Em 2018, sindicalização cai em todas as categorias e atividades e atinge o menor patamar em sete anos
18/12/2019 10h00 | Atualizado em 19/12/2019 10h09
Em 2018, dos 92,3 milhões de pessoas ocupadas, 12,5% (11,5 milhões de pessoas) estavam associadas a algum sindicato, atingindo, portanto, o menor percentual de sindicalização desde 2012. Em relação a 2017, quando a taxa era de 14,4%, houve redução de 1,5 milhão de trabalhadores sindicalizados no país.
A maior taxa de sindicalização em 2018 ocorreu entre trabalhadores do setor público (25,7%), seguido por trabalhadores do setor privado com carteira assinada (16%). Os trabalhares sem carteira no setor privado apresentaram uma das menores estimativas de sindicalização (4,5%). Já os trabalhadores por conta própria tiveram taxa de sindicalização de 7,6%.
Todas as categorias tiveram redução na taxa de sindicalização na série história. A maior queda foi a de empregador, que passou de 15,6%, em 2017, para 12,3% (-3,3 p.p.), em 2018, seguido por trabalhador do setor privado com carteira assinada, com queda de 3,1 p.p.
Em todos os níveis de instrução houve queda na taxa de sindicalização, mas quanto maior o nível de instrução, maior era a taxa de sindicalização. O menor percentual estava entre os trabalhadores de Ensino fundamental completo e médio incompleto (8,1%). Mesmo registrando a maior queda em 2018, os ocupados com nível Superior completo tinham o maior percentual de sindicalização (20,3%).
Todas as grandes regiões mostraram redução do percentual de sindicalização em 2018. Tanto no Norte quanto no Centro Oeste a queda do contingente de trabalhadores sindicalizados foi de 20% (menos 180 mil e 192 mil pessoas, respectivamente). No Sudeste, a retração daquele contingente foi de 12,1% (menos 683 mil sindicalizados). No Sul, o percentual de sindicalizados (13,9%), pela primeira vez em toda a série da Pesquisa, ficou abaixo da estimativa da Região Nordeste (14,1%). Em 2018 os percentuais de sindicalização segundo as Grandes Regiões foram: Norte (10,1%), Nordeste (14,1%), Sudeste (12,0%), Sul (13,9%) e Centro-Oeste (10,3%).
Das 27,9 milhões pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria, 5,6% (1.556 mil pessoas) eram associados à cooperativa de trabalho ou produção em 2018.
Em 2018, 29,0% dos ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria estavam em empreendimentos registrados no CNPJ. Dentre os ocupados como conta própria, 19,4% possuíam o registro, a maior estimativa da série; entre os empregadores a cobertura era de 79,4%.
Em relação ao local de trabalho, em 2018 houve crescimento de exercício de atividades em veículo automotor, em domicílio e em local designado pelo empregador ou freguês. As maiores altas foram em domicílio (de 3,7% para 5,2%) e em veículo automotor, que subiu de 3,7% para 4,8% e em local designado pelo empregador, patrão ou freguês (12,5% para 13,5%).
A pesquisa completa e o material de apoio da PNAD Contínua: Características Adicionais do Mercado de Trabalho estão à direita desta página.
Ocupação cresce em 2018, mas percentual de sindicalização é a menor desde 2012
Em 2018, das 92,3 milhões de pessoas que estavam ocupadas na semana de referência da pesquisa, 12,5% (11,5 milhões de pessoas) estavam associadas a sindicato. Esta é a menor estimativa de sindicalização desde o início da série histórica, em 2012.
Com estimativa de 16,1% em 2012, a associação a sindicato acentuou a trajetória de queda a partir de 2016, quando houve diminuição de 7,4% (1,1 milhão de pessoas) no contingente de associados, baixando para 14,9% a proporção de sindicalizados.
Em 2017, apesar da leve recuperação da população ocupada, o contingente de associados a sindicato permaneceu em queda, atingindo um percentual de 14,4%. Em 2018, a expressiva expansão da ocupação (mais 1,3 milhão de pessoas) não foi acompanhada pelo crescimento da sindicalização (que registrou menos 1,6 milhão de pessoas); o que levou ao menor percentual de sindicalização (12,5%) desde 2012.
Em termos regionais, a queda na taxa de sindicalização foi generalizada, entre 2017 e 2018. Tanto no Norte quanto no Centro Oeste a queda do contingente de trabalhadores sindicalizados foi de 20% (menos 180 mil e 192 mil pessoas, respectivamente. No Sudeste, a retração daquele contingente foi de 12,1% (menos 683 mil sindicalizados). No Sul, o percentual de sindicalizados (13,9%), pela primeira vez em toda a série da Pesquisa, ficou abaixo da estimativa da Região Nordeste (14,1%). Em 2018 os percentuais de sindicalização segundo as Grandes Regiões foram: Norte (10,1%), Nordeste (14,1%), Sudeste (12,0%), Sul (13,9%) e Centro-Oeste (10,3%)
Setor público tem a maior sindicalização, mas taxa cai
A maior taxa de sindicalização em 2018 ocorreu entre empregados no setor público (25,7%). Esse grupo representava 12,0% da população ocupada. Em seguida, estavam os empregados no setor privado com carteira assinada (16,0%), que tiveram a maior participação na população ocupada em 2018 (36,6%). A taxa de sindicalização dos trabalhadores por conta própria caiu de 8,6% para 7,6%. Esse grupo representa a segunda maior participação na população ocupada (25,4%).
Os empregados sem carteira no setor privado, que representam 12% da população ocupada, tiveram uma das menores taxas de sindicalização, caindo de 5,1% em 2017 para 4,5% em 2018. A menor estimativa foi a dos empregados domésticos, que passou de 3,1% em 2017 para 2,8% em 2018.
Em relação à série histórica, a maior queda da sindicalização ocorreu entre os empregadores, cuja taxa passou de 18,6%, em 2012, para 12,3% em 2018, (-6,3 p.p.). Em seguida, a taxa dos trabalhadores do setor privado com carteira assinada caiu de 20,9% em 2012, para 16% em 2018, (-4,9 p.p.); e os trabalhadores por conta própria tiveram queda de 11,3% em 2012 para 7,6% em 2018 (-3,7 p.p.).
Taxa de sindicalização da Indústria cai de 21,1% para 15,2% em seis anos
Em 2018, por grupamentos de atividade, Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tinha a maior taxa de sindicalização (22,0%). Em seguida, Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, possuía taxas de sindicalização de 19,1%.
Na Indústria geral, 15,2% dos seus ocupados eram associados a sindicato, queda de 2,1 p.p. em relação à 2017 (17,1%). A atividade de Transporte, armazenagem e correio, com 5,1% do total de ocupados, apresentou taxa de sindicalização de 13,5%, queda de 4 p.p. O Comercio, reparação de veículos automotores e motocicletas, teve taxa de sindicalização (8,1%) inferior à taxa da população ocupada total (12,5%).
Sindicalização cai mais entre os trabalhadores de nível superior
Em 2018, o menor percentual de sindicalizados estava entre os trabalhadores com Ensino fundamental completo e médio incompleto (8,1%), enquanto que o maior ocorreu entre os ocupados com nível Superior completo (20,3%). Na comparação com 2017, houve queda dos sindicalizados em todos os níveis de instrução, sendo a mais acentuada entre os ocupados de nível Superior completo, que passou de 24,2% em 2017 para 20,3% em 2018.
Em relação a 2012, apesar do crescimento de ocupados com Ensino médio completo e Superior incompleto, o percentual de sindicalizados nesse nível de instrução passou de 16,3% em 2012 para 11,5% em 2018. Com participação crescente, o número de trabalhadores com ensino Superior completo passou de 14,4% do total de ocupados em 2012 para 19,9% em 2018. Mas o percentual de sindicalização desse grupo caiu de 28,4%, em 2012, para 20,3% em 2018 – correspondendo a queda de 8,1 pontos percentuais.
Registro no CNPJ volta a crescer, mas cobertura entre empregadores ainda é quatro vezes maior do que entre os conta própria
Em 2018, 19,4% dos ocupados como conta própria possuíam CNPJ, a maior estimativa da série; entre os empregadores essa cobertura era de 79,4%.
Tanto entre os trabalhadores por conta própria (4,8%) quanto entre os empregadores (37,6%), a atividade da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou a menor cobertura de CNPJ em 2018. Por outro lado, o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas alcançou o maior percentual para ambos os casos (28,0% e 88,5%, respectivamente).
Considerando conjuntamente trabalhador por conta própria e empregadores, a taxa de cobertura de CNPJ foi maior no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (42,7%); enquanto nos Serviços era de 34,7%. Apenas a Indústria geral não apresentou expansão da cobertura de CNPJ, caindo de 27,1% para 26,8%. Na Construção, o indicador passou de 12,4% (2017) para 13,6% (2018) e na Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura houve o principal crescimento: de 6,1% para 7,6%.
Em relação à série histórica, a partir de 2012, cresceu o percentual de ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria que estavam em empreendimentos registrados no CNPJ, atingindo 29,0% em 2016. Em 2017, recuou para 28,1%, voltando a crescer em 2018 (29,0%) e retornando ao mesmo valor de 2016 (29,0%).
As Regiões Norte (13,4%) e Nordeste (16,3%) registravam as menores coberturas, enquanto que na Sul a estimativa era de 39,8%. Em relação a 2017, apenas o Centro-Oeste teve retração no CNPJ de 31,7% para 30,5%. Frente a 2012, o maior crescimento no percentual de registrados no CNPJ ocorreu na Região Nordeste, atingindo 38%.
Formalização aumenta com nível de instrução
Enquanto apenas 9,0% dos trabalhadores por conta própria sem instrução e fundamental incompleto possuíam registro no CNPJ, 42,8% dos trabalhadores por Conta própria com nível Superior completo têm registro. Entre os Empregadores ocorreu dinâmica semelhante. Porém, no caso de Empregadores Sem instrução e fundamental incompleto a taxa de cobertura de CNPJ (52,9%) superou a dos ocupados como conta própria com Ensino Superior completo (42,8%).
Cooperativados são 5,6% entre empregadores e trabalhadores por conta própria
Das 29,9 milhões pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria, 5,6% (1,6 milhão de pessoas) eram associados à cooperativa de trabalho ou produção em 2018. Essa estimativa manteve a tendência de redução iniciada em 2015. O maior valor do indicador (6,4%) ocorreu em 2012.
Mesmo apresentando a maior estimativa, a Região Sul teve a principal variação negativa, passando de 10,3% em 2017 para 9,5% em 2018; por outro lado, o Centro-Oeste registrou aumento no contingente de cooperativados com acréscimo de 23 mil pessoas no período, levando o percentual de 4,9% para 5,8%.
Cresce trabalho em veículo automotor, domicílios e local designado pelo empregador ou freguês
Em relação ao local de trabalho, houve uma tendência de crescimento de exercício de atividades em via pública, em veículo automotor e em domicílio, refletindo as mudanças introduzidas pela nova economia do país. Os maiores crescimentos se deram em domicílio (de 3,7% para 5,2%) e em veículo automotor, que subiu de 3,7% para 4,8%.
A população ocupada no setor privado no Brasil (74,4 milhões de pessoas) em 2018, trabalhava principalmente em estabelecimento do próprio empreendimento (59,8%), uma queda de cerca de 1,8 milhão de pessoas em relação a 2017, passando esse local a contabilizar 44,5 milhões pessoas. O trabalho em local designado pelo empregador, patrão ou freguês cresceu de 11,6, em 2012, para 13,5% em 2018.
O local de trabalho em fazenda, sítio, granja, chácara teve queda acentuada nos últimos seis anos, caindo de 13,4% para 10,7% - compreendendo 8,0 milhões de pessoas.