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Em agosto, IPCA-15 fica em 0,13%

23/08/2018 09h00 | Atualizado em 23/08/2018 09h00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,13% em agosto, 0,51 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de julho (0,64%). Esta é a menor taxa para um mês de agosto desde 2010 (-0,05%). No acumulado do ano, a variação foi de 3,14%. O acumulado dos últimos doze meses ficou em 4,30%, abaixo dos 4,53% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2017, a taxa foi de 0,35%.

PERÍODO

TAXA

Agosto

0,13%

Julho

0,64%

Agosto 2017

0,35%

Acumulado no ano

3,14%

Acumulado 12 meses

4,30%

Os grupos Habitação (1,10%) e Saúde e cuidados pessoais (0,55%) foram os principais impactos positivos de agosto, contribuindo com 0,17 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente. Por outro lado, do grupo Transportes (-0,87%) veio o impacto negativo mais intenso no índice, -0,16 p.p. 

IPCA-15 - Grupos - Variação e Impacto
Grupo  Variação (%) Impacto (p.p.)
Julho  Agosto  Julho  Agosto 
Índice Geral  0,64  0,13  0,64  0,13 
Alimentação e Bebidas 0,61 0,03 0,15 0,01
Habitação 1,99 1,10 0,31 0,17
Artigos de Residência 0,36 0,54 0,01 0,02
Vestuário -0,14 -0,39 -0,01 -0,02
Transportes 0,79 -0,87 0,15 -0,16
Saúde e Cuidados Pessoais -0,08 0,55 -0,01 0,07
Despesas Pessoais 0,34 0,32 0,04 0,03
Educação -0,06 0,23 0,00 0,01
Comunicação  0,05 0,02 0,00 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor

O grupo Habitação (1,10%) foi influenciado principalmente pelo item energia elétrica (3,59%), maior impacto individual no índice do mês, com 0,14 p.p. Destacam-se, particularmente, o reajuste de 15,84% ocorrido em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (7,84%), em vigor desde 4 de julho, e o reajuste médio de 12% registrado em Belém (0,72%), vigente desde 7 de agosto.

Ainda no grupo Habitação, o item taxa de água e esgoto apresentou alta de 0,62%, em razão de reajustes nas seguintes regiões: no Rio de Janeiro (2,41%), reajuste de 5,94% a partir de 1º de agosto; em Belo Horizonte (1,50%), reajuste de 4,31% a partir de 1º de agosto; em Goiânia (1,99%), reajuste de 3,37% a partir de 1º de julho; em Porto Alegre (0,62%), reajuste de 2,15% a partir de 1º de julho. A alta observada no item gás encanado (0,53%), também do grupo Habitação, reflete o reajuste de 2,52% ocorrido nas tarifas do Rio de Janeiro (1,02%), a partir de 1º de agosto.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,55%) a alta veio por conta do item plano de saúde (0,81%), que reflete o reajuste de 10,00% autorizado, em 27 de junho, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com vigência retroativa a maio, aplicado nos planos individuais novos (contratos vigentes a partir de 1999). Além disso, sobressai, também, o item higiene pessoal (de -0,57% em julho para 1,20% em agosto).

O grupo dos alimentos, que responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias, havia apresentado alta de 0,61% em julho e, em agosto, recuou para 0,03%, influenciado principalmente pela alimentação no domicílio (-0,43%) devido à redução nos preços de alguns itens importantes como: cebola (-29,72%), tomate (-16,41%) e batata-inglesa (-15,49%). Além disso, as carnes, que haviam apresentado alta de 1,10% em julho, recuaram 1,39%, e as frutas (-1,97%) registraram queda pelo segundo mês consecutivo, embora menos intensa que no mês anterior (-5,24%).

Destacam-se, nas altas, o leite longa vida (3,58% e 0,04 p.p. de impacto), o arroz (2,11%) e o pão francês (1,34%). A alimentação fora (0,84%) acelerou em relação a julho (0,38%), com destaque para o lanche (1,63%) e a refeição (0,67%).

O grupo dos Transportes, que em julho tivera a segunda maior variação positiva, apresentou deflação de 0,87% em agosto, em função da queda no item passagem aérea (-26,01%), principal impacto negativo no índice do mês (-0,10 p.p.). Os combustíveis (-1,32%) recuaram pelo segundo mês seguido, com reduções nos preços médios do etanol (-5,80%), do óleo diesel (-0,50%) e da gasolina (-0,40%). A maior variação positiva no grupo foi do item ônibus interestadual (4,64%), em razão do reajuste médio de 10,14% nas passagens em vigor desde o dia 2 de julho.

Os demais grupos de produtos e serviços pesquisados ficaram entre o -0,39% do Vestuário e o 0,54% dos Artigos de residência.

Nos índices regionais, todas as onze áreas pesquisadas desaceleraram de um mês para o outro, movimento similar ao observado de junho para julho. Além disso, cinco delas apresentaram deflação em agosto. O menor resultado ficou com a região metropolitana de Curitiba (-0,26%), em função da queda no item passagem aérea (-27,63%). O maior resultado ficou com a região metropolitana de São Paulo (0,44%), em razão do reajuste de 15,84% nas tarifas de energia elétrica (7,84%) de uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 4 de julho.

IPCA-15 - Regiões
Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação acumulada (%) 
Julho Agosto Ano  12 meses 
São Paulo 31,68 0,77 0,44 3,39 5,01
Salvador 7,35 0,40 0,24 3,43 3,77
Porto Alegre 8,40 0,48 0,10 3,57 4,94
Belo Horizonte 11,23 0,74 0,06 3,52 4,23
Goiânia 4,44 0,36 0,05 1,96 4,54
Rio de Janeiro 12,46 0,57 0,03 3,50 4,38
Recife 5,05 0,72 -0,06 2,80 3,08
Belém 4,65 0,07 -0,19 1,61 2,08
Brasília 3,46 0,74 -0,23 2,10 4,16
Fortaleza 3,49 0,33 -0,25 2,39 2,90
Curitiba  7,79 1,01 -0,26 2,98 3,95
Brasil 100,00 0,64 0,13 3,14 4,30
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.     

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de julho a 13 de agosto de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de junho a 12 de julho de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.