IBGE prevê safra recorde de 277,1 milhões de toneladas para 2022
11/01/2022 09h00 | Atualizado em 12/01/2022 07h36
O terceiro prognóstico para a safra 2022 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 277,1 milhões de toneladas. Apesar de ter havido um declínio (-0,3%) em relação ao 2º prognóstico, a previsão ainda é de uma safra recorde. O aumento da produção no ano deve-se, principalmente, ao crescimento previsto para a soja (2,5% ou 3,3 milhões de toneladas) e para o milho de 1ª e de 2ª safra (21,2 milhões de toneladas a mais).
Estimativa de DEZEMBRO para 2021 | 253,2 milhões de toneladas |
Variação dezembro 2021/ novembro 2021 | (0,2%) 420,6 mil toneladas |
Variação safra 2021/ safra 2020 | (-0,4%) -0,9 milhão de toneladas |
Estimativa de DEZEMBRO para 2022 | 277,1 milhões de toneladas |
Variação safra 2022/ safra 2021 | (9,4%) 23,9 milhões de toneladas |
Variação 3ª estimativa 2022/ 2ª estimativa 2022 | (-0,3%) 0,9 milhão de toneladas |
A estimativa final para a safra de 2021 totalizou 253,2 milhões de toneladas, sendo 0,4% (0,9 milhão de toneladas) menor que a obtida em 2020 (254,1 milhões de toneladas). Ante à previsão anterior, houve alta de 420,6 mil toneladas (0,2%). Arroz, milho e soja responderam por 92,6% da produção e 87,3% da área colhida.
Para a soja, a estimativa de produção de 2021 foi 134,9 milhões de toneladas; para o milho, de 87,8 milhões de toneladas (25,7 milhões de toneladas na primeira safra e 62,1 milhões de toneladas na segunda); para o arroz, de 11,6 milhões de toneladas; para o trigo, de 7,8 milhões de toneladas; e, para o algodão (em caroço), de 5,8 milhões de toneladas.
A estimativa para 2021 apresentou variação anual positiva em três regiões: Sul (5,2%), Norte (11,8%) e Nordeste (1,9%). Já o Centro-Oeste (-4,3%) e o Sudeste (-4,6%) tiveram queda.
A 12ª estimativa para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2021 alcançou 253,2 milhões de toneladas e uma área colhida de 68,6 milhões de hectares. Em relação a 2020, houve aumento de 3,1 milhões de hectares na área colhida (4,8%). Frente ao que fora previsto no mês anterior, o acréscimo foi de 136,5 mil hectares (0,2%).
Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 5,6% na área do milho (aumentos de 1,4% na primeira safra e de 7,2% na segunda), de 0,3% na do arroz, de 16,9% na do trigo e de 5,2% na da soja. E houve declínio de 16,0% na área do algodão herbáceo (em caroço).
Na produção, houve altas de 11,0% para a soja, de 5,2% para o arroz em casca e de 25,8% para o trigo. Por outro lado, quedas para o algodão herbáceo em caroço (-17,5%) e para o milho (-15,0%), com reduções de 3,5% no milho na primeira safra e de 18,9% na segunda.
Em relação a novembro, houve aumentos nas estimativas da produção da batata de 3ª safra (22,9% ou 192,3 mil toneladas), da laranja (12,8% ou 1,7 milhão de toneladas), do café canephora (6,8% ou 64,7 mil toneladas), do cacau (4,4% ou 13,0 mil toneladas), da soja (0,5% ou 679,4 mil toneladas), do milho 1ª safra (0,1% ou 25,0 mil toneladas).
Houve declínios nas estimativas de produção do milho 2ª safra (-0,6% ou -355,4 mil toneladas), do café arábica (-1,2% ou -24,2 mil toneladas), da cana-de-açúcar (-2,0% ou -12,1 milhões de toneladas), do tomate (-2,9% ou -114,1 mil toneladas) e da castanha-de-caju (-10,3% ou -12,7 mil toneladas).
Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,2%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,9%), Paraná (13,1%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 79,7% do total nacional.
Entre as regiões, o Centro-Oeste produziu 116,5 milhões de toneladas (46,1% do total do país); o Sul, 76,9 milhões de toneladas (30,4%); o Sudeste, 24,6 milhões de toneladas (9,9%); o Nordeste, 23,0 milhões de toneladas (9,1%) e o Norte, 12,3 milhões de toneladas (4,5%). A estimativa da produção apresentou variação anual positiva em três regiões: Sul (5,2%), Nordeste (1,9%) e Norte (11,8%). Centro-Oeste (-4,3%) e Sudeste (-4,6%) tiveram queda.
Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2021
As variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Tocantins (705,6 mil toneladas), no Rio Grande do Sul (62,4 mil toneladas), na Bahia (50,0 mil toneladas), em Sergipe (28,3 mil toneladas), em Rondônia (10,5 mil toneladas), em Pernambuco (9,3 mil toneladas) e no Ceará (3,7 mil toneladas). Já as negativas foram em São Paulo (-426,7 mil toneladas), Alagoas (-13,4 mil toneladas), no Mato Grosso do Sul (-7,1 mil toneladas), e em Goiás (-2,0 mil toneladas).
BATATA-INGLESA - Considerando-se as três safras do produto, a estimativa é de que o tubérculo fechou o ano com produção de 4,1 milhões de toneladas, 4,9% acima da estimativa de de novembro. Destaque para o estado de São Paulo, que reavaliou a estimativa de produção de batata-inglesa total com um aumento de 28,8% em relação ao último mês. Em relação à 2020, a estimativa de produção total de batata-inglesa apresenta aumento de 12,1%.
CACAU (em amêndoa) – A estimativa da produção foi de 310,5 mil toneladas, aumento de 4,4% em relação ao mês anterior. O Pará e a Bahia devem responder por 93,8% da produção nacional em 2021. No Pará, a estimativa da produção encontra-se em 146,4 mil toneladas; na Bahia, em 145,1 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira de cacau encontra-se 10,6% maior.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café, para 2021, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 2,9 milhões de toneladas, ou 49,0 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior e declínio de 21,1% em relação ao ano anterior. Em 2021, a safra de arábica é de bienalidade negativa, o que resultou em uma retração expressiva da produção (-21,1%), fechando o ano 1,9 milhão de toneladas. Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,0 milhão de toneladas, com altas de 6,8% ante o mês anterior e de 17,7% em relação a 2020.
CANA-DE-AÇÚCAR – A produção brasileira de cana de açúcar foi de 609,3 milhões de toneladas, uma redução de 2,0% em relação ao mês anterior. O rendimento médio dos canaviais apresentou decréscimo de 3,4%, alcançando 68.778 kg/ha na média nacional, um dos menores dos últimos anos. Em relação a 2020, a redução da produção foi 10,1%.
A produtividade dos canaviais caiu 9,1% devido aos problemas climáticos enfrentados ao longo do ciclo da cultura. São Paulo, principal estado produtor, produziu quase metade cana nacional: 301,8 milhões de toneladas, mesmo com a queda de produtividade de 13,8% em seus canaviais comparado ao ano anterior. Goiás, Paraná e Minas Gerais também apresentaram quedas anuais de produção importantes, de 5,5%, 10,1% e 10,8%, respectivamente.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa da produção foi de 110,7 mil toneladas, com declínio de 10,3% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, houve declínio de 20,2% na produção do País. Os maiores produtores brasileiros são Ceará (63,1 mil toneladas), Piauí (19,0 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (16,7 mil toneladas). No Ceará, a maior área plantada é ocupada por plantios antigos e envelhecidos, que ano a ano, vêm sendo cortados e aproveitados como lenha.
LARANJA - A produção estimada foi de 15,3 milhões de toneladas, aumento de 12,8% em relação ao mês anterior, contudo, declínio de 2,7% em relação a 2021. Em São Paulo, principal produtor e responsável por 78,8% do total nacional, a produção foi estimada em 12,1 milhões de toneladas, crescimento de 2,0% em relação ao ano anterior. Mas em Minas Gerais, a estimativa da produção, de 275,6 mil toneladas, foi reavaliada em dezembro, indicando uma redução de 72,7% no mesmo comparativo. A estiagem prolongada e as geadas reduziram a produção, gerando frutos menores e de menor qualidade.
MILHO (em grão) – Com uma área plantada de 19,7 milhões de hectares e um rendimento médio de 4.550 kg/ha, a estimativa da produção declinou 0,4%, totalizando 87,8 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção deve ser 15,0% menor, embora tenha havido aumentos de 7,5% na área plantada e de 5,6% na área colhida. O rendimento médio apresenta um declínio de 19,5% nesse comparativo.
A 1ª safra teve produção estimada em 25,7 milhões de toneladas, acréscimo de 0,1% em relação ao mês anterior, mas declínio de 3,5% frente a 2020. Já na 2ª safra, a produção foi estimada em 62,1 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior e de 18,9% em relação ao ano anterior, embora a área plantada tenha aumentado em 9,2%. O rendimento médio deve declinar 24,4%, devido, principalmente, à falta de chuvas durante o ciclo produtivo da cultura em diversas unidades produtoras.
SOJA (em grão) – A produção de soja estimada neste mês totalizou 134,9 milhões de toneladas, apresentando um incremento de 0,5% na comparação com a estimativa do mês anterior. Mesmo com registro de chuvas tardias no período de plantio, a cultura se desenvolveu de maneira satisfatória na maioria das Unidades da Federação, registrando novo recorde de produção na série histórica, superando em 11,0% a safra anterior.
O aumento de 5,2% na área colhida no país, e a recuperação da produção no Rio Grande do Sul foram os principais fatores que colaboraram para o bom resultado alcançado. O destaque de 2021 foi a recuperação da produção gaúcha, com crescimento de 80,8% frente a 2020, o que representou um incremento de 9,1 milhões de toneladas. No ano anterior, as lavouras gaúchas foram acometidas por uma estiagem prolongada, que derrubou o rendimento médio e, consequentemente, a produção.
Para 2022, terceiro prognóstico estima safra 9,4% maior que a de 2021
Neste terceiro prognóstico, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2022 deve ser recorde e somar 277,1 milhões de toneladas, com crescimento de 23,9 milhões de toneladas (9,4%) em relação a 2021. O aumento deve-se, principalmente, à maior produção de soja (2,5% ou 3,3 milhões de toneladas), de milho 1ª safra (11,2% ou 2,9 milhões de toneladas), de milho 2ª safra (29,4% ou 18,3 milhões de toneladas), de algodão herbáceo em caroço (4,6% ou 268,9 mil toneladas), de sorgo (11,4% ou 274,6 mil toneladas), de feijão 1ª safra (10,8% ou 124,7 mil toneladas) e de feijão 2ª safra (4,6% ou 47,2 mil toneladas).
Foram estimados declínios na produção do arroz (-4,9% ou 563,9 mil toneladas), do feijão 3ª safra (-0,9% ou 5,4 mil toneladas) e do trigo (-7,4% ou 581,3 mil toneladas.
SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2022 aponta uma alta de 2,5% na produção de soja, em relação a 2021. O volume de produção foi estimado em 138,3 milhões de toneladas, novo recorde de produção da leguminosa e mais da metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país em 2022. Ao contrário da safra 2021, quando houve atraso no plantio, nesta safra, a semeadura da soja ocorreu antecipadamente, de forma acelerada, na maior parte das regiões produtoras.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho é de 108,9 milhões de toneladas, um declínio de 478,3 mil toneladas em relação ao 2º Prognóstico (-0,4%), contudo um aumento de 24,1% em relação à safra de 2021 (21,2 milhões de toneladas a mais). Após uma grande queda na produção em 2021, efeito do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nas principais unidades produtoras, aguarda-se um ano dentro da normalidade o que propiciará a recuperação das lavouras, inclusive devendo atingir um novo recorde nacional.
SORGO (em grão) – A terceira estimativa da produção para a safra de 2022 foi de 2,7 milhões de toneladas, crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior. Como boa parte da produção do sorgo é realizada em época de segunda safra e o ano agrícola iniciou-se sem atraso, aguarda-se também uma “janela de plantio” mais ampla para o cereal, o que é favorável em termos de riscos climáticos. Contudo, face à maior rentabilidade e liquidez do milho, os produtores devem investir mais nesse cereal.
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 6,1 milhões de toneladas, um aumento de 0,3% em relação ao mês anterior e de 4,6% em relação a 2021. A recuperação dos preços da pluma e o aumento da demanda internacional devem incentivar os produtores a aumentarem a área cultivada. Em Mato Grosso, maior produtor nacional com 68,8% da produção, espera-se um aumento de 4,9% na produção em relação à safra anterior. A maior parte das áreas de algodão do estado são plantadas na 2ª safra, após a colheita da soja. O início das chuvas dentro do período ideal propiciou o plantio antecipado da soja, o que vai favorecer também a 2ª safra.
ARROZ (em casca) – A terceira estimativa aponta para uma produção de 11,1 milhões de toneladas, declínios de 0,4% em relação ao mês anterior e de 4,9% em relação ao ano anterior. Mas essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro.
FEIJÃO (em grão) – O terceiro prognóstico da produção de feijão para a safra 2022 é de 2,9 milhões de toneladas, aumento de 6,0% em relação à safra colhida em 2021. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,1 milhão de toneladas e a 3ª safra, 591,4 mil toneladas. Esse volume de produção deve atender ao consumo interno do país em 2022.