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IPCA-15 fica em 0,34% em fevereiro

21/02/2019 09h00 | Atualizado em 22/02/2019 08h36

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,34% em fevereiro, mostrando leve aceleração em relação à taxa de janeiro (0,30%). Juntamente com fevereiro de 2000 (0,34%), esta variação foi a menor para um mês de fevereiro desde o início do Plano Real, em 1994. O acumulado no ano ficou em 0,64% e nos últimos 12 meses, em 3,73%, resultado abaixo dos 3,77% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2018, a taxa havia sido de 0,38%.

Período TAXA
Fevereiro de 2019 0,34%
Janeiro de 2019 0,30%
Fevereiro de 2018 0,38%
Acumulado no ano 0,64%
Acumulado nos últimos 12 meses 3,73%

O grupo Educação teve a maior variação (3,52%) e o maior impacto (0,17 p.p.) no índice. Já os grupos Transportes (-0,46%) e Vestuário (-0,92%) tiveram deflação de janeiro para fevereiro. Os demais grupos variaram entre o 0,05% de Comunicação e o 0,56% de Saúde e cuidados pessoais, conforme mostra a tabela a seguir.

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Janeiro Fevereiro Janeiro Fevereiro
 Índice Geral   0,30  0,34  0,30  0,34
Alimentação e Bebidas 0,87 0,64 0,22 0,16
Habitação 0,08 0,18 0,01 0,03
Artigos de Residência 0,58 0,47 0,02 0,02
Vestuário -0,16 -0,92 -0,01 -0,05
Transportes -0,47 -0,46 -0,09 -0,09
Saúde e Cuidados Pessoais 0,68 0,56 0,08 0,07
Despesas Pessoais 0,43 0,30 0,05 0,03
Educação 0,31 3,52 0,02 0,17
Comunicação  0,06 0,05 0,00 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.  

O grupo Educação cresceu 3,52% por conta de reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares (4,60%), item responsável pelo maior impacto individual no índice do mês (0,15 p.p.). Os cursos diversos subiram, em média, 3,16%, com reajustes variando entre o 1,56% de Brasília e os 4,03% da região metropolitana de Curitiba.

Alimentação e bebidas (0,64%) desacelerou em relação a janeiro (0,87%) por conta do grupamento alimentação no domicílio, que subiu 0,68%, frente à alta de 1,07% no mês anterior. As carnes, que haviam apresentado alta de 1,72% em janeiro, caíram 0,28% em fevereiro, e o tomate, cujos preços já haviam apresentado queda no mês anterior (-8,16%), mostraram redução mais intensa em fevereiro (-20,32%). A principal contribuição positiva entre os alimentícios veio do feijão-carioca, com 34,56% de variação e 0,06 p.p. de impacto. Outros itens da cesta de consumo das famílias, como a batata-inglesa (12,39%) e as frutas (2,33%) também subiram em fevereiro.

A alimentação fora mostrou leve aceleração de janeiro (0,53%) para fevereiro (0,58%), com destaque para refeição, que registrou 0,78%, frente à alta de 0,39% no mês anterior.

O grupo Transportes (-0,46%) registrou o maior impacto negativo no IPCA-15 de fevereiro (-0,09 p.p.). A gasolina (-2,43%) caiu pelo terceiro mês consecutivo e registrou o maior impacto individual negativo do mês (-0,11 p.p.). Todas as áreas pesquisadas tiveram queda em fevereiro, variando de -5,50% em Porto Alegre até -1,01% na região metropolitana de Curitiba. Etanol (-1,31%) e óleo diesel (-0,15%) também ficaram mais baratos de um mês para o outro. A exceção em combustíveis (-2,05%) foi o gás veicular (3,21%), cujo resultado foi influenciado pela alta observada na região metropolitana de São Paulo (8,27%).

Ainda em Transportes, destacam-se os aumentos nas tarifas dos ônibus urbanos (2,50%), cuja alta é consequência dos reajustes nas tarifas apropriados nas seguintes regiões:

Ônibus urbano 
Região Variação (%) Reajuste (%) Data  
Belo Horizonte 5,88 11,00 30/12
São Paulo 5,39 7,50 07/01
Fortaleza 3,02 5,88 26/01
Rio de Janeiro 1,01 2,53 02/02
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços         

Já o resultado dos ônibus intermunicipais (1,54%) foi influenciado pelo reajuste médio de 6,00% em São Paulo (5,56%), vigente desde o dia 20 de janeiro, e pela redução entre 1,00% e 5,00% no Rio de Janeiro (-0,74%), a partir de 11 de fevereiro. Além disso, houve reajuste de 6,78% no valor das passagens em Belo Horizonte (2,05%), em vigor desde 30 de dezembro.

Em São Paulo houve também reajuste de 7,50% nas tarifas de trem (6,70%) e de metrô (6,70%), ambas a partir de 13 de janeiro. Já no Rio de Janeiro, destacam-se o reajuste médio de 4,26% no valor das tarifas de táxi (2,35%), a partir de 1º de janeiro de 2019, e o reajuste de 9,52% no valor das passagens de trem (3,81%), vigente desde 2 de fevereiro. Vale destacar, ainda, o resultado das passagens aéreas (-16,53%), segundo maior impacto negativo no índice do mês, com -0,08 p.p.

Vestuário (-0,92%) registrou deflação em fevereiro. Tanto as roupas femininas (-1,40%) quanto as roupas masculinas (-0,76%) e infantis (-0,99%) ficaram mais baratas de janeiro para fevereiro. Além disso, calçados, que haviam apresentado ligeira alta no mês anterior (0,11%), também registraram variação negativa no mês (-0,80%).

Em Habitação (0,18%), energia elétrica subiu 0,38% depois de apresentar queda por quatro meses consecutivos. As regiões pesquisadas apresentaram variações que vão desde a queda de 0,99% em Curitiba até a alta de 3,16% em Fortaleza. Desde dezembro, permanece em vigor a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.

Ainda em Habitação, a alta de 3,91% no gás encanado reflete o reajuste de 7,20% nas tarifas no Rio de Janeiro (3,90%), a partir de 1º de janeiro, e o reajuste de 11,46% em São Paulo (4,91%), em vigor desde 1º de fevereiro. No âmbito nacional, destaca-se o reajuste de 1,04% concedido pela Petrobras, nas refinarias, no preço do gás de botijão (-0,78%), a partir de 5 de fevereiro.

Quanto aos índices regionais, Goiânia (-0,04%) e Brasília (-0,15%) apresentaram deflação de janeiro para fevereiro, conforme a tabela a seguir. O resultado de Brasília deveu-se, principalmente, à queda de 18,33% das passagens aéreas. O maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (0,63%), em função da alta expressiva do feijão-carioca (50,08%) e da variação nos cursos regulares (5,91%).

Região  Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação acumulada (%) 
Janeiro Fevereiro Ano  12 meses 
Belém 4,65 0,39 0,63 1,02 3,44
Belo Horizonte 11,23 0,48 0,62 1,10 4,43
Fortaleza 3,49 0,04 0,55 0,59 3,15
Recife 5,05 0,13 0,46 0,59 3,03
Rio de Janeiro 12,46 0,59 0,41 1,01 4,07
São Paulo 31,68 0,21 0,41 0,62 3,82
Curitiba 7,79 -0,08 0,15 0,07 3,18
Salvador 7,35 0,80 0,11 0,91 3,59
Porto Alegre 8,40 0,27 0,10 0,38 4,18
Goiânia 4,44 0,08 -0,04 0,04 3,01
Brasília 3,46 0,07 -0,15 -0,08 3,07
      
Brasil 100,00 0,30 0,34 0,64 3,73
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.     

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de janeiro a 12 de fevereiro de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de dezembro de 2018 a 15 de janeiro de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.