Em julho, IBGE estima alta de 3,8% na safra de 2020
11/08/2020 09h00 | Atualizado em 11/08/2020 09h03
Em julho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2020 foi estimada em 250,5 milhões de toneladas e se manteve em patamar recorde, 3,8% acima da safra de 2019 (mais 9 milhões de toneladas) e 1,3% superior à estimativa de junho (mais 3,1 milhões de toneladas).
Estimativa de julho para 2020 | 250,5 milhões de toneladas | ||||
Variação safra 2020 / safra 2019 | 3,8% (9 milhões de toneladas) | ||||
Variação safra 2020 / 6ª estimativa 2020 | 1,3% (3,1 milhões de toneladas) |
Já a área a ser colhida é de 64,9 milhões de hectares, 2,6% acima de 2019 (mais 1,7 milhão de ha) e um crescimento de 289,0 mil hectares, 0,4% em relação à estimativa anterior.
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo e, somados, representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 87,1% da área a ser colhida. Em relação a 2019, houve acréscimos de 2,2% na área do milho (aumentos de 4,0% no milho de primeira safra e de 1,5% no milho de segunda safra), de 3,1% na área da soja e de 0,1% na do algodão herbáceo, ocorrendo declínio de 1,5% na área de arroz.
Em relação ao ano passado, a estimativa é de acréscimos de 5,9% para a soja (120,1 milhões de toneladas) e de 7,3% para o arroz (11,0 milhões de toneladas). O algodão ficou estável (6,9 milhões de toneladas). É esperado decréscimo de 0,8% para o milho (crescimento de 2,8% no milho de primeira safra e decréscimo de 2,0% no milho de segunda safra), com produção de 99,8 milhões de toneladas (26,7 milhões de toneladas de milho na primeira safra e 73,1 milhões de toneladas de milho na segunda safra).
A distribuição da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi a seguinte: Centro-Oeste (118,0 milhões de toneladas), Sul (74,3 milhões de toneladas), Sudeste (25,6 milhões de toneladas), Nordeste (21,9 milhões de toneladas) e Norte (10,8 milhões de toneladas). Isso representa aumento em quase todas as regiões: Nordeste (13,9%), Norte (9,6%), Sudeste (7,9%) e Centro-Oeste (5,8%). O Sul declinou 3,8%.
Entre as Unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,7%, seguido pelo Paraná (16,3%), Rio Grande do Sul (10,8%), Goiás (10,2%), Mato Grosso do Sul (7,8%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 79,9% do total nacional. Com relação à participação das regiões brasileiras, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (47,1%), Sul (29,7%), Sudeste (10,2%), Nordeste (8,7%) e Norte (4,3%).
Destaques na estimativa de julho de 2020 em relação a junho
Em julho, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção em relação a junho: feijão 3ª safra (9,7%), da aveia (6,9%), do trigo (6,0%), milho 2ª safra (3,2%), do arroz (1,8%), da soja (0,2%). Houve redução na produção do milho 1ª safra (0,0%), da cevada (1,1%), do feijão 1ª safra (2,9%) e do feijão 2ª safra (4,0%).
Em números absolutos, os destaques foram para as variações do milho 2ª safra (2,2 milhões de toneladas), do trigo (416,7 mil toneladas), da soja (231,3 mil toneladas), do arroz (196,0 mil toneladas), da aveia (70,5 mil toneladas), do feijão 3ª safra (48,5 mil toneladas), do feijão 2ª safra (-42,9 mil toneladas), do feijão 1ª safra (-40,0 mil toneladas), do milho 1ª safra (-11,2 mil toneladas) e da cevada (4,6 mil toneladas).
ARROZ (em casca) – A produção de 11,0 milhões de toneladas teve um crescimento de 1,8% em relação a junho, devido às reavaliações no rendimento médio, que cresceu 1,3% e alcançou 6.586 kg/ha, e na área colhida, que aumentou 0,5%, totalizando 1,6 milhão de hectares. A região Sul é responsável por 83,0% da produção nacional, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor de arroz do país, responsável por 70,6% do total a ser colhido em 2020. A produção gaúcha apresentou um incremento de 1,1%, devido ao aumento de 1,2% na produtividade da cultura.
Em relação a 2019, a produção de arroz cresceu 7,3%, com aumento de 8,8% no rendimento médio, já a área plantada declinou 2,2%. Esse aumento, de 744,8 mil toneladas, deve-se, principalmente, a Região Sul, que obteve uma produção de 9,1 milhões de toneladas, crescimento de 9,1% ou 764,6 mil toneladas, com o Rio Grande do Sul aumentando sua produção em 8,3% ou 593,9 mil toneladas, e Santa Catarina e Paraná com aumentos de 14,5% e 12,5%, respectivamente, informando crescimentos de 153,8 e 16,9 mil toneladas.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo encontra-se em 7,4 milhões de toneladas, crescimento de 6,0% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a estimativa encontra-se 41,0% maior.
A Região Sul deve responder, em 2020, por 91,0% da produção tritícola nacional. No Paraná, maior produtor, com participação de 50,0% no total nacional, a produção foi estimada em 3,6 milhões de toneladas, com altas de 0,4% em relação a junho e de 72,8% frente a 2019. O rendimento médio e a área plantada apresentam aumentos de 56,0% e 10,7%, nesse comparativo, respectivamente. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor, com participação de 38,8% no total nacional, deve produzir 2,8 milhões de toneladas, alta de 25,1% em relação a 2019; e, Santa Catarina, 162,1 mil toneladas, alta de 10,2%.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,0 milhão de toneladas, crescimento de 6,9% em relação ao mês anterior. Os maiores produtores do cereal são Rio Grande do Sul, com 754,6 mil toneladas, e Paraná, com 213,7 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da aveia deve crescer 20,1%.
Para a cevada, a produção estimada encontra-se em 418,4 mil toneladas, declínio de 1,1% em relação ao mês anterior. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 288,8 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 115,6 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da cevada deve apresentar crescimento de 4,5%.
FEIJÃO (em grão)- A estimativa da produção nacional total foi de 2,9 milhões de toneladas, redução de 1,2% em relação ao mês anterior. A estimativa para a área plantada e o rendimento médio diminuíram 0,1% e 0,9%, respectivamente. Nesse levantamento, os maiores produtores, somadas as três safras, são Paraná com 19,9%, Minas Gerais com 18,3%, Goiás com 11,1% e Bahia com 11,0% de participação na produção nacional. Com relação à variação anual, a estimativa para a área plantada e a estimativa da safra foram reduzidas em 4,0%.
A 1ª safra de feijão participa com 45,7% da produção total do grão e foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, declínio de 2,9% frente à estimativa de junho, o que representa 40,0 mil toneladas. O destaque positivo coube a Minas Gerais, que teve a estimativa da produção aumentada em 2,8%, resultado do crescimento de 1,2% na área colhida e de 1,5% na estimativa do rendimento médio. Os destaques negativos foram do Piauí, com uma redução de 17,4%, e do Ceará, com queda de 13,2%. Em relação a 2019, houve crescimentos de 3,8% na produção; e de 3,0% no rendimento médio e declínio de 1,9% na área plantada.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,0 milhão de toneladas, queda de 4,0% frente a junho, refletindo o rendimento médio, que ficou 2,2% menor. Em Goiás, espera-se queda de 36,8% e Santa Catarina, redução de 15,4%. Destaque positivo para Pernambuco, com alta de 8,5% na produção. Quanto à variação anual, a estimativa indica diminuição de 11,6% em relação a 2019. Para o rendimento médio está prevista uma queda de 2,0% e para a área a ser colhida uma redução de 9,8%. A 2ª safra representa 35,4% do feijão produzido no país.
Já a produção da 3ª safra de feijão foi estimada em 552,1 mil toneladas, aumento de 9,7% frente a junho. A área a ser plantada também teve sua estimativa aumentada em 9,4%. Destaque para Goiás, que prevê aumento de 19,4% para a produção e de 21,3% para a área plantada, e para Minas Gerais, com estimativa de produção 10,8% superior à de junho. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção sofreu redução de 6,2%, com a área a ser plantada declinando 6,5%.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção cresceu 2,3%, totalizando 99,8 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção encontra-se 800,1 mil de toneladas menor (-0,8%), com queda de 2,9% no rendimento médio, embora haja aumentos de 1,6% na área a ser plantada e de 2,2% na área a ser colhida. A primeira safra deve participar com 26,8% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 73,2%.
Na 1ª safra de milho,a produção alcançou 26,7 milhões de toneladas, ficando praticamente estável em relação a junho, com queda de apenas 11,3 mil toneladas. Na comparação anual, a produção foi 2,8% maior, havendo incrementos de 2,1% na área plantada e declínio de 1,2% no rendimento médio. Houve declínio de 27,7% na produção gaúcha, devido a uma forte estiagem, que fez com que o Rio Grande do Sul deixasse de figurar como o maior produtor de milho dessa safra, após ser ultrapassado por Minas Gerais. A produção mineira foi de 4,8 milhões de toneladas, enquanto a gaúcha ficou em 4,2 milhões de toneladas.
Para a 2ª safra de milho, a estimativa da produção foi de 73,1 milhões de toneladas, crescimento de 3,2% em relação ao mês anterior, ou o equivalente a 2,2 milhões de toneladas. Os aumentos mais significativos foram informados por Mato Grosso (5,3%), Goiás (4,8%), Paraná (1,6%) e Tocantins (13,4%). Na comparação com o ano anterior, a produção do milho 2ª safra apresenta declínio de 2,0%, com o rendimento médio decrescendo 3,5%. Contudo, a produção brasileira de milho 2ª safra, em 2019, foi recorde da série histórica do IBGE, portanto, constituindo-se em uma base de comparação elevada. Houve declínios relevantes na produção do Paraná (-14,0%), Goiás (-6,0%), Mato Grosso do Sul (-9,5%) e Minas Gerais (-8,6%), tendo crescido 6,1% no Mato Grosso.
SOJA (em grão) – A produção de soja de 2020 é mais um recorde da série histórica do IBGE, totalizando 120,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,9% em relação à safra anterior. Na atualização mensal, houve alta de 0,2% no volume colhido, impactado, principalmente, pelos dados levantados pelo Tocantins, que informou aumento de 5,9% na produção, que deve ser de 3,1 milhões de toneladas. Nesse comparativo, o rendimento médio e a área colhida cresceram 4,2% e 1,6%, respectivamente.
A produção da leguminosa, em 2020, só não foi maior devido à produção gaúcha, que declinou 39,3% (7,3 milhões de toneladas) em relação a 2019. O Rio Grande do Sul sofreu prolongada estiagem entre dezembro de 2019 e maio de 2020, prejudicando grande parte das áreas produtoras de soja. A escassez de chuvas influenciou diretamente o rendimento médio do grão, que deve ficar próximo de 1.883 kg/ha, queda de 40,7% na comparação com a média estadual de 2019, de 3.178 kg/ha. A produção gaúcha foi estimada em 11,2 milhões de toneladas, contra 18,5 milhões de toneladas em 2019.