Produção industrial cai em cinco dos 14 locais pesquisados em março
12/05/2015 10h06 | Atualizado em 09/08/2017 10h13
A redução no ritmo da produção industrial nacional na passagem de fevereiro para março, série com ajuste sazonal, foi acompanhada por cinco dos 14 locais pesquisados, com destaque para os recuos mais acentuados registrados por Ceará (-3,1%), Minas Gerais (-2,5%), Paraná (-2,3%) e Pernambuco (-2,2%). Com os resultados desse mês, o primeiro local eliminou o avanço de 1,0% assinalado em fevereiro último; o segundo praticamente repetiu a magnitude de queda verificada no mês passado (-2,7%); o terceiro reverteu a expansão de 1,4% observada no mês anterior; e o último apontou o segundo mês consecutivo de recuo na produção, período em que acumulou perda de 4,7%. São Paulo (-0,8%), parque industrial mais diversificado do país, completou o conjunto de locais com índices negativos em março de 2015. Por outro lado, Bahia, com expansão atípica de 22,1%, mostrou o crescimento mais elevado nesse mês, após três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 21,9%. Região Nordeste (8,1%), Rio de Janeiro (4,8%) e Pará (3,2%) também assinalaram avanços acentuados em março de 2015, enquanto Espírito Santo (1,2%), Rio Grande do Sul (1,1%), Goiás (0,7%), Amazonas (0,5%) e Santa Catarina (0,3%) apontaram expansões menos intensas.
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpf/regional/default.shtm.
Locais | Variação (%) | |||
---|---|---|---|---|
Março 2015/ Fevereiro 2015* |
Março 2015/ Março 2014 |
Acumulado Janeiro-Março |
Acumulado nos Últimos 12 Meses |
|
Amazonas
|
0,5
|
-20,6
|
-17,8
|
-10,9
|
Pará
|
3,2
|
11,8
|
8,7
|
8,8
|
Região Nordeste
|
8,1
|
-1,2
|
-5,8
|
-2,2
|
Ceará
|
-3,1
|
-2,4
|
-5,9
|
-4,3
|
Pernambuco
|
-2,2
|
-0,7
|
2,0
|
-1,0
|
Bahia
|
22,1
|
-3,1
|
-12,5
|
-5,4
|
Minas Gerais
|
-2,5
|
-9,7
|
-8,0
|
-5,5
|
Espírito Santo
|
1,2
|
19,8
|
20,9
|
11,8
|
Rio de Janeiro
|
4,8
|
-5,1
|
-6,3
|
-4,1
|
São Paulo
|
-0,8
|
-2,7
|
-5,4
|
-6,8
|
Paraná
|
-2,3
|
-5,2
|
-10,5
|
-8,4
|
Santa Catarina
|
0,3
|
-4,0
|
-7,0
|
-4,3
|
Rio Grande do Sul
|
1,1
|
-2,1
|
-8,8
|
-7,1
|
Mato Grosso
|
-
|
6,1
|
3,9
|
3,3
|
Goiás
|
0,7
|
6,2
|
-0,8
|
1,9
|
Brasil
|
-0,8
|
-3,5
|
-5,9
|
-4,7
|
* Série com Ajuste Sazonal
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou queda de 0,6%, no trimestre encerrado em março de 2015, frente ao nível do mês anterior, após também assinalar resultados negativos em novembro (-0,5%), dezembro (-1,0%), janeiro (-0,9%) e fevereiro (-0,9%). Em termos regionais, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, quatro locais mostraram taxas negativas, com destaque para os recuos mais acentuados assinalados por Paraná (-1,9%), Ceará (-1,6%) e Amazonas (-1,6%). Por outro lado, Goiás (2,4%), Pernambuco (2,4%), São Paulo (2,1%), Espírito Santo (2,0%) e Pará (1,8%) apontaram os principais avanços em março de 2015.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 3,5% em março de 2015, com onze dos quinze locais pesquisados acompanhando o movimento de queda na produção. Vale citar que março de 2015 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (19 dias). Nesse mês, os recuos mais intensos foram registrados por Amazonas (-20,6%) e Minas Gerais (-9,7%), pressionados, em grande parte, pela redução na produção dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores e computadores pessoais portáteis) e bebidas (preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais), no primeiro local; e de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis), metalurgia (ferro-gusa, chapas a quente de aços ao carbono e bobinas a quente de aços ao carbono), máquinas e equipamentos (motoniveladores, carregadoras-transportadoras e tratores), indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados) e bebidas (refrigerantes, cervejas e chope), no segundo. Paraná (-5,2%), Rio de Janeiro (-5,1%), Santa Catarina (-4,0%) também apontaram quedas mais acentuadas do que a média nacional (-3,5%), enquanto Bahia (-3,1%), São Paulo (-2,7%), Ceará (-2,4%), Rio Grande do Sul (-2,1%), Região Nordeste (-1,2%) e Pernambuco (-0,7%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas nesse mês. Por outro lado, Espírito Santo (19,8%) e Pará (11,8%) assinalaram os avanços mais intensos nesse mês, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo vindo dos setores extrativos (minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo) e de metalurgia (bobinas a quente de aços ao carbono, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço), no primeiro local, e de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiado), no segundo. Os demais resultados positivos foram observados em Goiás (6,2%) e Mato Grosso (6,1%).
No indicador acumulado para o primeiro trimestre do ano, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional alcançou onze dos quinze locais pesquisados, com sete recuando com intensidade superior à média nacional (-5,9%): Amazonas (-17,8%), Bahia (-12,5%), Paraná (-10,5%), Rio Grande do Sul (-8,8%), Minais Gerais (-8,0%), Santa Catarina (-7,0%) e Rio de Janeiro (-6,3%). Completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento dos três primeiros meses de 2015: Ceará (-5,9%), Região Nordeste (-5,8%), São Paulo (-5,4%) e Goiás (-0,8%). Nesses locais, o menor dinamismo foi particularmente influenciado por fatores relacionados à diminuição na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para equipamentos de transportes – caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias), bens intermediários (autopeças, derivados do petróleo, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas), bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da “linha branca” e da “linha marrom”, motocicletas e móveis) e bens de consumo semi e não-duráveis (medicamentos, produtos têxteis, vestuário, bebidas, alimentos e gasolina automotiva). Por outro lado, Espírito Santo (20,9%) e Pará (8,7%) assinalaram as expansões mais elevadas, impulsionados em grande parte pelo comportamento positivo vindo do setor extrativo. Adicionalmente, Mato Grosso (3,9%) e Pernambuco (2,0%) também apontaram taxas positivas no índice acumulado do ano.
Os sinais de diminuição no ritmo produtivo também ficaram evidentes, no confronto do último trimestre de 2014 com o resultado do primeiro trimestre de 2015, ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior, em que onze dos quinze locais pesquisados mostraram perda de dinamismo, acompanhando o movimento do índice nacional, que passou de -4,1%, no quarto trimestre do ano passado, para -5,9% no índice acumulado nos três primeiros meses de 2015. Nesse mesmo tipo de confronto, Bahia (de 1,7% para -12,5%), Amazonas (de -11,1% para -17,8%), Paraná (de -4,2% para -10,5%), Região Nordeste (de 0,3% para -5,8%) e Rio Grande do Sul (de -3,9% para -8,8%) apontaram as maiores reduções, enquanto Espírito Santo (de 12,1% para 20,9%), Pernambuco (de -5,2% para 2,0%) e Pará (de 4,3% para 8,7%) assinalaram os maiores ganhos de ritmo entre os dois períodos.
A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 4,7% em março de 2015, manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010 (-4,8%). Em termos regionais, onze dos quinze locais pesquisados mostraram taxas negativas em março de 2015 e dez apontaram menor dinamismo frente ao índice de fevereiro último. As principais perdas entre fevereiro e março foram registradas por Amazonas (de -8,7% para -10,9%), Minas Gerais (de -4,5% para -5,5%), Pernambuco (de 0,0% para -1,0%), Região Nordeste (de -1,5% para -2,2%) e Santa Catarina (de -3,7% para -4,3%), enquanto Espírito Santo (de 9,9% para 11,8%) mostrou o maior avanço entre os dois períodos.
Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física - Resultados Regionais
Índice Acumulado nos Últimos Doze Meses
(Base: Últimos doze meses anteriores)
Locais | Variação percentual (%) | |
---|---|---|
Fevereiro/2015
|
Março/2015
|
|
Amazonas
|
-8,7
|
-10,9
|
Pará
|
8,9
|
8,8
|
Região Nordeste
|
-1,5
|
-2,2
|
Ceará
|
-4,2
|
-4,3
|
Pernambuco
|
0,0
|
-1,0
|
Bahia
|
-4,9
|
-5,4
|
Minas Gerais
|
-4,5
|
-5,5
|
Espírito Santo
|
9,9
|
11,8
|
Rio de Janeiro
|
-3,8
|
-4,1
|
São Paulo
|
-7,0
|
-6,8
|
Paraná
|
-8,3
|
-8,4
|
Santa Catarina
|
-3,7
|
-4,3
|
Rio Grande do Sul
|
-6,8
|
-7,1
|
Mato Grosso
|
2,8
|
3,3
|
Goiás
|
1,1
|
1,9
|
Brasil
|
-4,4
|
-4,7
|
Comunicação Social
12 de maio de 2015