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IPCA-15 fica em 0,30% em julho

24/07/2020 09h00 | Atualizado em 24/07/2020 09h00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,30% em julho, após o resultado de 0,02% registrado em junho. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,67% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada foi de 2,13%, acima dos 1,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,09%.

Período Taxa
Julho de 2020 0,30%
Junho de 2020 0,02%
Julho de 2019 0,09%
Acumulado no ano 0,67%
Acumulado nos últimos 12 meses 2,13%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta em julho, sendo que o maior impacto (0,22 ponto percentual) e a maior variação positiva (1,11%) vieram dos Transportes, que teve alta após quatro meses de quedas. O segundo maior impacto (0,08 p.p.) veio de Habitação, que registrou 0,50% de variação. Também tiveram elevação de preços os Artigos de residência (0,68%), a Saúde e cuidados pessoais (0,40%) e a Comunicação (0,46%).

Já entre as quedas, os destaques foram Vestuário (-0,91%) e Alimentação e bebidas (-0,13%). Os demais grupos com deflação foram as Despesas pessoais (-0,23%) e a Educação (-0,07%).

IPCA-15 - Grupos - Variação e Impacto   
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Junho Julho Junho Julho
Índice Geral 0,02 0,30 0,02 0,30
Alimentação e bebidas 0,47 -0,13 0,09 -0,03
Habitação -0,07 0,50 -0,01 0,08
Artigos de residência 1,36 0,68 0,05 0,02
Vestuário -0,15 -0,91 -0,01 -0,04
Transportes -0,71 1,11 -0,14 0,22
Saúde e cuidados pessoais -0,01 0,40 0,00 0,05
Despesas pessoais -0,03 -0,23 0,00 -0,03
Educação 0,03 -0,07 0,00 0,00
Comunicação 0,66 0,46 0,04 0,03
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.  

Os Transportes (1,11%) em julho foram impactados pela alta nos preços dos combustíveis (4,40%). Após quatro meses consecutivos de quedas, a gasolina subiu 4,47%. O etanol (4,92%), o óleo diesel (2,50%) e o gás veicular (0,01%) também registraram variações positivas. Houve alta também no subitem metrô (2,00%), decorrente do reajuste de 8,70% nas passagens do Rio de Janeiro (7,30%), que entrou em vigor no dia 11 de junho.

Por outro lado, transporte por aplicativo (-11,98%) e passagem aérea (-4,16%) tiveram queda, bem como táxi (-0,10%), cujo reajuste que havia ocorrido em janeiro no RJ (-0,47%) foi cancelado a partir de 22 de maio.

O resultado da Habitação (0,50%) teve influência, principalmente, de reajustes na energia elétrica (1,03%) em sete regiões metropolitanas. Houve queda de 1,39% em Curitiba e alta em seis locais, que variaram de 0,28% em Porto Alegre até 5,15% em Fortaleza. E a variação na taxa de água e esgoto (0,13%) reflete a alta de 2,77% em Brasília por conta da mudança de estrutura tarifária que foi implementada em 1º de junho. 

Já o que caiu em Habitação foi o custo do gás encanado (-0,08%), decorrente da redução de 0,27% nas tarifas de São Paulo (-0,14%).

O grupo Vestuário apresentou o menor resultado (-0,91%) e o impacto negativo mais intenso (-0,04 p.p.) no índice de julho. Embora as joias e bijuterias (1,67%) tenham subido pelo segundo mês consecutivo, foram registradas quedas nos preços das roupas femininas (-1,32%), masculinas (-1,18%) e infantis (-0,59%), além dos calçados e acessórios (-0,88%).

O grupo Alimentação e bebidas (-0,13%) apresentou queda em julho, após quatro meses consecutivos de altas. A alimentação no domicílio caiu 0,20%, influenciada pela redução nos preços de alguns tubérculos, raízes e legumes (-15,76%), como o tomate (-22,75%), a batata-inglesa (-20,70%), a cenoura (-18,60%) e a cebola (-7,09%). Além disso, o frango inteiro (-1,22%) e o ovo de galinha (-1,82%) registraram quedas mais intensas na comparação com junho (-0,67% e -0,68%, respectivamente).

No lado das altas, os destaques foram o leite longa vida (3,61%), o arroz (2,58%) e as carnes (2,20%).

A alimentação fora do domicílio (0,03%) desacelerou em relação ao resultado de junho (0,26%). Enquanto o lanche passou de 0,82% para 0,20%, a refeição ficou praticamente estável, passando de 0,00% em junho para alta de 0,02% no IPCA-15 de julho.

No que diz respeito aos índices regionais, apenas a região metropolitana do Rio de Janeiro (-0,07%) apresentou deflação em julho. Esse resultado ocorreu especialmente por conta das quedas nos preços do tomate (-33,48%), da batata-inglesa (-28,91%) e do transporte por aplicativo (-15,94%). O maior índice foi observado na região metropolitana de Curitiba (0,76%), influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (10,91%), em especial o etanol (15,16%) e a gasolina (10,39%).

IPCA-15 - Regiões     
Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Junho Julho Ano 12 meses
Curitiba 8,09 -0,08 0,76 -0,03 1,71
Salvador 7,19 0,05 0,75 1,42 2,42
Recife 4,71 0,06 0,62 1,76 2,36
Brasília 4,84 0,10 0,55 0,04 1,33
Goiânia 4,96 0,13 0,39 -0,50 1,67
Fortaleza 3,88 -0,17 0,31 1,72 2,64
Belo Horizonte 10,04 -0,09 0,26 0,63 1,94
Belém 4,46 -0,20 0,22 0,52 2,63
São Paulo 33,45 0,00 0,19 0,78 2,54
Porto Alegre 8,61 0,07 0,07 0,18 1,65
Rio de Janeiro 9,77 0,27 -0,07 0,84 1,89
Brasil 100,00 0,02 0,30 0,67 2,13
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.  

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de junho a 14 de julho de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de maio a 15 de junho de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.