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Pevs 2016: produção da silvicultura e da extração vegetal alcança R$ 18,5 bilhões

28/09/2017 10h00 | Atualizado em 28/09/2017 15h55

O valor da silvicultura e da extração vegetal somou R$ 18,5 bilhões em 2016, com crescimento de 0,8% em relação a 2015. A silvicultura (obtida em florestas plantadas), contribuiu com 76,1% (R$ 14,1 bilhões) do total, enquanto a extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) teve participação de 23,9% (R$ 4,4 bilhões).

Os produtos madeireiros foram responsáveis por 97,7% (R$ 13,8 bilhões) e os não madeireiros por 2,3% (R$ 327,0 milhões) do valor de produção da silvicultura. Na extração vegetal, os produtos madeireiros e os não madeireiros representaram, respectivamente, 64,5% (R$ 2,9 bilhões) e 35,5% (R$ 1,6 bilhão).

Os produtos alimentícios tiveram a maior participação no valor da produção extrativa não madeireira (71,9%), totalizando R$ 1,2 bilhão, seguidos pelas ceras (13,5%), oleaginosos (7,4%), fibras (7,0%) e demais grupos (0,4%).

Dos 23 produtos com queda na produção, o açaí (-0,2%), o pó cerífero de carnaúba (-10,1%) e a castanha-do-pará (-14,7%) estão entre os quatro com maior valor entre os extrativos não madeireiros. Desses, a erva-mate foi o único com alta na quantidade produzida (1,7%). Apesar de diminuir a produção, o açaí teve o maior valor (R$ 539,8 milhões), com crescimento de 12,4%.

Nove dos 37 produtos do extrativismo vegetal aumentaram a produção em 2016 (piaçava, casca de barbatimão, óleo de copaíba, amêndoa de cumaru, erva-mate, umbu, mangaba, nó de pinho e urucum).

Os dados são da pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2016, que investiga 37 produtos oriundos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros. A pesquisa traz informações sobre a produção, a variação e a distribuição espacial de produtos madeireiros e não madeireiros, assim como a participação da extração vegetal e da silvicultura no valor da exploração vegetal.

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Extração de açaí cai 0,2% e erva-mate cresce 1,7%

A produção de açaí em 2016 manteve-se praticamente estável, com 215,6 mil t, redução de 0,2% em relação a 2015. Os principais estados produtores foram Pará (61,2%), com 131,8 mil t, e Amazonas (26,7%), com 57,6 mil t. Os três principais municípios produtores continuam sendo Limoeiro do Ajuru (PA), Codajás (AM) e Oeiras do Pará (PA).

A quantidade de erva-mate extrativa cresceu 1,7% em relação a 2015, com 346,9 mil t. Além dos três estados da região Sul, apenas o Mato Grosso do Sul produziu em 2016. O Paraná é o maior produtor, com 86,4% do total nacional. Com exceção de Chapecó (SC) e Fontoura Xavier (RS), os demais municípios produtores são paranaenses, com destaque para São Mateus do Sul, Cruz Machado e Bituruna.

Piauí e Ceará concentraram 96,3% da produção nacional de pó cerífero de carnaúba, que totalizou 18,0 mil t, uma queda de 10,1% em relação a 2015. Granja, Camocim e Santana do Acaraú são os maiores municípios produtores do Ceará, e Campo Maior, Piripiri e Piracuruca, os do Piauí.

Quantidade produzida e variação percentual dos produtos da extração vegetal e da silvicultura
Brasil – 2015/2016
Produtos Quantidade produzida (t)   Variação
2015 2016 (%)
            Extração vegetal                                                      
Borrachas                                                            
    Hévea (látex coagulado) 1.447 1.202 (-)16,9
    Hévea (látex líquido) 52 4 (-)92,3
Gomas não elásticas 
    Sorva 1 1 0
Ceras                                                     
    Carnaúba (cera) 2.060 1.674 (-)18,7
    Carnaúba (pó) 19.974 17.957 (-)10,1
Fibras
    Buriti       451 441 (-)2,2
    Carnaúba  1.298 1.125 (-)13,3
    Piaçava 44.805 45.645 1,9
    Outras 286 339 18,5
Tanantes 
    Angico (casca)  112 95 (-)15,2
    Barbatimão (casca)  5 17 240
    Outros 2 0 (-)100,0
Oleaginosos                                               
    Babaçu (amêndoa)  77.955 61.390 (-)21,2
    Copaíba (óleo)  153 165 7,8
    Cumuru (amêndoa) 97 145 49,5
    Licuri (coquilho) 4.072 3.787 (-)7,0
    Oiticica (semente) 12 7 (-)41,7
    Pequi (amêndoa) 2.228 1.471 (-)34,0
    Tucum (amêndoa)  489 462 (-)5,5
    Outros  674 829 23
Alimentícios 
    Açaí (fruto) 216.071 215.609 (-)0,2
    Castanha-de-caju  2.160 1.745 (-)19,2
    Castanha-do-pará     40.643 34.664 (-)14,7
    Erva-mate  341.251 346.953 1,7
    Mangaba (fruto)  663 922 39,1
    Palmito 4.669 4.260 (-)8,8
    Pequi (fruto) 18.866 17.305 (-)8,3
    Pinhão 8.393 7.746 (-)7,7
    Umbu (fruto) 7.451 8.390 12,6
    Outros 2.412 2.466 2,2
Aromáticos, medicinais, tóxicos e corantes                       
    Ipecacuanha 1 1 0
    Jaborandi (folha)  238 229 (-)3,8
    Urucu (semente) 0 20  
    Outros 225 218 (-)3,1
Madeiras         
    Carvão vegetal  797.003 544.488 (-)31,7
    Lenha 26.960.153 24.954.940 (-)7,4
    Madeira em tora  12.308.702 11.450.693 (-)7,0
Pinheiro-brasileiro                                     
    Nó-de-pinho 5.854 9.166 56,6
    Árvores abatidas 60 43 (-)28,3
    Madeira em tora 98.949 77.550 (-)21,6
            Silvicultura 
Carvão vegetal 5.385.514 4.957.238 (-)8,0
Lenha  54.533.947 53.297.902 (-)2,3
Madeira em tora
    Para papel e celulose 76.828.085 85.152.174 10,8
    Para outras finalidades 47.040.387 48.498.596 3,1
Cascas de acácia-negra 62.946 195.913 211,2
Folhas de eucalipto 36.462 38.285 5
Resina 95.831 106.227 10,8
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2015-2016

A castanha-do-pará teve produção de 34,7 mil t, uma queda de 14,7% em relação ao ano anterior. O Acre, que em 2015 liderou a produção nacional, registrou 8,7 mil t em 2016, uma redução de 37,7%. O Pará também reduziu a sua produção para 6,9 mil t (-13,8%). O Amazonas foi o maior produtor nacional (15,0 mil t), com destaque para os municípios de Humaitá e Coari. Os municípios de Sena Madureira, Rio Branco e Brasiléia são os principais produtores do Acre, enquanto no Pará sobressaíram-se Oriximiná e Óbidos.

A produção de resina, principal produto não madeireiro da silvicultura, cresceu 10,8%. Das 106,2 mil t produzidas, São Paulo contribuiu com 59,4%, seguido por Rio Grande do Sul (24,2%), Minas Gerais (8,6%), Mato Grosso do Sul (7,9%), Paraná (2,2%) e Espírito Santo (1,9%). Apenas o Mato Grosso do Sul, com 3,9 mil t, apresentou queda na produção (-15,7%). Entre os municípios produtores, destacaram-se Santa Vitória do Palmar (RS), Buri e Itapirapuã Paulista, ambos de (SP).

Produção madeireira extrativa apresenta nova queda: -7,0%

Em 2016, os três produtos madeireiros da extração vegetal levantados pela pesquisa apresentaram nova queda em relação ao ano anterior. A produção de madeira em tora extraída de florestas nativas foi de 11,5 milhões m3, uma redução de 7,0% em relação a 2015. Os principais produtores foram Mato Grosso (29,0%), Pará (28,8%) e Rondônia (12,6%). O Pará, em 2016, deixou a primeira posição ao mostrar queda de 20,7% na produção, que foi de 3,3 milhões m3. O município de Portel (PA) segue como maior produtor, com 8,8% do total, seguido por dois municípios de Mato Grosso: Aripuanã e Colniza.

A produção de lenha do extrativismo apresentou, em 2016, uma queda de 7,4% em relação a 2015. O total obtido foi de 25,0 milhões m3, dos quais a Bahia participou com 20,1%, seguida por Ceará (12,5%) e Maranhão (8,4%) que produziram, juntos, 41,0% do total nacional. Na Bahia, a maior produção municipal foi em Xique-Xique; no Ceará, em Santa Quitéria.

A produção de carvão vegetal extrativo foi de 544,5 mil t, com redução de 31,7%. Os principais produtores foram Maranhão (161,2 mil t) e Bahia (100,5 mil t). Entre os municípios, os líderes foram Baianópolis (BA), Grajaú (MA), Riachão das Neves (BA) e São Desidério (BA).

Produção de madeira destinada ao setor de papel e celulose cresce 10,8%

A madeira em tora para papel e celulose repetiu o comportamento observado em 2015, com alta de 10,8% e produção de 85,2 milhões m3. O Paraná, com aumento de 43,9%, produziu 15,9 milhões m3, ultrapassando São Paulo (14,7 milhões m3), que apresentou queda de 5,4%. O maior produtor no âmbito municipal foi Telêmaco Borba (PR). Os 20 principais municípios, juntos, representaram 35,3% do total nacional. Do volume total, 80,2% vieram de áreas de plantio de eucalipto e 18,8% de florestas de pinus.

Do total de madeira em tora para outras finalidades produzido no país, 54,7% foram extraídos de plantios de eucalipto e 41,9% de florestas de pinus. A produção em 2016 foi de 48,5 milhões m3, um aumento de 3,1% em relação a 2015. Os principais estados produtores foram Paraná (17,0 milhões m3) e São Paulo (8,4 milhões m3). Entre os municípios, destaque para General Carneiro (PR), Cerro Azul (PR) e Sengés (PR); Botucatu (SP) e Itatinga (SP).

A região Sul tem a maior participação na produção de madeira em tora para papel e celulose (33,2%) e madeira em tora para outras finalidades (62,6%).

A produção de carvão vegetal da silvicultura em 2016 foi 8,0% inferior ao ano anterior, com 5,0 milhões t. Desse total, 98,9% foi oriundo de plantios de eucaliptos. Minas Gerais e Maranhão, juntos, respondem por 91,4% da produção nacional. Dos 20 maiores municípios produtores, 17 são mineiros, com destaque para João Pinheiro, líder nacional de produção, Três Marias e Buritizeiro. Açailândia, Bom Jardim e Grajaú são os três municípios maranhenses que fecham a lista. 

O total de lenha produzido em 2016 foi de 53,3 milhões m3, uma queda de 2,3% em relação a 2015. O Paraná, mesmo apresentando redução de 8,9%, foi o principal produtor, seguido por Rio Grande do Sul (23,8%), Santa Catarina (14,5%), São Paulo (11,6%) e Minas Gerais (11,0%). Rancharia (SP), Telêmaco Borba (PR) e Butia (RS) destacaram-se entre os maiores produtores municipais. A produção de lenha de eucalipto responde por 85,8% do total obtido em áreas plantadas, enquanto a lenha de pinus representa 5,6%.

Área da silvicultura alcança 10,0 milhões de hectares em 2016

A área ocupada pela silvicultura em 2016 foi de 10,0 milhões hectares, um aumento de 0,9% em relação a 2015. Desse total, 75,3% são áreas de eucalipto e 20,7% de pinus.

Apesar da redução de 1,2%, a região Sul permanece com a maior área plantada (3,7 milhões ha), sendo 49,1% ocupada por pinus, 44,9% por eucalipto e 6,0% por outras espécies. O Paraná (1,6 milhão ha) possui a maior área plantada da Região Sul, seguido por Rio Grande do Sul (1,1 milhão ha) e Santa Catarina (1,0 milhão ha).

Entre os municípios que detém a maior área destinada à silvicultura, destaque para Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo ambos do (MS), com áreas superiores a 200 mil ha cada.