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PeNSE 2019: uma em cada cinco escolares sofreu violência sexual

10/09/2021 10h00 | Atualizado em 10/09/2021 10h53

Cerca 14,6% dos escolares de 13 a 17 anos, alguma vez na vida e contra a sua vontade, foram tocados, manipulados, beijados ou passaram por situações de exposição de partes do corpo. No caso das meninas, o percentual (20,1%) é mais que o dobro do observado para os meninos (9,0%). Além disso, 6,3% dos escolares informaram que foram obrigados a manter relação sexual contra a vontade alguma vez na vida, sendo 3,6% dos meninos e 8,8% das meninas.

São informações da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019 que entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O universo retratado pela pesquisa abrange 11,8 milhões de estudantes de 13 a 17 anos, dos quais 7,7 milhões tinham de 13 a 15 anos e 4,2 milhões, de 16 ou 17 anos. Os meninos são 5,8 milhões (49,3%) e as meninas, 6 milhões (50,7%). Nas escolas públicas, estudavam 10,1 milhões (85,5%) e nas escolas privadas, 1,7 milhão (14,5%).

Em 2019, 63,3% dos escolares já haviam ingerido uma dose de bebida alcoólica e 34,6% deles haviam tomado a primeira dose com menos de 14 anos. Cerca de 47% dos escolares declararam ter passado por algum episódio de embriaguez.

O uso de droga ilícita em algum momento da vida foi declarado por 13% dos estudantes e 4,3% o fizeram pela primeira vez com menos de 14 anos, com maior proporção entre os escolares da rede pública (4,6%) do que entre os da rede privada (2,7%). Entre as drogas mencionadas, 5,3% relataram consumo recente de maconha e 0,6%, de crack. Quanto ao cigarro, 22,6% dos estudantes responderam ter fumado alguma vez na vida e 11,1% fumaram pela primeira vez antes dos 14 anos. Esse percentual, na rede pública (11,9%), é quase o dobro do encontrado na rede privada (6%).

Em 2019, 35,4% dos escolares já haviam tido sua iniciação sexual, sendo que 63,3% deles usaram preservativo em sua primeira vez e 40,9% não o utilizaram na última relação sexual. Entre as meninas que já haviam tido relação sexual, 7,9% engravidaram alguma vez na vida. Entre escolares da rede pública, esse percentual foi de 8,4%, enquanto entre escolares da rede particular, foi de 2,8%.

A PeNSE constatou que 79,7% dos adolescentes que já tiveram relação sexual utilizam algum método contraceptivo diferente da camisinha: 52,6% usaram pílula anticoncepcional na última relação sexual, 17,3% a pílula do dia seguinte e 9,8%, contraceptivos injetáveis.

Cerca de 11,6% dos estudantes de 13 a 17 anos (1,3 milhão de alunos) deixaram de ir à escola porque não se sentiam seguros no trajeto da casa para a escola.

Quanto ao bullying, 23% dos escolares afirmaram que se sentiram humilhados pelos colegas nos últimos 30 dias. O percentual das meninas (26,5%) superou o dos meninos (19,5%).

A PeNSE 2019 perguntou aos escolares se eles se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou em aplicativos: 13,2% responderam que sim.

Cerca de 49,8% dos escolares de 13 a 17 anos achavam seu corpo normal, 28,9% deles se achavam magros ou muito magros e 20,6%, gordos ou muito gordos.

A PeNSE buscou captar como os adolescentes se sentiam nos 30 dias anteriores à pesquisa: 21,4% afirmaram sentir que a vida não valia a pena ser vivida, sendo 29,6% das meninas e 13,0% dos meninos.

Menos da metade (49,7%) dos alunos das escolas públicas tinham computador, enquanto nas escolas privadas esse percentual era de 89,6%.

Cerca de 68,6% dos escolares faziam higiene bucal três vezes ou mais ao dia, percentual superior ao dos Estados Unidos e Europa, mas que diminuiu frente a 2015 (71,7%)

34,6% dos estudantes tomaram a primeira dose de álcool com menos de 14 anos

Em 2019, 63,3% dos estudantes já haviam tomado uma dose de bebida alcoólica (uma latinha ou garrafa long neck de cerveja ou vodca-ice ou um copo de chope ou uma taça de vinho ou uma dose de cachaça/pinga, vodca, uísque etc.), contra 61,4% em 2015, sendo que 34,6% haviam tomado a primeira dose com menos de 14 anos. Para as meninas esse indicador é ainda maior (36,8%, contra 32,3% entre os meninos). Em 2015, esse indicador ficou em 29,2% para as mulheres e 32,1% para os homens.

Dos alunos que já consumiram álcool alguma vez na vida, 47,0% tiveram episódio de embriaguez e 15,7% tiveram problemas com família ou amigos, perderam aulas ou brigaram, uma ou mais vezes, porque tinham bebido. Esse percentual entre as meninas (17,1%) superou o dos meninos (14%) e o dos alunos da rede privada (17,6%) superou os da rede pública (15,3%).

Entre os escolares, em 2019, a prevalência do consumo de ao menos uma dose de bebida alcoólica nos últimos 30 dias era de 28,1% sendo 30,1% entre as mulheres e 26,0% entre os homens. E o modo mais frequente de obtenção da bebida foi em uma festa (29,2%), seguido por mercado (26,8%), com amigos (17,7%) e em casa, com alguém da família (11,3%). Cerca de 9,7% dos escolares consumiram quatro ou mais doses de bebida alcoólica num mesmo dia.

13% dos estudantes já usaram alguma droga ilícita

Em 2019, 13,0% dos estudantes já haviam usado alguma droga ilícita em algum momento da vida, com maior proporção na rede pública (13,3%) do que na rede privada (11,4%). Regionalmente, as maiores proporções ficaram no Distrito Federal (21,0%), Paraná (19,0%) e São Paulo (18,3%) e as menores, na Bahia (5,5%), Alagoas (6,6%) e Pará (7,0%).

Os escolares que usaram pela primeira vez com menos de 14 anos eram 4,3%, com maior proporção na rede pública (4,6%) do que na rede privada (2,7%).

O consumo recente, isto é, nos 30 dias anteriores à pesquisa, ficou em 5,1%, variando entre 3,2% para alunos dos 13 a 15 anos e 8,7% para os de 16 e 17 anos. O indicador foi maior entre os meninos (5,6%) do que entre as meninas (4,7%) e entre alunos da rede pública (5,3%)em relação à rede privada (4,4%).

Por tipo de droga, 5,3% relataram consumo recente de maconha e 0,6%, de crack.

22,6% dos estudantes já experimentaram cigarro

Em 2019, 22,6% dos estudantes tinham fumado cigarro alguma vez na vida. No grupo etário de 13 a 15 anos, a proporção das meninas (18,4%) supera a dos meninos (15,6%). Para os adolescentes de 16 e 17 anos, ocorre o inverso: 35% para eles e 30,3% para elas.

Cerca de 11,1% dos estudantes fumaram, pela primeira vez, antes dos 14 anos, e esse indicador, na rede pública (11,9%), é quase duas vezes o da rede privada (6,0%). Apesar da venda proibida a menores de 18 anos, o modo mais frequente de se obter cigarro (37,55%) foi comprar em uma loja, bar, botequim, padaria ou banca de jornal. Em 2019, 26,9% dos alunos já haviam experimentado o narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico.

Mais de um terço dos estudantes de 13 e 17 anos já teve relação sexual

Em 2019, 35,4% dos estudantes de 13 a 17 anos informaram já ter tido relação sexual, uma queda de 2,1 pontos percentuais em relação a 2015 (37,5%). Na rede pública, esse percentual (37,5%) foi mais alto do que na rede privada (23,1%).

Na faixa dos 16 aos 17 anos, 55,8% dos escolares já haviam iniciado a vida sexual. Na faixa dos 13 aos 15 anos, o percentual foi menor (24,3%). Entre os meninos, o índice de adolescentes que já tiveram relação sexual é mais alto (39,9%) do que entre as 31% meninas. A idade média de iniciação sexual é de 13,4 anos para os meninos e de 14,2 anos para as meninas.

Entre os escolares que já haviam tido uma relação sexual, 63,3% usaram camisinha em sua primeira vez

Entre os estudantes que já haviam iniciado a vida sexual, 63,3% usaram camisinha ou preservativo na sua primeira relação. A pesquisa mostrou ainda que 40,0% dos escolares compraram a camisinha (seja em farmácias, mercados ou lojas) e 22,1% a obtiveram junto aos serviços de saúde. Em 21,7% dos casos foi o(a) parceiro(a) que apresentou o preservativo.

A pílula anticoncepcional foi o método contraceptivo (exclusive a camisinha) utilizado pela maioria dos escolares (52,6%). A pílula do dia seguinte (17,3%) e os contraceptivos injetáveis (9,8%) foram a segunda e a terceira categoria mais utilizadas. Esses três métodos foram utilizados na última relação sexual por quase 80% dos adolescentes que já haviam tido uma relação sexual.

Em 2019, 45,5% das meninas de 13 a 17 anos que já haviam tido relação sexual usaram a pílula do dia seguinte alguma vez na vida.

Incidência de gravidez em alunos da rede pública é quase três vezes mais alta

Entre as meninas de 13 a 17 anos que já haviam tido relação sexual, 7,9% estiveram grávidas alguma vez na vida. Em escolas da rede pública, essa proporção foi de 8,4%, enquanto entre as meninas da rede particular o percentual foi quase três vezes menor: 2,8%.

Regionalmente, a maior incidência de gravidez entre adolescentes que já haviam tido relação sexual estava no Nordeste (10,9%), onde o estado de Alagoas atingiu o maior índice (15,3%). Por outro lado, a região Sul (5,2%) e o estado de Santa Catarina (3,7%) apresentaram os menores percentuais.

Violência sexual atinge uma em cada cinco meninas de 13 a 17 anos

Cerca de 14,6% dos escolares de 13 a 17 anos alguma vez na vida foram tocados, manipulados, beijados ou passaram por situações de exposição de partes do corpo contra a sua vontade. Tais casos de abuso sexual foram bem mais frequentes entre as meninas (20,1%), com taxa duas vezes maior do que a observada para os meninos (9,0%).

Na rede privada, houve mais relatos desse tipo de violência (16,3%) do que na rede pública (14,4%). Na comparação entre os grupos de idade, os estudantes de 16 a 17 anos apresentaram um percentual mais elevado deste tipo de ocorrência (17,4%, contra 13,2% entre os escolares de 13 a 15 anos). Os alunos da região Norte mostraram maior incidência desse tipo de violência (17,1%), com o maior percentual no Amapá (18,2%).

Entre os escolares que sofreram abuso sexual, 29,1% apontaram o(a) namorado(a) como o agressor; 24,8% apontaram amigo(a); 20,7%, um desconhecido; 16,4%, outros familiares; 14,8%, outras pessoas; e 6,3%, pai, mãe ou responsável.

Casos de estupro foram informados por 8,8% das meninas e 3,7% dos meninos

Cerca de 6,3% dos escolares foram obrigados a ter relação sexual contra a vontade. Entre os meninos, o percentual foi de 3,7% e, entre as meninas, de 8,8%. Os casos foram mais elevados entre os alunos da rede pública (6,5%) do que da rede privada (4,9%). Em 68,2 dos casos de relação sexual forçada, o aluno tinha 13 anos ou menos quando ocorreu a violência.

Para esse tipo de agressão, o(a) namorado(a) (26,1%) e outra pessoa da família (22,3%) foram os principais autores apontados. Mas desconhecido (19,2%), amigo (17,7%), outra pessoa (14,7%) e pai, mãe ou responsável (10,1%) tiveram percentuais também relevantes.

26,5% das meninas e 19,5% dos meninos já sofreram bullying

Em 2019, cerca de 23,0% dos escolares se sentiram humilhados pelos colegas duas ou mais vezes nos 30 dias anteriores à pesquisa. Os percentuais foram maiores entre as meninas (26,5%) do que entre os meninos (19,5%). Os três motivos mais frequentes de bullying foram aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%).

12,0% dos escolares já haviam protagonizado bullying contra seus colegas

No papel de causador, 12,0% dos estudantes haviam praticado algum tipo de bullying contra o colega, com proporções maiores entre o sexo masculino (14,6%) do que feminino (9,5%). Proporcionalmente maior também entre os alunos de escolas privadas (13,5%) do que entre as públicas (11,8%).

13,2% dos escolares já foram ofendidos nas redes sociais

Na PeNSE 2019, foi perguntado aos escolares se eles se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa e 13,2% responderam positivamente. A proporção foi maior para as meninas (16,2%) do que para os meninos (10,2%). Os alunos de escolas públicas (13,5%) tinham percentuais pouco mais elevados do que os de escolas privadas (11,8%).

21,4% dos escolares afirmaram sentir que a vida não valia a pena

Em 2019, 4,0% dos escolares não tinham nenhum amigo próximo. O percentual de adolescentes em escolas públicas sem amigos próximos (4,3%) supera em muito os da rede privada (2,0%).

A PeNSE buscou captar como os adolescentes se sentiam nos 30 dias anteriores à pesquisa. Mais da metade (50,6%) sentiam muita preocupação com as coisas comuns do dia a dia, na maioria das vezes ou sempre. As meninas (59,8%) se preocupavam mais que os meninos (41,1%) e os alunos da rede privada (63%) mais que os da rede pública (48,5%).

Além disso, 40,9% dos adolescentes se sentiam irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre. E 30% dos adolescentes disseram acreditar que ninguém se preocupava com eles na maior parte do tempo.

O dado mais alarmante é que 21,4% afirmaram sentir que a vida não valia a pena ser vivida, sendo 29,6% das meninas e 13,0% dos meninos.

Mais da metade dos adolescentes se acham muito gordos ou muito magros

Entre 2015 e 2019, houve uma queda no índice de satisfação com o próprio corpo (70,2% em 2015 contra 66,5% em 2019) e um crescimento da insatisfação (de 19,1% para 22,2%), bem mais alta entre as meninas (31,4%) que entre os meninos (12,8%.

Menos da metade dos alunos (49,8%) autoavalia seu corpo como “normal”. Esse número caiu em relação a 2015 (52,5%). Cerca de 28,9% dos estudantes se acham magros ou muito magros e 20,6% se acham gordos ou muito gordos. Porém, a autoimagem de sobrepeso entre as meninas (25,2%) quase dez pontos percentuais mais alta que a dos meninos (15,9%).

Quase um quarto dos adolescentes disse já ter feito alguma tentativa para perder peso, sendo uma preocupação maior entre as meninas (27,9%, contra 21,5% dos meninos). Para tentar emagrecer, 6,1% dos escolares utilizaram a indução de vômito ou uso de laxantes e 5,4% consumiram produtos para este fim sem acompanhamento médico.

Consumo habitual de refrigerante cai de 27,2% para 17,2% entre 2015 e 2019

A PeNSE investigou o consumo habitual (em cinco dias ou mais, na semana anterior à pesquisa) de alimentos marcadores de alimentação saudável (feijão, legumes e verduras e frutas frescas) e marcadores de alimentação não saudável (guloseimas doces e refrigerantes).

A maior proporção foi de alunos que consumiram feijão (59,0%), seguido de guloseimas doces (32,8%) e legumes e verduras (28,8%). Frutas frescas e refrigerantes tiveram queda em relação a 2015, passando de 30,9% para 26,9% e de 27,2% para 17,2%, respectivamente.

Cerca de 35,6% dos estudantes de escolas privadas consumiam habitualmente legumes e verduras, ante 27,7% dos escolares da rede pública.

48,4% dos escolares da rede pública nunca ou raramente consomem merenda escolar

Em 2019, 75,3% dos estudantes da rede pública relataram oferta de merenda escolar. Destes, 77,8% consumiram merenda, com variação de 10,0% entre alunos de escolas privadas (85,3%) e públicas (77,5%).

Embora a quase totalidade dos estudantes (99,4%) frequente escolas que referiram oferta de merenda para alguma série/turma e outros 95,5% estudem em estabelecimentos com cozinha em condições de uso, quase metade desses informantes (48,4%) nunca ou raramente consumiu a refeição ofertada.

38,5% dos meninos e 18,0% das meninas eram fisicamente ativos

Em 2019, cerca de 28,1% dos estudantes brasileiros eram fisicamente ativos (realizaram 300 minutos ou mais de atividades físicas na semana anterior à pesquisa), sendo 38,6% dos meninos e 18,8% das meninas.

No extremo oposto, 8,7% dos escolares estavam inativos (nenhuma atividade). A pesquisa considera como atividade física o deslocamento entre casa e escola, as aulas de educação física na escola e as atividades físicas extraescolares.

11,6% dos estudantes deixaram de ir à escola por falta de segurança no trajeto

Em 2019, 11,6% dos estudantes de 13 a 17 anos (ou 1,3 milhão de escolares) deixaram de ir à escola por não se sentirem seguros no trajeto da casa para a escola ou da escola para a casa. Na rede pública, o percentual foi de 12,5%, o dobro do observado na rede privada (6,1%).

Entre os alunos que deixaram de ir à escola por falta de segurança no trajeto, 95,1% estavam em escolas em que o diretor ou responsável teve conhecimento de algum episódio de violência na localidade.

Em escolas públicas, esse percentual foi de 95,7% e em escolas privadas, 88,5%. O estado do Rio de Janeiro apresentou o maior percentual de escolares que faltaram ao menos um dia nos 30 dias anteriores à pesquisa por motivos de segurança no trajeto (17,6%).

Estudantes relatam violências físicas e até uso de arma de fogo

Creca de 10,6% dos escolares já se envolveram em lutas físicas, sendo que, entre os meninos, o percentual (14,6%) foi mais que o dobro das meninas (6,7%). Além disso, 2,9% dos escolares já se envolveram em briga com arma de fogo.

Cerca de 4,8% dos escolares tinham se envolvido em brigas com o uso de arma branca nos 30 dias anteriores à pesquisa. Os escolares da rede pública foram os que mais reportaram envolvimento nesses episódios (5,1%, contra 3,0% na rede privada). O percentual de meninos envolvidos neste tipo de briga (6,7) foi mais que o dobro do das meninas (3,0%).

5,2% dos escolares se envolveram em incidentes de “autoagressão”

Entre os acidentes e agressões que os estudantes narraram ter sofrido nos últimos 12 meses, chamou atenção o percentual de “autoagressão” (5,2%) que, apesar de relativamente baixo, alerta para questões de saúde mental. Mais de 60% dos casos tinham relação com depressão, ansiedade e dificuldades de relacionamento em casa e na escola.

Entre o total dos escolares, 21,0% afirmaram terem sido agredidos pelo pai, mãe ou responsável alguma vez nos últimos 12 meses. Os que mais relataram esse tipo de agressão foram os escolares de 13 a 15 anos (23,0%, contra 17,3% nos de 16 a 17 anos), as meninas (22,1%) e os escolares da rede privada (23,6%).

Em 2019, as mães de 17,1% dos escolares tinham ensino superior

Em 2019, cerca de 17,1% das mães dos escolares tinham o ensino superior completo, contra 13,7% em 2015. Nas escolas públicas, 25,8% das mães não tinham instrução nenhuma, contra 4,3% nas escolas privadas.

Já a proporção de mães com ensino superior completo era de 47,7% nas escolas privadas e de 12,0% nas escolas públicas.

89,6% dos alunos nas escolas privadas e 49,7% nas públicas tinham computador

Cerca de 84,1% dos escolares tinham aparelho celular, sendo 95,7% nas escolas privadas e 82,2% nas escolas públicas. Já o computador ou notebook estava presente nos lares de 55,5% dos escolares, sendo 89,6% nas escolas privadas e 49,7% nas públicas. A Região Sul, com 66,4%, apresentou o maior percentual e o Nordeste, com 39,7%, o menor. A internet estava presente na casa de 86,9% dos escolares – 98,6% da rede privada e 84,9% da rede pública.

Nos últimos anos, houve um aumento considerável de vendas de motos no Brasil, com o aumento de aplicativos de fast-food. Ao serem perguntados se alguém que morava no mesmo domicílio tinha moto, 40,5% responderam que sim: 42,7% dos escolares em escolas públicas e 27,9% em escolas privadas. Quanto a carro, 57,4% responderam que sim: sendo 52,6% na rede pública e 85,7% na rede privada.

Alunos da rede pública têm menos acesso à Internet e equipamentos de informática

Recursos de multimídia, como computadores e/ou tablets, estavam disponíveis na sala de aula para 74,7% dos estudantes, sendo mais frequente para os alunos das escolas privadas (84,9%) do que para os das escolas públicas (73,0%). A maior proporção se encontrava na região Sul (87,1%) e as menores, nas regiões Norte (61,6%) e Nordeste (61,9%). Entre os estados, os dois extremos foram Rio Grande do Sul (93,7%) e Maranhão (25,1%).

O acesso à Internet da escola estava disponível a 60,5% dos escolares, sendo 58,1% nas escolas públicas e 74,4% nas escolas privadas. Sala ou laboratório de informática estavam disponíveis para 62,8% dos escolares, sendo 61,0% na rede pública e 73,6% na rede privada.

Vacinação leva adolescentes a Unidades Básicas de Saúde, mas 7,7% têm medo

Cerca de 55,9% dos escolares afirmaram terem faltado pelo menos um dia por motivos de saúde nos 12 meses anteriores à pesquisa. Os alunos da rede privada foram os que mais faltaram às aulas por esse motivo (66,5%, contra 54,1% na rede pública). E as meninas (59,2%) mais que os meninos (52,5%). Além disso, 56,2% dos escolares informaram ter procurado algum serviço ou profissional de saúde nos últimos 12 meses, sendo que, na rede privada (71,4%), o percentual foi bem mais elevado que na rede pública (53,6%).

A vacinação foi o principal motivo apontado pelos escolares na última vez em que buscaram por uma Unidade Básica de Saúde (27,3%). A PeNSE constatou que 76,1% das meninas e 49,1% dos meninos de 13 a 17 anos foram vacinados contra o HPV. Uma parcela significativa dos adolescentes não tomou a vacina (13,9%) ou não sabia se havia tomado (23,2%).

Higiene bucal é melhor do que a de países desenvolvidos, mas teve queda

Quanto à higiene bucal, 68,6% dos estudantes de 13 a 17 anos informaram escovar os dentes três vezes ou mais vezes por dia. Uma frequência melhor do que a que se verifica nos Estados Unidos ou na Europa, por exemplo, onde a frequência mais comum fica entre uma ou duas vezes ao dia. Contudo, em 2015 esse índice no Brasil atingiu 71,7%, o que sugere que houve uma piora no hábito de escovação nos últimos anos.