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PIA Produto: em 2019, minério de ferro ultrapassa diesel e se torna o segundo produto industrial do país; petróleo bruto lidera

21/07/2021 10h00 | Atualizado em 08/09/2021 16h36

Em 2019, o valor da receita de vendas em 38,5 mil unidades locais industriais das 32 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas totalizou R$ 2,8 trilhões.

Entre as maiores participações na receita de vendas em 2019, a liderança continua com óleos brutos de petróleo (R$ 106,2 bilhões e participação de 3,8%, ou 0,4 ponto percentual acima de 2018). A seguir vêm minérios de ferro (R$ 91,9 bilhões e 3,3% de participação e aumento de 0,5 p.p. no ano, reflexo da alta dos preços internacionais), óleo diesel (R$ 84,8 bilhões e 3,0%), automóveis (R$ 66,1 bilhões e 2,4%) e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 58,8 bilhões e 2,1%). Os demais produtos estão na tabela a seguir.

De 2018 para 2019, houve troca de posições entre minérios de ferro e óleo diesel e, também, entre resíduos da extração do óleo de soja e pastas químicas de madeiras. Já adubos ou fertilizantes subiu duas posições frente a 2018.

Somados, os dez maiores produtos concentraram 21,5% do valor das vendas em 2019, participação superior à assinalada em 2018 (20,9%).

Entre os 100 principais produtos, os que mais ganharam posições frente a 2018 foram o álcool etílico (etanol) desnaturado para fins carburantes, que ganhou 43 posições (de 86ª para 43ª) e carnes de suínos frescas ou refrigeradas (da 123ª para 94ª).

Já entre os que mais perderam, destacam-se: serviço de manutenção e reparação de aeronaves, turbinas e motores de aviação, que perdeu 25 posições (de 41ª para 66ª) e biscoitos e bolachas (da 37ª para 58ª).

Em 2019, a Região Norte registrou aumento na concentração de seus três principais produtos industriais (minérios de ferro, televisores e telefones celulares) frente a 2018: de 32,3% para 35,1% do total de vendas da região.

Também houve aumento de concentração no Centro-Oeste, onde as carnes bovinas, o etanol para fins carburantes e os resíduos da produção de óleo de soja representaram 30,0% do total regional, aumento de 1,2 p.p. ante 2018 (28,8%).

Essas são algumas das informações da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Produto 2019, que traz dados de unidades locais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e/ou com receita bruta anual superior a R$ 15,8 milhões

Dez atividades industriais concentram 74,2% do valor de vendas em 2019

Em 2019, a pesquisa investigou 29 setores. As dez maiores participações na receita líquida de venda foram de produtos alimentícios (16,6%), produtos químicos (10,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (10,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,0%), metalurgia (6,8%), extração de petróleo e gás natural (4,5%), extração de minerais metálicos (4,5%), máquinas e equipamentos (4,0%), produtos de borracha e de material plástico (3,6%), e celulose, papel e produtos de papel (3,5%). A soma destas dez atividades industriais concentrou 74,2% do valor da receita líquida de vendas de produtos e serviços industriais em 2019, o mesmo percentual de 2018.

Em relação a 2018, só ocorreram mudanças da segunda até a quarta colocação dos 5 mais: a redução da participação de Fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que caiu duas posições, e os avanços de Fabricação de produtos químicos (de 3ª para 2º) e de Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (de 4º para 3º).

Concentração é mais intensa no Norte e no Centro-Oeste

Analisando os dados regionais, observa-se uma concentração nos principais produtos industriais, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. No Norte, responsável por 7,4% da receita líquida de vendas do país, predomina a indústria de extração de minerais metálicos e de fabricação de produtos eletroeletrônicos. E os três produtos com maior participação no valor das vendas industriais foram minérios de ferro (23,2%), televisores (6,1%) e telefones celulares (5,8%), que corresponderam a 35,1% do total de vendas da região.

No Centro-Oeste, que responde por 6,6% da receita industrial do país, os destaques foram os produtos da agroindústria, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (13,0%), álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (8,7%) e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (8,3%), que alcançaram 30,0% das vendas da região.

A região Sul responde por 20,5% das vendas nacionais e tem como destaques óleo diesel (3,4%), carnes e miudezas de aves congeladas (3,1%) e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada menor ou igual a 1.000 cm³ (2,3%), que foram responsáveis por 8,8% do valor de vendas na região.

O Nordeste concentra 10,2% das vendas industriais. Seus destaques foram automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm³ e menor ou igual a 3.000 cm³ (5,6%), óleo diesel (5,4%) e pastas químicas de madeira (2,8%), que somam 13,9% da receita.

O Sudeste é a região mais industrializada do país, com 55,3% das vendas industriais, e onde estão as maiores bacias petrolíferas do país. Seus produtos líderes são óleos brutos de petróleo (6,9%), óleo diesel (2,9%) e minérios de ferro (2,8%), que somam 12,6% da receita de vendas.

Na participação na receita líquida de vendas por região, entre 2010 e 2019, houve queda no Sudeste (60% para 55,3%) e cresceu nas demais área: Sul (19,4% para 20,5%), Nordeste (9,3% para 10,2%), Norte (6,5% para 7,4%) e Centro-Oeste (4,8% para 6,6%).

Etanol e carnes sobem no ranking de receita líquida de vendas

Entre os 100 maiores produtos em receita líquida de vendas, os que mais ganharam posições no ranking, em comparação a 2018, foram: álcool etílico (etanol) desnaturado para fins carburantes, que ganhou 43 posições (de 86ª para 43ª), carnes de suínos frescas ou refrigeradas (da 123ª para 94ª), inseticidas para uso na agricultura (da 73ª para 44ª).

Já os produtos que mais perderam posições em relação a 2018 foram: serviço de manutenção e reparação de aeronaves, turbinas e motores de aviação, que perdeu 25 posições (de 41ª para 66ª), biscoitos e bolachas (da 37ª para 58ª), papel para uso na escrita, impressão e outros fins gráficos, não revestido (da 33ª para 52ª).

Apenas o Centro-Oeste manteve seus três principais produtos entre 2010 e 2019

Dentre as regiões, apenas o Centro-Oeste manteve os três principais produtos em receitas líquida de vendas na comparação entre 2010 e 2019, tendo havido apenas mudanças de posição entre eles: as carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (13%), o álcool etílico (etanol) não desnaturado (8,7%) e as tortas/resíduos da extração do óleo de soja (8,3%). Somadas, concentram 30%, um aumento de 5,4 p.p. na comparação com 2010 (24,6%).

O Norte mostrou a maior especialização, com o TOP3 concentrando 35,1% da receita líquida de vendas em 2019. O produto mais relevante foi Minérios de ferro (23,2%), seguido de produtos eletroeletrônicos – televisores (6,1%) e telefones celulares (5,8%).

Na Região Nordeste, a produção de automóveis com motor entre 1.500 e 3.000 cilindradas representou 5,6% da receita líquida de vendas. O segundo lugar foi do óleo diesel (5,4%), seguido de pastas químicas de madeira (celulose) (2,8%).

Embora o Sudeste represente 55,3% da receita líquida de vendas do país, a sua produção é diversificada, concentrando apenas 12,6% dela nos três principais produtos: 6,9% proveniente dos óleos brutos de petróleo, seguido pelo óleo diesel (2,9%) e minérios de ferro (2,8%).

No fim da lista, a Região Sul, onde o óleo diesel foi responsável por 3,4% da receita líquida de vendas. As carnes e miudezas de aves congeladas (3,1%) e os automóveis com motor de até 1.000 cilindradas (2,3%) completam o TOP3.