Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 1,22% em maio
01/07/2020 09h00 | Atualizado em 09/07/2020 19h48
Em maio de 2020, os preços da indústria subiram 1,22% em relação a abril/2020. O acumulado no ano atingiu 3,37%. Na comparação com maio de 2019, a variação de preços foi de 4,60%. Em maio, 16 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 20 do mês anterior.
Período | Taxa |
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Maio de 2020 | 1,22% |
Abril de 2020 | 0,11% |
Maio de 2019 | 1,39% |
Acumulado no ano | 3,37% |
Acumulado em 12 meses | 4,60% |
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses |
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | |
Indústria Geral | 0,84 | 0,11 | 1,22 | 2,01 | 2,13 | 3,37 | 5,95 | 4,79 | 4,60 |
B - Indústrias Extrativas | -17,12 | 4,04 | 9,13 | -7,72 | -4,00 | 4,77 | -6,30 | -5,38 | -3,04 |
C - Indústrias de Transformação | 1,78 | -0,05 | 0,87 | 2,47 | 2,41 | 3,30 | 6,54 | 5,29 | 5,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Em maio de 2020, os preços da indústria variaram, em média, 1,22% em relação a abril/2020. As quatro maiores variações foram nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (9,13%), refino de petróleo e produtos de álcool (-5,78%), outros equipamentos de transporte (4,57%) e têxtil (4,36%). As maiores influências foram: alimentos (0,60 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,41 p.p.), indústrias extrativas (0,39 p.p.) e veículos automotores (0,15 p.p.).
O acumulado no ano atingiu 3,37%, ante 2,13% em abril/2020. As atividades de maior variação foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-36,27%), outros equipamentos de transporte (23,01%), madeira (18,86%) e metalurgia (18,25%). No acumulado do ano, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-3,86 p.p.), alimentos (2,12 p.p.), metalurgia (1,06 p.p.) e outros produtos químicos (0,71 p.p.)
No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 4,60%, contra 4,79% em abril/2020. As quatro maiores variações foram em refino de petróleo e produtos de álcool (-36,02%), outros equipamentos de transporte (27,14%), madeira (17,85%) e alimentos (17,59%). Os setores de maior influência foram: alimentos (3,88 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-3,87 p.p.), metalurgia (0,90 p.p.) e veículos automotores (0,60 p.p.).
A variação de preços de 1,22% em relação a abril repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 3,08% em bens de capital; 1,00% em bens intermediários; e 1,14% em bens de consumo, sendo que 1,58% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,04% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Do resultado da indústria geral, 1,22%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi: 0,24 p.p. de bens de capital, 0,55 p.p. de bens intermediários e 0,43 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,32 p.p. se deveu às variações em bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,11 p.p. nos bens de consumo duráveis.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses |
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | MAR/20 | ABR/20 | MAI/20 | |
Indústria Geral | 0,84 | 0,11 | 1,22 | 2,01 | 2,13 | 3,37 | 5,95 | 4,79 | 4,60 |
Bens de Capital (BK) | 2,70 | 2,65 | 3,08 | 5,10 | 7,88 | 11,20 | 9,45 | 11,46 | 14,02 |
Bens Intermediários (BI) | 0,56 | 1,20 | 1,00 | 2,95 | 4,19 | 5,23 | 4,87 | 5,14 | 4,31 |
Bens de consumo(BC) | 0,87 | -1,93 | 1,14 | 0,14 | -1,80 | -0,68 | 6,80 | 2,99 | 3,20 |
Bens de consumo duráveis (BCD) | 0,37 | 1,12 | 1,58 | 1,24 | 2,38 | 4,00 | 4,11 | 4,21 | 5,71 |
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) | 0,98 | -2,56 | 1,04 | -0,09 | -2,65 | -1,64 | 7,37 | 2,73 | 2,67 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
No acumulado no ano, as variações de preços da indústria acumularam, até maio, variação de 3,37%, sendo 11,20% a variação de bens de capital (com influência de 0,84 p.p.), 5,23% de bens intermediários (2,80 p.p.) e -0,68% de bens de consumo (-0,27 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,26 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,53 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Na comparação maio 2020/maio 2019, a variação de preços da indústria alcançou 4,60%, com as seguintes variações: bens de capital, 14,02% (1,03 p.p.); bens intermediários, 4,31% (2,35 p.p.); e bens de consumo, 3,20% (1,22 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,38 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,84 p.p..
A seguir os principais destaques:
Indústrias extrativas: em maio, os preços do setor avançaram 9,13% em relação a abril, maior variação e terceira maior influência no índice geral (0,39 p.p. em 1,22%). Trata-se da maior variação positiva na atividade desde março de 2019 (12,13%). O acumulado no ano ficou em 4,77%, resultado positivo após dois meses de queda neste indicador. No acumulado nos últimos 12 meses, o setor continua apresentando variação negativa (de -3,04%), assim como em março (-6,30%) e em abril (-5,38%).
Alimentos: em maio, os preços de alimentos cresceram, em média, 2,47% em relação a abril. Na série que vai de agosto de 2019 a maio de 2020, apenas o resultado de janeiro de 2020 (-1,91%) foi negativo. Neste período, a variação de preços acumulou 20,42%, sendo que, em 2020, o acumulado foi de 8,99%. Na comparação com igual mês de 2019, o resultado de maio foi de 17,59%.
Além de ser a maior contribuição no resultado geral, 25,99%, alimentos tem a quarta maior variação na comparação maio 2020 contra maio 2019, a principal influência nos indicadores em relação ao mês anterior (0,60 p.p., em 1,22%) e acumulado em 12 meses (3,88 p.p., em 4,60%) e a segunda no acumulado no ano (2,12 p.p., em 3,37%).
Os produtos com maior destaque em termos de influência (“carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, “açúcar VHP (very high polarization)”, “resíduos da extração de soja” e “carnes e miudezas de aves congeladas”) responderam por 1,74 p.p. da variação de 2,47%. Estes produtos são importantes na pauta de exportação brasileira, portanto, o aumento de preços esteve ligado à depreciação do real que, em maio, foi de 6,0%, com o que alcançou 37,3% ao longo de 2020. No caso de “carnes e miudezas de aves congeladas”, apesar de a exportação ter sido particularmente estimulada pela demanda chinesa, os preços no mercado interno tiveram o impacto negativo, que prevaleceu.
Refino de petróleo e produtos de álcool: na comparação maio contra abril, a variação média de preços do setor foi, pelo quarto mês consecutivo, negativa (-5,78%). No ano, a variação é de -36,27% e em 12 meses, de -36,02%. Em maio, o número-índice foi de 76,71, número que se aproxima da média de 2016, 77,32.
Entre os produtos destacados em termos de variação e de influência, a lista é praticamente a mesma. “Naftas” aparece entre as variações, mas não em influência, e “álcool etílico (anidro ou hidratado)” em influência, mas não em variação. A influência conjunta dos quatro produtos destacados (listados no quadro a seguir) foi de -5,70 p.p., em -5,78%. Vale dizer que a única variação positiva nos produtos listados foi observada em “gasolina, exceto para aviação”.
Outros produtos químicos: a indústria química apresentou variação média de preços, em relação a abril, de 0,23%, menor variação positiva dos últimos quatro meses, lembrando que março havia tido a maior variação positiva de preços desde o início da pesquisa em dezembro de 2009. O setor acumulou uma variação positiva de 9,14% em 2020, bem diverso do que ocorreu em maio de 2019, quando havia ficado negativo em –3,17%. No acumulado em 12 meses, a atividade alcançou 5,33%. O setor químico foi a quarta maior influência no acumulado do ano e representou a terceira maior contribuição (8,56%) nos resultados do indicador geral.
Em relação aos quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (0,50 p.p. em 0,23%), os já mencionados “benzeno” e “propeno (propileno) não saturado” tiveram variações negativas. Os demais tiveram variações positivas e pertencem aos dois grupos econômicos anteriormente citados, são eles: “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos fosfatados” e “herbicidas para uso na agricultura”.
Metalurgia: Em relação a abril, houve variação de 1,04%, completando dessa forma cinco variações positivas de preços seguidas. Com isso, o acumulado no ano ficou em 18,25%, maior acumulado até maio em toda série da pesquisa. No acumulado em 12 meses a variação ficou em 14,90%.
O resultado do mês foi obtido graças, principalmente, a quatro produtos, sendo dois do grupo de materiais ferrosos e dois de não ferrosos. São eles: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” com valor negativo, “ouro para usos não monetários”, “óxido de alumínio (alumina calcinada)” e “ferronióbio”, todos esses com variações positivas de preços sobre o indicador M/M-1. Os quatro representam 0,61 p.p. da variação no mês, cabendo 0,43 p.p. aos demais 20 produtos. Esses mesmos produtos haviam sido os destaques em março e abril.
Veículos automotores: em maio, a variação foi de 1,80% em relação a abril. Este resultado, além de representar o nono mês consecutivo de aumento médio de preços, é a maior variação observada no setor desde janeiro de 2016 (quando houve um aumento de 2,13%). Com isso, a variação acumulada no ano alcançou 5,18%, sendo a maior variação em um mês de maio para este indicador em toda a série histórica. E a variação acumulada nos últimos 12 meses apresentou um aumento de 7,47%. Além de apresentar a segunda maior contribuição no cálculo do indicador geral (8,60%), a atividade se destacou, dentre todos os setores pesquisados, por ter sido a quarta maior influência nos indicadores mensal (0,15 p.p. em 1,22%) e acumulado em 12 meses (0,60 p.p. em 4,60%).
A atividade de veículos automotores, além de apresentar a segunda maior contribuição no cálculo do indicador geral (8,60%), se destacou, dentre todos os setores pesquisados, por ter sido a quarta maior influência nos indicadores M/M-1 (0,15 p.p. em 1,22%) e M/M-12 (0,60 p.p. em 4,60%).
Em uma análise por produtos no setor, é possível observar que, entre os quatro produtos de maior influência na comparação mensal, todos eles impactaram positivamente o índice: “automóveis para passageiros, a gasolina ou bicombustível, de qualquer cilindrada”, “bombas injetoras para veículos automotores”, “freios, servo-freios ou suas peças e acessórios, para veículos automotores” e “veículos para o transporte de mercadorias a gasolina e/ou álcool, de capacidade não superior a 5 t”. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 1,43 p.p., ou seja, os demais 19 produtos da atividade contribuíram com 0,37 p.p.