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Taxa de sindicalização dos trabalhadores brasileiros cai para 14,4%, a menor desde 2012

08/11/2018 10h00 | Atualizado em 09/11/2018 14h27

Em 2017, das 91.449 mil pessoas ocupadas, 14,4% (13.137 mil pessoas) estavam associadas a sindicato, uma queda de 3,2% em relação a 2016 e a menor taxa desde o início da série histórica, em 2012. A maior taxa em 2017 ocorreu entre empregados no setor público (27,3%), seguida por empregados no setor privado com carteira assinada (19,2%). Os trabalhadores por conta própria tiveram uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica, de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017.

Das 27.338 mil pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria em 2017, 5,8% (1.589 mil) eram associados a cooperativa de trabalho ou produção e a maior taxa de associação era na atividade de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (46,1%).

Em 2017, 28,0% dos ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria estavam em empreendimentos registrados no CNPJ, taxa inferior à de 2016 (28,9%). De 2016 para 2017, as maiores quedas ocorreram nas atividades de Serviços (de 36,9% para 34,2%), Indústria geral (de 29,6% para 27,1%) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 43,8% para 42,5%).

Entre os ocupados por conta própria em 2017, 18,5% possuíam CNPJ, enquanto entre os empregadores, essa cobertura era de 80,0%. A atividade de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas alcançou o maior percentual de cobertura: 27,1% para os trabalhadores por conta própria e 90,3% para empregadores.

Em 2017, 51,5% das pessoas ocupadas no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) estavam em empreendimentos de pequeno porte (1 a 5 pessoas), e 26,1% estavam em empreendimentos com 51 ou mais pessoas.

A população ocupada no setor privado no Brasil trabalhava principalmente em estabelecimento do próprio empreendimento (63,0% ou 46,5 milhões de pessoas), em local designado pelo empregador, patrão ou freguês (12,5%) e em fazenda, sítio, granja, chácara etc. (11,1%). A pesquisa completa e o material de apoio da PNAD-C: Características Adicionais do Mercado de Trabalho estão à direita desta página.

Taxa de sindicalização de 14,4% é a menor desde 2012

Em 2017, das 91.449 mil pessoas que estavam ocupadas na semana de referência da pesquisa, 14,4% (13.137 mil pessoas) estavam associadas a sindicato. Esta é a menor taxa de sindicalização desde o início da série histórica, em 2012 (16,2%).

De 2015 para 2016, a queda da população ocupada foi de 1,5% (-1.435 mil pessoas), enquanto a dos ocupados sindicalizados foi de 7,4% (-1.082 mil pessoas). Praticamente, metade da redução do contingente de sindicalizados foi proveniente da Indústria geral (-506 mil pessoas). Em 2017, apesar da discreta recuperação de população ocupada, isto não interrompeu a redução do contingente de associados a sindicato (queda de 3,2% em relação a 2016).

Regionalmente, a Região Norte apresentava a estimativa mais baixa (12,6%) e a Sul, a mais alta (16,2%). Todas as Grandes Regiões tiveram redução de 2015 para 2016. Isso se repetiu de 2016 para 2017, com exceção do Centro-Oeste que mostrou recuperação do indicador. A Região Sul teve os maiores percentuais em todos os anos, mas também foi a que mostrou a principal redução desse indicador entre 2012 (20,3%) e 2017 (16,2%).

Setor público tem a maior proporção de sindicalizados

A maior taxa de sindicalização em 2017 ocorreu entre empregados no setor público (27,3%). Esse grupo representava 12,4% da população ocupada total (11.339 mil pessoas). Em seguida, estavam os empregados no setor privado com carteira assinada, com taxa de 19,2%. Eles tinham a maior participação na população ocupada em 2017 (36,3% ou 33.195 mil pessoas).

Os trabalhadores por conta própria tiveram uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica, de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017. Esse grupo representa a segunda maior participação na população ocupada (25,3% ou 23.105 mil pessoas).

De 2016 para 2017, a maior queda na taxa de sindicalização ocorreu entre Trabalhadores familiares auxiliares (de 14,7% para 11,5%), seguido por Empregadores (de 17,4% para 15,6%) e pelos trabalhadores por Conta própria (de 9,7% para 8,6%). Os trabalhadores domésticos tinham a menor taxa de sindicalização (3,1%), seguidos por empregados no setor privado sem carteira assinada (5,1%); esses dois grupos representavam, respectivamente, 6,8% e 12,2% da população ocupada.

Taxa de sindicalização das pessoas ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal  Brasil – 2012/2017
Posição na ocupação e categoria do emprego no trabalho principal Taxa de sindicalização das pessoas ocupadas na semana de referência (%)     
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 16,2 16,1 15,9 15,8 14,9 14,4
Empregado no setor privado com carteira de trabalho assinada   20,9 20,5 20,0 20,4 18,7 19,2
Empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada  5,4 5,4 5,4 5,1 5,7 5,1
Trabalhador doméstico   2,7 2,8 3,3 3,0 3,6 3,1
Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar)   28,4 29,0 29,4 28,9 27,5 27,3
Empregador  18,6 16,7 16,0 16,5 17,4 15,6
Conta própria  11,3 11,2 10,5 10,3 9,7 8,6
Trabalhador familiar auxiliar 14,7 16,2 14,8 14,9 14,7 11,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2012/2017. 

 Em 2017, por grupamentos de atividade, Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tinha a maior taxa de sindicalização (23,6%) em 2017, seguido por Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (21,1%). Alojamento e alimentação teve o maior crescimento de ocupados (10,6%), com acréscimo de 499 mil pessoas, mas reduziu ainda mais sua taxa de sindicalização, de 7,6% em 2016 para 6,8% em 2017. A Indústria geral, apesar da expansão em relação a 2016 (de 12,6% para 13,0% da população ocupada total), não recuperou a taxa de sindicalização dos anos anteriores, ficando em 17,1%.

Frente a 2012, os grupamentos de atividade da Indústria geral (-4,0 pontos percentuais) e de Transporte, armazenagem e correios (-3,3 pontos percentuais) tiveram as principais quedas da taxa de sindicalização. Os Outros serviços e os Serviços domésticos foram os únicos a não apresentarem retração do indicador nessa comparação.

Piauí e Maranhão lideram as taxas de sindicalização

Com taxas de, respectivamente, 22,9% e 20,0%, Piauí e Maranhão são as Unidades da Federação com maior proporção de associados a sindicato, seguidos por Espírito Santo (18,5%), Rio Grande do Sul (18,2%), Santa Catarina (18,2%) e Distrito Federal (18,1%). Os menores índices estavam em Roraima (9,6%), Tocantins (9,5%), Rio de Janeiro (9,3%) e Alagoas (8,2%).

Nível de instrução: 31,3% dos sindicalizados têm superior completo

Em 2017, 27,6% da população ocupada era formada por pessoas Sem instrução e fundamental incompleto. Entre os ocupados sindicalizados esse nível de instrução foi de 22,3%. O Ensino médio completo e superior incompleto apresentou a maior proporção, tanto entre os ocupados em geral (38,3%), como também entre os ocupados que eram sindicalizados (36,3%). O Superior completo respondia por 18,5% dos ocupados; contudo, dentre os ocupados que eram sindicalizados, 31,3% possuíam esse nível de instrução.

Homens são maioria no trabalho noturno

Em 2017, das 91.449 mil pessoas ocupadas no país, 92,5% trabalhavam somente no turno diurno (entre as 5:00 e 22:00 horas do mesmo dia). Em 2017, 94,6% das mulheres ocupadas trabalhavam nesse turno, ao passo que entre os homens essa proporção era de 90,9%.

Cooperativados são 5,8% entre empregadores e trabalhadores por conta própria

Em 2017, das 27.338 mil pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria, 5,8% (1.589 mil) eram associados a cooperativa de trabalho ou produção. A Região Sul teve o maior percentual de trabalhadores cooperativados (10,3%), seguida pela Região Norte (6,3%). Em Santa Catarina, esse percentual chegou a 13,5%, seguido por Rio Grande do Sul, com 9,9%, e Rondônia, com 8,7%. As menores taxas foram encontradas em Pernambuco (3,2%), Goiás (3,1%) e Rio Grande do Norte (2,5%). As Regiões Nordeste (4,8%) e Sudeste (4,8%) foram as únicas que não registraram variação negativa nessa estimativa, ao passo que na Centro-Oeste ocorreu a maior redução, de 5,7% para 4,9%.

Entre os grupamentos de atividades, Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve a maior estimativa (46,1%). Em seguida, com proporções parecidas, estavam Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (12,0%), Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (11,0%) e Transporte, armazenagem e correios (10,9%). A menor estimativa ficou no grupo de Construção (2,5%).

Por sexo, o percentual de associados a cooperativa de trabalho ou produção era maior entre homens (6,7%) do que entre mulheres (4,1%).

Com taxa de cobertura de 28%, registro no CNPJ interrompe crescimento

Em 2012, 23,9% dos ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria estavam em empreendimentos registrados no CNPJ. Esse percentual aumentou ano a ano, alcançando 28,9% em 2016, mas caiu para 28,0% em 2017.

Ao longo da série, o registro no CNPJ era maior entre as mulheres, principalmente em 2013, com diferença de 2,8 pontos percentuais. Em 2017, a diferença passou a 1,0 ponto percentual para as mulheres (28,7%) em relação aos homens (27,7%), devido à redução mais acentuada do registro entre as mulheres (-1,3 ponto percentual) do que entre os homens (-0,7 ponto percentual).

A Região Norte apresentou percentual de registro no CNPJ em torno de 12,0% ao longo de toda a série. A Nordeste mostrou tendência de crescimento, alcançando 15,9% em 2017. As Regiões Sudeste e Sul, com os maiores valores do indicador, tiveram trajetória de crescimento até 2016, mas recuaram para 34,6% e 38,1%, respectivamente, em 2017.

De 2016 para 2017, as maiores quedas na taxa de cobertura de CNPJ ocorreram nas atividades que concentram a maior parte da população ocupada: Serviços, com queda de 36,9% para 34,2%; Indústria geral, de 29,6% para 27,1% e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, de 43,8% para 42,5%.

Proporção de empregadores com CNPJ é quatro vezes maior do que os conta própria

Em 2017, 18,5% dos ocupados (4,3 milhões de pessoas) como conta própria possuíam CNPJ; entre os empregadores essa cobertura era de 80,0% (3,4 milhões de pessoas). A Região Norte tinha as menores estimativas para ambas as populações (7,4% e 58,0%, respectivamente), enquanto a Sul possuía as maiores (25,9% e 87,2%).

Em relação ao percentual de trabalhadores com CNPJ, a atividade da Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou a menor taxa em 2017, tanto entre os trabalhadores por conta própria (3,9%) quanto entre os empregadores (33,7%). Já o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas alcançou o maior percentual (27,1% para conta própria e 90,3% para empregadores).

De 2016 para 2017, as principais quedas da cobertura de CNPJ entre os empregadores foram na Indústria geral (de 89,2% para 86,4%) e nos Serviços (de 85,8% para 81,8%). Para os ocupados como conta própria as retrações foram maiores no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 28,4% para 27,1%) e nos Serviços (de 26,9% para 25,3%).

A taxa de cobertura de CNPJ crescia com o aumento do nível de instrução. Ainda assim, a maior taxa de cobertura entre os trabalhadores por conta própria (42,7% daqueles com nível superior completo) não alcançou a menor taxa de cobertura entre os empregadores (57,0%, para os sem instrução e fundamental incompleto).

Maioria dos ocupados no setor privado trabalha em empreendimentos de pequeno porte

Na série histórica, grande parte das pessoas ocupadas (exceto os empregados no setor público e os trabalhadores domésticos) estavam em empreendimentos de pequeno porte (1 a 5 pessoas), com 50,1% em 2016 e alcançando 51,5% (38 milhões de pessoas) em 2017. Outro grupo importante estava em empreendimentos com 51 ou mais pessoas, que ficou em 26,1% em 2017 (tendo chegado a 30,5% em 2013 e 2014).

No período 2012-2017 houve aumento do percentual de ocupados em empreendimentos de pequeno porte em todas as Grandes Regiões. Em 2017, esse percentual era de 68,2% na Região Norte, 62,9% no Nordeste, 51,0% no Centro-Oeste, 47,9% no Sul e 44,5% no Sudeste. De 2016 para 2017, Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores crescimentos (2,4 e 1,2 pontos percentuais, respectivamente) dessa proporção.

Os empreendimentos com 51 ou mais pessoas tinham o maior percentual na Região Sudeste (31,9%) e o menor na Norte (14,9%). Frente a 2012, houve redução do percentual de ocupados em empreendimento com 51 ou mais pessoas em todas as Grandes Regiões, principalmente na Norte (redução de 5,9 pontos percentuais).

Nordeste concentra as maiores reduções de trabalhadores em fazendas e sítios

A população ocupada no setor privado no Brasil, em 2017, trabalhava principalmente em estabelecimento do próprio empreendimento (63,0% ou 46,5 milhões de pessoas), em local designado pelo empregador, patrão ou freguês (12,5%) e em fazenda, sítio, granja, chácara etc. (11,1% ou 8 milhões de pessoas).

Em relação a 2016, os estabelecimentos no domicílio de residência tiveram o maior crescimento de contingente (16,1%), com expansão de 443 mil pessoas, o que totalizou 3,2 milhões pessoas trabalhando nesse local em 2017 (4,3%).

Em 2012, 3,9 milhões de pessoas (22,4%) trabalhavam em fazenda, sítio, granja ou chácara no Nordeste, passando a 2,7 milhões (16,2%) em 2017. Essa redução de 1,2 milhão de pessoas representou 76,0% da queda nacional de 1,5 milhão de pessoas ocupadas em fazenda, sítio, granja ou chácara de 2012 para 2017.