PIB cai 1,5% no 1º trimestre de 2020
29/05/2020 09h00 | Atualizado em 16/07/2020 17h22
O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou retração de 1,5% no primeiro trimestre de 2020 (comparado ao quarto trimestre de 2019), na série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2019, o PIB teve variação negativa de 0,3%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em março de 2020, registrou aumento de 0,9%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Período de comparação | Indicadores | ||||||
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PIB | AGROPEC | INDUS | SERV | FBCF | CONS. FAM | CONS. GOV | |
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) | -1,5% | 0,6% | -1,4% | -1,6% | 3,1% | -2,0% | 0,2% |
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal) | -0,3% | 1,9% | -0,1% | -0,5% | 4,3% | -0,7% | 0,0% |
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal) | 0,9% | 1,6% | 0,7% | 0,9% | 3,0% | 1,3% | -0,4% |
Valores correntes no 1º trimestre (R$) | 1,8 trilhão | 119,7 bilhões | 305,5 bilhões | 1,1 trilhão | 285,1 bilhões | 1,2 trilhão | 343,5 bilhões |
Taxa de investimento (FBCF/PIB) no 1° trimestre de 2020 = 15,8% | |||||||
Taxa de poupança (POUP/PIB) no 1° trimestre de 2020 = 14,1% |
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2020 totalizou R$ 1,803 trilhão, sendo R$ 1,538 trilhão referente ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 265,0 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
No primeiro trimestre de 2020, a taxa de investimento foi de 15,8% do PIB, acima da observada no mesmo período de 2019 (15,0%). O material de apoio das Contas Nacionais Trimestrais está à direita desta página.
PIB recua 1,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior
Afetado pela pandemia e distanciamento social, o PIB apresentou contração de 1,5% na comparação do primeiro trimestre de 2020 contra o quarto trimestre de 2019, na série com ajuste sazonal. A Indústria (-1,4%) e os Serviços (-1,6%) apresentaram recuo, enquanto a Agropecuária (0,6%) cresceu.
Entre as atividades industriais, a queda foi puxada pelas Indústrias Extrativas (-3,2%), mas também apresentaram taxas negativas a Construção (-2,4%), as Indústrias de Transformação (-1,4%) e a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,1%).
Nos Serviços, houve resultados negativos em Outros serviços (-4,6%), Transporte, armazenagem e correio (-2,4%), Informação e comunicação (-1,9%), Comércio (-0,8%), Administração, saúde e educação pública (-0,5%), Intermediação financeira e seguros (-0,1%). A única variação positiva veio das Atividades imobiliárias (0,4%).
Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (-2,0%) registrou queda, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (3,1%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,2%) tiveram variações positivas em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No que se refere ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram contração de 0,9%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 2,8% em relação ao quarto trimestre de 2019.
PIB varia -0,3% na comparação com o 1º tri de 2019
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB teve contração de 0,3% no primeiro trimestre de 2020. O Valor Adicionado a preços básicos teve variação negativa de 0,2% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios recuaram em 0,4%.
A Agropecuária registrou crescimento de 1,9% em relação a igual período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre, como a soja, e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada.
A Indústria apresentou variação negativa de 0,1%. Nesse contexto, a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,8%) registrou a maior queda sendo desfavorecida, além da pandemia e distanciamento social, pelo verão mais ameno.
O segundo maior recuo veio da Construção (-1,0%), com queda no emprego e na fabricação dos seus insumos típicos. A Indústria de Transformação (-0,8%) também sofre retração, sendo seu resultado influenciado, principalmente, pela indústria automobilística, confecção de artigos de vestuário e fabricação de outros equipamentos de transporte.
As Indústrias Extrativas (4,8%), por sua vez, tiveram alta, sendo beneficiadas, principalmente, pelo crescimento da extração de petróleo e gás que compensou a queda na extração de minérios ferrosos.
Os Serviços tiveram queda de 0,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para Outras atividades de serviços (-3,4%), com destaque para os serviços prestados às famílias, Transporte, armazenagem e correio (-1,6%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,4%). As que tiveram expansão foram Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,0%), Atividades Imobiliárias (1,6%), Informação e comunicação (1,3%) e Comércio (0,4%).
O Consumo das Famílias teve queda de 0,7%. Esse resultado pode ser explicado pela pandemia aliada ao distanciamento social que afetou negativamente o mercado de trabalho, prejudicando a demanda, além dos efeitos sobre a oferta.
A Formação Bruta de Capital Fixo avançou 4,3% no primeiro trimestre de 2020. Este crescimento é justificado pelo aumento da importação líquida de máquinas e equipamentos, principalmente para a atividades de petróleo e gás, que compensou a queda da produção nacional de bens de capital e da Construção. A Despesa de Consumo do Governo apresentou estabilidade (0,0%) em relação ao primeiro trimestre de 2019.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram queda de 2,2%, ao passo que as Importações de Bens e Serviços avançaram 5,1% no primeiro trimestre de 2020. Dentre as exportações de bens, aqueles setores que contribuíram mais para o resultado negativo foram: máquinas e equipamentos, extração de minerais metálicos e veículos automotores. Na pauta de importações de bens, a alta se deu principalmente por máquinas e equipamentos; metalurgia e aparelhos elétricos.
PIB cresce 0,9% no acumulado em quatro trimestres
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2020 cresceu 0,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou do avanço de 0,9% do Valor Adicionado a preços básicos e de 1,3% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (1,6%), Indústria (0,7%) e Serviços (0,9%).
Na análise da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou alta de 3,0% e a Despesa de Consumo das Famílias de 1,3%. Já a Despesa de Consumo do Governo teve variação negativa de 0,4%. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços recuaram 2,7%, enquanto as Importações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 2,9%.
Taxa de Investimento foi de 15,8% no 1º trimestre
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2020 foi de 15,8% do PIB, acima do observado no mesmo período do ano anterior (15,0%). A taxa de poupança foi de 14,1% no primeiro trimestre de 2020 (ante 12,2% no mesmo período de 2019).
A Necessidade de Financiamento alcançou R$ 58,3 bilhões ante R$ 57,5 bilhões no mesmo período do ano anterior. O aumento da Necessidade de Financiamento é explicado, principalmente, pela redução de R$ 8,0 bilhões no saldo externo de bens e serviços e pela redução de R$ 6,6 bilhões em Renda Líquida de Propriedade enviada ao Resto do Mundo.