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Em maio, Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 0,15%

30/06/2015 09h37 | Atualizado em 07/08/2017 09h22

 

MAIO 2015
0,15%
Abril 2015
0,34%
Maio 2014
-0,26%
Acumulado em 2015
2,65%
Acumulado em 12 meses
6,10%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,15% em maio, em relação a abril último, e ficou abaixo da taxa observada em abril (0,34%). Com isso, o acumulado no ano chegou a 2,65%, contra 2,50% em abril e o acumulado nos últimos 12 meses foi para 6,10%, contra 5,66% em abril.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa pode ser acessada em:
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/default.shtm.

Em maio/15, os preços das Indústrias de Transformação variaram, em média, 0,15% quando comparados a abril/15, número inferior ao observado entre abril/15 e março/15 (0,34%). Na comparação mensal, 17 das 23 atividades tiveram alta de preços, contra 14 do mês anterior.

As quatro maiores variações em maio se deram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,80%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (2,04%), bebidas (1,84%) e têxtil (1,56%). Em termos de influência, na comparação mensal (0,15%), sobressaíram alimentos (-0,12 p.p.), veículos automotores (0,09 p.p.), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,07 p.p.) e bebidas (0,06 p.p.).

Já o acumulado no ano (maio/15 contra dezembro de 2014) atingiu 2,65%, contra 2,50% em abril/15. Entre as atividades que, em maio/15, tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: outros equipamentos de transporte (12,60%), fumo (11,45%), madeira (9,40%) e papel e celulose (8,29%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: veículos automotores (0,40 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,34 p.p.), outros produtos químicos (0,32 p.p.) e papel e celulose (0,29 p.p.).

O acumulado em 12 meses foi de 6,10%, contra 5,66% em abril. As quatro maiores variações ocorreram em outros equipamentos de transporte (26,61%), fumo (24,52%), madeira (18,10%) e papel e celulose (17,71%). As principais influências no acumulado em 12 meses de maio vieram de veículos automotores (0,95 p.p.), alimentos (0,71 p.p.), metalurgia (0,62 p.p.) e papel e celulose (0,59 p.p.).

A seguir são analisados oito setores que, em maio, foram destaques, nos três indicadores explorados (mesal, acumulado e acumulado 12 meses), em pelo menos um dos seguintes critérios: maiores variações de preços e maiores influências.

Alimentos: os preços do setor variaram, em relação a abril, em - 0,63%, segunda queda consecutiva (-0,76% em abril contra março). Com esse resultado, o setor acumula ao longo de 2015 aumento de 1,02%. Já em relação a maio de 2014, o aumento foi de 3,59%. Vale frisar que, com o resultado de maio, o setor teve a maior influência negativa no índice das indústrias de transformação, - 0,12 p.p. (em 0,15%), que também é a maior influência em módulo (seguida por 0,09 p.p. de veículos automotores).

Entre os quatro produtos destacados em termos de influência, três ("resíduos da extração de soja", "carnes e miudezas de aves congeladas" e "óleo de soja refinado") tiveram impacto negativo, contrabalançado pela variação positiva dos preços de "carnes de bovinos frescas ou refrigeradas". Este produto e os "resíduos da extração de soja" foram também as quatro maiores variações, acompanhados das variações positivas em "fermentos preparados" e "iogurte". Os quatro produtos de maior influência contribuíram com -0,96 p.p. (em -0,63%), o que indica que os demais 39 produtos tiveram uma influência total positiva de 0,33 p.p..

Bebidas: os produtos do setor apresentaram em maio de 2015 um aumento médio de preços ao produtor de 1,84% em relação a abril, acumulando um aumento no ano de 0,95%, e de 12,21% nos últimos 12 meses. O setor de bebidas está entre os quatro maiores aumentos de maio em relação ao mês anterior. A variação desse mês deve-se tanto ao realinhamento de preços devido a alterações na base tributária do setor, o que tem levado, segundo a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil, a que algumas empresas venham elevando seus preços antes mesmo do ajuste do tributo, quanto ao aumento das matérias-primas devido ao câmbio. A variação de preços de maio foi a quarta maior influência sobre o IPP.

Em todos os indicadores, todos os produtos apresentaram variação positiva, com exceção de “cervejas e chope”, que apresentou variação negativa no acumulado do ano. Ainda assim, em maio, “cervejas e chope” foi o produto que mais influenciou o aumento de 1,84%, seguido por “refrigerantes” e “aguardente de cana-de-açúcar”.

Papel e Celulose: o setor teve um aumento médio de preços ao produtor de 0,53% em maio de 2015. Com esse desempenho, o setor inverte o quadro de abril, quando houve uma queda de 1,06%. Desde o início do ano, os produtos de papel e celulose acumulam um aumento de 8,29%, e de 17,71% nos últimos 12 meses. O setor teve o quarto maior aumento acumulado de preço ao produtor do ano nas indústrias de transformação, em virtude de repasse de custos de mão de obra e ao aumento da taxa de câmbio do dólar nos meses iniciais de 2015, que beneficiou a receita das exportações do setor.

Os produtos que mais influenciaram o aumento de 0,53% de maio foram “celulose”; “papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica”; “papel kraft para embalagem, não revestido”; e “cadernos”. Juntos, os quatro produtos responderam por 0,47 pontos percentuais do resultado do setor (0,53%). A influência da variação de preços do setor no IPP, em maio, foi de 0,02 pontos percentuais (p.p.).

Refino de petróleo e produtos de álcool: depois de resultados negativos no início do ano, em maio, pelo segundo mês consecutivo, os preços do setor tiveram variação positiva de 0,31% (contra 1,15% em abril). Com esse resultado, o setor acumulou variação de - 3,02% no ano e de 0,40% na comparação com igual mês de 2014.

Os destaques das maiores variações e das maiores influências são os mesmos produtos ("óleos lubrificantes básicos", "querosenes de aviação", "álcool etílico não desnaturado, com teor alcoólico em volume >= 80% (anidro ou hidratado)" e "óleo diesel e outros óleos combustíveis"), sendo que dois deles (o primeiro e o último citados antes) com variação positiva e dois com negativa. A influência desses produtos somou 0,27 p.p. (em 0,31%).

Na perspectiva do acumulado no ano e em 12 meses, são as variações negativas de "naftas" e "querosene de aviação" que mais influenciam o resultado. "Óleo diesel e outros óleos combustíveis" tem influência nos dois indicadores, sendo negativa no acumulado no ano e positiva nos doze meses. Em ambos os acumulados, o setor impactou negativamente o IPP. No caso do acumulado, a influência de - 0,34 p.p. (em 2,65%) é a mais intensa e, no M/M-12, a de - 0,05 p.p.(em 6,10%) é a segunda mais intensa — atrás da influência de -0,09 p.p. de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou uma variação negativa de 0,12%; após a variação positiva de 8,40% acumulada nos dois meses imediatamente anteriores. O acumulado no ano ficou em 3,02%, e na comparação com o mesmo mês de 2014 os preços atuais estão 4,81% maiores, segundo resultado positivo no ano, depois de três negativos consecutivos para este tipo de índice (mês contra mesmo mês do ano anterior).

O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é muito ligado aos valores internacionais e aos preços da nafta, produto com sensível queda de preços nos últimos 12 meses, o que ajudou a contrabalançar os aumentos dos custos associados à energia, às outras matérias-primas e à cotação acumulada do dólar em 12 meses, da ordem de 38,0%.

Em relação à influência, no mês contra mês anterior, todos os produtos em destaque são diferentes dos que aparecem na variação, dois deles são ligados aos produtos agrícolas (“adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “herbicidas para uso na agricultura”), ambos com variação negativa, e dois ligados à nafta, com resultados positivos devidos à recuperação de preços da nafta em abril e maio. São eles: “etileno (eteno) não saturado” e “PEAD”.

No caso do acumulado no ano e nos últimos 12 meses, os produtos em destaque são os mesmos: apenas o “etileno (eteno) não saturado” apresenta sinais contrários no acumulado do ano (positivo) e no acumulado em 12 meses (negativo). Os demais produtos são “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “polipropileno (PP)”, com resultados positivos e “propeno (propileno) não-saturado”, com variação negativa.

Metalurgia: ao comparar os preços do setor em maio contra abril de 2015, houve, pela segunda vez no ano e de forma consecutiva, uma variação negativa em 0,16%. Com isso o setor acumulou, nos últimos 12 meses (M/M-12), uma variação de preços de 7,79% e, no acumulado do ano, de 2,49%.

Como destaques na variação de preços, na comparação mês contra mês imediatamente anterior (M/M-1), aparecem “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, com variação negativa, e “barras, perfis ou vergalhões de alumínio”, “arames e fios de aços ao carbono” e “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”, com variação positiva. Estes dois últimos produtos e mais “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” também se destacam na influência no mês contra mês imediatamente anterior. Em termos de influência, o último produto a ser citado é “alumínio não ligado em formas brutas”, com resultado negativo.

Entre os 22 produtos selecionados, os quatro em destaque na análise de influências do tipo M/M-1 representam - 0,35 p.p. da variação no mês - 0,16%.

Quanto às principais influências no acumulado no ano e M/M-12, todos os produtos em destaque apresentaram resultados positivos: “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”, “barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre” e “ligas de alumínio em formas brutas” nos dois índices de comparação; “arames e fios de aços ao carbono” apenas no acumulado do ano e “alumínio não ligado em formas brutas” nos 12 meses.

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: em maio de 2015, os preços da atividade, em relação ao mês anterior, variaram -2,80%, a variação negativa mais intensa entre as indústrias de transformação. No ano, os preços do setor tiveram variação de -4,94%. Já a variação acumulada nos últimos 12 meses ficou em -3,29%.

A influência da variação mensal observada para o setor sobre o índice geral das indústrias de transformação foi de - 0,07 pontos percentuais (p.p). Os produtos com maior influência sobre a variação mensal (M/M-1) foram: “telefones celulares”, “televisores”, “cartões inteligentes – smart cards” e “PC desktops”.

Veículos automotores: em maio, os preços do setor variaram 0,84% em relação a abril, segundo maior resultado do ano (em janeiro, 1,33%). Com isso, o acumulado no ano chegou a 3,57%. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, o resultado de 8,61%, o maior da série, culmina uma série crescente desde junho de 2014 (2,62%), na qual estão as duas maiores taxas M/M-1: 1,69%, em setembro de 2014, e 1,33%, em janeiro de 2015. Esses aumentos explicam o fato de, em qualquer das perspectivas, o setor figurar como a principal influência positiva no agregado das indústrias de transformação (0,09 p.p. em 0,15%, no M/M-1; 0,40 p.p. em 2,65%, no acumulado; 0,95 p.p. em 6,10%, no M/M-12).

Do aumento de 0,84%, 0,71 p.p. se deveu às variações positivas em "automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência", "peças para motor de veículos automotores", "motores diesel e semi-diesel para ônibus e caminhões" e "chassis com motor para ônibus ou para caminhões". Vale dizer que dos quatro produtos anteriormente citados, os dois últimos também foram destaque em termos de variação.

Os preços dos "automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência", apesar de não terem variado muito, têm impacto grande no resultado do setor, haja vista o peso do produto no cálculo. De toda forma, algumas empresas já começaram a adiantar os modelos de 2016, o que explicaria o aumento observado em maio. Por outro lado, na produção de "motores diesel e semi-diesel para ônibus ou para caminhões", o aumento se deveu ao ajuste no câmbio, ainda que a variação, em maio, não tenha sido tão elevada quanto em meses anteriores, em 2015 ela foi da ordem de 16,0%.

 

Comunicação Social
30 de junho de 2015