IPCA-15 fica em 0,22% em fevereiro
20/02/2020 09h00 | Atualizado em 20/02/2020 09h20
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,22% em fevereiro, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real (1994), e ficou 0,49 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de janeiro (0,71%). Em 2019, a taxa para fevereiro havia sido de 0,34%. O índice acumula no ano alta de 0,93% e, nos últimos 12 meses, de 4,21%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação em fevereiro.
Esta é a primeira divulgação do IPCA-15 com a nova estrutura de ponderação, obtida a partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.
Período | TAXA |
---|---|
Fevereiro de 2020 | 0,22% |
Janeiro de 2020 | 0,71% |
Fevereiro de 2019 | 0,34% |
Acumulado no ano | 0,93% |
Acumulado nos 12 meses | 4,21% |
As menores variações vieram dos grupos Vestuário (-0,83%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,29%), ambos com impacto de -0,04 p.p. no índice do mês. Além disso, o grupo Alimentação e bebidas (-0,10%) também registrou variação negativa, contribuindo com -0,02 p.p. Na outra ponta, o destaque entre as altas foi a Educação, que apresentou tanto a maior variação (3,61%) quanto o maior impacto (0,23 p.p.) no IPCA-15 de fevereiro, seguida pelos Transportes (0,20%). Os demais grupos ficaram entre o 0,02% de Comunicação e o 0,31% de Despesas pessoais, conforme mostra a tabela a seguir.
IPCA-15 - Grupos - Variação e Impacto | ||||
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Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,71 | 0,22 | 0,71 | 0,22 |
Alimentação e bebidas | 1,83 | -0,10 | 0,45 | -0,02 |
Habitação | -0,14 | 0,07 | -0,02 | 0,01 |
Artigos de residência | -0,01 | 0,17 | 0,00 | 0,01 |
Vestuário | 0,10 | -0,83 | 0,01 | -0,04 |
Transportes | 0,92 | 0,20 | 0,17 | 0,04 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,35 | -0,29 | 0,04 | -0,04 |
Despesas pessoais | 0,47 | 0,31 | 0,05 | 0,03 |
Educação | 0,23 | 3,61 | 0,01 | 0,23 |
Comunicação | 0,02 | 0,02 | 0,00 | 0,00 |
Fonte: IBGE, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Após apresentar leve alta no IPCA-15 de janeiro (0,10%), o grupo Vestuário registrou deflação de 0,83% em fevereiro, influenciado pelas quedas nos preços das roupas masculinas (-1,39%), roupas femininas (-0,83%) e roupas infantis (-0,71%). Já as joias e bijuterias (0,64%) tiveram alta pelo oitavo mês consecutivo, embora tenha havido desaceleração na comparação com o percentual de janeiro (1,03%).
A queda em Saúde e cuidados pessoais (-0,29%), se deve principalmente aos itens de higiene pessoal (-1,71%), onde foi observado recuo em perfumes (-5,06%) e em produtos para pele (-1,30%). Já o maior impacto positivo no grupo veio do item plano de saúde (0,60%), que contribuiu com 0,02 p.p. no índice do mês.
O grupo Alimentação e bebidas (-0,10%) também recuou em fevereiro, devido à queda no preço das carnes (-5,04% no mês), que foi responsável pelo impacto negativo mais intenso no mês (-0,13 p.p.). Por outro lado, houve alta nos preços do tomate (28,96%) e da batata-inglesa (5,23%), que já haviam subido em janeiro.
No que diz respeito à alimentação fora do domicílio (0,38%), houve desaceleração em relação ao mês anterior (0,99%). Enquanto a refeição apresentou alta de 0,66%, o lanche registrou variação negativa (-0,25%), após alta de 1,30% em janeiro.
Mas a maior contribuição no índice do mês (0,23 p.p.) veio do grupo Educação (3,61%), cujo resultado reflete os reajustes frequentemente praticados no início do ano letivo, em especial dos cursos regulares (4,36%), item responsável pelo maior impacto individual positivo no IPCA-15 de fevereiro, com 0,20 p.p. Os cursos diversos (2,71%) também subiram, contribuindo com 0,02 p.p.
Já a desaceleração no grupo dos Transportes (0,20%) ocorreu principalmente por conta dos combustíveis, que passaram de uma alta de 2,96% em janeiro para 0,49% em fevereiro. Os preços da gasolina (0,21%), do etanol (2,69%) e do óleo diesel (0,04%) subiram menos que no mês anterior (2,64%, 4,98% e 1,47%, respectivamente). No lado das quedas, a maior contribuição negativa (-0,05 p.p.) veio das passagens aéreas (-6,68%), que caíram pelo segundo mês consecutivo (em janeiro, a variação foi de -6,45%).
Ainda em Transportes, destacam-se os aumentos nas tarifas dos ônibus urbanos (0,79%), principalmente em decorrência dos reajustes de 10,00% em Brasília, vigente desde o dia 13 de janeiro, e de 2,32% em São Paulo, em vigor desde 1º de janeiro. Os mesmos reajustes foram aplicados também às passagens de trem e metrô. Já a variação do item táxi (0,30%) é decorrente do reajuste médio de 2,20% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro (1,34%), vigentes desde 2 de janeiro. Também houve reajustes nas passagens dos ônibus intermunicipais (2,04%) em Salvador (0,28%), São Paulo (4,25%) e Belo Horizonte (5,15%).
Em Habitação (0,07%), destaca-se a mudança de bandeira tarifária no item energia elétrica (-0,12%). Em janeiro, estava em vigor a bandeira amarela, que adiciona R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos; já em fevereiro, passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. As áreas apresentaram variações que foram desde a queda de 1,32% no Rio de Janeiro até a alta de 2,09% em Goiânia.
Houve também alta de 0,28% no gás encanado, que foi consequência do resultado de 0,94% observado no Rio de Janeiro, onde houve aumento de 2,45% nas tarifas no dia 1º de janeiro - apesar da redução de 1,20% aplicada a partir de 1º de fevereiro. A taxa de água e esgoto (0,02%), por sua vez, apresentou variação por conta do reajuste de 18% ocorrido em Belém (0,91%), vigente desde 14 de dezembro.
No que concerne aos índices regionais, duas das onze regiões pesquisadas apresentaram deflação em fevereiro. Conforme mostra a tabela a seguir, as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de Curitiba apresentaram queda de 0,03%.
No Rio de Janeiro, o resultado foi influenciado principalmente pela queda nos preços das carnes (-10,40%). Já em Curitiba, além das carnes (-3,45%), as passagens aéreas (-11,71%) também contribuíram significativamente para o resultado do mês. O maior índice foi registrado na região metropolitana de Fortaleza (0,48%), influenciado pelas altas de 5,86% dos cursos regulares e de 44,33% nos preços do tomate.
IPCA-15 - Regiões | |||||
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Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
Janeiro | Fevereiro | Ano | 12 meses | ||
Fortaleza | 3,88 | 0,86 | 0,48 | 1,35 | 5,27 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,52 | 0,42 | 0,94 | 3,71 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,60 | 0,38 | 0,98 | 4,50 |
Goiânia | 4,96 | 0,52 | 0,29 | 0,81 | 4,69 |
São Paulo | 33,45 | 0,90 | 0,28 | 1,18 | 4,74 |
Brasília | 4,84 | 0,29 | 0,19 | 0,49 | 3,91 |
Recife | 4,71 | 0,78 | 0,13 | 0,92 | 3,67 |
Salvador | 7,19 | 0,89 | 0,07 | 0,97 | 3,82 |
Belém | 4,46 | 1,13 | 0,03 | 1,16 | 5,29 |
Curitiba | 8,09 | 0,53 | -0,03 | 0,50 | 3,98 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,47 | -0,03 | 0,44 | 3,03 |
Brasil | 100,00 | 0,71 | 0,22 | 0,93 | 4,21 |
Fonte: IBGE, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de dezembro de 2019 a 14 de janeiro de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.