Em agosto, IPCA-15 varia 0,35%
23/08/2017 09h00 | Atualizado em 23/08/2017 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,35% em agosto, o segundo maior resultado do ano, ficando atrás apenas do mês de fevereiro (0,54%), e bem acima da taxa de -0,18% de julho. Desse modo, o resultado no ano foi para 1,79%, menor variação acumulada até agosto desde a implantação do Plano Real. Em igual período do ano anterior, o resultado havia sido de 5,66%. Considerando os últimos doze meses, o índice desceu para 2,68%, resultado inferior aos 2,78% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, constituindo a menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde março de 1999 (2,64%). Em agosto de 2016, a taxa foi 0,45%. Os dados completos do IPCA-15 podem ser acessados aqui.
PERÍODO | TAXA |
Agosto | 0,35% |
Julho | -0,18% |
Agosto 2016 | 0,45% |
Acumulado no ano | 1,79% |
Acumulado em 12 meses | 2,68% |
Os grupos Transportes (1,35%) e Habitação (1,01%) apresentaram os maiores impactos no índice do mês: 0,24 ponto percentual (p.p.) e 0,15 p.p., respectivamente. Os combustíveis (5,96%), que fazem parte do grupo Transportes, representaram a maior contribuição individual no mês (0,28 p.p.). Isso devido ao preço da gasolina, que ficou, em média, 6,43% mais caro de um mês para o outro e do etanol, que subiu 5,36%. Além disso, foi apropriada parcela ainda não incorporada relativa ao reajuste de 16,61% nas passagens dos ônibus intermunicipais da região metropolitana de Belém (6,63%), em vigor desde 7 de abril. Pelo lado das quedas, as passagens aéreas apresentaram recuo de 15,00%.
No grupo Habitação, o destaque ficou com a energia elétrica (4,27%), em razão da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha – a partir de 1º de agosto – considerando a cobrança adicional de R$ 0,03 a cada quilowatt-hora (kwh) consumido. Acrescente-se, ainda, o reajuste de 5,15%, vigente desde 4 de julho, em uma das concessionárias de São Paulo (6,92%), e de 6,87% em Belém (6,42%), em vigor desde 7 de agosto.
No lado das quedas, o grupo Alimentação e bebidas, que tem participação de 25% na despesa das famílias, apresentou variação de -0,65%, exercendo o mais intenso impacto negativo, de -0,16 p.p. Este é o terceiro mês consecutivo que o grupo apresenta variação negativa na média geral de preços. Com exceção de Brasília (0,02%) e de Salvador (0,54%), as demais regiões pesquisadas apresentaram queda, indo desde -1,18% na região metropolitana de Porto Alegre até -0,04% na de Recife.
Os alimentos comprados para consumo em casa ficaram 1,17% mais baratos. O preço da maioria dos produtos ficou mais baixo de julho para agosto, com destaque para o feijão-carioca (-13,89%), a batata-inglesa (-13,06%), o leite longa vida (-3,86%), as frutas (-2,43%) e as carnes (-1,37%). A cebola e o tomate sobressaíram no lado das altas com 14,28% e 14,03%, respectivamente. Já na alimentação fora de casa, a variação média foi de 0,32%, com as regiões apresentando resultados entre a queda de 0,99% registrada na região metropolitana de Belém até a alta de 1,63% da região metropolitana de Salvador.
Entre os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, as variações ficaram entre -0,32% do grupo Comunicação e 0,73% do grupo Saúde e cuidados pessoais.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Julho | Agosto | Julho | Agosto | |
Índice Geral | -0,18 | 0,35 | -0,18 | 0,35 |
Alimentação e Bebidas | -0,55 | -0,65 | -0,14 | -0,16 |
Habitação | 0,24 | 1,01 | 0,04 | 0,15 |
Artigos de Residência | -0,55 | 0,21 | -0,02 | 0,01 |
Vestuário | 0,04 | -0,29 | 0,00 | -0,02 |
Transportes | -0,64 | 1,35 | -0,11 | 0,24 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,14 | 0,73 | 0,02 | 0,09 |
Despesas Pessoais | 0,31 | 0,34 | 0,03 | 0,04 |
Educação | 0,08 | 0,19 | 0,00 | 0,01 |
Comunicação | 0,00 | -0,32 | 0,00 | -0,01 |
Nos índices regionais, somente as regiões metropolitanas de Fortaleza (-0,02%) e do Rio de Janeiro (-0,16%) apresentaram resultado negativo. No Rio de Janeiro, a queda foi impulsionada pelas carnes (-5,85%) e pelas passagens aéreas, mais baratas, em média, 18,95%. No lado das altas o destaque ficou com a região metropolitana de Salvador (0,59%) onde sobressaiu a alta nos combustíveis (13,28%), com os preços da gasolina subindo, em média, 15,67% e os do etanol, 8,24%.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação acumulada (%) | ||
Julho | Agosto | Ano | 12 meses | ||
Salvador | 7,35 | -0,25 | 0,59 | 2,01 | 2,42 |
Curitiba | 7,79 | 0,01 | 0,57 | 2,10 | 2,68 |
São Paulo | 31,68 | -0,29 | 0,55 | 1,93 | 3,03 |
Recife | 5,05 | -0,18 | 0,49 | 2,92 | 4,42 |
Goiânia | 4,44 | -0,06 | 0,42 | 0,97 | 1,30 |
Belo Horizonte | 11,23 | -0,05 | 0,40 | 1,33 | 2,00 |
Brasília | 3,46 | -0,13 | 0,25 | 1,69 | 3,50 |
Belém | 4,65 | -0,22 | 0,09 | 1,00 | 1,89 |
Porto Alegre | 8,40 | -0,24 | 0,05 | 1,20 | 2,14 |
Fortaleza | 3,49 | -0,08 | -0,02 | 1,89 | 3,37 |
Rio de Janeiro | 12,46 | -0,13 | -0,16 | 2,02 | 2,55 |
Brasil | 100,00 | -0,18 | 0,35 | 1,79 | 2,68 |
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 14 de julho a 15 de agosto de 2017 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de junho a 13 de julho de 2017 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.