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IPCA-15 fica em 0,48% em fevereiro

24/02/2021 09h00 | Atualizado em 24/02/2021 09h00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) cresceu 0,48% em fevereiro, 0,30 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em janeiro (0,78%). Esse é o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2017, quando o índice foi de 0,54%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,26% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada foi de 4,57%, acima dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a taxa havia sido de 0,22%.

Período Taxa
Fevereiro de 2021 0,48%
Janeiro de 2021 0,78%
Fevereiro de 2020 0,22%
Acumulado no ano 1,26%
Acumulado nos últimos 12 meses 4,57%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram alta em fevereiro, sendo que o maior impacto (0,22 p.p.) veio dos Transportes, que aceleraram em relação ao resultado de janeiro (0,14%). Já a maior variação veio de Educação (2,39%), que contribuiu com 0,15 p.p. no resultado do mês. O grupo Alimentação e bebidas desacelerou, passando de 1,53% em janeiro para 0,56% em fevereiro, com impacto de 0,12 p.p.

Já entre as quedas, o destaque foi Habitação (-0,74%), que havia apresentado alta de 1,44% no mês anterior. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,09% em Comunicação e a alta de 1,01% em Artigos de residência.

IPCA-15 - Grupos - Variação e Impacto   
Grupo Variação Mensal (%) Impacto (p.p.)
Janeiro Fevereiro Janeiro Fevereiro
Índice Geral 0,78   0,48  0,78  0,48
Alimentação e bebidas 1,53 0,56 0,32 0,12
Habitação 1,44 -0,74 0,22 -0,12
Artigos de residência 0,81 1,01 0,03 0,04
Vestuário 0,85 0,00 0,04 0,00
Transportes 0,14 1,11 0,03 0,22
Saúde e cuidados pessoais 0,66 0,46 0,09 0,06
Despesas pessoais 0,40 0,15 0,04 0,02
Educação 0,11 2,39 0,01 0,15
Comunicação -0,01 -0,09 0,00 -0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

 Os Transportes (1,11%) em fevereiro foram impactados pela alta nos preços dos combustíveis (3,34%). O maior impacto individual no índice do mês (0,17 p.p.) veio da gasolina (3,52%), cujos preços subiram pelo oitavo mês consecutivo. Também houve altas nos preços do óleo diesel (2,89%), do etanol (2,36%) e do gás veicular (0,61%). 

Ainda em Transportes, destacam-se também as altas dos automóveis novos (1,12%) e usados (0,68%), bem como das motocicletas (1,41%). No caso do subitem ônibus urbano (0,08%), a variação positiva é consequência do reajuste de 8,70% no preço das passagens em Recife (1,45%), em vigor desde 7 de fevereiro.  

Por outro lado, tiveram quedas transportes por aplicativo (-9,16%) e as passagens aéreas (-2,54%), com um impacto conjunto de -0,03 p.p. 

No grupo Educação (2,39%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (2,97%). Além dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, houve a retirada de descontos praticados por algumas instituições de ensino ao longo de 2020, no contexto da pandemia de COVID-19. As maiores variações vieram da pré-escola (6,14%), do ensino fundamental (4,71%) e do ensino médio (4,23%). O ensino superior e a pós-graduação apresentaram variações de 0,91% e 2,27%, respectivamente.  

Em Alimentação e bebidas (0,56%), houve desaceleração em relação ao mês anterior (1,53%). Os alimentos para consumo no domicílio passaram de 1,73% em janeiro para 0,56% em fevereiro, influenciados pela queda nos preços da batata-inglesa (-5,44%), do leite longa vida (-1,79%), do óleo de soja (-1,73%) e do arroz (-0,96%). No lado das altas, o destaque foi a cebola, cujos preços subiram 19,17%.

A alimentação fora do domicílio também desacelerou, registrando 0,56% em fevereiro (ante 1,02% em janeiro). O lanche (1,20%) e a refeição (0,37%) tiveram variações menores que as do mês anterior, quando subiram 1,45% e 0,81%, respectivamente.

O maior impacto negativo entre os grupos (-0,12 p.p.) veio de Habitação (-0,74%), devido à queda nas tarifas de energia elétrica (-4,24%). No período de referência do IPCA-15, vigorou a bandeira amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Já no período base, estiveram em vigor tanto a bandeira amarela (na primeira quinzena de janeiro) quanto a bandeira vermelha patamar 2 (na segunda quinzena de dezembro), cujo acréscimo é de R$ 6,243.  

Ainda em Habitação, destaca-se a alta de 3,18% no gás de botijão, que contribuiu com 0,04 p.p. no resultado do mês. Outros itens com variação positiva foram o gás encanado (1,19%) e a taxa de água e esgoto (0,45%).  

No caso do gás encanado, foram verificados reajustes nas seguintes áreas: São Paulo (0,78%): reajuste médio de 0,79%, a partir de 15 de janeiro; Rio de Janeiro (1,37%): reajuste de 3,50%, vigente desde 1º de fevereiro; Curitiba (3,18%): reajuste de 8,07%, em vigor desde 1º de fevereiro. 

Já para a taxa de água e esgoto, os reajustes ocorreram nas seguintes regiões: Recife (1,51%): reajuste de 2,40%, válido desde 3 de janeiro; Fortaleza (6,12%): reajuste de 12,25%, a partir de 29 de janeiro; e Curitiba (1,28%): reajuste de 5,11%, em vigor desde 5 de fevereiro.  

No que diz respeito aos índices regionais, à exceção de Goiânia (-0,03%), todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva em fevereiro. O maior resultado foi observado na região metropolitana de Fortaleza (0,95%), especialmente em função das altas nos cursos regulares (8,86%). Na capital goiana, o índice foi impactado principalmente pela queda na energia elétrica (-4,88%). 

IPCA-15 - Regiões
Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Janeiro Fevereiro Ano 12 meses
Fortaleza 3,88 0,97 0,95 1,93 6,40
Curitiba 8,09 0,62 0,71 1,34 4,68
Salvador 7,19 0,38 0,67 1,05 4,21
Belém 4,46 0,78 0,64 1,43 4,43
Brasília 4,84 0,33 0,62 0,96 3,55
Belo Horizonte 10,04 0,97 0,51 1,48 5,25
São Paulo 33,45 0,63 0,44 1,08 4,19
Porto Alegre 8,61 1,11 0,39 1,50 4,50
Recife 4,71 1,45 0,31 1,76 5,94
Rio de Janeiro 9,77 0,95 0,30 1,25 4,72
Goiânia 4,96 0,89 -0,03 0,86 4,08
Brasil 100,00 0,78 0,48 1,26 4,57
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de dezembro de 2020 a 14 de janeiro de 2021 (base).O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.