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IPCA-15 tem alta de 0,78% em dezembro e fecha ano em 10,42%

23/12/2021 09h00 | Atualizado em 12/01/2022 07h36

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,78% em dezembro, 0,39 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,17%).

Com isso, o IPCA-15 fechou 2021 em 10,42%, maior acumulado no ano (em dezembro) desde 2015 (10,71%). Em dezembro de 2020, o IPCA-15 foi de 1,06%.

O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 3,18% para o período de outubro a dezembro.

O processo de mudança do Datacenter do IBGE, iniciado na sexta-feira (17) e ainda em andamento, impediu a disseminação das seguintes informações do IPCA-15/IPCA-E: acumulado no ano/12 meses para as localidades, pesos dos subitens nos resultados regionais e texto com análise do resultado mensal por localidade. Essas informações serão divulgadas tão logo o Datacenter do IBGE retorne à normalidade.

Dezembro de 2021 0,78%
Novembro de 2021 1,17%
Dezembro de 2020 1,06%
Acumulado do ano 10,42%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. Apenas Saúde e cuidados pessoais (-0,73%) e Educação (0,00%) não registraram aumento no mês.

O maior impacto (0,50 p.p.) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez dos Transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35%. Na sequência, vieram Habitação (0,90%) e Alimentação e bebidas (0,35%), que contribuíram com 0,15 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Comunicação e o 1,19% de Artigos de residência.

Grupo Variação Mensal (%) Impacto Variação
Acumulada (%)
(p.p.)
Outubro Novembro Dezembro Dezembro Trimestre 12 meses
Índice Geral 1,20 1,17 0,78 0,78 3,18 10,42
Alimentação e bebidas 1,38 0,40 0,35 0,07 2,14 8,68
Habitação 1,87 1,06 0,90 0,15 3,88 14,67
Artigos de residência 0,53 1,53 1,19 0,04 3,28 12,18
Vestuário 1,32 1,59 1,10 0,05 4,06 9,83
Transportes 2,06 2,89 2,31 0,50 7,44 21,35
Saúde e cuidados pessoais -0,01 0,80 -0,73 -0,09 0,05 3,46
Despesas pessoais 0,77 0,61 0,51 0,05 1,90 4,61
Educação 0,09 0,01 0,00 0,00 0,10 2,62
Comunicação 0,34 0,32 0,15 0,01 0,81 1,04
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

O resultado do grupo Transportes (2,31%) foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis (3,40%) e, em particular, da gasolina (3,28%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,21 p.p.) no índice do mês. Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente).

Os preços dos automóveis novos (2,11%) e usados (1,28%) seguiram em alta, contribuindo com um impacto conjunto de cerca de 0,09 p.p. no IPCA-15 de dezembro. Outro destaque foram as passagens aéreas (10,07%), que voltaram a subir após o recuo de -6,34% observado em novembro.

No grupo Habitação (0,90%), a maior contribuição veio da energia elétrica (0,96%), cujo resultado ficou próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram aplicados reajustes tarifários em: Brasília (3,81%), com reajuste de 11,69%, em vigor desde 22 de outubro; Porto Alegre (3,15%), com reajuste de 14,70% em uma das concessionárias, a partir de 22 de novembro; Goiânia (2,63%), com reajuste de 16,37%, vigente desde 22 de outubro; e São Paulo (0,27%), com reajuste de 16,44% em uma das concessionárias, a partir de 23 de outubro.

Ainda em Habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,89%) é consequência dos reajustes de 9,86% no Rio de Janeiro (8,09%), em vigor desde 8 de novembro, e de 9,05% em Salvador (4,41%), vigente desde 29 de novembro.

O gás encanado (2,58%) também subiu, decorrente dos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro. Por fim, cabe ressaltar o resultado do gás de botijão (0,51%), cujos preços subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, em 2021, alta de 38,07%.

A alta de 0,35% em Alimentação e bebidas se deve principalmente à alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído (9,10%), que acelerou em relação a novembro (4,91%). Além disso, os preços das frutas (4,10%) e das carnes (0,90%) subiram em dezembro, após os recuos do mês anterior (de -1,92% e -1,15%, respectivamente). Ressalta-se, ainda, a alta da cebola (19,40%), que já havia subido 7,00% em novembro.

No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-11,23%), o leite longa vida (-3,75%) e o arroz (-2,46%).

A alimentação fora de casa, por sua vez, variou 0,08%. Por um lado, houve alta de 1,62% no subitem refeição. Por outro, recuo de 3,47% nos preços do subitem lanche, que contribuiu com o segundo maior impacto negativo (-0,06 p.p.) no IPCA-15 de dezembro.

O único grupo com queda em dezembro foi Saúde e cuidados pessoais (-0,73%). A variação negativa ocorreu por conta dos itens de higiene pessoal (-3,34%), em particular o perfume (-9,82%), os produtos para pele (-8,70%) e os artigos de maquiagem (-4,71%).

No que concerne aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em dezembro. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,13%), enquanto o menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,32%).

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Outubro Novembro Dezembro Trimestre
Salvador 7,19 1,10 1,47 1,13 3,75
Porto Alegre 8,61 1,20 1,15 0,97 3,36
São Paulo 33,45 1,34 0,95 0,86 3,18
Recife 4,71 1,04 1,23 0,85 3,15
Curitiba 8,09 1,58 1,22 0,79 3,63
Brasília 4,84 0,87 1,34 0,78 3,02
Goiânia 4,96 1,00 1,86 0,69 3,59
Rio de Janeiro 9,77 1,22 1,20 0,63 3,08
Belo Horizonte 10,04 1,17 1,34 0,54 3,08
Fortaleza 3,88 1,03 1,35 0,47 2,88
Belém 4,46 0,51 0,76 0,32 1,60
Brasil 100,00 1,20 1,17 0,78 3,18
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 13 de dezembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Impactos da mudança do Datacenter sobre a divulgação do IPCA-15/IPCA-E

O processo de mudança do Datacenter do IBGE iniciado na sexta-feira (17), e ainda em andamento, impediu a disseminação das seguintes informações do IPCA-15/IPCA-E:

- Acumulado no ano/12 meses para as localidades;
- Pesos dos subitens nos resultados regionais;
- Texto com análise do resultado mensal por localidade.

A migração para o novo Datacenter foi necessária para garantir benefícios técnicos, funcionais, operacionais e estratégicos ao IBGE. Assim que a mudança for concluída, o Instituto informará a normalização das rotinas e divulgará prontamente os indicadores pendentes.