Em setembro, IBGE prevê safra de 250,9 milhões de toneladas para 2021
07/10/2021 09h00 | Atualizado em 07/10/2021 09h00
Em setembro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2021 teve nova queda ante o mês anterior (-0,3%%, ou 752,5 mil toneladas). Com isso, a safra deve alcançar 250,9 milhões de toneladas, ficando 1,3% abaixo (3,2 milhões de toneladas a menos) da produção recorde de 2020 (254,1 milhões de toneladas).
Estimativa de SETEMBRO para 2021 | 250,9 milhões de toneladas |
Variação SETEMBRO 2021/AGOSTO 2021 | (-0,3%) 752,5 mil toneladas |
Variação safra 2021/ safra 2020 | (-1,3%) 3,2 milhões de toneladas |
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) mostra que a área a ser colhida é de 68,3 milhões de hectares, 4,4% maior (2,9 milhões de hectares) que a de 2020. Ante o mês anterior, a área a ser colhida cresceu 0,1% (55,7 mil hectares).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida. Em relação a 2020, houve acréscimos de 6,1% na área do milho (1,4% na primeira safra e 7,8% na segunda) e de 4,8% na área da soja. Por outro lado, houve declínios de 16,0% na área do algodão herbáceo e estabilidade na área do arroz.
Na produção, houve altas de 10,3% para a soja - que deve chegar ao recorde de 134,0 milhões de toneladas - e de 4,4% para o arroz em casca, que deverá totalizar 11,5 milhões de toneladas. Já para o algodão herbáceo estima-se queda de 17,5% e, para o milho, recuo de 16,4%, sendo -3,2% na primeira safra e -21,0% na segunda.
A informação de setembro para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2021 foi de 250,9 milhões de toneladas e uma área colhida de 68,3 milhões de hectares. Em relação a 2020, a área a ser colhida cresceu 4,4% (2,9 milhões de hectares). Frente ao previsto no mês anterior, houve alta de 55,7 mil hectares (0,1%).
As regiões Sul (5,4%), Nordeste (1,7%) e Norte (1,3%) tiveram altas em suas estimativas este mês. Sendo que a primeira deve produzir 77,1 milhões de toneladas (30,7% do total nacional); a segunda, 23,0 milhões de toneladas (9,2% do total), e a terceira, 11,1 milhões de toneladas (4,4% do total).
Por outro lado, no Centro-Oeste, maior produtor (45,7% do total nacional), espera-se novo declínio (-5,8%), devendo concluir 2021 com uma safra de 114,7 milhões de toneladas. Também houve declínio no Sudeste (-2,6%), com produção estimada em 25,1 milhões de toneladas (10,0% do total nacional).
Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com participação de 28,5%, seguido pelo Rio Grande do Sul (15,0%), Paraná (13,3%), Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representam 79,8% do total nacional. As variações positivas nas estimativas da produção, frente ao mês anterior, ocorreram em Mato Grosso (609,8 mil toneladas), Rio Grande do Sul (176,3 mil toneladas), Rondônia (32,9 mil toneladas), Pernambuco (578 toneladas), Distrito Federal (210 toneladas), Espírito Santo (208 toneladas) e Rio Grande do Norte (11 toneladas).
Já as variações negativas ocorreram no Paraná (-597,7 mil toneladas), São Paulo (-515,2 mil toneladas), Goiás (-269,2 mil toneladas), Minas Gerais (-169,6 mil toneladas), Alagoas (-8,7 mil toneladas), Maranhão (-4,4 mil toneladas), Ceará (-3,1 mil toneladas), Bahia (-3 mil toneladas), Sergipe (-1,5 mil toneladas), Acre (-85 toneladas), e Amapá (-50 toneladas).
Destaques na estimativa de setembro de 2021 em relação a agosto
Em setembro, destacaram-se as variações positivas nas seguintes estimativas de produção frente a agosto: feijão 3ª safra (6,0% ou 33,8 mil toneladas), tomate (4,3% ou 163, 6 mil toneladas), café canephora (1,7% ou 15,4 mil toneladas), feijão 2ª safra (1,6% ou 15,0 mil toneladas), milho 1ª safra (0,9% ou 232,1 mil toneladas),feijão 1ª safra (0,3% ou 3,0 mil toneladas), soja (0,2% ou 268,7 mil toneladas) e cevada (0,1% ou 657 toneladas).
Por outro lado, espera-se quedas na produção de laranja (-7,2% ou 1,1 milhão de toneladas), cana-de-açúcar (-3,8% ou 24,6 milhões de toneladas), café arábica (-3,1% ou 62,9 mil toneladas), milho 2ª safra (-2,0% ou 1,2 milhão de toneladas), aveia (-1,1% ou 11,5 mil toneladas), algodão (-1,0% ou 60,2 mil toneladas) e trigo (-0,6% ou 46,9 mil toneladas).
ALGODÃO HERBÁCEO(em caroço) – A nona estimativa da produção de algodão foi de 5,9 milhões de toneladas, decréscimo de 1,0% em relação a agosto. O rendimento médio foi estimado em 4.251 quilos por hectare, declínio de 1,0%. A área plantada com algodão alcançou 1,4 milhão de hectares no País.
No Mato Grosso, maior produtor nacional com 68,5% do total a ser produzido, a estimativa da produção foi de 4,0 milhões de toneladas, declínio de 1,5% em relação ao mês anterior. A Bahia, segundo maior produtor (21,7% do total) estimou produzir 1,3 milhão de toneladas. Em relação a 2020, foram identificadas reduções de 15,9% na área plantada e de 17,5% na estimativa da produção, além de declínio de 1,8% para o rendimento médio.
O Mato Grosso diminuiu a área plantada em 15,6%, as estimativas de produção em 18,1% e o rendimento médio, em 3,1%. A Bahia deverá ter uma produção 14,0% menor que a de 2020. A área plantada somou 268,0 mil hectares, sendo 14,9% menor que a de 2020.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café para 2021, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 2,9 milhões de toneladas, ou 48,1 milhões de sacas de 60 kg, declínios de 1,6% em relação ao mês anterior e de 22,5% em relação ao ano anterior. O rendimento médio, de 1.582 kg/ha, por sua vez, caiu 1,4% em relação ao mês anterior, declinando 19,6% no comparativo anual.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,0 milhões de toneladas, com queda de 3,1% frente ao mês anterior, e declínio de 31,8% em relação a 2020. Minas Gerais é o maior produtor de café arábica, devendo responder, em 2021, por 68,7% da produção brasileira.
Em 2021, a safra de arábica é de bienalidade negativa, o que resultou em uma retração expressiva da produção.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 935,1 mil toneladas, ou 15,6 milhões de sacas de 60 kg, crescimentos de 8,0% em relação à 2020. O rendimento médio, de 2 378 kg/ha, apresenta crescimento de 7,7% no mesmo comparativo. No Espírito Santo, maior produtor brasileiro, com cerca de 66,1% da produção total em 2021, a estimativa encontra-se em 618,3 mil toneladas ou 10,3 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 10,0% em relação ao ano anterior.
CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção brasileira foi de 628,5 milhões de toneladas, uma redução de 3,8% em relação ao mês anterior. O rendimento médio dos canaviais apresentou decréscimo de 3,2%, alcançando 71.828 kg/ha na média nacional. Em relação à 2020, a estimativa de produção também recuou 7,3%, com queda de 2,3% na área destinada à colheita e de 5,1% no rendimento médio.
São Paulo é o maior produtor com 313,6 milhões de toneladas, responsável por 49,9% da produção nacional. No Paraná, a estimativa da produção caiu 1,7% no mês. A região Nordeste é responsável por 8,6% da produção nacional e apresenta aumento de 1,4% em relação a estimativa de agosto e de 3,1% (724,9 mil de toneladas) em relação ao ano anterior. As unidades federativas que apresentaram os maiores crescimentos em relação ao mês anterior foram Alagoas com 4,3% e Bahia com 1,4%.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 8,1 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior e crescimento de 31,0% em relação a 2020, sendo que o rendimento médio deve subir 14,6%, para 2.996 kg/ha. A área plantada cresceu 14,3%. O Sul deve responder por 90,7% da produção tritícola nacional.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,0 milhão de toneladas, com declínio de 1,1% em relação a agosto e alta de 10,5% em relação a 2020. Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores produtores, com estimativas de 791,6 mil toneladas e 164,5 mil toneladas, respectivamente. Em Santa Catarina, a estimativa da produção é de 35,1 mil toneladas, com alta de 41,5% ante 2020. A região Sul concentra 97,0% da produção brasileira do cereal.
Para a cevada, a produção estimada encontra-se em 481,5 mil toneladas, aumento de 0,1% em relação ao mês anterior, e crescimento de 27,1% em relação a 2020. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 354,4 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 111,4 mil toneladas, cujas produções somadas representam 96,7% do total nacional.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção das três safras de feijão foi de 2,7 milhões de toneladas, com alta de 1,9% ante agosto. No ano, a produção declinou 5,6%.
A 1ª safra de feijão, que representa 42,9% do total, foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, aumento de 0,3% frente a agosto. A área colhida recuou 0,3% e o rendimento médio deve ser 0,5% maior. Destaque negativo para Rondônia (-3,6%) e Pernambuco (-2,2%) e positivo para Minas Gerais (2,2%). Em relação a 2020, houve reduções de 10,7% na produção; de 6,3% no rendimento médio e de 4,8% para a área a ser colhida.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 962,1 mil toneladas, aumento de 1,6% frente à estimativa de agosto. Destaques negativos, principalmente, para o Ceará (-9,1%) e Sergipe (-9,6%). Destaques positivos para Pernambuco (6,3%) e Mato Grosso (9,7%). Quanto à variação anual, a estimativa é de queda de 4,5% em relação a 2020.
Para a 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 594,5 mil toneladas, com alta de 6,0% frente a agosto. Os destaques positivos, principalmente foram Paraná (9,1%) e Mato Grosso (29,7%). Em relação 2020, a estimativa da produção aumentou 4,2%.
LARANJA - A produção estimada é de 13,6 milhões de toneladas, com queda de 7,2% ante o mês anterior, com redução de 7,2% no rendimento médio. Em São Paulo, principal produtor e responsável por 70,7% do total nacional, a produção foi estimada em 9,6 milhões de toneladas, com queda de 9,9% na produtividade dos laranjais. Em relação a 2020, o declínio da produção brasileira de laranjas é de 13,8%, tendo a produção paulista caído 18,9%.
MILHO (em grão) – Com uma área a ser colhida de 19,4 milhões de hectares e um rendimento médio de 4.451 kg/ha, em relação à última informação mensal, a estimativa da produção declinou 1,1%, totalizando 86,3 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção deve ser 16,4% menor, embora haja aumentos de 6,9% na área plantada e de 6,1% na área a ser colhida. O rendimento médio apresenta um declínio de 21,3%.
Na 1ª safra de milho, a produção estimada foi de 25,7 milhões de toneladas, crescimento de 0,9% em relação ao mês anterior. Houve revisão da estimativa da produção de alguns estados do Sudeste, sobretudo em Minas Gerais (1,6%) e em São Paulo (5,9%). Quanto à variação anual, a estimativa da produção encontra-se 3,2% menor que em 2020. Embora a área plantada esteja crescendo 2,5%, o rendimento médio declinou 4,6%.
Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 60,5 milhões de toneladas, declínio de 2,0% em relação ao mês anterior (1,2 milhão de toneladas). Houve reduções nas estimativas de diversas unidades da Federação, sobretudo em Pernambuco (-3,1%), Alagoas (-10,0%), Minas Gerais (-10,1%), São Paulo (-24,1%) e Paraná (-6,7%).
Em relação a 2020, a estimativa da produção do milho 2ª safra encontra-se 21,0% menor, embora a área plantada tenha aumentado em 8,5%. O rendimento médio deve declinar 26,8%, devido, principalmente, à falta de chuvas durante o ciclo da cultura.
SOJA (em grão) – A produção da soja foi de 134,0 milhões de toneladas, aumento de 0,2% em relação ao mês anterior e mais um recorde para o grão. Com a colheita concluída, a cultura se desenvolveu de maneira satisfatória na maioria dos estados, apesar do atraso no plantio, o que impactou o milho 2ª safra.
Com poucas reavaliações em setembro, destacam-se as altas de 0,9% na produção, de Mato Grosso (ou mais 303 471 toneladas) e no Rio Grande do Sul (0,1%). As principais reduções ocorreram em São Paulo (-1,0%), Rondônia (-0,5%) e Maranhão (-0,1%).
Frente a 2020, a estimativa da produção cresceu 10,3%, ou mais 12,5 milhões de toneladas. Com forte recuperação, a produção gaúcha deve crescer 80,8% frente a 2020.