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Indústria cai em quatorze dos quinze locais pesquisados

11/07/2018 09h00 | Atualizado em 11/07/2018 12h37

Com a redução de 10,9% na produção industrial nacional, 14 dos 15 locais pesquisados mostraram taxas negativas de abril para maio de 2018, na série com ajuste sazonal. Esse perfil generalizado de queda reflete os efeitos da paralisação dos caminhoneiros.

Os recuos mais acentuados foram em Mato Grosso (-24,1%), Paraná (-18,4%), Bahia (-15,0%) e Santa Catarina (-15,0%). São Paulo (-11,4%) e Rio Grande do Sul (-11,0%) também assinalaram perdas mais intensas do que a média da indústria (-10,9%), enquanto Goiás (-10,9%), Minas Gerais (-10,2%), Região Nordeste (-10,0%), Pernambuco (-8,1%), Rio de Janeiro (-7,0%), Ceará (-4,9%), Amazonas (-4,1%) e Espírito Santo (-2,3%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em maio de 2018. O Pará, com alta de 9,2%, foi o único avanço no mês, eliminando, dessa forma, a queda de 8,5% observada no mês anterior. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.

 Indicadores Conjunturais da Indústria  Resultados Regionais  Maio de 2018 
 Locais   Variação (%) 
Maio 2018/Abril 2018* Maio 2018/Maio 2017 Acumulado Janeiro-Maio Acumulado nos Últimos 12 Meses 
 Amazonas -4,1 4,5 17,9 10,4
 Pará 9,2 6,0 6,6 9,4
 Região Nordeste -10,0 -10,3 -1,6 -0,6
 Ceará -4,9 -9,7 1,1 3,0
 Pernambuco -8,1 -3,5 2,3 -0,3
 Bahia -15,0 -13,7 -1,3 0,2
 Minas Gerais -10,2 -7,3 -2,2 -0,4
 Espírito Santo -2,3 -5,4 -5,1 -1,9
 Rio de Janeiro -7,0 0,9 3,6 3,8
 São Paulo -11,4 -4,8 5,0 5,8
 Paraná -18,4 -12,0 -0,9 2,1
 Santa Catarina -15,0 -8,2 4,0 4,4
 Rio Grande do Sul -11,0 -10,8 0,2 -0,2
 Mato Grosso -24,1 -14,7 -0,4 4,5
 Goiás -10,9 -15,7 -3,6 2,4
 Brasil -10,9 -6,6 2,0 3,0
 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
* Série com Ajuste Sazonal 

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral para o total da indústria caiu 3,4% no trimestre encerrado em maio de 2018 frente ao nível do mês anterior, após avançar 0,3% em abril e recuar 0,7% em março último, quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em maio de 2017. Em termos regionais, ainda na série ajustada, treze locais apontaram taxas negativas, com destaque para os recuos mais acentuados assinalados por Mato Grosso (-6,4%), Paraná (-5,3%), Santa Catarina (-4,7%), Goiás (-4,1%) e Bahia (-3,9%). Por outro lado, Pará (2,7%) e Espírito Santo (0,5%) registraram os dois únicos avanços em maio de 2018.

Na comparação com igual mês de 2017, a indústria mostrou redução de 6,6% em maio de 2018, com 12 dos 15 locais pesquisados apontando taxas negativas. Vale ressaltar que, no resultado desse mês, verifica-se a influência tanto dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros, como do efeito-calendário, já que maio de 2018 (21 dias) teve um dia útil a menos do que maio de 2017 (22).

Nesse mês, Goiás (-15,7%), Mato Grosso (-14,7%), Bahia (-13,7%), Paraná (-12,0%), Rio Grande do Sul (-10,8%) e Região Nordeste (-10,3%) assinalaram as quedas mais intensas, pressionados, principalmente, pelos recuos observados nos setores de produtos alimentícios (açúcar VHP e cristal) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico e biodiesel), em Goiás; de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, carnes de aves congeladas e óleo de soja em bruto), em Mato Grosso; de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis), na Bahia; de produtos alimentícios (carnes de aves congeladas, rações, chá mate beneficiado, açúcar VHP e óleo de soja refinado), veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis) e máquinas e equipamentos (máquinas para colheita e tratores agrícolas), no Paraná; de produtos alimentícios (carnes de aves congeladas, frescas ou refrigeradas, arroz, rações e carnes de suínos congeladas), produtos do fumo (fumo processado industrialmente) e máquinas e equipamentos (tratores agrícolas e semeadores, plantadeiras ou adubadores), no Rio Grande do Sul; e de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis), produtos alimentícios (farinha de trigo, biscoitos e bolachas, sorvetes, picolés e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja), couro, artigos para viagem e calçados (tênis, calçados de couro feminino e calçados de borracha moldado) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), na Região Nordeste.

Ceará (-9,7%), Santa Catarina (-8,2%) e Minas Gerais (-7,3%) também mostraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-6,6%). Os outros locais com quedas na produção esse mês foram Espírito Santo (-5,4%), São Paulo (-4,8%) e Pernambuco (-3,5%).

Por outro lado, Pará (6,0%) e Amazonas (4,5%) apontaram as expansões mais acentuadas em maio de 2018, impulsionados pelo comportamento positivo vindo de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados), no Pará; e de outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças e acessórios) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo), no Amazonas. Rio de Janeiro, com acréscimo de 0,9%, também assinalou resultado positivo nesse mês.

No acumulado do período janeiro-maio de 2018, frente a igual período de 2017, houve altas em oito dos 15 locais pesquisados, com destaque para o avanço de dois dígitos no Amazonas (17,9%). Pará (6,6%), São Paulo (5,0%), Santa Catarina (4,0%), Rio de Janeiro (3,6%) e Pernambuco (2,3%) também registraram crescimento acima da média da indústria (2,0%), enquanto Ceará (1,1%) e Rio Grande do Sul (0,2%) completaram o conjunto de locais com resultados positivos no fechamento dos cinco primeiros meses do ano.

Nesses locais, o maior dinamismo foi particularmente influenciado pela expansão na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para o setor de transportes, para construção e de uso misto); de bens intermediários (celulose, siderurgia, derivados da extração da soja, preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais, pneus, peças e acessórios para indústria automobilística e eletroeletrônica, autopeças, embalagens e produtos de borracha e de material plástico); de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos da “linha marrom”); e de bens de consumo semi e não-duráveis (cervejas, chope, sucos concentrados de laranja, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, produtos têxteis, álcool etílico, medicamentos e produtos de perfumaria, sabões, limpeza e de higiene pessoal).

Por outro lado, Espírito Santo (-5,1%) e Goiás (-3,6%) apontaram os recuos mais elevados no índice acumulado no ano, pressionados, principalmente, pelos recuos nas atividades de produtos de minerais não-metálicos (cimentos “Portland” e granito talhado ou serrado - inclusive chapas), indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo e gás natural) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), no Espírito Santo; e de produtos alimentícios (açúcar VHP e cristal) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico), em Goiás. Minas Gerais (-2,2%), Região Nordeste (-1,6%), Bahia (-1,3%), Paraná (-0,9%) e Mato Grosso (-0,4%) também mostraram taxas negativas nesse indicador.

A redução no ritmo de produção da indústria, por conta da desaceleração pronunciada de maio, também pode ser observada no confronto do primeiro trimestre (3,0%) com o período abril-maio (0,6%), na comparação com iguais períodos de 2017. Nessa mesma comparação, dez dos 15 locais pesquisados perderam de dinamismo, com destaque para Amazonas (de 24,3% para 8,7%), Pará (de 9,3% para 2,8%), Goiás (de -0,5% para -6,9%), Bahia (de 1,3% para -4,9%), Ceará (de 3,6% para -2,5%) e Região Nordeste (de -0,2% para -3,8%), enquanto Pernambuco (de 1,2% para 4,1%), Rio de Janeiro (de 2,5% para 5,2%) e Espírito Santo (de -6,0% para -3,8%) apontaram os maiores avanços entre os dois períodos.

O acumulado nos últimos doze meses (3,0% frente a 3,9% em abril) interrompeu a trajetória ascendente iniciada em junho de 2016 (-9,7%). Em termos regionais, dez dos 15 locais pesquisados mostraram taxas positivas em maio de 2018, mas 14 apontaram menor dinamismo frente aos índices de abril último.

As principais perdas de ritmo entre abril e maio de 2018 foram no Paraná (de 3,9% para 2,1%), Goiás (de 4,0% para 2,4%), Rio Grande do Sul (de 1,4% para -0,2%), Santa Catarina (de 5,9% para 4,4%), Ceará (de 4,4% para 3,0%), Bahia (de 1,5% para 0,2%), Mato Grosso (de 5,7% para 4,5%) e Região Nordeste (de 0,5% para -0,6%), enquanto Amazonas (de 10,1% para 10,4%) registrou o único avanço entre os dois períodos.