez, ficou com a região metropolitana de Curitiba (2,54%), influenciada pelas altas de 11,55% na gasolina e de 20,22% no ônibus urbano.
Região | Peso Regional (%) |
Variação (%) | Variação Acumulada (%) |
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Fevereiro | Março | Ano | 12 meses | ||
Curitiba | 7,37 | 1,12 | 2,54 | 4,18 | 14,55 |
Goiânia | 4,43 | 0,99 | 2,13 | 3,98 | 12,29 |
São Luís | 3,47 | 1,35 | 2,05 | 3,93 | 11,78 |
Campo Grande | 1,73 | 1,12 | 1,85 | 3,73 | 12,28 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 1,28 | 1,77 | 3,65 | 11,46 |
Porto Alegre | 7,15 | 0,40 | 1,71 | 1,58 | 10,66 |
Fortaleza | 5,16 | 0,81 | 1,67 | 3,20 | 11,53 |
Salvador | 7,92 | 0,87 | 1,66 | 3,49 | 12,80 |
Recife | 5,60 | 1,07 | 1,64 | 3,22 | 11,55 |
São Paulo | 24,60 | 1,05 | 1,58 | 3,55 | 12,13 |
Vitória | 1,91 | 0,84 | 1,56 | 2,98 | 12,25 |
Rio Branco | 0,72 | 0,92 | 1,55 | 3,28 | 11,77 |
Aracaju | 1,29 | 1,28 | 1,49 | 3,78 | 11,33 |
Belo Horizonte | 10,35 | 1,10 | 1,49 | 3,56 | 11,08 |
Brasília | 1,97 | 0,96 | 1,46 | 3,11 | 10,26 |
Belém | 6,95 | 0,87 | 1,44 | 3,22 | 8,88 |
Brasil | 100,00 | 1,00 | 1,71 | 3,42 | 11,73 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 26 de fevereiro e 30 de março de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 29 de janeiro e 25 de fevereiro de 2022 (base). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.