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IPCA foi de -0,31% em abril

08/05/2020 09h00 | Atualizado em 08/05/2020 15h51

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril foi de -0,31%, enquanto a taxa registrada em março foi de 0,07%. Esta é a menor variação mensal para o IPCA desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula alta de 0,22% e, nos últimos doze meses, de 2,40%, abaixo dos 3,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa havia ficado em 0,57%.

Período Taxa
Abril de 2020 -0,31%
Março de 2020 0,07%
Abril de 2019 0,57%
Acumulado no Ano 0,22%
Acumulado nos 12 meses 2,40%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram deflação em abril e o maior impacto negativo do mês, -0,54 ponto percentual (p.p.), veio do grupo Transportes (-2,66%). A segunda contribuição negativa mais intensa (-0,05 p.p.) veio dos Artigos de residência (-1,37%), cuja queda foi mais intensa que a registrada em março (-1,08%). No lado das altas, destaca-se o grupo Alimentação e bebidas (1,79%), que acelerou em relação a março, com impacto de 0,35 p.p. no IPCA de abril. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,22% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,10% em Vestuário.

IPCA - Variação e Impacto por grupos - mensal
Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Março Abril Março Abril
Índice Geral 0,07 -0,31 0,07 -0,31
Alimentação e Bebidas 1,13 1,79 0,22 0,35
Habitação 0,13 -0,10 0,02 -0,02
Artigos de Residência -1,08 -1,37 -0,04 -0,05
Vestuário 0,21 0,10 0,01 0,00
Transportes -0,90 -2,66 -0,18 -0,54
Saúde e Cuidados Pessoais 0,21 -0,22 0,03 -0,03
Despesas Pessoais -0,23 -0,14 -0,03 -0,01
Educação 0,59 0,00 0,04 0,00
Comunicação 0,04 -0,20 0,00 -0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

A queda no grupo dos Transportes (-2,66%) deve-se sobretudo ao recuo observado nos preços dos combustíveis (-9,59%), em particular da gasolina (-9,31%), que apresentou o maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,47 p.p.). Houve quedas no preço desse combustível nas 16 regiões pesquisadas, sendo a maior em Curitiba (-13,92%) e a menor no Rio de Janeiro (-5,13%). Além da gasolina, o etanol (-13,51%), o óleo diesel (-6,09%) e o gás veicular (-0,79%) também apresentaram queda em abril.

Ainda em Transportes, as passagens aéreas (15,10%) registraram alta após três meses consecutivos de quedas. O item ônibus urbano (0,11%) foi outro a apresentar variação positiva, em função do reajuste de 5,00% no preço das passagens em Salvador (1,56%), em vigor desde 12 de março.

O grupo dos Artigos de residência (-1,37%) apresentou a segunda maior variação negativa no índice do mês, influenciada pelas quedas dos itens mobiliário (-2,92%) e eletrodomésticos e equipamentos (-3,58%). Por outro lado, artigos de tv, som e informática (0,72%) e de cama, mesa e banho (1,35%) registraram variações positivas no IPCA de abril.

A maior contribuição positiva no índice do mês (0,35 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (1,79%), que acelerou em relação ao resultado do mês anterior (1,13%). A alimentação no domicílio passou de 1,40% em março para 2,24% em abril, com destaque para as altas da cebola (34,83%), da batata-inglesa (22,81%), do feijão-carioca (17,29%) e do leite longa vida (9,59%). As carnes (-2,01%) apresentaram queda pelo quarto mês consecutivo, desta vez mais intensa que a do mês anterior (-0,30%).

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de 0,51% em março para 0,76% em abril, influenciada pela alta do lanche (3,07%). A refeição registrou deflação (-0,13%) pelo segundo mês consecutivo (a queda havia sido de 0,10% em março).

Após a alta de 0,13% em março, o grupo Habitação teve queda de 0,10% em abril, influenciado pelo recuo nos preços da energia elétrica (-0,76%). Vale lembrar que, em abril, houve a manutenção da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. As áreas apresentaram variações que foram desde a queda de 4,07% em Vitória até a alta de 3,43% em Porto Alegre. A alta no Rio de Janeiro (1,33%) deve-se aos reajustes praticados nas tarifas de duas concessionárias, vigentes desde 15 de março.

Ainda em Habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,21%) decorre do reajuste médio de 6,23% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,94%), em vigor desde 21 de março. Alguns artigos de limpeza (0,10%) também tiveram alta, com destaque para o amaciante e alvejante (1,82%), a água sanitária (0,90%), o detergente (0,81%) e o desinfetante (0,59%).

Regionalmente, 14 das 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em abril. O menor índice ficou com a região metropolitana de Curitiba (-1,16%), por conta da queda nos preços da gasolina (-13,92%). Já o maior resultado foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,18%), em função das altas nos preços das passagens aéreas (15,83%) e da energia elétrica (1,33%).

IPCA - Variação por regiões - mensal e acumulada no ano e 12 meses
Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%) Variação Acumulada (%)
Março Abril Ano 12 meses
Rio de Janeiro 9,43 0,46 0,18 0,68 2,43
Aracaju 1,03 0,41 0,15 1,62 2,84
Porto Alegre 8,61 -0,32 -0,05 -0,04 1,74
Vitória 1,86 0,12 -0,09 0,66 2,36
Fortaleza 3,23 0,21 -0,12 1,17 3,33
Belém 3,94 -0,16 -0,13 0,31 3,41
Salvador 5,99 0,17 -0,16 0,51 2,26
Recife 3,92 0,31 -0,19 0,79 2,20
Belo Horizonte 9,69 0,05 -0,21 0,53 2,76
São Paulo 32,28 0,09 -0,37 0,29 2,74
Campo Grande 1,57 0,56 -0,43 0,68 3,34
São Luís 1,62 0,37 -0,44 -0,08 1,38
Rio Branco 0,51 0,01 -0,51 -0,22 1,68
Goiânia 4,17 -0,74 -0,53 -1,00 1,85
Brasília 4,06 -0,22 -0,58 -0,58 1,55
Curitiba 8,09 0,13 -1,16 -0,90 1,40
Brasil 100,00 0,07 -0,31 0,22 2,40

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 a 30 de março de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC varia -0,23% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC do mês de abril apresentou variação de -0,23%, enquanto em março havia registrado 0,18%. Este é o menor resultado para um mês de abril desde o início do Plano Real. A variação acumulada no ano foi de 0,31% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,46%, abaixo dos 3,31% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa foi de 0,60%.

Os produtos alimentícios tiveram alta de 1,91% em abril enquanto em março haviam registrado 1,12%. Já o agrupamento dos não alimentícios apresentou variação de -0,84%, enquanto havia registrado -0,09% no mês anterior.

Em relação aos índices regionais, a região metropolitana do Rio de Janeiro (0,25%) apresentou o maior índice, principalmente em função da alta da energia elétrica (1,30%). O menor resultado, por sua vez, ficou com a região metropolitana de Curitiba (-1,21%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-13,92%).

INPC - Variação por regiões - mensal e acumulada no ano e 12 meses
Região Peso Regional (%) Variação (%) Variação Acumulada (%) Variação Acumulada (%)
Março Abril Ano 12 meses
Rio de Janeiro 9,38 0,57 0,25 0,45 1,91
Aracaju 1,29 0,51 0,20 1,52 2,58
Recife 5,60 0,52 0,11 1,31 2,43
Porto Alegre 7,15 -0,23 -0,03 0,08 1,93
Fortaleza 5,16 0,20 -0,04 1,30 3,29
Salvador 7,92 0,29 -0,12 0,65 2,17
Belém 6,95 -0,12 -0,17 0,42 3,69
Vitória 1,91 0,19 -0,18 0,62 2,05
Belo Horizonte 10,35 0,14 -0,20 0,64 2,86
Goiânia 4,43 -0,67 -0,25 -0,82 2,30
São Paulo 24,60 0,20 -0,32 0,18 2,80
Campo Grande 1,73 0,62 -0,37 0,75 3,45
São Luís 3,47 0,39 -0,41 0,02 1,47
Rio Branco 0,72 0,04 -0,68 -0,16 1,83
Brasília 1,97 -0,18 -0,68 -0,65 1,25
Curitiba 7,37 0,24 -1,21 -1,04 1,38
Brasil 100,00 0,18 -0,23 0,31 2,46

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 a 30 de março de 2020 (base).

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.