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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de dezembro fica em 0,56%

30/01/2015 11h19 | Atualizado em 09/08/2017 10h20

 

DEZEMBRO 2014
0,56%
Novembro 2014
1,06%
Dezembro 2013
0,60%
Acumulado em 2014
4,42%
Dezembro 2014 / Dezembro 2013 (acumulado em 12 meses)
4,42%

Em dezembro de 2014, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,56% em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em novembro (1,06%). O acumulado em 2014 foi de 4,42% em dezembro, contra 3,84% em novembro. O acumulado em 12 meses de novembro foi de 4,47%.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos 'na porta de fábrica', sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na páginawww.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

18 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em dezembro de 2014, 18 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços, contra 20 do mês anterior. As quatro maiores variações de dezembro em relação a novembro foram em outros equipamentos de transporte (2,22%), fumo (2,05%), papel e celulose (1,99%) e calçados e artigos de couro (1,81%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de dezembro contra novembro (0,56%) foram refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 pontos percentuais), alimentos (0,09 p.p.), outros produtos químicos (-0,09 p.p.) epapel e celulose (0,07 p.p.).

O indicador acumulado de 2014 atingiu 4,42%, contra 3,84% em novembro. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem metalurgia (10,16%),outros equipamentos de transporte (10,09%), calçados e artigos de couro (9,91%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,73%). Os setores com maior influência foram metalurgia (0,78 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,75 p.p.), veículos automotores (0,74 p.p.) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos(0,27 p.p.).

Em dezembro, os preços do setor de alimentos variaram em 0,48% em relação aos de novembro. Vale dizer que, nos primeiros sete meses do ano, houve apenas um resultado positivo (fevereiro, com 0,56%) e, nos últimos cinco, todos positivos, sendo o resultado de dezembro o menor não só entre os últimos como também menor do que o de fevereiro. O resultado anual de 2014 foi de uma variação de 0,83%, a menor de toda a série, cujo pico se deu em dezembro de 2010 (21,24%); a menor taxa antes da atual havia sido a de dezembro de 2011 (3,08%). Na comparação com o mês anterior 'leite esterilizado / UHT / Longa Vida' se destaca com contribuição negativa em termos de variação e de influência. Os outros produtos em destaque em termos de influência - com impacto de 0,03 p.p. em 0,48% - foram 'carnes de bovinos frescas ou refrigeradas' (contribuição positiva), 'resíduos da extração de soja' (negativa) e sucos concentrados de laranja (positiva). A desvalorização cambial ocorrida em dezembro (de 3,60%) explica o que ocorreu com o preço de suco de laranja e, em parte, com carnes bovinas frescas. Em parte porque, no caso de carnes, a questão da demanda internacional aquecida é também um fator que se deve levar em conta. Já no caso de resíduos de soja, mesmo com a pressão do câmbio, os preços caíram, refletindo a oferta elevada no país.

Após evoluir no primeiro trimestre de 2014 com uma variação positiva de 0,78%, a atividade papel e celulosereduziu para uma variação negativa de 2,02% no segundo trimestre, acelerando no terceiro trimestre para 2,82%. A fabricação de papel e celulose fechou o quarto trimestre com uma variação de 5,62%, após registrar uma sequência de variações positivas significativas. O indicador mensal (comparação com o mês anterior) de dezembro foi o terceiro maior resultado de 2014, com 1,99%. Esse resultado ficou abaixo apenas de novembro (2,34%) e janeiro (2,98%). Com esse valor, o resultado acumulado do ano ficou em 7,30%, abaixo do acumulado de 2013 (8,80%). Os produtos que se evidenciaram em termos de influência na comparação com novembro foram 'celulose', 'cadernos', 'papel Kraft para embalagem não revestido', com variações positivas, e 'papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica', com variação negativa. Esses produtos em conjunto representam 1,99 p.p. do índice mensal. A valorização do dólar também teve participação importante no desempenho dos preços da celulose, produto mais importante em peso na atividade e que é fortemente influenciado pelo mercado externo. No acumulado do ano, os produtos de maior influência, todos com variações positivas, foram 'cadernos', 'celulose', 'fraldas descartáveis' e 'papel higiênico'. O produto 'absorventes e tampões higiênicos' também apresentou variação positiva de preços significativa na comparação mensal e no acumulado do ano.

Na comparação com o mês imediatamente anterior, o nível de preços da atividade de refino de petróleo e produtos do álcool recuou de 1,80% em novembro para 1,59% em dezembro. O setor fecha o ano com um acumulado de 6,79%, valor menor que do acumulado de 2013, de 7,07%. Muito do comportamento do acumulado em 2014 se deu por conta da variação do indicador mensal. A variação acumulada em 12 meses de novembro foi de 8,19%, resultado da diferença entre o indicador mensal de novembro de 2013 (0,64%) e o de novembro de 2014 (1,06%). Em termos de produtos, os quatro que mais tiveram influência no acumulado de 2014 foram 'óleo diesel e outros óleos combustíveis', 'gasolina automotiva', 'óleos lubrificantes básicos' e 'álcool etílico (anidro ou hidratado)'. Os dois primeiros apresentaram viés positivo, sendo negativos os demais. No caso do álcool, ainda que o indicador mensal tenha apresentado viés positivo, por conta da entressafra, os patamares ainda se mantiveram abaixo dos períodos anteriores.

A atividade de outros produtos químicos registrou 1,46% em 2014, patamar inferior ao de 2013, que ficou em 5,45%. Em dezembro, o indicador apresentou variação negativa (-0,79%) na comparação com o mês anterior. O cenário da indústria química em 2014 teve diferenças comparado ao de 2013. Uma delas foi a amplitude das variações, assim como o momento em que os extremos aconteceram. Enquanto, em 2013, o indicador mensal teve máxima em maio (2,78%) e mínima em agosto (-1,81%), em 2014 a mínima aconteceu em março (-1,63%) e a máxima em julho (1,17%). Tais resultados evidenciam uma menor volatilidade em 2014, do que em 2013, e uma modificação do ciclo ao longo dos últimos anos. Ainda na análise anual, os quatro produtos em destaque foram 'adubos ou fertilizantes à base de NPK', 'etileno (eteno) não-saturado', 'propeno (propileno) não-saturado' e 'amoníaco', sendo que os dois produtos petroquímicos básicos (etileno e propeno) registraram viés negativo no acumulado do ano. Tal variação negativa se explica, entre outros fatores, pela queda destes produtos no mercado internacional, em virtude da desvalorização do petróleo ocorrida ao longo do ano de 2014.

Ao comparar os preços do setor de metalurgia em dezembro contra novembro, houve uma variação negativa (-0,11%), quebrando uma série de quatro variações positivas. Com isso, o setor acumulou no ano variações de preços de 10,16%, maior variação positiva entre todas as atividades das indústrias de transformação e segunda maior deste indicador na atividade desde o início da série histórica (janeiro de 2010). A essa taxa cabe considerar a grande influência do resultado de janeiro de 2014 contra dezembro de 2013 (4,30%), maior variação na comparação mês contra mês imediatamente anterior deste setor desde o início da série. A variação de 10,16% é a segunda maior na série de acumulados em 12 meses, inferior apenas ao de fevereiro de 2014, que havia sido de 10,52%. Os destaques de dezembro na comparação com o mês anterior foram produtos do grupo de metalurgia dos materiais não ferrosos: 'barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre' e 'alumínio não ligado em formas brutas', ambos com variações positivas, em contrapartida aos 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono' e 'vergalhões de aços ao carbono', que foram destaques tanto em termos de variações quanto influências negativas no mês. Estes produtos juntos representam -0,14 p.p. da variação no mês de -0,11%. Em relação às influências, destacam-se na comparação mensal e no acumulado do ano: 'alumínio não ligado em formas brutas' e 'bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos'. Em relação ao acumulado no ano também aparecem 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono' e 'ligas de alumínio em formas brutas', ambos positivos. Os resultados globais deste setor foram fortemente influenciados pelas flutuações cambiais em relação ao dólar (desvalorização do real em 18,1% no último semestre de 2014 e 3,6% entre dezembro e novembro), que compensaram a queda dos preços internacionais dos metais não ferroso, além dos gastos referentes ao consumo energético para produção.

Os preços da indústria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos apresentaram variação positiva de 1,24% em dezembro na comparação com o mês anterior, número superior ao verificado em novembro (0,61%). Com isso, os preços do setor chegaram à quinta variação positiva consecutiva neste indicador. O resultado se deve, sobretudo, aos maiores preços de 'motores elétricos', 'condutores elétricos com capa isolante, para tensão menor ou igual a 1000v', 'cabos de fibras ópticas' e 'transformadores de dielétrico líquido'. Com nove das 12 variações mensais de preço verificadas em 2014 apresentando sinal positivo, em dezembro a taxa acumulada no ano chegou a 9,73%, quarta maior dentre as atividades das indústrias de transformação. Ao longo de 2014, o indicador acumulado em 12 meses do setor registrou valores sempre acima de 8,40% (resultado de novembro) e, nesse tocante, destaca-se a influência exercida pelo grupo de 'fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico', com alguns dos seus produtos apresentando aumentos de preço significativos em fins de 2013 e início de 2014.

Após uma redução da variação de preços de 1,56% no primeiro trimestre para 0,35% no segundo trimestre, a fabricação de veículos automotores apresentou variação positiva de 2,55% no terceiro trimestre, fechando o ano com 2,17% no quarto trimestre. A variação de dezembro em relação ao mês anterior foi de 0,49%. O indicador acumulado no ano foi de 6,81%, superior ao de 2013, quando fechou em 2,81%. Os produtos que mais influenciaram o indicador mensal foram 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência', 'peças para motor de veículos automotores', 'carrocerias para ônibus', com variações positivas, além de 'caminhão-trator para reboques e semireboques', com resultado negativo. Esses produtos em conjunto representaram 0,38 p.p. do índice de dezembro. Embora não tenham a mesma influência no índice mensal, os produtos 'limpadores de para-brisas' e 'bombas injetoras para veículos automotores' também apresentaram variações de preços significativas. Além de influenciar o indicador mensal, os produtos 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência', e 'peças para motor de veículos automotores' também se destacam pela influência no acumulado no ano. Ainda no que se refere a esses dois indicadores, houve considerável influência também dos produtos 'caixas de marcha para veículos automotores' e 'caminhão diesel com capacidade superior a 5t', todos com variações positivas. Vale considerar também que o produto 'motores de partida para motores de explosão', apesar de não ter sido listado pela influência, foi uma das quatro maiores variações de preços no indicador acumulado no ano.

 

Comunicação Social
30 de janeiro de 2015