Em março, IPCA-15 fica em 0,10% e IPCA-E em 0,87%
23/03/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h51
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,10% em março, ficando abaixo do resultado de fevereiro, 0,38%. Na série histórica iniciada com o Plano Real, em 1994, esta foi a menor taxa para um mês de março desde 2000, quando foi registrado 0,09%. O acumulado dos últimos doze meses foi de 2,80%, ficando ligeiramente abaixo dos 2,86% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já o IPCA-E, que acumula as variações mensais do IPCA-15 por trimestre, ficou em 0,87%, abaixo da taxa de 1,00% do primeiro trimestre de 2017. A publicação completa do IPCA-15 está à direita dessa página.
PERÍODO | TAXA |
Março | 0,10% |
Fevereiro | 0,38% |
Março 2017 | 0,15% |
Acumulado no ano | 0,87% |
Acumulado 12 meses | 2,80% |
Dois dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram deflação de fevereiro para março: Alimentação e bebidas (-0,07%) e Comunicação (-0,19%). Já Saúde e cuidados pessoais, além da maior variação de grupo (0,54%), registrou, também, o maior impacto (0,07 pontos percentuais).
A queda de 0,19% do grupo Comunicação foi influenciada pelo item telefone fixo (-0,94%) em função da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel em vigor desde 25 de fevereiro.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
---|---|---|---|---|---|---|
(p.p.) | ||||||
Janeiro | Fevereiro | Março | Março | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,39 | 0,38 | 0,10 | 0,10 | 0,87 | 2,80 |
Alimentação e Bebidas | 0,76 | 0,13 | -0,07 | -0,02 | 0,82 | -1,47 |
Habitação | -0,41 | -0,51 | 0,13 | 0,02 | -0,79 | 4,68 |
Artigos de Residência | 0,06 | 0,20 | 0,09 | 0,01 | 0,35 | -0,97 |
Vestuário | 0,36 | -0,73 | 0,00 | 0,00 | -0,37 | 2,70 |
Transportes | 0,86 | 1,11 | 0,07 | 0,01 | 2,05 | 5,18 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,41 | 0,34 | 0,54 | 0,07 | 1,30 | 6,15 |
Despesas Pessoais | 0,19 | 0,19 | 0,12 | 0,01 | 0,50 | 3,79 |
Educação | 0,28 | 4,01 | 0,25 | 0,01 | 4,56 | 5,25 |
Comunicação | 0,08 | 0,03 | -0,19 | -0,01 | -0,08 | 0,39 |
O grupo dos alimentos, que responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias, teve variação de -0,07%. Regionalmente, os índices variaram do -0,84%, em Salvador, até 0,19%, em Curitiba. Com redução de 0,29% em relação a fevereiro, a alimentação no domicílio, motivou a queda no grupo dos alimentos, em março, já que vários produtos tiveram deflação, a exemplo das carnes (-0,66%) e do tomate (-5,00%).
Já Saúde e cuidados pessoais sofreu a maior alta mensal entre os grupos pesquisados, 0,54%. A pressão foi exercida pelo item plano de saúde (1,06%), maior impacto individual no índice do mês, 0,04 p.p.
Nos Transportes (0,07%), o resultado contempla a variação de 1,30% nos ônibus urbanos, em razão dos reajustes, conforme tabela a seguir:
Ônibus urbano | |||
---|---|---|---|
Região | Variação (%) | Reajuste (%) | Data |
Goiânia | 2,04 | 8,11 | 24/01 |
Fortaleza | 3,76 | 6,43 | 03/02 |
Rio de Janeiro | 3,75 | 5,88 | 05/02 |
Belém | 5,48 | 6,45 | 20/02 |
Porto Alegre | 0,74 | 6,17 | 13/03 |
Por outro lado, ainda nos Transportes, as passagens aéreas tiveram queda de 15,33%, sendo responsáveis pelo maior impacto negativo no índice, -0,06p.p.
Quanto aos índices regionais, conforme a tabela a seguir, houve acelerações apenas em Fortaleza (de 0,13% em fevereiro para 0,26% em março) e Brasília (de -0,09% em fevereiro para 0,08% em março). As demais regiões metropolitanas desaceleraram. Belém teve a maior variação (0,29%), em razão da alta de 5,48% dos ônibus urbanos. O índice mais baixo foi o de Salvador (-0,09%), onde o tomate (-15,94%) e as passagens aéreas (-16,55%) contribuíram para a queda.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
---|---|---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Março | Trimestre | 12 Meses | ||
Belém | 4,65 | -0,06 | 0,38 | 0,29 | 0,62 | 1,11 |
Fortaleza | 3,49 | 0,43 | 0,13 | 0,26 | 0,82 | 1,41 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,35 | 0,38 | 0,25 | 0,99 | 1,94 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,48 | 0,57 | 0,17 | 1,22 | 2,68 |
São Paulo | 31,68 | 0,52 | 0,39 | 0,11 | 1,02 | 3,64 |
Brasília | 3,46 | 0,03 | -0,09 | 0,08 | 0,02 | 2,91 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,45 | 0,37 | 0,02 | 0,83 | 2,72 |
Curitiba | 7,79 | 0,52 | 0,25 | 0,01 | 0,79 | 2,94 |
Recife | 5,05 | 0,34 | 0,21 | -0,04 | 0,50 | 2,76 |
Goiânia | 4,44 | 0,21 | 0,13 | -0,04 | 0,30 | 3,78 |
Salvador | 7,35 | 0,12 | 0,78 | -0,09 | 0,81 | 1,75 |
Brasil | 100,00 | 0,39 | 0,38 | 0,10 | 0,87 | 2,80 |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 15 de março de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.