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IPCA-15 fica em 1,05% em dezembro e IPCA-E fecha 2019 em 3,91%

20/12/2019 09h00 | Atualizado em 10/01/2020 15h53

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 1,05% em dezembro, mostrando aceleração em relação à taxa de 0,14% registrada em novembro. Este é o maior resultado mensal desde junho de 2018, quando o índice foi de 1,11%, e o mais alto índice registrado em dezembro desde 2015, quando foi de 1,18%. Dessa forma, o IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, fechou o ano de 2019 em 3,91%, acima dos 2,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em dezembro de 2018, a taxa foi de -0,16%.

Período Taxa
Dezembro de 2019 1,05%
Novembro de 2019 0,14%
Dezembro de 2018 -0,16%
Acumulado no ano 3,91%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o de Artigos de residência  apresentou deflação (-0,84%) de novembro para dezembro. Entre as altas, o destaque ficou com Alimentação e bebidas, que apresentou a maior variação, 2,59%, e o maior impacto, de 0,63 ponto percentual (p.p.), no índice do mês. A segunda maior variação ficou com o grupo Despesas pessoais (1,74%), cujos preços aceleraram na comparação com o mês anterior (0,40%). Os Transportes (0,90%) também aceleraram na comparação com novembro (0,30%), contribuindo com 0,16 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o resultado de 0,09% registrado nos grupos Vestuário e Educação e o 0,66% de Comunicação.

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Novembro Dezembro Novembro Dezembro
Índice Geral 0,14 1,05 0,14 1,05
Alimentação e bebidas 0,06 2,59 0,02 0,63
Habitação -0,22 0,25 -0,04 0,04
Artigos de residência -0,06 -0,84 0,00 -0,03
Vestuário 0,68 0,09 0,04 0,00
Transportes 0,30 0,90 0,06 0,16
Saúde e cuidados pessoais 0,20 0,22 0,02 0,03
Despesas pessoais 0,40 1,74 0,04 0,19
Educação 0,04 0,09 0,00 0,01
Comunicação -0,02 0,66 0,00 0,02
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema
Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

A aceleração do grupo Alimentação e bebidas (2,59%) é explicada, principalmente, pelo aumento nos preços das carnes, que registraram alta de 17,71% em dezembro e contribuíram com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 p.p.). Outros itens que compõem o grupamento da alimentação no domicílio (3,62%), como o feijão-carioca (20,38%) e as frutas (1,67%), também contribuíram para esse resultado. No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-9,33%) e a cebola (-7,18%), com contribuições de -0,02 p.p. e -0,01 p.p., respectivamente. A alimentação fora do domicílio (0,79%) também acelerou na comparação com o mês anterior (0,12%), influenciada pelas altas observadas no lanche (1,09%) e na refeição (0,90%).

Em Despesas pessoais (1,74%), o principal destaque foi o item jogos de azar (36,99%), que contribuiu com o segundo maior impacto individual no índice do mês (0,16 p.p.). A alta deve-se aos reajustes nos preços das apostas lotéricas, com vigência a partir do dia 10 de novembro.

No grupo dos Transportes (0,90%), o maior impacto (0,07 p.p.) veio das passagens aéreas (15,63%), cujos preços já haviam subido 4,44% em novembro. A gasolina (1,49%) e o etanol (3,38%) também aceleraram na comparação com o mês anterior, quando apresentaram altas de 0,80% e 2,53%, respectivamente. Com isso, os combustíveis passaram de 1,07% em novembro para 1,76% no IPCA-15 de dezembro.

Ainda em Transportes, destaca-se no item ônibus interestadual (1,06%) o reajuste médio de 14,00% no valor das passagens em Salvador (5,52%), a partir de 5 de dezembro. Já no ônibus intermunicipal (0,04%), houve reajuste médio de 4,00% no valor das passagens em Belém (2,33%), com vigência a partir de novembro e apropriado no índice a partir do mês de dezembro.

Em Habitação (0,25%), destacam-se as altas verificadas em aluguel residencial (0,50%) e condomínio (0,65%), ambos com variações acima das registradas no mês anterior (de 0,08% e 0,20%, respectivamente). Além disso, a energia elétrica (-0,12%) apresentou queda menos intensa que aquela observada no IPCA-15 de novembro (-1,51%). Vale ressaltar que, em dezembro, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,343 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em novembro, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, com acréscimo de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora. Em Porto Alegre (-2,75%), houve ainda redução de 6,00% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, com vigência a partir de 22 de novembro.

Ainda em Habitação, a queda observada no item gás encanado (-0,18%) decorre da redução de 0,60% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro (-0,38%), em vigor desde 1º de novembro. Já o resultado da taxa de água e esgoto (0,34%) é consequência do reajuste de 3,43% nas tarifas em Curitiba (3,32%), vigente desde 11 de novembro. Destaca-se, ainda, a alta no item gás de botijão (0,32%), após o reajuste de 4,00% no preço do botijão de gás de 13 kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de novembro.

Nos Artigos de residência (-0,84%), a queda observada no mês foi influenciada pela redução nos preços dos itens de TV, som e informática (-2,09%) e mobiliário (-1,16%).

Alta foi sentida em todas as regiões pesquisadas

Todas as regiões pesquisadas apresentaram alta entre novembro e dezembro. O menor resultado foi registrado na região metropolitana de Recife (0,60%), em função da queda observada na energia elétrica  (-1,71%). Já o maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (1,72%), influenciado pelas altas das carnes (18,89%).

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Novembro Dezembro Ano 12 meses
Belém 4,65 0,33 1,72 5,15 5,15
Goiânia 4,44 0,14 1,56 3,89 3,89
Brasília 3,46 -0,23 1,52 3,33 3,33
Curitiba 7,79 0,18 1,39 3,53 3,53
Porto Alegre 8,40 0,10 1,09 3,88 3,88
Belo Horizonte 11,23 0,00 1,05 3,88 3,88
Rio de Janeiro 12,46 0,11 0,97 3,61 3,61
Salvador 7,35 0,01 0,95 3,77 3,77
Fortaleza 3,49 0,04 0,90 4,49 4,49
São Paulo 31,68 0,29 0,88 4,15 4,15
Recife 5,05 -0,04 0,60 3,33 3,33
Brasil 100,00 0,14 1,05 3,91 3,91
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema
Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de novembro a 11 de dezembro de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de outubro a 11 de novembro de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.