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Vendas do varejo mostram variação nula (0,0%) em julho

12/09/2017 09h00 | Atualizado em 13/09/2017 08h32

Em julho de 2017, o volume do comércio varejista nacional repetiu o patamar do mês anterior, após acumular 2,2% em três meses consecutivos de expansão, na série com ajuste sazonal. Mesmo com o comportamento positivo dos últimos meses, o patamar das vendas de julho de 2017 encontra-se 8,7% abaixo do nível recorde alcançado em novembro de 2014.

No confronto com julho de 2016, o comércio varejista manteve avanço pelo quarto mês consecutivo, registrando em julho de 2017 taxa de 3,1% (a mais acentuada). Setorialmente, na comparação interanual, houve predomínio de taxas positivas entre as atividades pesquisadas, com destaque para as vendas de Tecidos, vestuário e calçados (15,5%) e Móveis e eletrodomésticos (12,7%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses (-2,3%) manteve a redução do ritmo de queda, iniciada em outubro de 2016 (-6,8%). Para acessar a publicação completa, clique aqui.

Período Varejo Varejo Ampliado
Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal
Julho / Junho 0,0 0,3 0,2 0,0
Média móvel trimestral* 0,4 0,5 0,8 0,5
Julho 2017 / Julho 2016 3,1 1,2 5,7 3,7
Acumulado 2017 0,3 1,8 1,1 1,9
Acumulado 12 meses -2,3 2,8 -2,8 0,9

*série com ajuste sazonal

Em julho de 2017, o comércio varejista nacional mostrou variação nula (0,0%) no volume de vendas frente ao mês junho, na série livre de influências sazonais, após três meses seguidos de aumento, período em que o varejo acumulou ganho de 2,2%. Com isso, no índice de média móvel trimestral, o volume de vendas variou 0,4% do trimestre móvel encerrado em junho para o encerrado em julho.

No confronto com julho de 2016, na série sem ajuste sazonal, o volume de vendas avançou 3,1%, acumulando variação de 0,3% nos sete primeiros meses de 2017. A taxa anual, indicador acumulado nos últimos doze meses, com recuo de 2,3% em julho de 2017, permaneceu reduzindo o ritmo de queda, iniciado em outubro do ano passado (-6,8%).

O comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção registrou variação de 0,2% em relação ao mês imediatamente anterior (série com ajuste) para o volume de vendas. Em relação a julho de 2016, o volume de vendas do varejo ampliado avançou 5,7%. No que tange às taxas acumuladas, os resultados foram de 1,1% no ano e de -2,8% nos últimos doze meses.

Hipermercados registram avanço nas vendas

Na comparação com o mês imediatamente anterior, série com ajuste sazonal, em julho de 2017, o varejo repetiu o patamar de vendas de junho, mostrando equilíbrio entre resultados positivos e negativos nos oito segmentos que compõem o total do comércio varejista. As atividades de Móveis e eletrodomésticos (0,0%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,0%) acompanharam o resultado geral e também mostraram variação nula na passagem de junho para julho de 2017.

Entre os três setores com avanço nas vendas, o destaque foi Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 0,7% entre junho e julho de 2017, seguido por Tecidos, vestuário e calçados (0,3%); e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,4%). Já Combustíveis e lubrificantes (-1,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,4%); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%) pressionaram negativamente.

No comércio varejista ampliado, a variação de 0,2% foi influenciada pela combinação da redução em 0,8% das vendas em Veículos e motos, partes e peças e do avanço de 0,9% em Material de construção, ambas comparações frente a junho de 2017.

Em relação a julho de 2016, o total do comércio varejista (3,1%) avançou pelo quarto mês consecutivo, com perfil disseminado de resultados positivos em sete das oito atividades. Os destaques na formação da taxa global, foram Tecidos, vestuário e calçados (15,5%); Móveis e eletrodomésticos (12,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,0%).

Ainda com resultados positivos, figuram: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,4%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,3%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (11,6%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%). O único recuo em julho foi em Combustíveis e lubrificantes (-0,9%).

TABELA 1
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO, SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC - Julho 2017
ATIVIDADES MÊS/MÊS ANTERIOR (1) MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR ACUMULADO
Taxa de Variação (%) Taxa de Variação (%) Taxa de Variação (%)
MAI JUN JUL MAI JUN JUL NO ANO 12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA (2) 0,2 0,9 0,0 2,6 2,9 3,1 0,3 -2,3
1 - Combustíveis e lubrificantes 0,8 1,2 -1,6 -0,4 0,1 -0,9 -3,1 -5,4
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo 1,1 -0,3 0,7 0,0 0,8 0,3 -0,5 -1,7
2.1 - Super e hipermercados 0,6 0,0 0,0 0,1 2,1 0,2 -0,3 -1,5
3 - Tecidos, vest. e calçados -8,3 6,1 0,3 5,1 4,2 15,5 7,1 -1,2
4 - Móveis e eletrodomésticos 1,7 2,1 0,0 14,0 12,2 12,7 6,8 -1,2
4.1 - Móveis - - - 2,1 -0,3 6,1 -10,1 -10,8
4.2 - Eletrodomésticos - - - 17,3 17,1 14,8 7,2 -0,8
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria 0,7 1,3 -0,4 3,5 2,7 2,4 -0,4 -2,2
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria -5,5 5,1 0,0 -0,8 0,7 0,2 -3,3 -8,1
7 - Equip. e mat. para escritório, informatica e comunicação 0,3 -2,3 4,4 12,9 5,1 11,6 -0,6 -3,6
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico 0,6 2,8 -0,2 3,0 4,4 4,0 -0,2 -3,0
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3) -0,2 2,3 0,2 4,9 4,4 5,7 1,1 -2,8
9 - Veículos e motos, partes e peças 2,2 4,2 -0,8 5,5 3,8 6,5 -2,9 -7,3
10- Material de construção 2,3 1,1 0,9 9,5 6,7 11,0 5,6 -0,2
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal.
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10

O setor de Tecidos, vestuário e calçados, com alta de 15,5% no volume de vendas frente a igual mês do ano anterior, deu a maior contribuição positiva à taxa global do varejo. O acumulado no ano (7,1%) se manteve positivo, enquanto o acumulado em 12 meses permaneceu negativo (-1,2%). O desempenho deste setor vem se beneficiando do aumento da massa real de rendimentos, além da influência de uma base baixa de comparação.

Com avanço de 12,7% no volume de vendas em relação a julho de 2016, o setor de Móveis e eletrodomésticos representou o segundo maior impacto positivo na formação da taxa global do varejo (Tabela 3), acumulando nos primeiros sete meses do ano taxa de 6,8%. A comparação acumulada nos últimos 12 meses (-1,2%), embora sinalizando redução no ritmo de queda, permaneceu negativa (Tabela 1). Por se tratar de uma atividade cujas vendas são associadas às condições de crédito, o comportamento deste setor, vem sendo afetado pela redução dos custos de financiamento, além da influência de uma base baixa de comparação.

O segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,0%), exerceu a terceira participação positiva no resultado geral do comércio varejista (Tabela 3). No acumulado do ano e dos últimos 12 meses as variações foram, respectivamente, -0,2% e -3,0%. Esse setor contempla um mix diversificado de itens, muitos deles de reposição doméstica, tais como artigos do lar, cama, mesa e banho.

TABELA 3
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA, POR ATIVIDADES: PMC - Julho 2017
(Indicadores de volume de vendas)
Atividades COMÉRCIO VAREJISTA COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.) Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.)
Taxa Global 3,1 3,1 5,7 5,7
1 - Combustíveis e lubrificantes -0,9 -0,1 -0,9 0,0
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo 0,3 0,1 0,3 0,2
3 - Tecidos, vest. e calçados 15,5 1,3 15,5 1,0
4 - Móveis e eletrodomésticos 12,7 1,1 12,7 0,9
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria 2,4 0,2 2,4 0,3 
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria 0,2 0,0 0,2 0,1 
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação 11,6 0,1 11,6 0,2 
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico 4,0 0,4 4,0 0,4 
9 - Veículos e motos, partes e peças     6,5 1,5 
10- Material de construção     11,0 1,1 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota:
A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com avanço de 2,4%, registrou o terceiro resultado positivo do ano e exerceu a quarta contribuição para o resultado geral. Em termos de variação acumulada, as taxas foram de -0,4% no ano, e -2,2% em 12 meses.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 0,3% em julho sobre igual mês do ano anterior, exerceu o quinto maior impacto positivo no resultado global. Esta atividade vem tendo seu desempenho influenciado pelo avanço da massa salarial real, além do comportamento dos preços do grupo alimentação no domicílio que evoluíram abaixo índice geral. Em termos de acumulados, as taxas foram: -0.5% para o acumulado nos sete primeiros meses do ano e de -1,7% para os últimos 12 meses.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, também responsável pela quinta contribuição negativa na formação da taxa global do comércio varejista, registrou aumento de 11,6% no volume de vendas em julho de 2017 comparado ao de julho de 2016. Os resultados nas vendas em termos acumulados foram:
-0,6% no acumulado do ano e de -3,6% nos últimos 12 meses.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com variação de 0,2% no volume de vendas sobre julho de 2016, respondeu pela sétima contribuição positiva no resultado global. Nos acumulados dos sete meses do ano e dos últimos 12 meses as taxas foram, respectivamente, -3,3% e -8,1%. Os preços dos produtos de papelaria, com crescimento acumulado em 12 meses acima do índice geral de preços explicam em parte a trajetória declinante desta atividade, além da restrição orçamentária das famílias e, no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.

O comércio de Combustíveis e lubrificantes, com variação de -0,9% no volume de vendas, em relação a julho de 2016, foi o único setor que pressionou negativamente o resultado geral do varejo. Em termos de desempenho acumulado, as taxas de variação ficaram em -3,1% para os sete primeiros meses do ano e -5,4% para os últimos 12 meses.

Considerando o comércio varejista ampliado, em julho de 2017, o avanço de 5,7% no volume de vendas frente ao mesmo mês do ano anterior refletiu, principalmente o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou aumento de 6,5%, seguido por Material de construção (11,0%), ambas comparações sobre julho de 2016. As taxas acumuladas para estas atividades foram, respectivamente, de: -2,9% e 5,6% em sete meses, e de -7,3% e -0,2 nos últimos 12 meses. Vale ressaltar que, em ambos segmentos, esses resultados foram influenciados pela base de comparação baixa, representada perdas passadas importantes.

Dezesseis estados registram avanço nas vendas no varejo

Em julho de 2017, 16 das 27 Unidades da Federação mostraram avanço no volume de vendas do varejo frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. As taxas mais acentuadas foram no Amazonas (3,0%); Santa Catarina (2,4%) e Roraima (2,2%). Por outro lado, Tocantins (-5,3%) apresentou recuo mais acentuado no varejo no mesmo período.

Na comparação com julho de 2016, o avanço no volume de vendas teve perfil ainda mais disseminado, alcançando 20 das 27 Unidades da Federação. Os destaques, em termos de magnitude de taxas, foram: Santa Catarina (14,2%) e Alagoas (10,3%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, destacaram-se: São Paulo (3,5%); Santa Catarina (14,2); e Minas Gerais (3,9%).

No varejo ampliado, o avanço de 5,7% em relação a julho de 2017 foi verificado em 23 dos 27 estados, com destaque, em termos de magnitude, para Santa Catarina, com avanço de 16,0%, seguido por Amazonas (15,2%), Rio Grande do Sul (13,3%), Maranhão (12,5%) e Alagoas (11,8%), todos com aumentos a dois dígitos. O desempenho positivo de São Paulo (5,9%), seguido por Santa Catarina (16,0%) e Rio Grande do Sul (13,3%) configuram os principais impactos sobre a formação da taxa global do varejo ampliado.