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Em março, IBGE prevê alta de 1,6% na safra de grãos de 2019

11/04/2019 09h00 | Atualizado em 11/04/2019 11h12

Em março, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 foi estimada em 230,1 milhões de toneladas, 1,6% acima da safra de 2018 (mais 3,6 milhões de toneladas) e 0,6% superior ao obtido na 2ª estimativa (mais 1,3 milhão de toneladas). Já a área a ser colhida é de 62,3 milhões de hectares, 2,3% maior que a de 2018 (mais 1,4 milhão de ha) e 0,6% maior que a 2ª estimativa (mais 399,4 mil ha).

Estimativa de Março para 2019 230,1 milhões de toneladas
Variação safra 2019/safra 2018 1,6% (3,6 milhões de toneladas)
Variação safra 2019 / 2ª estimativa 2019 0,6% (1,3 milhão de toneladas)

O arroz, o milho e a soja representam 93,1% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 4,8% na área do milho, 2,0% na área da soja e queda de 10,0% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 4,5% para a soja, de 10,6% para o arroz e acréscimo de 11,9% para o milho. Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 27,0%, seguido pelo Paraná (15,9%) e Rio Grande do Sul (14,7%). Somados, esses três estados representaram 57,6% do total nacional. O material de apoio do LSPA está à direita dessa página.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição regional: Centro-Oeste (103,4 milhões de toneladas); Sul (77,0 milhões de toneladas); Sudeste (21,9 milhões de toneladas); Nordeste (18,9 milhões de toneladas) e Norte (8,9 milhões de toneladas). Em relação a 2018, ocorreram aumentos de 2,4% na Região Centro-Oeste e de 3,3% na Região Sul. Houve quedas de 4,4% na Região Sudeste e 1,2% na Região Nordeste. Na Região Norte não houve variação.

Destaques na estimativa de março de 2019 em relação a fevereiro

Em março, destacaram-se as seguintes variações percentuais: algodão herbáceo (12,2%), feijão 1ª safra (8,7%), feijão 2ª safra (7,2%), milho 2ª safra (3,4%), cana-de-açúcar (1,8%), mandioca (1,6%), café arábica (1,3%), Café canephora (0,0%), soja (-0,8%), milho 1ª safra (-1,7%), tomate (-4,6%), sorgo (-7,9%) e feijão 3ª safra (-13,3%%).

Em números absolutos, os destaques ficaram com a cana-de-açúcar (11.855.427 t), o milho 2ª safra (2.124.491 t), o algodão herbáceo (677.418 t), a mandioca (315.629 t), feijão 1ª safra (109.183 t), o feijão 2ª safra (85.172 t), o café arábica (29.824 t), o café canephora (11 t),  o feijão 3ª safra (-66.743 t), o sorgo (-182.231 t), o tomate (-199.859 t), o  milho 1ª safra (-446.927 t) e a soja (-876.964 t).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção de algodão foi de 6,2 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% em relação ao mês anterior, constituindo-se em recorde da série histórica do IBGE. Preços compensadores para 2019 e resultados positivos das lavouras, em 2018, na Bahia e no Mato Grosso, em decorrência do clima mais chuvoso e preços favoráveis, foram fatores determinantes que estimularam o aumento dos investimentos nas lavouras de algodão para o ano corrente. O Brasil tem sido favorecido pela redução de oferta de algodão registrada em 2018 nos principais países produtores e o consumo deve aumentar, uma vez que os estoques chineses de pluma estão reduzidos.

A Bahia informou um crescimento de 8,6% na produção. As lavouras chegaram a ser prejudicadas pela falta de chuva, contudo, o retorno das mesmas proporcionou uma recuperação da produtividade em fevereiro/março. A produção estimada do Estado alcançou 1,4 milhão toneladas, correspondendo a 21,9% da safra a ser colhida pelo País este ano. No Mato Grosso, a estimativa da produção encontra-se em 4,2 milhões de toneladas, aumento de 12,8% em relação ao mês anterior. O Mato Grosso deve produzir 67,6% de todo algodão a ser colhido pelo País em 2019. Em relação a 2018, a produção deve crescer 26,7% maior. No Maranhão e no Piauí, as estimativas de produção encontram-se 25,2% e 143,7% maiores, respectivamente.

CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café encontra-se em 3,2 milhões de toneladas, ou 53,9 milhões de sacas de 60 kg, redução de 10,0% em relação a 2018. Apesar da queda, essa é uma boa produção para ano de bienalidade negativa para o café arábica. Com relação ao café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 38,7 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,3% em relação ao mês anterior. Frente a 2018, a produção do café arábica caiu 13,8%, em decorrência da redução de 15,4% do rendimento médio. Em março, São Paulo elevou sua estimativa de produção em 9,5%. O Estado é o segundo maior produtor de arábica do País, participando com 12,8% do total a ser colhido. A produção paulista deve alcançar 297,2 mil toneladas, ou 5,0 milhões de sacas de 60 kg. A produção mineira deve alcançar 1,6 milhão de toneladas, ou 27,3 milhões de sacas de 60 kg. Minas Gerais é o maior produtor de café arábica do País, com participação de 70,6% do total a ser produzido.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a produção estimada, de 914,0 mil toneladas, ou 15,2 milhões de sacas de 60 kg, não apresentou variação em relação ao mês anterior. Contudo, em relação a 2018, encontra-se 1,6% maior. A estimativa da produção capixaba foi de 606,9 mil toneladas, ou 10,1 milhões de sacas de 60 kg. O Estado é responsável por 66,4% da produção nacional. A estimativa das produções de Rondônia e Bahia foram de 143,7 e 129,6 mil toneladas, ou 2,4 e 2,2 milhões de sacas de 60 kg, respectivamente. Juntos, esses três estados devem responder por 96,3% da produção brasileira de café conillon em 2019.

Vale ressaltar a melhoria da qualidade do café produzido pelo Brasil, fruto dos esforços dos produtores, cada vez mais conscientes da necessidade da agregação de valor à sua produção. Os produtores estão apreensivos com os preços do produto que, em função da grande oferta no mercado, têm registrado valores abaixo do necessário para cumprir com os compromissos assumidos com as lavouras.        

CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção brasileira foi de 677,0 milhões de toneladas, um crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior. O retorno das chuvas em algumas regiões, tem proporcionado a recuperação dos canaviais, principalmente aqueles que serão colhidos no terço final da safra, com isso, aguarda-se uma melhora de 2,3% no rendimento médio das lavouras.

Responsável por mais da metade da cana produzida no País, São Paulo aumentou sua estimativa de produção em 2,0%, refletindo o crescimento da produtividade que tem sido favorecida pelo clima e pela adoção de novas técnicas como o revezamento de culturas, com o milho, que acaba protegendo o solo no período de renovação do canavial. Na Região Centro Oeste, Mato Grosso e Goiás elevaram suas estimativas de produção em 3,6% e 5,0%, respectivamente. Na Região Nordeste, Alagoas e Maranhão também apresentaram melhorias no rendimento médio das lavouras, de 16,9% e 3,9%, respectivamente. Em relação a 2018, a estimativa da produção apresenta crescimento de 0,4.

FEIJÃO (em grão) – A produção estimada, considerando-se as três safras do produto, foi de 3,1 milhões de toneladas, aumento de 4,3% em relação ao mês anterior. Em relação à safra de 2018, a produção total de feijão deverá crescer 3,1%. A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, um aumento de 8,7% na produção frente à estimativa de fevereiro, o que representa 109,2 mil toneladas. Destaques para a Bahia, com alta de 85,0% (84.360 toneladas) e para o Ceará, com alta de 34,3% na produção.

A comparação anual para a 1ª safra mostra uma redução de 9,7% na estimativa de produção. Diversos estados produtores reduziram suas estimativas, entre eles: São Paulo (-36,1%), Paraná (-19,4%) e Goiás (-29,7%). Preços pouco compensadores do feijão, além da concorrência com a soja, pelas áreas disponíveis, desestimularam os produtores a investirem nas lavouras de primeira safra. Além disso, no Paraná as lavouras sofreram os efeitos da falta de chuvas e das elevadas temperaturas de novembro e dezembro. 

A 2ª safra de feijão foi estimada em março com um aumento de 7,2% (85.172 toneladas) frente a fevereiro. A Bahia, que foi o maior responsável por esse resultado, teve um aumento de 66,1% na estimativa de produção, o que representou 59.208 toneladas a mais. O Paraná estimou um crescimento de 9,1% na produção. Minas Gerais estimou um aumento de 13,3% na sua estimativa de produção. Esses estados devem produzir 436,1 e 176,0 mil toneladas nesta época.

Até o presente momento, o clima vem possibilitando adequado desenvolvimento das lavouras da segunda safra nos principais estados produtores. Em relação a 2018, a estimativa de produção da 2ª safra encontra-se 25,8% maior. A Região Nordeste teve influência nesse resultado, com altas na estimativa de produção de Pernambuco (44,3%), Alagoas (152,0%), Ceará (35,4%) e Bahia (478,5%). O Paraná também foi importante, prevendo um aumento de 58,6% na produção. Em 2018, as lavouras paranaenses foram afetadas por problemas climáticos.

Para a 3ª safra de feijão, a estimativa de colheita é de 436,1 mil toneladas, redução de 13,3% em relação à estimativa de fevereiro, o que representou 66.743 toneladas a menos. São Paulo é o estado com maior influência nesse resultado, pois, as estimativas indicam diminuição de 68,8% na estimativa de produção, o que representou 64.608 toneladas. Goiás também informou uma diminuição de 4,7% na estimativa de produção. A estimativa para a 3ª safra de feijão é 4,5% inferior à de 2018. Alguns estados têm reduzido a área nessa safra de feijão, em cumprimento ao vazio sanitário, implementados em alguns estados antes do plantio da soja.

MANDIOCA (raiz) – A estimativa da produção de mandioca foi de 20,5 milhões de toneladas, crescimento de 1,6% em relação ao mês anterior. Houve aumentos mais relevantes nas estimativas de Minas Gerais (68,9%), de São Paulo (10,4%), do Mato Grosso do Sul (5,5%), do Pará (1,0%) e de Alagoas (6,0%). Em relação ao ano anterior, a produção apresentou crescimento de 5,6%, apesar da redução de 24,2% da área plantada. Preços pouco compensadores e demanda restrita, em 2018, desestimularam os investimentos nas lavouras. Os produtores reduziram a área de plantio, a tecnologia de produção aplicada e a área colhida, deixando as plantas por mais tempo no campo, acumulando reservas e aguardando melhores condições de mercado.

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a estimativa da produção cresceu 1,9%, tendo totalizado 91,0 milhões de toneladas. Ao todo, foram acrescidos 1,7 milhão de toneladas. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção encontra-se 11,9% maior. Na 1ª safra de milho, a estimativa da produção alcançou 25,7 milhões de toneladas, decréscimo de 1,7% em relação à última informação. Os declínios mais significativos foram informados por São Paulo (-16,2%), Minas Gerais (-2,8%), Mato Grosso do Sul (-15,6%), Bahia (-14,0%) e Goiás (-2,9%). Em contrapartida, o Rio Grande do Sul estimou uma produção 3,6% maior. A produção gaúcha deve alcançar 5,7 milhões de toneladas, o que representa 22,2% da produção nacional de milho primeira safra. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 0,3% menor. Preços mais compensadores da soja, durante a época de plantio, influenciaram os produtores a ampliarem as áreas de plantio da leguminosa em detrimento do milho de verão.

Em decorrência do plantio antecipado da soja, aguarda-se um maior período para a “janela de plantio” do milho 2ª safra. Isto deve possibilitar um menor risco para o desenvolvimento das lavouras no campo, uma vez que será menor a probabilidade da ocorrência de períodos secos, durante o ciclo, o que deve repercutir positivamente no rendimento médio. A estimativa da produção (65,4 milhões de toneladas) cresceu 3,4% em relação à última estimativa e aumento de 17,5% em relação a 2018.

Os aumentos mais expressivos em volume de produção, em relação ao mês anterior, foram estimados para o Mato Grosso (5,4%), Paraná (1,8%), Piauí (139,7%), Minas Gerais (11,2%) e Mato Grosso do Sul (4,2%). Em contrapartida, São Paulo informou declínio de 11,9% na produção. Como os preços do milho encontram-se em patamares superiores aos do ano anterior, aguarda-se que os produtores aumentem os investimentos. Contudo, a ocorrência de chuvas, notadamente nas fases fenológicas mais importantes, torna-se fundamental para consolidação das atuais estimativas.

SOJA (em grão) – A estimativa da produção caiu 0,8% em relação ao mês anterior, pelo desdobramento do clima seco e quente em importantes estados produtores. Foram afetadas importantes áreas produtoras do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, a estimativa da produção foi reduzida em 6,4%, devendo alcançar 3,2 milhões de toneladas. O Mato Grosso do Sul informou uma produção 7,6% menor. Quanto ao Paraná, a produção foi reduzida em 1,3%, devido ao veranico e às altas temperaturas em novembro e dezembro. A colheita da leguminosa está em andamento e, apenas no final haverá certeza quanto à extensão das perdas, que só não foram maiores devido ao retorno das chuvas. Nas áreas afetadas, houve adiantamento da colheita, dando mais segurança para a “janela de plantio” das culturas de segunda safra, como o milho e o feijão.

SORGO (em grão) - A estimativa alcançou 2,1 milhões de toneladas, decréscimo de 7,9% em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, segundo produtor nacional, responsável por 28,4% da produção nacional, a estimativa da produção caiu 14,7%. Em contrapartida, a produção goiana, que representa 47,6% do total nacional, cresceu 6,1%. Outros estados que alteraram suas estimativas de produção foram Mato Grosso (-6,4%), Rio Grande do Sul (-6,6%), São Paulo (16,1%), Bahia (29,9%), Maranhão (-74,8%), e Pará (-9,2%). Em relação ao ano anterior a produção nacional do sorgo deverá diminuir 5,4%. Como em alguns estados a colheita da soja foi antecipada, aumentando a “janela de plantio” para o milho 2ª safra, os produtores deram preferência ao plantio desse cereal, em detrimento do sorgo, já que este último apresenta menor liquidez e preço. Cultura cultivada em época de segunda safra nas áreas de Cerrado, o sorgo é mais tolerante ao clima seco que o milho.

TOMATE – A produção brasileira deve alcançar 4,1 milhões de toneladas, redução de 4,6% em relação ao mês anterior. No presente mês, Goiás informou declínio de 27,3% na estimativa da produção do tomate, principalmente, em decorrência da redução de 24,9% da área a ser plantada. Segundo a Supervisão de Agropecuária do IBGE de Goiás, parte das áreas de plantio levantadas nos prognósticos da produção para a safra de 2019 não se confirmaram. Contudo, outros estados importantes informaram estimativas de produção maiores, compensando, em parte, o declínio da produção goiana. Minas Gerais e São Paulo estimaram aumentos de 38,5% e 3,2% na produção de março, respectivamente, em relação ao mês anterior. Em relação 2018, a produção de tomate crescerá 0,8%.