IPCA-15 fica em -0,16% em dezembro e IPCA-E fecha 2018 em 3,86%
21/12/2018 09h00 | Atualizado em 08/01/2019 15h51
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou -0,16% em dezembro, enquanto a taxa de novembro foi 0,19%. Este é o menor resultado mensal desde julho de 2017 e o menor resultado para um mês de dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Dessa forma, o IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado, fechou o ano de 2018 em 3,86%, bem abaixo dos 4,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em dezembro de 2017, a taxa foi de 0,35%.
PERÍODO | TAXA |
---|---|
Dezembro 2018 | -0,16% |
Novembro 2018 | 0,19% |
Dezembro 2017 | 0,35% |
Acumulado no ano | 3,86% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro apresentaram deflação de novembro para dezembro: Transportes (-0,93%), Saúde e cuidados pessoais (-0,58%), Habitação (-0,52%) e Comunicação (-0,07%). No lado das altas, o destaque ficou com o grupo Alimentação e bebidas (0,35%), que apresentou o maior impacto positivo no índice do mês, com 0,08 ponto percentual (p.p.). Os demais grupos variaram entre o 0,02% de Educação e o 0,44% de Artigos de residência.
IPCA-15 e IPCA-E - Grupos - Variação e Impacto | ||||||
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Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
(p.p.) | ||||||
Outubro | Novembro | Dezembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,58 | 0,19 | -0,16 | -0,16 | 0,61 | 3,86 |
Alimentação e Bebidas | 0,44 | 0,54 | 0,35 | 0,08 | 1,34 | 4,13 |
Habitação | 0,15 | -0,13 | -0,52 | -0,08 | -0,50 | 4,59 |
Artigos de Residência | 0,49 | 0,59 | 0,44 | 0,02 | 1,53 | 3,55 |
Vestuário | 0,28 | 0,02 | 0,31 | 0,02 | 0,61 | 0,57 |
Transportes | 1,65 | 0,31 | -0,93 | -0,18 | 1,02 | 4,99 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,66 | -0,35 | -0,58 | -0,07 | -0,27 | 3,81 |
Despesas Pessoais | 0,22 | 0,38 | 0,43 | 0,05 | 1,03 | 3,10 |
Educação | 0,21 | -0,01 | 0,02 | 0,00 | 0,22 | 5,23 |
Comunicação | 0,01 | -0,02 | -0,07 | 0,00 | -0,08 | -0,07 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O grupo dos Transportes teve a maior queda (-0,93%) e o maior impacto (-0,18 p.p.) no mês de dezembro, principalmente por conta da redução nos preços da gasolina (-5,47%). Esse combustível foi o responsável pelo maior impacto individual no índice do mês, com -0,26 p.p. Todas as áreas pesquisadas apresentaram queda de preços, ficando entre os -8,90% registrados em Salvador e os -3,02% de Fortaleza. Além da gasolina, o etanol e o óleo diesel também caíram em dezembro (-3,00% e -1,93%, respectivamente). Já as passagens aéreas subiram 29,61%, sendo o maior impacto individual positivo no IPCA-15 de dezembro (0,11 p.p).
Em Saúde e cuidados pessoais (-0,58%), destacam-se as quedas nos preços dos itens de higiene pessoal (-4,46%), especialmente produtos para pele (-9,90%), perfumes (-7,13%) e artigos de maquiagem (-6,93%).
O resultado do grupo Habitação (-0,52%) foi influenciado pela queda no item energia elétrica (-3,61%), segundo maior impacto negativo no índice do mês (-0,14 p.p). Após a vigência, em novembro, da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 0,01 a cada kwh consumido, passou a vigorar, a partir de 1° de dezembro, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Em Porto Alegre (-2,50%), houve reajuste médio de 8,34% na tarifa do kwh em uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 22 de novembro.
Ainda no grupo Habitação, o item gás de botijão, que havia apresentado queda de 0,37% no IPCA-15 de novembro, registrou alta de 1,62%. No dia 6 de novembro, passou a vigorar o reajuste de 8,53% no preço do gás de botijão de 13kg, nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobrás. A variação na taxa de água e esgoto (0,24%) refere-se ao reajuste de 6,04% no valor das tarifas no Rio de Janeiro (2,42%), a partir de 1º de dezembro. O item gás encanado (1,49%), por sua vez, reflete o reajuste de 4,61%, também no Rio de Janeiro (2,84%), a partir de 1º de novembro.
A queda de 0,07% na Comunicação foi influenciada, principalmente, pela redução no item aparelho telefônico (-1,89%). No item correio (-1,15%), houve reajuste nas tarifas dos serviços postais, a partir de 9 de novembro, e suspensão da cobrança de R$ 3,00 por entrega no Rio de Janeiro, a partir do dia 16 de novembro.
O grupo Alimentação e bebidas, que havia subido 0,54% em novembro, desacelerou para 0,35% por conta da alimentação no domicílio, que registrou 0,22% em dezembro, após a alta de 0,85% do mês anterior. Esse resultado foi influenciado por uma queda mais acentuada nos preços do leite longa vida (de -3,74% em novembro para -10,39% em dezembro) e pelas quedas em itens como arroz (-0,84%), farinha de mandioca (-2,47%) e alho (-3,38%). Por outro lado, cebola (34,16%), batata-inglesa (17,80%), tomate (8,37%) e carnes (0,92%) seguem com preços em alta.
A alimentação fora, por sua vez, acelerou de novembro para dezembro (de -0,01% para 0,58%), com destaque para as altas na refeição (0,67%) e no lanche (0,57%). No mês anterior, ambas haviam apresentado queda (-0,05% e -0,33%, respectivamente).
Quanto aos índices regionais, quase todas as áreas pesquisadas tiveram deflação em dezembro. A exceção foi Belém (0,27%), cujo resultado deveu-se especialmente às altas em passagem aérea (31,12%), tomate (27,06%) e açaí (12,86%). O menor índice (-0,30%) foi o de Brasília, com as quedas nos preços da gasolina (-8,75%) e dos itens de higiene pessoal (-5,08%).
IPCA-15 e IPCA-E - Regiões | ||||||
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Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
Outubro | Novembro | Dezembro | Trimestre | 12 Meses | ||
Brasília | 3,46 | 0,65 | 0,26 | -0,30 | 0,61 | 3,08 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,40 | 0,17 | -0,25 | 0,32 | 4,04 |
Curitiba | 7,79 | 0,78 | 0,16 | -0,23 | 0,71 | 3,90 |
São Paulo | 31,68 | 0,58 | 0,17 | -0,21 | 0,54 | 4,13 |
Goiânia | 4,44 | 0,59 | 0,42 | -0,21 | 0,80 | 3,32 |
Recife | 5,05 | 0,35 | 0,25 | -0,20 | 0,40 | 2,99 |
Salvador | 7,35 | 0,75 | -0,03 | -0,15 | 0,57 | 3,58 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,42 | 0,27 | -0,11 | 0,58 | 4,12 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,91 | 0,13 | -0,06 | 0,98 | 4,64 |
Fortaleza | 3,49 | 0,57 | 0,23 | -0,05 | 0,75 | 3,12 |
Belém | 4,65 | 0,50 | 0,25 | 0,27 | 1,02 | 2,72 |
Brasil | 100,00 | 0,58 | 0,19 | -0,16 | 0,61 | 3,86 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de outubro a 12 de novembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.