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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 0,12% em abril

29/05/2020 09h00 | Atualizado em 16/07/2020 17h22

Em abril de 2020, os preços da indústria variaram, em média, 0,12% quando comparados a março/2020, número inferior ao observado entre março/2020 e fevereiro/20 (0,84%). O acumulado no ano atingiu 2,13%, contra 2,01% em março/2020. Ao comparar abril de 2020 com abril de 2019, a variação de preços foi de 4,79%, contra 5,95% em março de 2020. Em abril, 20 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços.

Período Taxa
Abril de 2020 0,12%
Março de 2020 0,84%
Abril de 2019 1,22%
Acumulado no ano 2,13%
Acumulado 12 meses 4,79%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.

 

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral)
e Seções - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
FEV/20 MAR/20 ABR/20 FEV/20 MAR/20 ABR/20 FEV/20 MAR/20 ABR/20
Indústria Geral 0,81 0,84 0,12 1,16 2,01 2,13 6,73 5,95 4,79
B - Indústrias Extrativas 5,51 -17,12 4,04 11,34 -7,72 -4,00 26,76 -6,30 -5,38
C - Indústrias de Transformação 0,58 1,78 -0,05 0,68 2,47 2,42 5,86 6,54 5,29
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Em abril de 2020, os preços da indústria variaram, em média, 0,12% quando comparados a março/2020. As quatro maiores variações observadas em abril foram nas seguintes atividades industriais: refino de petróleo e produtos de álcool (-20,99%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,63%), outros equipamentos de transporte (5,37%) e madeira (5,26%). As maiores influências foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-1,87 p.p.), alimentos (0,50 p.p.), metalurgia (0,28 p.p.) e outros produtos químicos (0,17 p.p.).

Em abril, o acumulado no ano atingiu 2,13%, contra 2,01% em março/2020. As atividades de maior variação percentual foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-32,68%), outros equipamentos de transporte (17,63%), metalurgia (16,91%) e calçados e artigos de couro (16,56%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-3,48 p.p.), alimentos (1,53 p.p.), metalurgia (0,98 p.p.) e outros produtos químicos (0,69 p.p.).

No acumulado em 12 meses, a variação foi de 4,79%, ante 5,95% de março de 2020. As quatro maiores variações de preços ocorreram em refino de petróleo e produtos de álcool (-30,20%), outros equipamentos de transporte (23,69%), alimentos (16,93%) e fumo (15,80%). As maiores influências foram: alimentos (3,72 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-3,18 p.p.), metalurgia (0,91 p.p.), outros produtos químicos (0,51 p.p.).

A variação de preços de 0,12% em relação a março repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 2,68% em bens de capital; 1,08% em bens intermediários; e -1,75% em bens de consumo, sendo que 1,27% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e -2,38% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No resultado da indústria geral, a influência foi: 0,21 p.p. de bens de capital, 0,58 p.p. de bens intermediários e -0,67 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,76 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,08 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral)
e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
FEV/20 MAR/20 ABR/20 FEV/20 MAR/20 ABR/20 FEV/20 MAR/20 ABR/20
Indústria Geral 0,81 0,84 0,12 1,16 2,01 2,13 6,73 5,95 4,79
Bens de Capital (BK) 0,85 2,70 2,68 2,34 5,10 7,92 7,57 9,45 11,50
Bens Intermediários (BI) 1,03 0,56 1,08 2,37 2,95 4,06 5,94 4,87 5,01
Bens de consumo(BC) 0,49 0,87 -1,75 -0,73 0,14 -1,62 7,70 6,80 3,18
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,30 0,37 1,27 0,87 1,24 2,53 3,69 4,11 4,37
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 0,53 0,98 -2,38 -1,06 -0,09 -2,46 8,57 7,37 2,93
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

No acumulado no ano, as variações de preços da indústria acumularam, até abril, variação de 2,13%, sendo 7,92% a variação de bens de capital (com influência de 0,59 p.p.), 4,06% de bens intermediários (2,17 p.p.) e -1,62% de bens de consumo (-0,63 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,17 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,80 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis

Na comparação abril 2020/abril 2019, a variação de preços da indústria alcançou, em abril, 4,79%, com as seguintes variações: bens de capital, 11,50% (0,85 p.p.); bens intermediários, 5,01% (2,72 p.p.); e bens de consumo, 3,18% (1,22 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,29 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,92 p.p..

A seguir os principais destaques:

Alimentos: em abril, os preços do setor avançaram 2,09%, terceiro resultado positivo consecutivo. Com esse resultado, o acumulado no ano foi para 6,51%, a maior já observada para um mês de abril. Por fim, na comparação com abril de 2019, a variação foi de 16,93%, contra 16,03% de março. Além de figurar entre as atividades de maior contribuição ao resultado, o setor de alimentos apresentou a terceira variação mais intensa na perspectiva dos 12 meses, sendo, nesse indicador, a maior influência (3.72 p.p. em 4,79%), e a segunda influência tanto na comparação mensal (0,50 p.p. em 0,12%) quanto no acumulado no ano (1,53 p.p. em 2,13%).

Em abril, o número-índice foi 117,32, o que significa uma variação em relação ao início da série (em dezembro de 2009) de 126,59%. É a terceira maior variação entre as atividades que compõem as indústrias de transformação (cuja variação foi de 75,95%), perdendo para Fumo (162,90%) e Outros equipamentos de transporte (147,02%). Vale dizer que os dois setores com maior crescimento de preços desde 2009 são fortemente atrelados ao movimento do câmbio, que, no mesmo período, apontou uma depreciação do real frente ao dólar de 204,3%.

A depreciação do real frente ao dólar de 9,0%, na comparação abril contra março, é um forte fator para as variações positivas nos preços dos produtos de maior influência, todos eles voltados ao mercado externo.

Refino de petróleo: Com a variação de -20,99% observada em abril contra março, a série apresenta os dois resultados negativos mais intensos da série (-9,63% em março contra fevereiro). Levando em conta que em fevereiro o resultado também havia sido negativo (-6,34%), a variação acumulada nestes últimos três meses foi de -33,12%, mais intensa do que a acumulada no ano, -32,68%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de -30,20%, a mais intensa nesse sentido desde o início da série. Os dados do setor estão em linha com a queda dos preços internacionais do petróleo. O destaque dado ao setor se justifica pelo fato de, além de figurar entre as atividades de maior contribuição ao resultado, ter sido o primeiro em cinco dos seis indicadores explorados na análise (em todas as variações e nas influências de índice mensal, -1,87 p.p. em 0,12%, e no acumulado no ano, -3,48 p.p. em 2,13%). No caso da influência sobre o índice do acumulado em 12 meses, foi o segundo, -3.18 p.p. em 4,79%.

Outros químicos: em abril, os preços do setor variaram, em média, 2,12%, lembrando que março havia tido a maior variação positiva de preços desde o início da pesquisa em dezembro de 2009. O setor acumulou variação positiva de 8,86% em 2020 e 6,32% nos 12 últimos meses. O resultado do acumulado no ano é bem diverso do que ocorreu em abril de 2019, quando havia ficado negativo em - 4,32%.

Os resultados observados nos últimos meses estão ligados aos preços internacionais, com aumento do preço de diversas matérias-primas importadas, em grande parte devido à depreciação do real frente ao dólar (foram 22,7% apenas nos últimos dois meses) e à redução da oferta. Mesmo assim houve uma queda de preços significativa de produtos como a nafta, matéria-prima de alguns produtos químicos (especialmente os produtos químicos orgânicos, como o “benzeno”).

Metalurgia: os preços médios do setor variaram 4,40%, segunda maior variação de preços dessa atividade desde o início da série (janeiro de 2010), sendo inferior apenas à do mês anterior (5,74%). O acumulado no ano ficou em 16,91% e em 12 meses em 15,02%. Entre os produtos os destaques foram: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “ouro para usos não monetários”, “óxido de alumínio (alumina calcinada)” e “ferronióbio”, todos com influência positiva sobre o indicador mensal. Os quatro representam 3,61 p.p. da variação no mês, cabendo 0,79 p.p. aos demais 20 produtos.

Veículos: em abril, a variação foi de 1,05%, seguindo a tendência de alta observada também nos sete meses anteriores. A variação acumulada no ano e a variação acumulada nos últimos 12 meses alcançaram, respectivamente, 3,50% e 6,07%.

Em uma análise por produtos no setor, é possível observar que, entre os quatro produtos de maior influência no índice mensal, todos eles impactaram positivamente o índice: “automóveis para passageiros, a gasolina ou bicombustível, de qualquer cilindrada”, “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores”, “caminhão-trator, para reboques e semirreboques” e “peças ou acessórios, para o sistema de motor de veículos automotores”. O aumento médio observado nos dois últimos pode ser justificado, parcialmente, pela variação cambial ocorrida no mês, quando o real apresentou uma depreciação de 9,0%, sendo significativo também o aumento de custo, via elevação dos preços do setor metalúrgico. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 0,77 p.p., ou seja, os demais 19 produtos da atividade contribuíram com 0,28 p.p.