PAIC 2016: participação das obras de infraestrutura no valor da indústria da construção cai de 41,3% para 29,5% em dez anos
07/06/2018 10h00 | Atualizado em 18/12/2018 16h42
Entre 2007 e 2016, a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) mostrou uma queda da participação das obras de infraestrutura (de 41,3% para 29,5%) no valor adicionado desse setor, enquanto aumentou a representtividade da construção de edifícios (de 39,7% para 45,9%), e dos serviços especializados (de 19% para 24,6%).
O total da receita bruta chegou a R$ 319,6 bilhões em 2016. O valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 299,1 bilhões, sendo que 31,5% vieram das obras contratadas por entidades públicas (R$ 94,1 bilhões) e o restante por pessoas físicas e/ou entidades privadas.
Havia 127 mil empresas ativas da indústria, ocupando cerca de 2,0 milhões de pessoas em 2016. O gasto com salários, retiradas e outras remunerações chegaram a R$ 58,5 bilhões e o salário médio mensal foi de R$ 2.235,16.
Obras e/ ou serviços da construção executados pelas empresas de construção continuou a ser o item mais importante do setor e responsável por 91,4% da sua receita bruta total, o equivalente a R$ 292,1 bilhões em 2016. Outras informações podem ser obtidas no material de apoio (ao lado).
Gastos com pessoal representam 32,4% das despesas da indústria da construção
O principal item de custos e despesas da atividade de construção, tanto em 2007 quanto em 2016, foi o referente aos gastos de pessoal, passando de 29,1% para 32,4%. O consumo de materiais de construção registrou queda de 26,0% para 22,6%. Por sua vez, as obras e/ou serviços contratados passaram de 10,5%, em 2007, para 9,5%, em 2016.
Estrutura dos custos e despesas da indústria da construção, em valores correntes segundo as variáveis selecionadas - Brasil - 2007/2016 | ||||
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Variáveis selecionadas | 2007 | 2016 | ||
Valor (1000 R$) | Participação percentual (%) |
Valor (1000 R$) | Participação percentual (%) | |
Total dos custos e despesas da indústria da construção | 99 877 378 | 100,0 | 266 292 023 | 100,0 |
Gastos de pessoal | 29 102 503 | 29,1 | 86 266 426 | 32,4 |
Consumo de materiais de construção | 25 986 226 | 26,0 | 60 257 156 | 22,6 |
Obras e/ou serviços contratados a terceiros | 10 473 438 | 10,5 | 25 242 860 | 9,5 |
Consumo de combustíveis e lubrificantes | 3 356 510 | 3,4 | 6 610 840 | 2,5 |
Serviço de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos | 3 518 891 | 3,5 | 6 136 247 | 2,3 |
Aluguéis, arrendamento e leasing | 3 963 413 | 4,0 | 8 407 632 | 3,2 |
Despesas financeiras | 3 047 694 | 3,1 | 11 917 534 | 4,5 |
Serviços prestados por terceiros | 3 281 411 | 3,3 | 10 278 135 | 3,9 |
Outros custos e despesas não mencionados acima | 17 147 292 | 17,1 | 51 175 193 | 19,1 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2007/2016. |
A participação das Obras de infraestrutura no valor adicionado caiu de 41,3% para 29,5%, entre 2007 e 2016, enquanto a construção de edifícios ganhou participação de 39,7% para 45,9%. Os serviços especializados da construção, apesar do aumento da contribuição, permaneceram com a menor fatia do total do valor adicionado.
Entre os produtos e/ou serviços oferecidos pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, as obras residenciais foram as que mais ganharam participação no ranking, passando da quinta posição (15,1%), em 2007, para a primeira (26,7%), em 2016. A construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais que representavam a primeira colocação, em 2007 (21,4%), caíram para 18,4%, em 2016.
Ranking do valor das Incorporações, obras e/ou serviços da construção das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, segundo os grupos de produtos e/ou serviços da construção - Brasil - 2007/2016 | ||||
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Grupos de produtos e/ou serviços da construção |
Ranking do valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas | |||
2007 | 2016 | |||
(%) | Posição | (%) | Posição | |
Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais | 21,4 | 1 | 18,4 | 2 |
Obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos | 18,2 | 2 | 13,3 | 4 |
Edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais | 16,9 | 3 | 13,0 | 5 |
Serviços especializados para construção | 15,5 | 4 | 17,7 | 3 |
Obras residenciais | 15,1 | 5 | 26,7 | 1 |
Construção de outras obras de infraestrutura | 10,3 | 6 | 7,7 | 6 |
Incorporação de imóveis construídos por outras empresas | 2,7 | 7 | 3,3 | 7 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2007/2016.Nota: Inclui obras novas, reformas e manutenção. |
Participação do Nordeste na indústria da construção foi a que mais cresceu
Regionalmente, a pesquisa leva em consideração somente as empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas. O Sudeste, apesar de ter perdido participação, permaneceu liderando em número de pessoas ocupadas e valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção.
A participação do Sudeste no total de pessoal ocupado caiu de 52,4% para 48,0%, entre 2007 e 2016. Em relação ao valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, detinha 56,2%, caindo para 51,1%. O Sul apresentou o maior crescimento no pessoal ocupado (13,1% para 16,4%). Em relação ao valor das incorporações, obras e serviços da construção esta região cresceu 3,1 p.p.
Participação percentual do pessoal ocupado e do valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção, segundo as Grandes Regiões de atuação das empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas - 2007/2016 | ||||
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Grandes Regiões de atuação das empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas | Participação percentual do pessoal ocupado e do valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção | |||
Pessoal ocupado | Valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção | |||
2007 | 2016 | 2007 | 2016 | |
(%) | (%) | |||
Norte | 7,1 | 5,4 | 7,3 | 5,4 |
Nordeste | 19,5 | 21,4 | 15,7 | 19,2 |
Sudeste | 52,4 | 48,0 | 56,2 | 51,1 |
Sul | 13,1 | 16,4 | 12,6 | 15,7 |
Centro-Oeste | 7,9 | 8,8 | 8,2 | 8,6 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2007/2016. |
O Nordeste registrou o maior ganho de participação (de 19,5% para 21,4%) no período, com aumento no pessoal ocupado (19,5% para 21,4%) e no valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção (de 15,7% para 19,2%). O Centro-Oeste e Norte permaneceram com a quarta e quinta representação, respectivamente, em ambas as variáveis, em 2007 e 2016.