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IPCA-15 sobe 1,11% em junho e IPCA-E chega a 1,46%

21/06/2018 09h00 | Atualizado em 21/06/2018 09h12

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 1,11% em junho, mostrando forte aceleração (0,97 ponto percentual p.p.) em relação a maio (0,14%). A taxa de 1,11% em junho repete a de junho de 1996 e foi a maior variação para um mês de junho desde 1995 (2,25%). O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 1,46%, acima da taxa de 0,61% registrada no mesmo período de 2017. Com isso, o acumulado no ano está em 2,35%, acima do 1,62% registrado em 2017. O acumulado nos últimos 12 meses foi 3,68%, acima dos 2,70% registrados nos 12 meses anteriores. Em junho de 2017 a taxa foi 0,16%.

Período Taxa
junho de 2018 1,11%
Maio de 2018 0,14%
Junho de 2017 0,16%
Acumulado no ano 2,35%
Acumulado nos 12 meses 3,68%

Correspondendo a cerca de 60% das despesas das famílias, os grupos Alimentação e bebidas (1,57%), Habitação (1,74%) e Transportes (1,95%) foram os principais responsáveis pela aceleração do índice em junho. Juntos, os três grupos contribuíram com 1,01 p.p. de impacto no IPCA-15, equivalente a 91% do índice do mês, conforme a tabela a seguir.

Grupo Variação Mensal (%) Impacto(p.p.) Variação Acumulada (%)
Abril Maio Junho Junho Trimestre 12 meses
       
Índice Geral 0,21 0,14 1,11 1,11 1,46 3,68
       
Alimentação e Bebidas 0,15 -0,05 1,57 0,38 1,67 -0,08
Habitação 0,26 0,45 1,74 0,27 2,46 5,70
Artigos de Residência 0,13 -0,11 0,38 0,01 0,40 -0,32
Vestuário 0,43 0,52 -0,08 0,00 0,87 1,69
Transportes 0,12 -0,35 1,95 0,36 1,72 8,00
Saúde e Cuidados Pessoais 0,69 0,76 0,55 0,07 2,01 5,74
Despesas Pessoais 0,06 0,14 0,22 0,02 0,42 3,44
Educação 0,02 0,11 0,01 0,00 0,14 5,15
Comunicação -0,15 0,14 0,02 0,00 0,01 -0,07

O grupo dos Alimentos, que em maio registrou queda de 0,05%, subiu 1,57% em junho, impulsionado principalmente pela alimentação no domicílio que, após alta de 0,09% de maio, acelerou em junho, atingindo 2,31%, com destaque para os itens: batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa (0,29%) também mostrou aceleração no nível de preços ante a queda de 0,28% registrada em maio.

No grupo Habitação (1,74%), o destaque foi o item energia elétrica, que apresentou alta de 5,44%, representando o segundo maior impacto individual no índice de junho. Além da vigência, a partir de 1º de junho, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionando a cobrança de R$0,05 a cada kwh consumido, as seguintes áreas pesquisadas sofreram reajuste nas tarifas:

  • Belo Horizonte (11,14%) - reajuste de 18,53% a partir de 28 de maio
  • Recife (8,18%) - reajuste de 8,47% a partir de 29 de abril
  • Salvador (8,77%) - reajuste de 16,95% a partir de 22 de abril
  • Fortaleza (4,18%) - reajuste de 3,80% a partir de 22 de abril
  • Porto Alegre (3,70%) – reajuste de 9,85% a partir de 19 de abril

O Item gás encanado (1,70%) refletiu os reajustes de 1,87% ocorridos no Rio de Janeiro (0,99%), em vigor desde 1º de maio, e de 3,35% em São Paulo (3,07%), a partir de 31 de maio. Os preços do gás de botijão também aceleraram, ficando, em média, 2,60% mais caros.

Ainda no grupo Habitação, a alta no item taxa de água e esgoto (0,77%) foi consequência dos reajustes de 5,12% nas tarifas em Curitiba (4,90%), a partir de 17 de maio, 2,78% em Recife (2,44%), em vigor desde 12 de maio, de 3,50% em São Paulo (0,60%), desde 09 de junho, e de 4,09% em Salvador (0,27%), a partir de 12 de junho.

Nos Transportes (1,95%), o grupamento dos combustíveis que havia caído 0,17% em maio subiu 5,94% em junho. O destaque foi a gasolina (de 0,81% em maio para 6,98% em junho), responsável pelo maior impacto individual no índice (0,31 p.p.), o que representa 28% do IPCA-15 de junho. O etanol acelerou em junho (2,36%), após a deflação (-5,17%) registrada em maio. O óleo diesel subiu 3,06%, após a alta de 3,95% de maio. A queda no item passagem aérea (-2,12%) foi menos intensa que a apurada em maio (-14,94%).

Em todas a onze localidades pesquisas no IPCA-15 houve aceleração de preços no mês, sendo que apenas as regiões metropolitanas de Belém (0,76%) e Recife (0,95%) registraram índices abaixo de 1,00%, como mostra a tabela a seguir. A região metropolitana de Belo Horizonte teve o maior resultado (1,37%), influenciado pela gasolina (6,77%) e a energia elétrica (11,14%), devido ao reajuste de 18,53% nas tarifas, em vigor desde 28 de maio.

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Abril Maio Junho Trimestre 12 Meses
Belo Horizonte 11,23 0,22 0,10 1,37 1,69 3,77
Goiânia 4,44 -0,10 -0,04 1,36 1,22 4,47
Porto Alegre 8,40 0,20 0,67 1,24 2,12 4,13
Rio de Janeiro 12,46 0,43 -0,03 1,23 1,63 3,46
Brasília 3,46 0,27 0,14 1,15 1,57 3,76
Salvador 7,35 0,09 0,77 1,07 1,94 3,46
Fortaleza 3,49 0,18 0,24 1,06 1,48 2,73
Curitiba 7,79 0,14 0,24 1,04 1,42 3,77
São Paulo 31,68 0,28 -0,19 1,02 1,11 4,00
Recife 5,05 -0,07 0,73 0,95 1,62 2,71
Belém 4,65 0,15 0,20 0,76 1,11 2,08
       
Brasil 100,00 0,21 0,14 1,11 1,46 3,68

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 16 de maio a 13 de junho de 2018 e comparados com os de 14 de abril a 15 de maio de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.