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PEVS 2018: produção da silvicultura e da extração vegetal chega a R$ 20,6 bilhões e cresce 8,0% em relação a 2017

19/09/2019 10h00 | Atualizado em 19/09/2019 10h00

Os valores da silvicultura e da extração vegetal somaram R$ 20,6 bilhões em 2018, registrando um crescimento (o terceiro consecutivo) de 8,0% em relação a 2017.

A silvicultura (obtida em florestas plantadas) contribuiu com 79,3% (R$ 16,3 bilhões) desse total, representando um aumento de 11,1% no valor de produção na comparação com 2017. A extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) teve participação de 20,7% (R$ 4,3 bilhões), sofrendo uma queda (a terceira consecutiva) de 2,7% na comparação com o ano anterior.

Na silvicultura, a produção de madeira para a indústria de papel e celulose foi o grupo que gerou o maior valor de produção em 2018 (R$ 5,1 bilhões). Entretanto, a principal influência para o crescimento no valor de produção da silvicultura veio da produção de carvão vegetal, com aumento de 18,9% da produção, gerando valor de R$ 4,1 bilhões (aumento de 50,5% no valor de produção).

Ainda na silvicultura, Minas Gerais registrou o maior valor de produção (R$ 4,6 bilhões, crescimento de 45,7%), ultrapassando o Paraná (R$ 3,1 bilhões). Mato Grosso do Sul conquistou a condição de maior produtor nacional de madeira para papel e celulose, com crescimento de 36,2% na produção. Entre os municípios, Telêmaco Borba-PR apresentou o maior valor de produção da silvicultura, com R$ 326,9 milhões, seguido por Três Lagoas-MS, com R$ 280,5 milhões. Ambos são polos produtores de celulose. A área total de florestas plantadas no País cresceu 1,3%, incremento de 131,8 mil hectares de cobertura, concentrados principalmente nas Grandes Regiões Sudeste e Sul (70,1%).

Na extração vegetal, os produtos madeireiros, que representaram 62,1% do valor de produção, registraram um recuo de 5,2% no ano. A madeira em tora – principal participação no valor de produção do grupo – teve redução de 4,9% na produção e, em consequência, queda de 3,7% no valor de produção.
Os produtos extrativos não-madeireiros registraram crescimento de 1,8% no valor de produção, totalizando R$ 1,6 bilhões. Entre eles, o açaí continua apresentando o maior valor de produção (R$ 592,0 milhões), com alta de 2,5% em relação a 2017. A produção de castanha-do-pará voltou a crescer em 2018, após dois anos consecutivos de queda. Os aumentos foram de 46,3% no volume e de 35,4% no valor da produção.

As informações são da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2018, que investiga 37 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros. A pesquisa traz informações sobre a produção, a variação e a distribuição espacial de produtos madeireiros e não-madeireiros, assim como a participação da extração vegetal e da silvicultura no valor da exploração vegetal. O material de apoio desta divulgação está à direita, nesta página.

Silvicultura cresce 11,1%, impulsionada pela produção de carvão vegetal
A silvicultura apresentou crescimento pelo terceiro ano consecutivo e atingiu o valor de produção de R$ 16,3 bilhões. A principal influência foi o aumento de 50,5% no valor de produção do carvão vegetal, devido principalmente à melhora no desempenho da indústria siderúrgica em 2018 – setor de maior consumo deste produto como fonte energética – e consequente aumento na demanda. A produção do carvão vegetal teve aumento de 18,9% e o valor de produção alcançou R$ 4,1 bilhões.

A produção de madeira destinada ao mercado de papel e celulose foi a que gerou maior valor em 2018 na silvicultura, com participação de 31,3% e registrando R$ 5,1 bilhões (crescimento de 2,0%). Houve aumento de 6,3% na produção de tora destinada a esta indústria.

Segunda posição no valor da silvicultura, a produção de madeira em tora para outras finalidades representou 28,2% do total gerado pelo setor, somando R$ 4,6 bilhões. O crescimento de 5,3% foi influenciado principalmente pela melhora nos preços da madeira destinada ao mercado de serraria e laminação, com aumento de 4,4% no volume produzido.

Com o aumento do consumo de carvão vegetal, houve retração no consumo de lenha para fins energéticos, uma queda de 4,6% no valor de produção e de 4,2% no volume, um total de 52,6 milhões de metros cúbicos no ano.

Já o grupo de produtos não-madeireiros da silvicultura apresentou crescimento no valor de produção. A resina, produto mais representativo deste grupo, mesmo apresentando volume de produção semelhante ao ano anterior, registrou crescimento de 11,4% no valor de produção, totalizando R$ 362,3 milhões. São Paulo respondeu por 67,8% da produção de resina no País em 2018.

Minas Gerais tem o maior valor de produção florestal do país
Com crescimento de 44,8% e alcançando os R$ 4,7 bilhões, Minas Gerais é a Unidade da Federação com o maior valor de produção florestal e participa de 22,8% do total nacional, ultrapassando o Paraná, que apresentou R$ 3,6 bilhões de valor de produção. Especificamente na silvicultura, Minas Gerais ocupa o primeiro posto, após crescimento de 45,7% e valor de produção de R$ 4,6 bilhões. Na sequência, Paraná respondeu com R$ 3,1 bilhões. A principal influência no crescimento em Minhas Gerais foi o aumento na produção de carvão vegetal.

Com uma produção estimada em 13,1 milhões de metros cúbicos (25,0% da produção nacional), Rio Grande do Sul destacou-se na produção de lenha com origem em florestas plantadas, superando o Paraná, que apresentou queda de 3,1% no volume de produção. O valor de produção gaúcho alcançou R$ 555,0 milhões (crescimento de 0,6%), enquanto o Paraná registrou retração de 8,0%, com R$ 547,0 milhões.

Liderando o ranking dos municípios, Telêmaco Borba, no Paraná, apresentou o maior valor de produção na silvicultura, com R$ 326,9 milhões. O município é destaque nacional na produção destinada à indústria de papel e celulose, apresentando um incremento de 54,9% no volume desse produto no ano. O Município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, localizado em outro polo nacional produtor de celulose, apresentou o segundo maior valor de produção da silvicultura, com R$ 280,5 milhões. Outros quatros municípios de Minas Gerais (João Pinheiro, Itamarandiba, Curvelo e Três Marias), dois paranaenses (General Carneiro e Cerro Azul) e dois sul mato-grossenses (Selvíria e Água Clara) fecham o ranking dos dez municípios com maior valor de produção da silvicultura em 2018.

Mato Grosso do Sul registra a maior produção de madeira para papel e celulose
O Mato Grosso do Sul respondeu pelo maior volume de tora para papel e celulose, produto de maior peso no valor de produção florestal. Com crescimento de 36,2%, o estado produziu 17,5 milhões de metros cúbicos, que representam 18,9% da produção do país. A ampliação da capacidade de processamento do parque industrial local, um dos mais concentrados do mundo na produção de celulose, influenciou na crescente produção de madeira de eucalipto na região, volume esse que mais do que dobrou nos últimos cinco anos.

É também no Mato Grosso do Sul que se encontram cinco dos dez municípios com maior área de florestas plantadas do país. Os municípios sul mato-grossenses de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo lideram a lista, com 263 mil hectares e 220 mil hectares, respectivamente, seguidos pelo município de Telêmaco Borba, no Paraná, com 165 mil hectares, todos com predomínio de eucalipto. Os três municípios fazem parte de áreas voltadas à produção de papel e celulose.

Área de florestas plantadas cresceu 1,3%
A área total de florestas plantadas no país cresceu 1,3%, alcançando 9,9 milhões de hectares, concentrados principalmente nas regiões Sudeste e Sul (70,1%). Foi um incremento de 131,8 mil hectares de cobertura; destes, 110,8 mil são de áreas de eucalipto, que ocupa 76,2% da área total no país. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96,3% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais. As áreas de eucalipto somaram 7,5 milhões de hectares.

Todos os grupos de produtos madeireiros indicaram predomínio da produção à base de madeira de eucalipto no território nacional. Na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para produção de celulose de fibra curta, utilizada principalmente na produção de papéis como os de imprimir, escrever e para fins sanitários, a madeira de pinus destina-se à produção de celulose de fibra longa, utilizada na produção de papel de qualidade superior e que demanda maior resistência.

No comparativo entre regiões, a Sudeste apresentou a principal ampliação de área, com 96,6 mil hectares a mais ao final de 2018; a Região Sul concentra a maior área de florestas plantadas (35,2%).

Minas Gerais segue registrando a maior área florestal plantada do País, superando os dois milhões de hectares (crescimento de 3,3% no ano), a quase totalidade com eucalipto. O Paraná detém a segunda maior área de florestas plantadas, 1,5 milhão de hectares, dos quais 53,4% são destinados ao pinus.

Extrativismo registra queda nos principais produtos madeireiros
Em 2018, o valor de produção obtido através da extração vegetal apresentou retração de 2,7%, totalizando R$ 4,3 bilhões. O grupo dos produtos madeireiros, que teve a maior participação no valor de produção do extrativismo (62,1%), registrou retração de 5,2% no ano. Ao longo dos últimos anos, a produção extrativa de madeira vem perdendo espaço, sendo gradativamente substituída pela madeira de florestas cultivadas.

Entre os principais produtos madeireiros do extrativismo, a madeira em tora, produto com maior participação no valor de produção do grupo, registrou redução de 4,9% na produção, um total de 11,6 milhões de metros cúbicos. Por consequência, apresentou queda no valor de produção de 3,7%, que totalizou R$ 1,9 bilhão. O carvão vegetal extrativo foi o produto deste grupo que apresentou maior retração no volume de produção (21,6%), totalizando 338,3 mil toneladas no ano.

Alimentícios têm crescimento de 4,1%; açaí ainda é a maior contribuição no VP
Em 2018, a soma do valor de produção dos produtos não-madeireiros registrou crescimento de 1,8%, totalizando R$ 1,6 bilhões. Esse tipo de atividade extrativista exerce grande relevância para os povos e comunidades tradicionais, contribuindo para a ocupação da mão-de-obra e distribuição de renda.

O grupo dos produtos alimentícios, maior entre os não-madeireiros da extração vegetal, novamente apresentou valor de produção crescente (4,1%), totalizando R$ 1,3 bilhões. O açaí foi o produto que registrou maior participação no valor de produção dentro deste grupo (46,3%).

O açaí amazônico é coletado de uma palmeira nativa da região, tendo 92,0% de sua produção extrativa concentrada nos estados da Região Norte. Em 2018, a produção extrativa de açaí atingiu 221.646 toneladas, volume 0,9% acima do obtido no período anterior e impulsionando o crescimento de 2,5% no valor de produção (R$ 592,0 milhões). A produção obtida através da atividade extrativa correspondeu a 12,8% da produção total de açaí no país.

O Pará apresentou a maior produção, com 147,7 mil toneladas, volume 4,1% maior que o registrado no ano anterior. No ranking dos 10 municípios que registraram os maiores volumes de produção em 2018, oito são paraenses, sendo que Limoeiro do Ajuru segue ocupando a posição de maior produtor nacional de açaí extrativo, respondendo sozinho por 18,5% do volume nacional.

A extração de erva-mate, concentrada na Região Sul, gerou o segundo maior valor de produção entre os produtos não-madeireiros, com R$ 468,4 milhões – uma queda de 0,8%. A produção atingiu a marca de 393,0 mil toneladas, crescimento de 2,4% frente ao período anterior. É no Paraná onde se encontram os dez municípios com maior produção em 2018. São Mateus do Sul, novamente, foi o município que registrou o maior volume de erva-mate extrativa no ano, concentrando 17,8% do total nacional.

Cabe ressaltar que atualmente o maior volume de açaí e erva-mate produzidos no país têm origem em áreas cultivadas. Essa produção é levantada anualmente pelo IBGE através da Produção Agrícola Municipal (PAM).

Castanha-do-pará volta a crescer
Após dois anos consecutivos de queda, a produção da castanha-do-pará voltou a apresentar crescimento. Com a retomada da boa produtividade dos castanhais e do regime de chuvas em 2017, o volume obtido na safra 2018 cresceu 46,3%, alcançando 34.170 toneladas. Mesmo com menor preço médio pago ao produtor, em razão da maior oferta do produto no mercado, o crescimento no valor de produção foi de 35,4%, alcançando R$ 130,9 milhões. Amazonas, maior produtor nacional, registrou produção de 12.161 toneladas de castanha, sendo que 11,7% do volume total produzido no país teve origem somente no município de Humaitá, que liderou o ranking dos municípios.