IPCA-15 varia 0,54% em março e IPCA-E chega a 1,18%
26/03/2019 09h00 | Atualizado em 26/03/2019 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,54% em março, mostrando aceleração em relação à taxa de fevereiro (0,34%). A variação foi a maior para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 1,18%, acima da taxa de 0,87% registrada em igual período de 2018. Em relação aos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,18%, acima dos 3,73% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2018, a taxa foi de 0,10%.
Período | TAXA |
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Março de 2019 | 0,54% |
Fevereiro de 2019 | 0,34% |
Março de 2018 | 0,10% |
Acumulado no ano | 1,18% |
Acumulado nos 12 meses | 4,18% |
Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Artigos de Residência (-0,23%) e Comunicação (-0,19%) tiveram deflação de fevereiro para março. No lado das altas, Alimentação e Bebidas (1,28%) registrou a maior variação e o maior impacto, 0,32 ponto percentual (p.p.) sobre o IPCA-15 do mês. Já o grupamento dos Transportes, que havia caído 0,46% no mês anterior, subiu 0,59%, contribuindo com impacto de 0,11 p.p. Juntos, os dois grupos corresponderam a cerca de 80% do índice do mês. As demais variações ficaram entre o 0,06% de Vestuário e o 0,38% de Saúde e cuidados pessoais.
IPCA-15 e IPCA-E - Variação e impacto nos grupos | ||||||
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Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
(p.p.) | ||||||
Janeiro | Fevereiro | Março | Março | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,30 | 0,34 | 0,54 | 0,54 | 1,18 | 4,18 |
Alimentação e Bebidas | 0,87 | 0,64 | 1,28 | 0,32 | 2,82 | 6,19 |
Habitação | 0,08 | 0,18 | 0,28 | 0,04 | 0,55 | 6,01 |
Artigos de Residência | 0,58 | 0,47 | -0,23 | -0,01 | 0,83 | 4,03 |
Vestuário | -0,16 | -0,92 | 0,06 | 0,00 | -1,01 | -0,08 |
Transportes | -0,47 | -0,46 | 0,59 | 0,11 | -0,34 | 2,53 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,68 | 0,56 | 0,38 | 0,05 | 1,62 | 4,14 |
Despesas Pessoais | 0,43 | 0,30 | 0,22 | 0,02 | 0,96 | 3,57 |
Educação | 0,31 | 3,52 | 0,34 | 0,02 | 4,20 | 4,85 |
Comunicação | 0,06 | 0,05 | -0,19 | -0,01 | -0,08 | -0,07 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O grupo Alimentação e Bebidas acelerou de fevereiro (0,64%) para março (1,28%) por conta da alimentação no domicílio, que subiu 1,91%, frente à alta de 0,68% no mês anterior. O feijão-carioca, que tivera alta expressiva em fevereiro (34,56%), subiu 41,44%, contribuindo com o maior impacto individual no IPCA-15 de março, 0,09 p.p. No caso da batata-inglesa, também se observou aceleração de um mês para o outro (de 12,39% para 25,59%), com 0,06 p.p. de impacto. Já o tomate, após uma queda de 20,32% em fevereiro, apresentou alta de 16,73%. Outros itens importantes na cesta de consumo das famílias, como as frutas (2,74%) e o leite longa vida (2,35%) também registraram alta em março.
A alimentação fora, que havia subido 0,58% no mês anterior, desacelerou para 0,17%, com destaque para a queda observada na refeição (-0,23%), após a alta de 0,78% registrada em fevereiro.
Do grupo dos Transportes (0,59%), os dois principais impactos no índice de março ficaram com a passagem aérea (7,54%) e o etanol (2,64%), ambos com 0,03 p.p. A gasolina (0,28%), após três meses consecutivos de quedas, apresentou ligeira alta, contribuindo com 0,01 p.p. no índice do mês. Regionalmente, as variações ficaram entre a queda de 1,15% na região metropolitana de São Paulo e a alta de 5,92% na região metropolitana de Fortaleza.
Ainda em Transportes, destaca-se também o resultado de 0,73% dos ônibus urbanos, reflexo dos reajustes nas tarifas apropriados nas seguintes regiões:
IPCA-15 - Reajustes dos ônibus urbanos | |||
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Ônibus urbano | |||
Região | Variação (%) | Reajuste (%) | Data |
Porto Alegre | 0,93 | 9,30 | 13/03 |
Recife | 3,44 | 7,81 | 02/03 |
Curitiba | 2,59 | 5,88 | 02/03 |
Rio de Janeiro | 1,50 | 2,53 | 02/02 |
Fortaleza | 2,04 | 5,88 | 26/01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
No caso dos ônibus intermunicipais (-0,27%), a variação negativa em março foi influenciada pela redução média de 3,00% no valor das passagens no Rio de Janeiro (-2,21%), a partir de 11 de fevereiro. Em São Paulo, houve reajuste médio de 6,00%, vigente desde 20 de janeiro. Já em Curitiba, o reajuste de 5,88%, inicialmente previsto para vigorar a partir de 28 de fevereiro, entrou em vigor efetivamente em 2 de março, por determinação da Justiça.
Os preços das passagens de trem (1,35%), por sua vez, sofreram reajuste em duas regiões: no Rio de Janeiro (5,51%), onde houve aumento de 9,52% a partir do dia 2 de fevereiro; e em Porto Alegre (2,73%), com reajuste de 27,30%, vigente desde 13 de março.
Em Habitação (0,28%), o item energia elétrica teve alta de 0,43% em março, pouco acima do registrado em fevereiro (0,38%). As variações regionais vão desde a queda de 1,95% em Belo Horizonte à alta de 1,96% no Recife. Já o resultado do gás encanado (1,75%) é consequência do reajuste médio de 11,00% em São Paulo (4,70%), vigente desde 1º de fevereiro. Ressalta-se que, a partir de 1º de março, esse reajuste foi reduzido para 9,00%.
No grupo das Despesas Pessoais (0,22%), a queda de 0,51% no cigarro refletiu reduções ocorridas em determinadas marcas e áreas.
Em Comunicação (-0,19%), a variação negativa do mês deveu-se à queda no preço dos aparelhos telefônicos (-1,86%) e ao item telefone fixo (-0,50%), por conta da redução média de 7,50% no valor das tarifas de fixo para móvel, a partir de 25 de fevereiro. Já o resultado do item correio (1,11%) reflete o reajuste de 13,90%, em vigor a partir de 6 de março, em um dos serviços no Rio de Janeiro (1,11%), única área a apresentar peso para o item em questão no IPCA-15.
No que diz respeito aos índices regionais, à exceção de Belo Horizonte, todas as áreas apresentaram aceleração de fevereiro para março. O maior índice ficou com a região metropolitana de Fortaleza (0,92%), em função da alta nos preços da gasolina (5,92%). O menor resultado, por sua vez, foi registrado na região metropolitana de Salvador (0,29%), influenciado pela queda no preço do item automóvel novo (-2,14%) e das carnes (-1,28%).
IPCA-15 e IPCA-E - Variação nas regiões | ||||||
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Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
Janeiro | Fevereiro | Março | Trimestre | 12 Meses | ||
Fortaleza | 3,49 | 0,04 | 0,55 | 0,92 | 1,51 | 3,82 |
Belém | 4,65 | 0,39 | 0,63 | 0,75 | 1,78 | 3,91 |
Goiânia | 4,44 | 0,08 | -0,04 | 0,74 | 0,78 | 3,82 |
Recife | 5,05 | 0,13 | 0,46 | 0,64 | 1,24 | 3,75 |
Brasília | 3,46 | 0,07 | -0,15 | 0,59 | 0,51 | 3,59 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,59 | 0,41 | 0,58 | 1,59 | 4,49 |
São Paulo | 31,68 | 0,21 | 0,41 | 0,56 | 1,19 | 4,30 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,27 | 0,10 | 0,54 | 0,92 | 4,72 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,48 | 0,62 | 0,43 | 1,54 | 4,61 |
Curitiba | 7,79 | -0,08 | 0,15 | 0,34 | 0,41 | 3,51 |
Salvador | 7,35 | 0,80 | 0,11 | 0,29 | 1,20 | 3,98 |
Brasil | 100,00 | 0,30 | 0,34 | 0,54 | 1,18 | 4,18 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.