Em setembro, vendas no varejo sobem 0,6%
11/11/2020 09h00 | Atualizado em 11/11/2020 09h29
Em setembro de 2020, o comércio varejista nacional cresceu 0,6% frente a agosto, na série com ajuste sazonal, quinta alta consecutiva desde maio de 2020. A média móvel trimestral foi de 2,8%. Na série sem ajuste sazonal, em relação a setembro de 2019, o comércio cresceu 7,3%, quarta taxa positiva consecutiva. No acumulado do ano, o varejo registra estabilidade (0,0%), após cinco meses no campo negativo. Já o acumulado nos últimos 12 meses aumentou 0,9%.
No varejo ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e Material de construção, o volume de vendas cresceu 1,2% em relação a agosto de 2020, quinta variação positiva consecutiva. A média móvel subiu 4,0% reduzindo o ritmo de crescimento das vendas, comparada à média móvel nos trimestres encerrados em agosto (7,4%) e julho (11,1%). Em relação a setembro de 2019, o comércio varejista ampliado cresceu 7,4%, sua terceira taxa positiva consecutiva.
Período | Varejo (%) | Varejo Ampliado (%) | ||
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Volume de vendas | Receita nominal | Volume de vendas | Receita nominal | |
Setembro / Agosto* | 0,6 | 2,1 | 1,2 | 2,2 |
Média móvel trimestral* | 2,8 | 3,7 | 4,0 | 4,9 |
Setembro 2020 / Setembro 2019 | 7,3 | 13,4 | 7,4 | 13,1 |
Acumulado 2020 | 0,0 | 3,6 | -3,6 | -0,1 |
Acumulado 12 meses | 0,9 | 4,2 | -1,4 | 1,6 |
*Série COM ajuste sazonal Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Em setembro, o volume de vendas no varejo subiu 0,6% em relação a agosto e segue trajetória ascendente desde maio de 2020, após o momento de maior queda devido à pandemia de Covid-19. Foi a quinta alta consecutiva, embora com menor magnitude que as anteriores. Com isso, o patamar do comércio varejista, que já havia atingido seu nível recorde no mês de agosto, continua em crescimento. Chama a atenção a recuperação de alguns setores que, nos meses anteriores acumulavam perdas, como Veículos, motos, partes e peças e Tecidos, vestuário e calçados.
Na série com ajuste sazonal, setembro teve predominância de taxas positivas, atingindo cinco das oito atividades pesquisadas. Houve resultados positivos em 13 das 27 UFs, com destaque para: Piauí (5,7%), São Paulo (2,1%) e Espírito Santo (1,8%).
No confronto com setembro de 2019, na série sem ajuste sazonal, as vendas do varejo subiram 7,3% em setembro de 2020, quarta taxa positiva consecutiva. Com isso, o varejo registra estabilidade (0,0%) no acumulado do ano, após seis meses no campo negativo. O acumulado nos últimos doze meses mostra aumento no ritmo das vendas pelo terceiro mês consecutivo, ao passar de 0,5% em agosto para 0,9% em setembro.
O comércio varejista ampliado, frente a setembro de 2019, cresceu 7,4% contra aumento de 3,8% em agosto de 2020, terceira taxa positiva consecutiva. A variação acumulada de janeiro a setembro recuou 3,6% ante queda de 5,0% apontada até agosto. O indicador dos últimos doze meses, ao passar de -1,7% até agosto para -1,4% até setembro, mostra redução na intensidade de perda pelo terceiro mês consecutivo.
Cinco das oito atividades pesquisadas tiveram altas
Na série com ajuste sazonal, na passagem de agosto para setembro de 2020, houve alta em cinco das oito atividades pesquisadas: Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (8,9%); Combustíveis e lubrificantes (3,1%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,1%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,1%) e Móveis e eletrodomésticos (1,0%).
Por outro lado, pressionando negativamente, figuraram três setores: Tecidos, vestuário e calçados (-2,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0.4%).
No comércio varejista ampliado, na passagem de agosto para setembro, o setor de Veículos, motos, partes e peças registrou crescimento de 5,2% enquanto em Material de construção, o aumento foi 2,6%, ambos, respectivamente, após avanços de 8,3% e 3,6% registrados no mês anterior.
Setembro 2020 |
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Atividades | COMÉRCIO VAREJISTA | COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO | ||
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Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | |
Taxa Global | 7,3 | 7,3 | 7,4 | 7,4 |
1 - Combustíveis e lubrificantes | -5,1 | -0,5 | -5,1 | -0,4 |
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo | 4,4 | 2,1 | 4,4 | 1,4 |
3 - Tecidos, vest. e calçados | -7,2 | -0,6 | -7,2 | -0,4 |
4 - Móveis e eletrodomésticos | 28,7 | 2,8 | 28,7 | 1,9 |
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria | 13,7 | 1,3 | 13,7 | 0,9 |
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria | -36,0 | -0,1 | -36,0 | -0,1 |
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação | -7,1 | -0,1 | -7,1 | -0,1 |
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico | 18,9 | 2,4 | 18,9 | 1,6 |
9 - Veículos e motos, partes e peças | -1,5 | -0,4 | ||
10- Material de construção | 31,3 | 2,9 | ||
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio. Nota: A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global. |
Vendas avançam 6,3% frente ao mesmo trimestre de 2019
O trimestre encerrado em setembro de 2020, para o comércio varejista, na comparação com o mesmo período do ano anterior, apresentou ganho de 6,3%, maior variação positiva para este indicador desde o quarto trimestre de 2012, quando havia registrado 7,3%.
Houve variação positiva em quatro das oito atividades pesquisadas: Móveis e eletrodomésticos (30,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (12,0%) e Hiper e supermercados, produtos alimentícios e bebidas (5,7%).
Por outro lado, quatro atividades fecharam o trimestre no campo negativo: Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (-34,6%); Tecidos, vestuário e calçados (-15,4%); Combustíveis e lubrificantes (-8,3%) e Equipamentos e materiais para escritório e informática (-8,3%),
Ainda na comparação com o trimestre do ano anterior, o comércio varejista ampliado teve alta de 4,2%, influenciado, também, pela atividade de Material de construção, com aumento de 26,0%, recorde histórico da série.
Principais atividades:
Móveis e eletrodomésticos mostrou crescimento de 28,7% no volume de vendas em relação a setembro de 2019, quarto mês consecutivo de avanço. O setor exerceu o maior impacto positivo sobre a taxa do comércio varejista em setembro. Na comparação com agosto, na série com ajuste sazonal, o indicador de setembro ficou em 1,0%, quinta taxa positiva após dois meses de queda. No ano, o setor acumula 9,4% de aumento, no campo positivo pelo terceiro mês consecutivo. No indicador nos últimos 12 meses também houve aumento no ritmo de vendas, saindo de 1,1% em maio para 9,8% em setembro.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., com 18,9% no volume de vendas em relação a setembro de 2019, mostrou estabilidade no ritmo de vendas em relação ao resultado de agosto (18,8%), exercendo a segunda maior contribuição positiva ao resultado geral do varejo. Em relação a agosto, houve queda de 0,6%, primeira variação negativa após quatro meses de crescimento. O acumulado no ano, até setembro (-1,5%), comparado ao mês anterior (-4,2%), mostrou redução de queda, enquanto o indicador dos últimos 12 meses registrou 1,3%, com ganho de 0,9 p.p. em relação ao resultado de agosto (0,4%).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com crescimento de 4,4% frente a setembro de 2019, registrou a oitava taxa positiva consecutiva nessa comparação, com ganho de ritmo em relação ao resultado de agosto (3,0%). O segmento representou o terceiro maior impacto positivo na formação da taxa global do varejo. Em relação a agosto, houve redução de 0,4%, terceiro mês consecutivo de queda no volume de vendas. O acumulado no ano, até setembro (5,5%), comparado ao mês anterior (5,6%), mostrou estabilidade no ritmo. No acumulado nos últimos 12 meses, ao registrar 4,2% em setembro, mantém-se em trajetória de crescimento desde março de 2020 (1,6%).
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, apresentou aumento de 13,7% nas vendas frente a setembro de 2019, quarta variação positiva consecutiva, na comparação com igual mês do ano anterior. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o setor apresentou aumento de 2,1%, revertendo taxa de -1,2% registrada em agosto. No acumulado no ano, ao passar de 5,6% até agosto para 6,5% no mês de referência, o setor mostra ganho de ritmo. No acumulado nos últimos 12 meses o setor passa de 6,2% até agosto para 6,8% até setembro.
Tecidos, vestuário e calçados, registrou recuo de 7,2% em relação a setembro de 2019, sétima taxa negativa nessa comparação. A atividade apresentou o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo. Na comparação com o mês anterior, o setor teve queda de 2,4%, após quatro meses de crescimento. Com isso, o acumulado no ano, ao passar de -33,4% em agosto para -30,6% em setembro mostra leve recuperação. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de -20,0% em agosto para -20,4% em setembro, fica praticamente estável.
Combustíveis e lubrificantes, com queda de 5,1% no volume de vendas em relação a setembro de 2019, exerceu a segunda maior contribuição negativa para o resultado total do varejo. Em relação a agosto de 2020, o setor registrou aumento de 3,1%, quinta alta consecutiva na série dessazonalizada. Com isso, no acumulado no ano, ao passar de -11,7% até agosto para -11,0% até setembro, mostra redução na intensidade de perda. Por outro lado, o indicador acumulado nos últimos 12 meses, apresenta intensificação na perda de ritmo (-7,9%) em relação ao mês anterior (-7,5%).
Livros, jornais, revistas e papelaria recuou 36,0% frente a setembro de 2019. Em relação a agosto, o setor teve variação positiva de 8,9%, após queda de 21,1% no mês anterior. No acumulado no ano, ao passar de -30,0% até agosto para -30,5% até setembro, o setor apresenta estabilidade. Já o acumulado nos últimos 12 meses intensifica ritmo de queda, ao passar de -22,9% em agosto para -24,3% em setembro.
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação teve queda de 7,1% em relação a setembro de 2019, enquanto a variação em relação a agosto de 2020 foi de 1,1%, quinta taxa positiva. No acumulado no ano, o setor passa de -19,5% até agosto para -18,2% até setembro, mostrando aumento no ritmo de vendas, apesar de estar no campo negativo durante todo o ano de 2020. O acumulado nos últimos 12 meses é de -12,1%, reduzindo ritmo de queda em relação a agosto (-11,6%).
Varejo ampliado
Veículos, motos, partes e peças, ao cair 1,5% em relação a setembro de 2019, assinalou a sétima taxa negativa seguida, exercendo a contribuição negativa mais intensa no mês para o varejo ampliado. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o setor registra a quinta taxa positiva consecutiva (5,2% em setembro). No acumulado no ano até setembro (-18,1%) houve ganho de ritmo frente a agosto (-20,2%), embora esse indicador esteja negativo desde março. O acumulado nos últimos 12 meses (-11,6%) até setembro perdeu ritmo em relação ao acumulado até agosto (-10,7%).
Material de Construção, com alta de 31,3% em relação a setembro de 2019, o setor contabiliza a quarta taxa positiva consecutiva e a variação de maior magnitude da série histórica iniciada em janeiro de 2004. O setor foi um dos que apresentou recuperação, registrando sua quinta alta consecutiva no volume de vendas, quando da comparação com o mês imediatamente anterior, na série ajustada sazonalmente. O acumulado no ano mostra aumento de ritmo nas vendas (7,9%), comparado ao mês de agosto (4,9%). O acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de 5,0% em agosto para 7,2% em setembro, manteve trajetória de ascensão iniciado em junho de 2020.
Vendas do comércio crescem em 13 das 27 Unidades da Federação
Em setembro, na série com ajuste sazonal, houve resultados positivos em 13 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Piauí (5,7%), São Paulo (2,1%) e Espírito Santo (1,8%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram 14 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Maranhão (-5,9%), Amapá (-5,5%) e Ceará (-4,4%).
Para a mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre agosto e setembro foi de 1,2%, com predomínio de resultados positivos em 14 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Roraima (3,7%), Bahia (3,2%) e Espírito Santo (3,1%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram 13 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Maranhão (-3,9), Ceará (-3,7) e Paraíba (-3,3%).
Na série sem ajuste sazonal, frente a setembro de 2019, houve resultados resultados positivos em todas das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Piauí (23,9%), Maranhão (21,6%) e Acre (19,9%). Quanto à participação na composição da taxa do varejo, os destaques foram: São Paulo (5,8%), Minas Gerais (12,6%) e Santa Catarina (5,7%).
Considerando o comércio varejista, o varejo ampliado, no confronto com setembro de 2019, teve resultados positivos todas as 27 Unidades da Federação, com destaque para: Acre (24,5%), Maranhão (23,4%) e Amapá (22,9%). Quanto à participação na composição da taxa do varejo ampliado, destacaram-se São Paulo (3,9%), Minas Gerais (11,3%) e Santa Catarina (11,5%).