IPCA foi de -0,38% em maio
10/06/2020 09h00 | Atualizado em 16/07/2020 17h22
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de
-0,38%, enquanto a taxa registrada em abril foi de -0,31%. Essa é a menor variação mensal desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula queda de 0,16% e, nos últimos doze meses, alta de 1,88%, abaixo dos 2,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa havia ficado em 0,13%.
Período | Taxa |
---|---|
Maio de 2020 | -0,38% |
Abril de 2020 | -0,31% |
Maio de 2019 | 0,13% |
Acumulado no ano | -0,16% |
Acumulado nos 12 meses | 1,88% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram deflação em maio. O maior impacto negativo do mês, -0,38 ponto percentual (p.p.), veio dos Transportes, cuja queda de 1,90% foi menos intensa que a de abril (-2,66%). Outros destaques foram Vestuário e Habitação, que recuaram 0,58% e 0,25% respectivamente. No lado das altas, Artigos de residência subiu 0,58% ante o recuo do mês anterior (-1,37%). Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a abril (1,79%). Os demais ficaram entre a queda de 0,10% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,24% em Comunicação.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Abril | Maio | |
Índice Geral | -0,31 | -0,38 | -0,31 | -0,38 |
Alimentação e Bebidas | 1,79 | 0,24 | 0,35 | 0,05 |
Habitação | -0,10 | -0,25 | -0,02 | -0,04 |
Artigos de Residência | -1,37 | 0,58 | -0,05 | 0,02 |
Vestuário | 0,10 | -0,58 | 0,00 | -0,03 |
Transportes | -2,66 | -1,90 | -0,54 | -0,38 |
Saúde e Cuidados Pessoais | -0,22 | -0,10 | -0,03 | -0,01 |
Despesas Pessoais | -0,14 | -0,04 | -0,01 | 0,00 |
Educação | 0,00 | 0,02 | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | -0,20 | 0,24 | -0,01 | 0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Assim como em abril, o resultado do grupo Transportes (-1,90%) foi influenciado pela variação nos preços dos combustíveis (-4,56%). O maior impacto sobre o índice do mês foi negativo (-0,20 p.p.) e veio, novamente, da gasolina (-4,35%), cuja queda foi menos intensa que a registrada em abril (-9,31%). O etanol seguiu o mesmo movimento, com variação de -5,96% em maio frente aos -13,51% de abril, enquanto o óleo diesel (-6,44%) apresentou resultado próximo ao do mês passado (-6,09%), com impacto de -0,01 p.p.
Já as passagens aéreas recuaram 27,14%, contribuindo com -0,16 p.p. no IPCA de maio. Todas as regiões pesquisadas registraram queda de preços, que foram desde os -15,55% em Rio Branco até os -34,54% em Campo Grande.
Ainda em Transportes, a variação negativa no subitem táxi (-0,11%) deve-se ao Rio de Janeiro (-0,52%), que cancelou, a partir de 22 de maio, o reajuste da tarifa em vigor desde janeiro deste ano.
No grupo Vestuário (-0,58%), houve quedas nas roupas femininas (-0,88%), nos calçados e acessórios (-0,74%), nas roupas masculinas (-0,55%) e nas roupas infantis (-0,29%). As joias e bijuterias, por sua vez, subiram 1,00%, por conta do subitem joia (1,67%).
Em Habitação (-0,25%), a maior contribuição negativa (-0,02 p.p.) veio da energia elétrica (-0,58%). Em maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até o fim deste ano. As áreas apresentaram variações que foram desde a queda de 6,10% em Fortaleza até a alta de 3,26% em Goiânia. No subitem gás encanado (-0,76%), a queda se deve à redução média de 2,60% nas tarifas do Rio de Janeiro (-2,53%), vigentes desde 1º de maio.
O grupo Artigos de residência (0,58%) apresentou a maior variação positiva do mês, influenciado pela alta dos artigos de TV, som e informática (4,57%), que contribuíram com 0,03 p.p. no IPCA de maio. Os preços dos eletrodomésticos e equipamentos (1,98%) também subiram, e os itens de mobiliário caíram 3,17%, comportamento parecido com o do mês anterior (-2,92%).
Já o grupo Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a abril (1,79%). Os preços de itens como a cenoura (-14,95%) e as frutas (-2,10%) recuaram em maio, contribuindo para que a alimentação no domicílio passasse de 2,24% para 0,33%. No lado das altas, os destaques foram a cebola (30,08%), a batata-inglesa (16,39%) e o feijão carioca (8,66%). As carnes subiram 0,05%, após quatro meses consecutivos de queda.
A alimentação fora do domicílio também desacelerou de abril (0,76%) para maio (0,04%). O lanche passou de alta de 3,07% para 0,83% e a refeição registrou queda mais intensa, passando de -0,13% em abril para -0,34% no IPCA de maio.
As 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em maio. O menor índice ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte (-0,60%), com a queda nos preços da gasolina (-6,61%) e das passagens aéreas (-28,14%). Já o maior resultado foi na região metropolitana do Recife (-0,18%), devido às altas nos preços da cebola (31,31%) e do automóvel novo (1,86%) e também da queda menos intensa nos preços da gasolina (-3,59%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Belo Horizonte | 9,69 | -0,21 | -0,60 | -0,07 | 1,93 |
Campo Grande | 1,57 | -0,43 | -0,57 | 0,10 | 2,32 |
Curitiba | 8,09 | -1,16 | -0,57 | -1,46 | 0,85 |
Fortaleza | 3,23 | -0,12 | -0,52 | 0,64 | 2,57 |
Aracaju | 1,03 | 0,15 | -0,50 | 1,11 | 1,98 |
Vitória | 1,86 | -0,09 | -0,48 | 0,18 | 1,78 |
Salvador | 5,99 | -0,16 | -0,47 | 0,04 | 1,66 |
Porto Alegre | 8,61 | -0,05 | -0,44 | -0,48 | 1,18 |
Belém | 3,94 | -0,13 | -0,39 | -0,08 | 2,95 |
Rio Branco | 0,51 | -0,51 | -0,33 | -0,55 | 0,67 |
Rio de Janeiro | 9,43 | 0,18 | -0,28 | 0,40 | 2,20 |
São Paulo | 32,28 | -0,37 | -0,28 | 0,01 | 2,32 |
Brasília | 4,06 | -0,58 | -0,28 | -0,86 | 1,32 |
Goiânia | 4,17 | -0,53 | -0,25 | -1,25 | 1,11 |
São Luís | 1,62 | -0,44 | -0,22 | -0,30 | 0,91 |
Recife | 3,92 | -0,19 | -0,18 | 0,61 | 1,67 |
Brasil | 100,00 | -0,31 | -0,38 | -0,16 | 1,88 |
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 30 de abril a 28 de maio de 2020 (referência) com os preços vigentes de 31 de março a 29 de abril de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.
INPC varia -0,25% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em maio apresentou variação de -0,25%, enquanto em abril havia registrado -0,23%. Esse é o menor resultado para um mês de maio desde o início do Plano Real. A variação acumulada no ano foi de 0,06% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,05%, abaixo dos 2,46% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa foi de 0,15%.
Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,40% em maio enquanto, em abril, haviam registrado 1,91%. Já o agrupamento dos não alimentícios apresentou variação de -0,44%, enquanto, no mês anterior, havia registrado -0,84%.
Em relação aos índices regionais, a região metropolitana de Campo Grande (-0,52%) apresentou o menor índice, por causa da queda da gasolina (-6,04%). Já o maior resultado ficou com a região metropolitana do Rio de Janeiro (-0,07%), influenciada pelas altas das carnes (4,19%) e da cebola (35,63%).
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Campo Grande | 1,73 | -0,37 | -0,52 | 0,23 | 2,53 |
Fortaleza | 5,16 | -0,04 | -0,51 | 0,79 | 2,71 |
Curitiba | 7,37 | -1,21 | -0,49 | -1,52 | 0,89 |
Belo Horizonte | 10,35 | -0,20 | -0,45 | 0,18 | 2,20 |
Aracaju | 1,29 | 0,20 | -0,35 | 1,16 | 1,96 |
Porto Alegre | 7,15 | -0,03 | -0,31 | -0,23 | 1,47 |
Salvador | 7,92 | -0,12 | -0,30 | 0,34 | 1,75 |
Vitória | 1,91 | -0,18 | -0,29 | 0,32 | 1,55 |
Brasília | 1,97 | -0,68 | -0,28 | -0,93 | 0,84 |
São Luís | 3,47 | -0,41 | -0,23 | -0,21 | 1,11 |
Rio Branco | 0,72 | -0,68 | -0,21 | -0,37 | 0,94 |
São Paulo | 24,60 | -0,32 | -0,14 | 0,04 | 2,43 |
Belém | 6,95 | -0,17 | -0,13 | 0,29 | 3,55 |
Recife | 5,60 | 0,11 | -0,13 | 1,18 | 2,08 |
Goiânia | 4,43 | -0,25 | -0,12 | -0,93 | 1,82 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 0,25 | -0,07 | 0,38 | 1,77 |
Brasil | 100,00 | -0,23 | -0,25 | 0,06 | 2,05 |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 28 de maio de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (base). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.