Para 2020, IBGE prevê recuo de 1,0% na safra de grãos
13/11/2019 09h00 | Atualizado em 13/11/2019 09h38
Em outubro, o primeiro prognóstico para a safra 2020 é de 238,5 milhões de toneladas, com redução de 1,0% em relação a 2019 (ou menos 2 357 854 toneladas). Espera-se queda na produção do milho 2ª safra (-7,5% ou menos 7 542 012 toneladas) e um crescimento de 4,7% para a soja (ou mais 5 353 363 toneladas).
Entre os cinco produtos de maior peso na safra, são esperados três recuos na produção: algodão herbáceo (-0,1%), feijão 1ª safra (-1,5%) e o milho 1ª safra (-1,2%). Já as variações positivas serão: arroz (1,6%) e soja (4,7%). Com relação à área, as variações positivas são: algodão herbáceo em caroço (4,4%), soja (0,8%) e milho (0,4%). Espera-se reduções de área no feijão 1ª safra (-0,3%) e no arroz (-0,9%).
PRODUÇÃO DE CEREAIS, LEGUMINOSAS E OLEAGINOSAS - 1º PROGNÓSTICO PARA 2020 - BRASIL | ||||||
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Produtos Agrícolas | Projeção | % | Prognóstico | % | Total | Part % |
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) | 131 074 | 3,1 | 4 066 643 | 96,9 | 4 197 717 | 1.8 |
AMENDOIM (em casca) - TOTAL | 557 339 | 95,8 | 24 177 | 4,2 | 581 516 | 0.2 |
AMENDOIM (em casca) 1ª safra | 550 614 | 96,1 | 22 306 | 3,9 | 572 920 | 0.2 |
AMENDOIM (em casca) 2ª safra | 6 725 | 78,2 | 1 871 | 21,8 | 8 596 | 0.0 |
ARROZ (em casca) | 339 479 | 3,2 | 10 154 105 | 96,8 | 10 493 584 | 4.4 |
AVEIA (em grão) | 889 786 | 98,5 | 13 986 | 1,5 | 903 772 | 0.4 |
CENTEIO (em grão) | 8 263 | 100 | - | 0 | 8 263 | 0.0 |
CEVADA (em grão) | 340 274 | 100 | - | 0 | 340 274 | 0.1 |
FEIJÃO (em grão) - TOTAL | 1 261 769 | 44,3 | 1 584 808 | 55,7 | 2 846 577 | 1.2 |
FEIJÃO (em grão) 1ª safra | 209 902 | 16,4 | 1 073 049 | 83,6 | 1 282 951 | 0.5 |
FEIJÃO (em grão) 2ª safra | 695 312 | 63,1 | 406 442 | 36,9 | 1 101 754 | 0.5 |
FEIJÃO (em grão) 3ª safra | 356 555 | 77,2 | 105 317 | 22,8 | 461 872 | 0.2 |
GIRASSOL (em grão) | 9 024 | 7,5 | 110 631 | 92,5 | 119 655 | 0.1 |
MAMONA (baga) | 0 | 0 | 27 876 | 100 | 27 876 | 0.0 |
MILHO (em grão) - TOTAL | 30 038 581 | 32,4 | 62 655 756 | 67,6 | 92 694 337 | 38.9 |
MILHO (em grão) 1ª safra | 3 219 521 | 12,6 | 22 386 304 | 87,4 | 25 605 825 | 10.7 |
MILHO (em grão) 2ª safra | 26 819 060 | 40 | 40 269 452 | 60 | 67 088 512 | 28.1 |
SOJA (em grão) | 14 456 271 | 12,2 | 103 915 234 | 87,8 | 118 371 505 | 49.6 |
SORGO (em grão) | 1 167 799 | 45,6 | 1 394 733 | 54,4 | 2 562 532 | 1.1 |
TRIGO (em grão) | 5 269 909 | 99,7 | 14 400 | 0,3 | 5 284 309 | 2.2 |
TRITICALE (em grão) | 29 930 | 100 | - | 0 | 29 930 | 0.0 |
TOTAL | 54 499 498 | 22,9 | 183 962 349 | 77,1 | 238 461 847 | 100.0 |
Fonte: IBGE, Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Out/2019. NOTA: Para as Unidades da Federação que ainda não dispõem das estimativas iniciais, os dados correspondem à uma projeção obtida a partir das informações de anos anteriores. (1) Caroço de algodão (61% do algodão em caroço). |
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O primeiro prognóstico da safra para 2020 estimou uma produção de 6,9 milhões de toneladas, declínio de 0,1% em relação a 2019. A área plantada, de 1,7 milhão de hectares, deve crescer 4,4%. Em 2019, as chuvas mais abundantes e regulares nas principais regiões produtoras do Mato Grosso e da Bahia, beneficiaram as lavouras que alcançaram uma elevada produtividade (4 234 kg/ha). Para 2020, as incertezas quanto ao clima estão reduzindo a estimativa do rendimento médio.
O Mato Grosso estimou uma produção de 4,7 milhões de toneladas, com alta de 0,5% em relação a 2019, e deve responder por 67,9% da produção nacional. Estima-se um aumento de área plantada de 5,7%, alcançando 1,2 milhão de hectares, mas o rendimento médio foi revisto para baixo (-4,9%), devendo alcançar 4 001 kg/ha.
ARROZ (em casca) – A primeira estimativa para a safra nacional de 2020 é de uma produção de 10,5 milhões de toneladas, crescimento de 1,6% em relação a 2019. O rendimento médio deve crescer 2,6%, para 6 262 kg/ha, enquanto a área plantada deve apresentar declínio de 1,8%. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, deve participar com 69,9% do total a ser colhido em 2020. A produção gaúcha foi estimada em 7,3 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019. A área plantada estimada de arroz recuou 2,7%, enquanto o rendimento estimado cresceu 3,5%, para 7 678 kg/ha. Em Santa Catarina, segundo produtor nacional, produção esperada é de 1,1 milhão de toneladas, com rendimento de 7 470 kg/ha e alta de 0,6% em relação a 2019.
FEIJÃO (em grão) – A primeira estimativa da produção de feijão para a safra 2020 é de 2,8 milhões de toneladas, declínio de 7,0% em relação à safra colhida em 2019. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra uma produção de 1,1 milhão de toneladas e a 3ª safra, 461,9 mil toneladas. A área a ser colhida 1ª safra (1,6 milhão de hectares) recuou 1,5% em relação a 2019, e o rendimento médio (836 kg/há), recuou 1,2%.
O plantio e a colheita da 2ª e 3ª safra de feijão ocorrerão em 2020. Assim, as estimativas de produção podem ter grandes alterações nos próximos prognósticos, bem como os dados mensais do Levantamentos Sistemáticos da Produção Agrícola para 2020.
MILHO (em grão) – O primeiro prognóstico de milho em grão para 2020 estima uma produção de 92,7 milhões de toneladas, declínio de 7,5% em relação à safra 2019, o que representa uma redução de 7,5 milhões de toneladas. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, devendo esta safra participar com 72,4% da produção nacional para 2020, contra 27,6% de participação da 1ª safra de milho.
Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 25,6 milhões de toneladas, 1,2% menor que em 2019. Aguarda-se declínio de 0,7% na área plantada e alta de 0,4% na área colhida. Para o rendimento médio, aguarda-se queda de 1,6%. Apesar dos preços atuais serem superiores aos da época da decisão de plantio da 1ª safra de 2019, os produtores não devem aumentar os investimentos no milho, pois a soja tem maior expectativa de rentabilidade.
Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 67,1 milhões de toneladas, declínio de 9,7% em relação a 2019, apesar de crescimento de 0,4% na área a ser colhida. Na safra 2019, o prolongamento das chuvas no primeiro semestre beneficiou a segunda safra.
Cerca de 40% das estatísticas de produção do milho segunda safra vêm de projeções nas médias dos cinco últimos anos, excluindo o rendimento médio da segunda safra de 2019, muito superior aos quatro anos anteriores. Isso reduziu a estimativa da produção.
SOJA (em grão) – A primeira estimativa de produção para 2020 soma 118,4 milhões de toneladas, crescimento de 4,7% em relação a 2019. A área a ser plantada é de 36,0 milhões de hectares, aumento de 0,7%. O rendimento médio estimado é de 3 286 kg/ha, aumento de 3,9%. Em 2019, houve excesso de calor e restrições de chuvas no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, prejudicando a safra brasileira. Com os preços mais compensadores em relação ao milho, os produtores devem ampliar as áreas da soja que, em 2020, devem representar 56,8% da área total do plantio de grãos do País.
Em 2020, o Mato Grosso, deve responder por 26,6% do total produzido pelo País e colher 31,4 milhões de toneladas, com declínio de 2,4% em relação a 2019. O Paraná, segundo maior produtor (16,7% do total nacional) estima produzir 19,8 milhões de toneladas, com alta de 22,6%. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor, estimou uma produção de 19,2 milhões de toneladas, com alta de 3,6% em relação a 2019.
Estimativa de outubro: safra 2019 deve crescer 6,3% em relação a 2018
A estimativa de outubro para a safra 2019 de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 240,8 milhões de toneladas, 6,3% superior à de 2018 (226,5 milhões de toneladas), com crescimento de 77,5 mil toneladas em relação à estimativa do mês anterior (0,0%). O recorde anterior fora de 2017 (238,4 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida foi de 63,1 milhões de hectares, com alta de 3,6% frente a 2018. Em relação ao mês anterior, a estimativa da área a ser colhida cresceu 71,3 mil hectares (0,1%).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representaram 92,8% da estimativa da produção e 87,0% da área a ser colhida.
Para a soja, foi estimada uma produção de 113,0 milhões de toneladas. Para o milho, uma produção recorde de 100,2 milhões de toneladas (25,9 milhões de toneladas de milho na primeira safra e 74,3 milhões de toneladas de milho na segunda safra). O arroz teve uma produção estimada de 10,3 milhões de toneladas e, para o algodão, uma produção de 6,9 milhões de toneladas, este último também um recorde da série histórica do IBGE. Em relação à 2018, ocorreram decréscimos de 4,1% para a soja e de 12,0% para o arroz, bem como acréscimos de 23,2% para o milho e de 39,7% para o algodão herbáceo.
Em relação a setembro, houve altas nas estimativas da produção da castanha de caju (9,4% ou 11,5 mil toneladas), do tomate (1,8% ou 72,2 mil toneladas), da uva (1,3% ou 18,7 mil toneladas), do algodão herbáceo (0,5% ou 33,9 mil toneladas), café canephora (0,1% ou 1,0 mil toneladas), e declínios nas estimativas do sorgo (-0,5% ou 13,8 mil toneladas), café arábica (-0,8% ou 17,3 mil toneladas), da cevada (-1,8% ou 7,7 mil toneladas), da aveia (-2,9% ou 28,3 mil toneladas) e do trigo (-3,0% ou 164,3 mil toneladas).
A distribuição regional do volume da produção foi: Centro-Oeste, 111,2 milhões de toneladas; Sul, 77,3 milhões de toneladas; Sudeste, 23,4 milhões de toneladas; Nordeste, 19,2 milhões de toneladas e Norte, 9,7 milhões de toneladas. Em relação a 2018, houve alta de 8,4% no Norte, de 10,1% no Centro-Oeste, de 3,8% no Sul, de 0,4% no Nordeste e de 2,3% no Sudeste. Mato Grosso é o maior produtor nacional, com participação de 28,0%.
ESTIMATIVAS DE OUTUBRO EM RELAÇÃO À SAFRA OBTIDA EM 2018
As variações mais acentuadas nas estimativas das produções foram em Rondônia (166 241 t), Minas Gerais (37 913 t), Tocantins (31 693 t), Rio Grande do Sul (14 471 t), Espírito Santo (-112 t), Rio Grande do Norte (-1 652 t), Ceará (-1 671 t), Goiás (-4 279 t), Sergipe
(-9 778 t), Santa Catarina (-14 012 t) e Paraná (-141 342 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção de algodão foi de 6,9 milhões de toneladas, crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, a produção mineira foi de 169,0 mil toneladas, com alta de 24,6%, devido aos bons preços na época de plantio, com a maior demanda chinesa, e à boa rentabilidade com o produto em 2018.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café foi de 3,0 milhões de toneladas, ou 50,0 milhões de sacas de 60 kg, redução de 16,5% em relação a 2018. Em relação ao mês anterior, a produção foi 0,5% menor.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 34,8 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,8% em relação ao mês anterior. No Espírito Santo, as estimativas declinaram 8,7% em decorrência da queda de 8,5% no rendimento médio. A área plantada e a área a ser colhida declinaram 0,1%.
Para o café canephora, ou conillon, a produção estimada foi de 912,4 mil toneladas, ou 15,2 milhões de sacas de 60 kg, alta de 0,1% em relação ao mês anterior.
Produção e variação anual por produto | |||
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Produto | Produção 2018 (t) | Produção 2019 (t) | Variação (%) |
Algodão Herbáceo | 4.930.518 | 6.888.370 | 39,7 |
Amendoim (1ª safra) | 546.517 | 548.105 | 0,3 |
Amendoim (2ª safra) | 11.361 | 12.172 | 7,1 |
Arroz | 11.736.353 | 10.325.864 | -12,0 |
Aveia | 890.235 | 938.663 | 5,4 |
Batata-inglesa (1ª safra) | 1.636.737 | 1.695.764 | 3,6 |
Batata-inglesa (2ª safra) | 1.182.000 | 1.211.326 | 2,5 |
Batata-inglesa (3ª safra) | 1.028.300 | 935.603 | -9,0 |
Centeio | 8.184 | 9.407 | 14,9 |
Cevada | 325.081 | 408.357 | 25,6 |
Feijão (1ª safra) | 1.514.084 | 1.303.091 | -13,9 |
Feijão (2ª safra) | 1.003.147 | 1.171.181 | 16,8 |
Feijão (3ª safra) | 456.701 | 585.325 | 28,2 |
Girassol | 137.969 | 131.048 | -5,0 |
Mamona | 19.314 | 29.558 | 53,0 |
Milho (1ª safra) | 25.743.077 | 25.922.481 | 0,7 |
Milho (2ª safra) | 55.621.458 | 74.313.868 | 33,6 |
Soja | 117.833.492 | 113.018.142 | -4,1 |
Sorgo | 2.251.862 | 2.566.239 | 14,0 |
Trigo | 5.305.067 | 5.303.800 | 0,0 |
Triticale | 41.664 | 30.494 | -26,8 |
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A produção foi de 133,9 mil toneladas, crescimento de 9,4% em relação ao mês anterior. O rendimento médio cresceu 9,8%. No Ceará, houve reavaliação da produção, com aumento de 17,6%. As chuvas do segundo semestre beneficiaram a produção, que alcançou 78,0 mil toneladas, ou 58,2% da produção nacional.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A safra de inverno foi estimada em 6 650 820 toneladas, com o trigo participando com 79,8% do total, ou 5 303 800 toneladas; a aveia com 14,1% (938 663 toneladas) e a cevada com 6,1% (408 357 toneladas).
A área plantada do trigo, principal lavoura de inverno brasileira, será de 2,1 milhões de hectares, com queda de 3,0% na produção, e redução de 3,1% no rendimento médio. No Paraná, a estimativa de produção (2,2 milhões de toneladas) recuou 7,9%, devido às geadas. No Rio Grande do Sul, a estimativa (2,3 milhões de toneladas) cresceu 1,1%.
A estimativa para a produção da aveia foi de 938,7 mil toneladas, um declínio de 2,9% em relação ao mês anterior, devido à redução de 2,2% no rendimento médio e de 0,8% na área colhida. Houve declínios na produção do Paraná (-2,8%), Santa Catarina (22,4%) e Rio Grande do Sul (-2,3%), que respondem por 92,6% da produção nacional.
Para a cevada, a produção estimada (408,4 mil toneladas) recuou 1,9%. A área a ser colhida (111,6 mil há) cresceu 3,1% e o rendimento médio (de 3 660 kg/há) declinou 4,8%. O Paraná informou uma estimativa de produção de 244,3 mil toneladas (-5,2% em relação ao mês anterior). Em Santa Catarina, a produção esperada é de 3,3 mil toneladas (-25,5%). Já estimativa da produção gaúcha (148,0 mil toneladas) cresceu 3,6%.
SORGO (em grão) - A estimativa alcançou 2,6 milhões de toneladas, declínio de 0,5% em relação a setembro. O maior declínio na produção (-1,5%), foi em Goiás, principal produtor, com participação de 42,6%. No Tocantins, houve alta de 2,8% na produção.
TOMATE – A estimativa da produção brasileira foi de 4,1 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior. A estimativa de área plantada (58,1 mil hectares) cresceu 1,8%, e o rendimento médio, crescimento de 1,2%. O aumento da produção em relação ao mês anterior se deve às reavaliações em Goiás (3,6%), Minas Gerais (3,0%) e Ceará (11,3%). Houve declínios da produção no Espírito Santo (-1,9%), em Santa Catarina (-0,1%) e no Rio Grande do Sul (-0,1%).