Em julho, Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 3,22%
02/09/2020 09h00 | Atualizado em 02/09/2020 09h00
Em julho de 2020, os preços da indústria subiram 3,22% em relação a junho de 2020, a maior variação positiva da série, iniciada em janeiro de 2014.
O acumulado no ano atingiu 7,28%. Na comparação com julho de 2019, a variação de preços foi de 11,13%. Em julho, 21 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 10 do mês anterior.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.
Período | Taxa |
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Julho de 2020 | 3,22% |
Junho de 2020 | 0,60% |
Julho de 2019 | -1,20% |
Acumulado no ano | 7,28% |
Acumulado em 12 meses | 11,13% |
Em julho de 2020, os preços da indústria variaram, em média, 3,22% em relação a junho/2020. As quatro maiores variações foram nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (14,46%), refino de petróleo e produtos de álcool (11,65%), fumo (4,69%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (3,77%). Os setores de maior influência foram: alimentos (0,90 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,89 p.p.), indústrias extrativas (0,68 p.p.) e metalurgia (0,14 p.p.).
Tabela 1 | |||||||||
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Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses | |||||||||
Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | |
Indústria Geral | 1,16 | 0,60 | 3,22 | 3,31 | 3,93 | 7,28 | 4,55 | 6,38 | 11,13 |
B - Indústrias Extrativas | 9,13 | 3,75 | 14,46 | 4,77 | 8,70 | 24,42 | -3,04 | 0,69 | 16,73 |
C - Indústrias de Transformação | 0,81 | 0,45 | 2,67 | 3,24 | 3,71 | 6,47 | 4,94 | 6,67 | 10,84 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
O acumulado no ano atingiu 7,28%, ante 3,93% em junho/2020. As atividades de maior variação foram: indústrias extrativas (24,42%), outros equipamentos de transporte (18,58%), madeira (17,30%) e metalurgia (16,92%). No acumulado do ano, os setores de maior influência foram: alimentos (2,83 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-1,77 p.p.), indústrias extrativas (1,10 p.p.) e metalurgia (0,98 p.p.).
No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 11,13%, contra 6,38% em junho/2020. As quatro maiores variações foram em outros equipamentos de transporte (26,19%), alimentos (23,78%), madeira (19,21%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (17,75%). Os setores de maior influência foram: alimentos (5,24 p.p.), metalurgia (1,05 p.p.), indústrias extrativas (0,83 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (-0,72 p.p.).
A variação de preços de 3,22% em relação a junho repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 1,34% em bens de capital; 4,19% em bens intermediários; e 2,25% em bens de consumo, sendo que 0,97% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 2,52% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Do resultado da indústria geral, 3,22%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi: 0,11 p.p. de bens de capital, 2,26 p.p. de bens intermediários e 0,86 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,06 p.p. se deveu às variações em bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,79 p.p. nos bens de consumo duráveis.
Tabela 4 | |||||||||
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Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses | |||||||||
Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | MAI/20 | JUN/20 | JUL/20 | |
Indústria Geral | 1,16 | 0,60 | 3,22 | 3,31 | 3,93 | 7,28 | 4,55 | 6,38 | 11,13 |
Bens de Capital (BK) | 3,21 | -1,76 | 1,34 | 11,35 | 9,39 | 10,85 | 14,17 | 12,79 | 14,16 |
Bens Intermediários (BI) | 1,01 | -0,32 | 4,19 | 5,24 | 4,90 | 9,29 | 4,31 | 5,20 | 11,61 |
Bens de consumo(BC) | 0,96 | 2,45 | 2,25 | -0,86 | 1,57 | 3,85 | 3,01 | 6,82 | 9,86 |
Bens de consumo duráveis (BCD) | 1,66 | 0,75 | 0,97 | 4,07 | 4,86 | 5,88 | 5,78 | 6,54 | 7,42 |
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) | 0,81 | 2,82 | 2,52 | -1,86 | 0,90 | 3,44 | 2,43 | 6,87 | 10,39 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
No acumulado no ano, as variações de preços da indústria acumularam, até julho, variação de 7,28%, sendo 10,85% a variação de bens de capital (com influência de 0,81 p.p.), 9,29% de bens intermediários (4,97 p.p.) e 3,85% de bens de consumo (1,51 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,39 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 1,12 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Na comparação julho 2020/julho 2019, a variação de preços da indústria alcançou 11,13%, com as seguintes variações: bens de capital, 14,16% (1,07 p.p.); bens intermediários, 11,61% (6,29 p.p.); e bens de consumo, 9,86% (3,77 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,50 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 3,27 p.p.
A seguir os principais destaques:
Indústrias extrativas: na comparação com junho, os preços de julho variaram em média 14,46%, sendo o quarto aumento consecutivo, ainda que em patamar superior aos dos meses anteriores, 5,64% na média dos três meses. Com esse aumento, o acumulado no ano foi de 24,42%, o maior resultado entre todos aqueles do mês de julho na série (o primeiro número-índice desta série é de dezembro de 2013, portanto, o primeiro julho é o de 2014). Por fim, na comparação com igual mês de 2019, a variação foi de 16,73%.
O setor se destaca por ter apresentado as maiores variações tanto na comparação julho/junho quanto no acumulado no ano. Além disso, em termos de influência, o setor é o terceiro nos três indicadores calculados: em relação ao mês anterior (0,68 p.p., em 3,22%), acumulado no ano (1,10 p.p., em 7,28%) e acumulado em 12 meses (0,83 p.p., em 11,13%).
Alimentos: em relação a junho, os preços dos alimentos tiveram variação média de 3,69%, o maior aumento desde março (4,23%). Com isso, até julho, a variação acumulada no ano foi de 12,03%, segunda maior taxa da série no mês, perdendo para julho de 2012 (12,09%). Por fim, na comparação com julho de 2019, os preços mais recentes estavam 23,78% maiores.
O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a segunda maior variação de preços, na perspectiva do acumulado em 12 meses e de, em termos de influência, ter sido a primeira nos três indicadores calculados: em relação ao mês anterior (0,90 p.p., em 3,22% da variação das indústrias extrativas e de transformação), acumulado no ano (2,83 p.p., em 7,28%) e acumulado em 12 meses (5,24 p.p., em 11,13%).
Os quatro produtos de maior influência no resultado de julho contra junho - responderam por 2,21 p.p., em 3,69% - foram: “açúcar VHP (very high polarization)”, “carnes e miudezas de aves congeladas”, “resíduos da extração de soja” e “óleo de soja em bruto, mesmo degomado”. Desses produtos, apenas “açúcar VHP (very high polarization)” aparece em destaque em termos de variação.
O aumento de preços do açúcar esteve atrelado ao aquecimento do mercado externo, não podendo perder de vista a depreciação do real. Em julho, a depreciação foi de 1,6%, mas o acumulado em 2020 atingiu 28,5% e entre julho de 2019 e julho de 2020, 39,7%. Essa depreciação também atingiu os demais produtos, uma vez que todos são exportados.
Refino de petróleo e produtos de álcool: pelo segundo mês consecutivo, depois de quatro resultados negativos, os preços do setor tiveram variação positiva, 11,65%. Vale observar que de fevereiro a maio, havia sido acumulada uma taxa de -36,67% e que de junho a julho a taxa foi de 30,81%. Seja como for, até julho o setor acumulou uma variação de -16,62% e, na comparação com igual mês de 2019, -7,29%.
O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido, na comparação julho contra junho, a segunda maior variação de preços entre todas as atividades das indústrias extrativas e de transformação, além de ter sido a segunda influência na comparação com o mês anterior (0,89 p.p., em 3,22%) e no acumulado no ano (-1,77 p.p., em 7,28%) e a quarta influência no acumulado em 12 meses (-0,72 p.p., em 11,13%).
Ao comparar os preços de julho contra junho, todas as variações foram positivas, prevalecendo, entre elas, as de derivados de petróleo. No caso de influência, destaca-se, ao lado de derivados de petróleo - com destaque para os dois produtos de maior peso no cálculo do setor, “óleo diesel” (40,74%) e “gasolina automotiva ou para outros usos, exceto para aviação” (23,06%) - a de “álcool etílico (anidro ou hidratado)”. Os quatro produtos de maior influência responderam por 10,32 p.p. da variação de 11,65%, ou seja, 1,33 p.p. é a influência conjunta dos demais seis produtos que compõem o setor.
Metalurgia: ao comparar os preços médios de julho contra junho, houve uma variação de 2,21%, sexto aumento observado no ano (apenas em junho houve queda de preços, de -3,22%). Com isso, o acumulado em 2020 ficou em 16,92% e o acumulado em 12 meses alcançou a variação de 17,57%. Um ponto a ser ressaltado na variação acumulada no ano é que este é o maior resultado para um mês de julho em toda a série histórica.
Neste mês, o setor se destacou, dentre todas as atividades analisadas, em quatro critérios: foi a quarta maior variação acumulada no ano, a quarta maior influência no resultado mês com o mês anterior (0,14 p.p. em 3,22%), a quarta maior influência no acumulado no ano (0,98 p.p. em 7,28%) e a segunda maior influência no acumulado em 12 meses (1,05 p.p. em 11,13%).
O resultado do mês foi obtido graças, principalmente, a três produtos, sendo dois do grupo de siderurgia e um de materiais não ferrosos, todos com variações positivas de preços. São eles: “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas ou chapas de aços galvanizadas, zincadas ou cromadas” e “ouro para usos não monetários”. O produto “óxido de alumínio (alumina calcinada)” também se destacou como uma das principais influências, mas impactando negativamente o resultado. Esses quatro produtos representam 1,36 p.p. da variação no mês, cabendo 0,85 p.p. aos demais 20 produtos.