Índice de Preços ao Produtor varia 0,70% em fevereiro
27/03/2020 09h00 | Atualizado em 27/03/2020 10h57
Os preços da indústria variaram 0,70% em fevereiro, número superior ao observado na comparação entre janeiro de 2020 e dezembro de 2019 (0,35%). O acumulado no ano atingiu 1,05%, contra 0,35% em janeiro/2020. O acumulado em 12 meses foi de 6,62%, contra 6,36% em janeiro/2020.
Período | TAXA |
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Fevereiro 2020 | 0,70% |
Janeiro 2020 | 0,35% |
Fevereiro 2019 | 0,45% |
Acumulado em 2020 | 1,05% |
Acumulado 12 meses | 6,62% |
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). O material de apoio desta divulgação está à direita.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | |
Indústria Geral | 0,65 | 0,35 | 0,70 | 5,19 | 0,35 | 1,05 | 5,19 | 6,36 | 6,62 |
B - Indústrias Extrativas | -2,52 | 5,52 | 5,51 | 13,59 | 5,52 | 11,34 | 13,59 | 29,71 | 26,76 |
C - Indústrias de Transformação | 0,80 | 0,10 | 0,46 | 4,83 | 0,10 | 0,56 | 4,83 | 5,41 | 5,74 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Na passagem de janeiro para fevereiro de 2020, 20 das 24 atividades tiveram variações positivas, contra 17 do mês anterior. As quatro maiores altas se deram entre os produtos compreendidos nas atividades de refino de petróleo e produtos de álcool (-6,34%), indústrias extrativas (5,51%), calçados e artigos de couro (3,40%) e metalurgia (2,81%). Em termos de influência, sobressaíram refino de petróleo e produtos de álcool (-0,68 p.p.), alimentos (0,37 p.p.), indústrias extrativas (0,26 p.p.) e metalurgia (0,17 p.p.).
O acumulado do ano (fevereiro de 2020 contra dezembro de 2019) atingiu 1,05%, contra 0,35% em janeiro. Entre as atividades que tiveram as maiores variações, sobressaíram indústrias extrativas (11,34%), metalurgia (5,89%), refino de petróleo e produtos de álcool (-5,73%) e outros equipamentos de transporte (4,18%). Neste indicador, os setores de maior influência foram refino de petróleo e produtos de álcool (-0,61 p.p.), indústrias extrativas (0,51 p.p.), metalurgia (0,34 p.p.) e veículos automotores (0,12 p.p.).
No acumulado em 12 meses (fevereiro de 2020 contra fevereiro de 2019), a variação foi de 6,62%, contra 6,36% em janeiro. As quatro maiores variações ocorreram em indústrias extrativas (26,76%), outros equipamentos de transporte (13,25%), alimentos (11,45%) e farmacêutica (10,12%). Neste indicador, os setores de maior influência foram alimentos (2,54 p.p.), indústrias extrativas (1,12 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,76 p.p.) e metalurgia (0,41 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, na perspectiva mensal, as variações foram de 0,85% em bens de capital; 0,98% em bens intermediários; e 0,28% em bens de consumo, sendo que 0,34% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,27% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Do resultado da indústria geral (0,70%), a influência das grandes categorias econômicas foi de 0,06 p.p. de bens de capital, 0,53 p.p. de bens intermediários e 0,11 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,09 p.p. se deveu às variações nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,02 p.p. nos bens de consumo duráveis.
No acumulado no ano, as variações de preços acumularam 1,05% até fevereiro, sendo 2,33% a variação de bens de capital (com influência de 0,17 p.p.), 2,32% de bens intermediários (1,24 p.p.) e -0,94% de bens de consumo (-0,37 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,06 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,43 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Na taxa anual, a variação de preços alcançou as seguintes variações: bens de capital, 7,57% (0,57 p.p.); bens intermediários, 5,89% (3,21 p.p.); e bens de consumo, 7,47% (2,84 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,25 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 2,58 p.p.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | DEZ/19 | JAN/20 | FEV/20 | |
Indústria Geral | 0,65 | 0,35 | 0,70 | 5,19 | 0,35 | 1,05 | 5,19 | 6,36 | 6,62 |
Bens de Capital (BK) | 0,15 | 1,47 | 0,85 | 5,97 | 1,47 | 2,33 | 5,97 | 6,98 | 7,57 |
Bens Intermediários (BI) | 0,16 | 1,33 | 0,98 | 2,87 | 1,33 | 2,32 | 2,87 | 5,58 | 5,89 |
Bens de consumo (BC) | 1,42 | -1,22 | 0,28 | 8,39 | -1,22 | -0,94 | 8,39 | 7,34 | 7,47 |
Bens de consumo duráveis (BCD) | -0,12 | 0,57 | 0,34 | 4,45 | 0,57 | 0,91 | 4,45 | 3,57 | 3,74 |
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) | 1,74 | -1,58 | 0,27 | 9,23 | -1,58 | -1,32 | 9,23 | 8,16 | 8,28 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Destacaram-se os seguintes setores:
Indústrias extrativas: com a variação de 5,51% entre janeiro e fevereiro, o setor acumula 11,34% de aumento em 2020, o que o coloca em primeiro lugar, em termos de variação, entre toda a indústria, no acumulado no ano. Também é o primeiro na comparação fevereiro 2020/fevereiro 2019, com 26,76%. Estes resultados também levaram o setor a ser destaque em termos de influência: terceiro na comparação com janeiro de 2020 (0,26 p.p., em 0,70%; vale dizer que foi a segunda taxa em termos de variação); e segundo tanto no acumulado (0,51 p.p., em 1,05%) quanto no acumulado em 12 meses (1,12 p.p., em 6,62%).
Quando se olham os produtos destacados, preponderam as variações positivas nas três perspectivas analisadas. Os produtos são commodities importantes e, para além das características do comportamento de seus mercados, sofrem de perto os efeitos do câmbio, uma depreciação do real em fevereiro de 4,6%, no acumulado de 2020, de 5,6%, e, nos últimos 12 meses, de 16,6%.
Alimentos: a variação média de preços na comparação mês contra mês anterior foi de 1,60%, que substitui a variação negativa de janeiro (-1,91%), que havia interrompido uma série de cinco variações positivas. Em 2020, com o dado negativo de janeiro e o positivo de fevereiro, a variação acumulada é de -0,34%. Na perspectiva de 12 meses, os 11,45% só encontram uma variação superior, num mesmo mês, em fevereiro de 2016, 15,67%.
O destaque dado ao setor se deve principalmente à influência sobre o resultado das indústrias extrativas e de transformação. Foi o segundo na comparação com janeiro de 2020 (0,37 p.p., em 0,70%) e o primeiro no acumulado em 12 meses (2,54 p.p., em 6,62%). Apresentou, ainda, a terceira maior variação entre todos os setores da indústria, na perspectiva do acumulado em 12 meses.
Os quatro produtos que mais se destacaram em termos de influência na comparação fevereiro/janeiro responderam por 1,16 p.p., em 1,60%. Os produtos pertencem a dois grupos: “abate e fabricação de produtos de carne”, cuja variação foi de 1,32%, portanto abaixo do observado para o setor como um todo; e “fabricação e refino de açúcar”, com variação superior à média, 5,79%.
Refino de petróleo e produtos de álcool: em fevereiro, os preços do setor variaram, em média, -6,34%, a variação negativa mais intensa desde junho de 2019 (-7,24%). O acumulado nos dois primeiros meses de 2020 é de -5,73%. Ainda assim, os preços de fevereiro de 2020 estão 7,68% maiores do que os de fevereiro de 2019.
O destaque dado ao setor está ligado tanto ao fato de ter sido listado entre as maiores variações (a maior na comparação com janeiro de 2020, e a terceira no acumulado) quanto entre as maiores influências: primeiro na comparação com mês anterior (-0,68 p.p., em 0,70%) e no acumulado (-0,61 p.p., em 1,05%) e o terceiro no acumulado em 12 meses (0,76 p.p., em 6,62%).
As variações dos produtos ligados ao refino de petróleo foram, entre os produtos destacados, todas negativas. A única variação positiva, que leva o produto “álcool etílico (anidro ou hidratado)” a figurar entre as maiores influências, está ligada à entressafra da cana-de-açúcar.
Metalurgia: ao comparar os preços médios de fevereiro contra janeiro, houve uma variação de 2,81%, segunda maior variação positiva desde setembro de 2018. Essa variação foi muito semelhante a que ocorrera entre janeiro e dezembro, de 2,99%, trazendo o acumulado em 12 meses para 6,68%, resultado ainda assim inferior ao ocorrido em fevereiro de 2019 (8,13%), mas levando o acumulado no ano para 5,89%.
O resultado do mês foi obtido graças, principalmente, a três produtos, sendo um do grupo dos produtos do setor siderúrgico e dois do grupo de metalurgia de materiais não ferrosos. São eles: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “ouro para usos não monetários” e “óxido de alumínio (alumina calcinada)”, todos naturalmente com influência positiva sobre o indicador mês contra mês imediatamente anterior. Junta-se a esses três produtos “bobinas ou chapas de aço inoxidáveis, inclusive tiras”, porém com variação negativa de preços. Os quatro produtos representam 2,00 p.p. da variação no mês, cabendo 0,81 p.p. aos demais 20 produtos.
Dos quatro produtos destacados em termos de influência no resultado do mês, dois são comuns tanto na análise do acumulado no ano quanto no acumulado em 12 meses, são eles: “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestido” e “ouro para usos não monetários”. Já os produtos “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “óxido de alumínio (alumina calcinada)” foram destaques no acumulado do ano, enquanto “ferronióbio” e “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm” foram destaques no acumulado em 12 meses. Todos esses produtos tiveram variações positivas de preços.
Veículos automotores: em fevereiro, a variação observada no setor foi de 0,21%, quando comparada com o mês imediatamente anterior, seguindo a tendência de alta observada também nos cinco meses anteriores. Com este resultado do indicador mês contra mês imediatamente anterior de fevereiro, a variação acumulada no ano e a variação acumulada nos últimos 12 meses alcançaram, respectivamente, 1,46% e 4,65%.
Além de ser um dos setores de maior peso no cálculo do indicador geral, com uma contribuição de 8,52%, a atividade de veículos automotores também se destacou, dentre todos os setores pesquisados, por apresentar a quarta maior influência no indicador acumulado no ano (0,12 p.p., em 1,05%).
A “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários”, grupo econômico analisado da atividade, apresentou, no mês de fevereiro, variação de -0,07% na comparação com janeiro, seguindo o caminho contrário da atividade. Esse foi o primeiro resultado negativo observado desde agosto de 2019 (quando variou -0,68%). Nos dois primeiros meses de 2020, esse grupo acumula uma variação de 1,14%, ao passo que, nos últimos 12 meses, o grupo apresenta um resultado de 4,02%.
Já em uma análise por produtos no setor, é possível observar que, entre os quatro produtos de maior influência na comparação com janeiro de 2020, três deles impactaram positivamente o índice: “caminhão-trator, para reboques e semirreboques”, “peças ou acessórios, para o sistema de motor de veículos automotores” e “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores”. Somente o produto “automóveis para passageiros, a gasolina ou bicombustível, de qualquer cilindrada”, justamente o produto de maior peso na atividade, influenciou negativamente o resultado. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 0,11 p.p., ou seja, os demais 19 produtos da atividade contribuíram com 0,10 p.p.
Em relação ao indicadores de longo prazo, acumulado no ano e no acumulado em 12 meses, todos os quatro produtos de maior influência nos índices são comuns e os impactaram positivamente: “automóveis para passageiros, a gasolina ou bicombustível, de qualquer cilindrada”, “caminhão-trator, para reboques e semirreboques”, “caminhão diesel com capacidade superior a 5t” e “veículos para o transporte de mercadorias a gasolina e/ou álcool, de capacidade não superior a 5 t”.