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Índice de Preços ao Produtor varia 0,40% em setembro

27/10/2021 09h00 | Atualizado em 30/11/2021 14h24

Os preços da indústria variaram 0,40% em setembro, inferior ao observado na comparação entre julho e agosto (1,89%). Houve variação positiva de preços em 20 das 24 atividades pesquisadas, contra 24 do mês anterior. A alta acumulada no ano atingiu 24,08% e em 12 meses chegou a 30,59%.

Período TAXA
Setembro 2021 0,40%
Agosto 2021 1,89%
Setembro 2020 2,34%
Acumulado no ano 24,08%
Acumulado em 12 meses 30,59%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas
e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
JUL/21 AGO/21 SET/21 JUL/21 AGO/21 SET/21 JUL/21 AGO/21 SET/21
Indústria Geral 1,86 1,89 0,40 21,29 23,58 24,08 34,97 33,12 30,59
B - Indústrias Extrativas 3,61 1,16 -16,48 66,56 68,49 40,72 95,12 82,03 49,71
C - Indústrias de Transformação 1,72 1,95 1,77 18,66 20,97 23,11 31,65 30,28 29,49
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Na passagem de agosto para setembro de 2021, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral) variaram 0,40%, número inferior ao observado na comparação entre julho e agosto (1,89%). Vale dizer que 0,40% é o menor resultado desde dezembro de 2020, 0,39%, e está 2,30 p.p. abaixo da média observada entre janeiro e agosto de 2021, 2,70%. As quatro maiores variações observadas em setembro se deram entre os produtos das seguintes atividades: indústrias extrativas (-16,48%), outros produtos químicos (4,41%), alimentos (2,48%) e fumo (2,40%).

As maiores influências, na mesma comparação, foram: indústrias extrativas (-1,24 p.p.), alimentos (0,58 p.p.), outros produtos químicos (0,39 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 p.p.).

O acumulado no ano (setembro de 2021 contra dezembro de 2020) atingiu 24,08%, contra 23,58% em agosto. As atividades que tiveram as maiores variações percentuais nessa perspectiva foram: refino de petróleo e produtos de álcool (49,69%), outros produtos químicos (43,38%), metalurgia (42,13%) e indústrias extrativas (40,72%). Os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (4,19 p.p.), alimentos (3,96 p.p.), outros produtos químicos (3,48 p.p.) e metalurgia (2,75 p.p.).

O acumulado em 12 meses (setembro de 2021 contra setembro de 2020) atingiu 30,59%, contra 33,12% em agosto. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais neste indicador, sobressaíram: refino de petróleo e produtos de álcool (64,33%), metalurgia (55,18%), outros produtos químicos (51,83%) e indústrias extrativas (49,71%). Já os setores de maior influência foram: alimentos (5,76 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (5,20 p.p.), outros produtos químicos (4,13 p.p.) e metalurgia (3,48 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços de 0,40% frente a agosto repercutiu da seguinte maneira: 1,30% em bens de capital; -0,27% em bens intermediários; e 1,37% em bens de consumo, sendo que 0,73% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,49% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Do resultado da indústria geral, 0,40%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: 0,09 p.p. de bens de capital, -0,16 p.p. de bens intermediários e 0,47 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,04 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,43 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas
e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
JUL/21 AGO/21 SET/21 JUL/21 AGO/21 SET/21 JUL/21 AGO/21 SET/21
Indústria Geral 1,86 1,89 0,40 21,29 23,58 24,08 34,97 33,12 30,59
Bens de Capital (BK) 2,29 1,92 1,30 11,88 14,02 15,51 17,23 17,69 17,31
Bens Intermediários (BI) 1,78 1,76 -0,27 28,17 30,43 30,08 45,95 42,78 39,38
Bens de consumo(BC) 1,90 2,09 1,37 12,80 15,16 16,73 22,81 22,14 20,51
Bens de consumo duráveis (BCD) 1,38 1,58 0,73 10,42 12,17 12,98 16,05 17,05 16,07
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 2,00 2,19 1,49 13,27 15,75 17,48 24,22 23,19 21,41
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Na perspectiva do acumulado no ano, as variações de preços da indústria acumularam, até setembro, variação de 24,08%, sendo 15,51% a variação de bens de capital (com influência de 1,13 p.p.), 30,08% de bens intermediários (16,76 p.p.) e 16,73% de bens de consumo (6,19 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,80 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 5,39p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado nos últimos 12 meses, a variação de preços da indústria alcançou, em setembro, 30,59%, com as seguintes variações: bens de capital, 17,31% (1,31 p.p.); bens intermediários, 39,38% (21,55 p.p.); e bens de consumo, 20,51% (7,74 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 1,02p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 6,73 p.p.

Destacaram-se os seguintes setores:

Indústrias extrativas: em setembro, os preços do setor variaram -16,48% em relação a agosto. Com isso, o acumulado no ano recuou de 68,49%, em agosto, para 40,72%. Em 12 meses, a variação de setembro é de 49,71%, 32,32 p.p. menor que a de agosto. Uma variação negativa tão intensa quanto a de setembro não ocorria desde março de 2020 (-17,12%), havendo entre estes dois períodos apenas uma taxa que superou as duas em módulo, os 27,91% de fevereiro de 2021. Naquele momento, a pressão de baixa era feita pelos preços de “óleo bruto de petróleo”, enquanto a mais recente, pelos preços dos minérios de ferro.

O setor teve, em setembro, a maior variação na comparação com o mês anterior (- 16,48%) entre as atividades destacadas e a quarta variação tanto no acumulado do ano quanto nos últimos 12 meses. Também foi a principal influência na comparação setembro/agosto (-1,24 p.p.), em 0,40%.

Alimentos: na comparação com o mês anterior, o resultado de 2,48% é o terceiro positivo consecutivo, sendo o segundo maior da série de 2021 (perde para abril, 2,66%). Com ele, o acumulado no ano chega a 15,42%, que, para um mês de setembro, é o segundo maior da série (perde para setembro de 2020, 22,72%). Por fim, em 12 meses, a variação média dos preços dos alimentos foi de 22,64%, que é 12,29 p.p. menor que a de janeiro, 34,93%, que foi o maior resultado do ano nesta perspectiva.

De modo geral, a série do acumulado em 12 meses ao longo de 2021 vem caindo desde janeiro (as exceções foram a passagem de março para abril, quando sai de 30,73% para 31,63%; e a de maio para junho, quando vai de 30,18% para 30,96%), o que expressa o fato de que a base de comparação é elevada. A título de ilustração, a variação de preços entre setembro de 2019 e setembro de 2020 foi de 32,51%.

Os produtos de maior influência no resultado da atividade no mês são todos exportáveis, o câmbio (que no mês sofreu uma depreciação de 0,5%, no ano de 2,6% e uma apreciação em 12 meses de 2,2%) é um fator que explica em parte os aumentos. O frio e a geada comprometeram algumas safras, como a de cana-de-açúcar, justificando o aparecimento de dois de seus derivados nos destaques de aumentos. No caso das carnes, no mercado interno, dada as restrições de renda, tem havido ao longo do tempo uma pressão de demanda sobre "carnes e miudezas de aves congeladas", que substitui a carne bovina.

Esse setor é o de maior contribuição no cálculo do índice (23,90%) e registrou a terceira maior variação na comparação com o mês anterior. Também foi a segunda influência tanto no M/M-1 (0,58 p.p., em 0,40%) quanto no acumulado no ano (3,96 p.p., em 24,08%) e a primeira no M/M-12 (5,76 p.p., em 30,59%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: em relação a agosto, em setembro, os preços do setor foram 1,82% maiores, com isso, o acumulado no ano chegou a 49,69% e, em 12 meses, 64,33%. Vale observar que no primeiro trimestre a variação de preços foi de 37,72%, no segundo de 1,44% e no terceiro 7,15%, ou seja, os aumentos de preços foram mais intensos no primeiro trimestre e agora no terceiro.

Os preços do setor foram, entre todas as atividades industriais, os que mais cresceram tanto na perspectiva do acumulado no ano quanto na do M/M-12. Por outro lado, foi a quarta maior influência no M/M-1 (0,18 p.p., em 0,40%), a primeira no acumulado no ano (4,19 p.p., em 24,08%) e a segunda no acumulado em 12 meses (5,20 p.p., em 30,59%).

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de setembro, apresentou a maior variação positiva de preços do IPP, 4,41%, acumulando variação de 43,38% no ano e de 51,83% nos últimos 12 meses.

Os resultados estão ligados principalmente aos preços internacionais e à variação de preços de diversas matérias-primas importadas ou não, como, por exemplo, a nafta. Além disso, a atividade econômica está aquecida junto as cadeias demandantes de produtos químicos.

O setor teve segunda maior variação de preços no mês e no acumulado do ano, além da terceira no acumulado em 12 meses. Além disso em termos de influência foi a terceira maior no mês (0,39 p.p. em 0,40% do índice geral) e repetiu a posição tanto no acumulado do ano (3,48 p.p. em 24,08%) quanto no acumulado em 12 meses (4,13 p.p. em 30,59%).

No tocante aos quatro produtos que mais influenciaram o resultado (2,65 p.p. em 4,41%), houve aumento de preços em todos eles, sendo dois do grupo de produtos químicos inorgânicos, “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados”. Os outros produtos foram “propeno (propileno) não saturado” e “herbicidas para uso na agricultura”. Os demais 35 produtos pesquisados na atividade, também tiveram, na média, um resultado positivo, com 1,76 p.p. da variação final da atividade.

Metalurgia: ao comparar os preços de setembro contra agosto, houve uma variação de 1,21%, 15ª positiva seguida na atividade. Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou uma variação de 42,13% no ano e de 55,18%, nos últimos 12 meses. Outra informação de destaque é que, entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e setembro de 2021, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 87,76%, perdendo apenas para a variação de preços das indústrias extrativas, 132,99%, atividade na qual aparece minério de ferro, principal matéria-prima do aço.

Os resultados do setor estão ligados à combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio), que têm comportamentos de preços distintos. O primeiro, ligado ao setor siderúrgico, é afetado pelos preços de minério de ferro e pela variação do dólar frente ao real, além da recomposição de estoques na cadeia consumidora. Em relação ao segundo grupo – materiais não ferrosos – os valores costumam apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais.

O setor metalúrgico teve a terceira maior variação no acumulado no ano e a segunda nos 12 meses, além da quarta maior influência nos resultados acumulado no ano (2,75 p.p. em 24,08%) e acumulado em 12 meses com 3,48 p.p. em 30,59%.

Os quatro produtos que mais influenciaram a variação no mês responderam por 0,83 p.p., de 1,21%, cabendo, então, 0,38 p.p. aos demais 20 produtos analisados. Três dos quatro produtos que mais influenciaram os resultados no mês tiveram variações positivas, sendo que dois deles não são derivados do aço, fato explicado pela queda de preços do minério de ferro no mercado.