Em julho, IBGE prevê safra 5,7% menor que a de 2017
09/08/2018 09h00 | Atualizado em 09/08/2018 11h27
A sétima estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 226,8 milhões de toneladas, 5,7% inferior à obtida em 2017 (240,6 milhões de toneladas), com queda de 13,8 milhões de toneladas. A área a ser colhida será de 61,2 milhões de hectares, praticamente a mesma do ano anterior, com aumento de 12.161 hectares frente a 2017 (0,02%).
Estimativa de julho para 2018 | 226,8 milhões de toneladas |
Variação safra 2018 / safra 2017 | -5,7% (-13,8 milhões de toneladas) |
Variação julho 2018 / junho 2018 | -0,5% (-1,1 milhão de toneladas) |
O arroz, o milho e a soja representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por 87,0% da área a ser colhida. Em relação a 2017, houve acréscimo de 2,5% na área da soja e reduções de 7,1% na área do milho e de 5,4% na área de arroz. Quanto à produção, ocorreram decréscimos de 16,7% para o milho e 7,3% para o arroz, com acréscimo de 1,2% para a soja.
Em relação a junho, a produção caiu 0,5% (-1,1 milhão de toneladas), com a área recuando 18.848 hectares (-0,03%). Grande parte desta queda deve-se ao milho segunda safra, que teve a estimativa reduzida em 876.509 toneladas (-1,5%).
Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 26,5%, seguido pelo Paraná (15,8%) e Rio Grande do Sul (14,3%). Somados, esses três estados representaram 56,6% do total nacional. O material de apoio do LSPA está à direita dessa página.
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 100,5 milhões de toneladas; Sul, 74,5 milhões de toneladas; Sudeste, 22,8 milhões de toneladas; Nordeste, 20,4 milhões de toneladas e Norte, 8,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incremento de 14,0% na Região Nordeste e decréscimos de 6,9% na Região Centro-Oeste, de 5,1% na Região Sul, de 4,8% na Região Sudeste e de 2,9% na Região Norte.
Estimativa de julho em relação a junho de 2018
Em julho, destacaram-se as seguintes estimativas de produção, em relação a junho: algodão herbáceo (1,3%), milho 1ª safra (0,3%), soja (0,1%), feijão 1ª safra (-1,1%), milho 2ª safra (-1,5%), tomate (-2,1%), sorgo (-2,5%), mandioca (-3,6%), trigo (-4,1%), feijão 2ª safra (-4,6%) e feijão 3ª safra (-7,5%). Nas variações absolutas, os destaques positivos foram: soja (96.443 t), milho 1ª safra (80.423 t) e algodão herbáceo (59.042 t). Os destaques negativos foram: feijão 1ª safra (17.285 t), feijão 2ª safra (56.309 t), feijão 3ª safra (41.402 t), sorgo (59.421t), tomate (93.746 t), trigo (234.306 t) e milho 2ª safra (876.509 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção alcançou 4,8 milhões de toneladas, com alta 1,3% em relação a junho, enquanto o rendimento médio subiu 1,7%. O Mato Grosso estima colher 3,2 milhões de toneladas, uma alta de 1,4% e de 2,1% no rendimento médio. A Bahia estima colher 1,1 milhão de toneladas, alta de 1,2% em relação a junho, com aumento de 1,3% no rendimento médio. Em Mato Grosso, a área plantada alcançou 760,0 mil hectares, com alta de 23,3% em relação a 2017. Na Bahia, a área plantada alcançou 267,2 mil hectares, com aumento de 30,9%. Esse crescimento, aliado às boas condições climáticas, proporcionou alta de 24,5% na produção, em relação a 2017.
FEIJÃO (em grão) – Com as reavaliações de julho, deve ser colhida uma safra de 3,3 milhões de toneladas, 0,5% menor que a de 2017. As adversidades climáticas têm reduzido o rendimento médio, que em 2018, está 2,9% menor que em 2017. As reduções mais intensas em relação a junho ocorreram na Bahia (19,8%), Pará (11,5%) e São Paulo (9,0%).
A estimativa para a 1ª safra foi de 1,6 milhão de toneladas, representando uma queda de 1,1% em relação à estimativa de junho. Essa safra deve participar com 48,7% da produção total do feijão. Em relação a 2017, a produção cresce 2,0% e a área a ser colhida 4,4%.
A 2ª safra foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, com decréscimo de 4,6% em relação a junho. Houve decréscimos de 0,5% na área a ser colhida e de 4,1% no rendimento médio. A 2ª safra deve participar com 35,7% da produção total de feijão do país. Em relação a 2017, a estimativa dessa safra apresenta decréscimo de 1,5%, com aumento de 1,4% da área a ser colhida e declínio de 3,0% do rendimento médio.
Para a 3ª safra, espera-se uma produção de 512,3 mil toneladas, com queda de 7,5% em relação a junho. A área plantada e a área a ser colhida recuaram 7,2% e o rendimento médio caiu 0,3%. A produção estimada apresenta declínio de 5,8% frente à 3ª safra de 2017, devendo, em 2018, participar com 15,6% do total da safra de feijão do país.
MANDIOCA (raiz) – A estimativa da produção, de 20,0 milhões de toneladas, encontra-se 3,6% menor que no mês anterior. Houve reduções de 1,1% na área a ser colhida e de 2,5% no rendimento médio, respectivamente. Ao todo, houve redução de 750,8 mil toneladas na estimativa da produção para 2018, comparativamente a junho. As maiores reduções da produção ocorreram nas Regiões Norte (-5,5%) e Nordeste (-5,7%).
MILHO (em grão) – Em relação a junho, a estimativa da produção foi 1,0% menor. Houve queda de 1,2% no rendimento médio nacional. Após a safra recorde de 2017, a estimativa de produção em 2018 recuou 16,7%, totalizando 82,9 milhões de toneladas.
A 1ª safra de milho já foi colhida. Em julho, houve alta de 0,3% na produção, principalmente com o aumento da estimativa da produção da Bahia (2,5% ou 46,8 mil toneladas) e Ceará (9,1% ou 36,3 mil toneladas). A área cultivada abrangeu 5,1 milhões ha, com recuo de 9,6% em relação a 2017, pois a soja oferecia melhor relação custo-benefício na época.
Para a 2ª safra, em boa parte das regiões o plantio foi tardio devido ao atraso das chuvas. A produção está estimada em 56,9 milhões de toneladas, numa área de 11,5 milhões ha. No mês, recuaram a estimativa da produção (-1,5%) e o rendimento médio (-2,0%).
SOJA (em grão) - na safra 2018, a produção brasileira de soja representa mais um recorde da série histórica do IBGE. No total, o país colheu 116,4 milhões de toneladas, aumento de 1,2% em relação a 2017. Apesar do atraso das chuvas, por ocasião da época de plantio da safra verão, após o início do período chuvoso, apenas na Região Sul, houve redução da produção: Rio Grande do Sul (-7,2%), Paraná (-2,8%) e Santa Catarina (-1,9%), em decorrência de restrição de chuvas.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção de sorgo foi de 2,3 milhões de toneladas, com redução de 2,5% em relação a junho. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram retração de 0,9%, e o rendimento médio teve uma redução de 1,6%. Em relação a 2017, a estimativa da produção de sorgo apresenta crescimento de 8,8%, com a área plantada e a área a ser colhida crescendo 8,7% e 9,3%, respectivamente.
TOMATE – A produção brasileira de tomate deve alcançar 4,4 milhões de toneladas, com redução de 2,1% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram retração de 1,7%, enquanto o rendimento médio, declínio de 0,3%. Em relação a 2017, a produção de tomate apresentou crescimento de 1,4%, reflexo dos aumentos de 0,6% na área a ser colhida e de 0,7% no rendimento médio.
TRIGO (em grão) – A estimativa para a produção brasileira de trigo na atual safra é de 5,4 milhões de toneladas, redução de 4,1% em relação ao mês anterior. Embora a área plantada e a área a ser colhida tenham aumentado 0,9%, o rendimento médio declinou 5,0%, em decorrência de problemas climáticos enfrentados pelas lavouras. Em 2018, ainda é esperado um aumento de produção de 28,1% em relação a 2017, ano em que o clima desfavorável marcadamente prejudicou as safras gaúcha e paranaense.
Estimativa de julho em relação à produção obtida em 2017
Produção e Variação anual pro Produto | |||
---|---|---|---|
Produto | Produção 2017 (t) | Produção 2018 (t) | Variação (%) |
Algodão Herbáceo | 3.838.785 | 4.779.374 | 24,5 |
Amendoim (1ª safra) | 531.280 | 541.753 | 2,0 |
Amendoim (2ª safra) | 9.898 | 11.626 | 17,5 |
Arroz | 12.452.662 | 11.538.069 | -7,3 |
Aveia | 609.130 | 752.489 | 23,5 |
Batata-inglesa (1ª safra) | 1.968.761 | 1.787.497 | -9,2 |
Batata-inglesa (2ª safra) | 1.233.004 | 1.224.479 | -0,7 |
Batata-inglesa (3ª safra) | 1.078.032 | 790.370 | -26,7 |
Cacau | 214.348 | 230.540 | 7,6 |
Café Arábica | 2.095.275 | 2.587.552 | 23,5 |
Café Canephora | 681.346 | 845.145 | 24,0 |
Cana-de-Açúcar | 687.809.933 | 690.521.015 | 0,4 |
Cebola | 1.719.412 | 1.574.460 | -8,4 |
Cevada | 286.405 | 423.348 | 47,8 |
Feijão (1ª safra) | 1.561.956 | 1.593.914 | 2,0 |
Feijão (2ª safra) | 1.185.542 | 1.167.554 | -1,5 |
Feijão (3ª safra) | 543.814 | 512.315 | -5,8 |
Laranja | 18.666.928 | 17.044.655 | -8,7 |
Mamona | 11.834 | 24.633 | 108,2 |
Mandioca | 20.606.037 | 19.953.363 | -3,2 |
Milho (1ª safra) | 31.064.540 | 26.057.453 | -16,1 |
Milho (2ª safra) | 68.481.488 | 56.860.356 | -17,0 |
Soja | 114.982.993 | 116.405.751 | 1,2 |
Sorgo | 2.147.706 | 2.336.400 | 8,8 |
Trigo | 4.241.602 | 5.434.240 | 28,1 |
Triticale | 41.940 | 47.555 | 13,4 |
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.