Em dezembro, taxa de desocupação fica em 6,9% e fecha 2015 com média de 6,8% - notícia atualizada em 04/02/2016
29/01/2016 12h35 | Atualizado em 31/05/2019 14h38
Indicador / período | Dezembro de 2015 |
Novembro de 2015 |
Dezembro de 2014 |
---|---|---|---|
Taxa de desocupação |
6,9%
|
7,5%
|
4,3%
|
Rendimento real habitual |
R$ 2.235,50
|
R$ 2.204,52
|
R$ 2.373,02
|
Valor do rendimento em relação a |
1,4%
|
-5,8%
|
Em dezembro de 2015, a taxa de desocupação foi estimada em 6,9%. Essa taxa foi a maior já registrada para o mês de dezembro desde 2007 (7,4%). A taxa de desocupação média de janeiro a dezembro foi estimada em 6,8% em 2015 e em 4,8% em 2014. Esta elevação de 2,0 pontos percentuais (p.p.) foi a maior de toda a série anual da pesquisa, e também interrompeu a trajetória de queda que ocorria desde 2010. Contudo, no confronto com o inicio da série em 2003, quando a taxa havia sido de 12,3%, houve queda de 5,5 p.p.
Em 2015, a média anual da população desocupada foi estimada em 1,7 milhão, contingente 42,5% superior à média de 2014 (1,2 milhão pessoas). Além de ser o maior crescimento anual da série, a elevação em 2015 interrompeu a trajetória de redução dessa população, iniciada em 2010. Contudo, em relação a 2003 (2,7 milhões), o contingente de desocupados caiu 35,5%; ou seja, nesse período, a redução foi de 940 mil de pessoas desocupadas.
A média anual da população ocupada em 2015 foi estimada em 23,3 milhões de pessoas, recuando 1,6% em relação a 2014, quando este contingente era de 23,7 milhões pessoas. Em 2014, essa população havia retraído pela primeira vez (-0,1%) em toda a série anual, acentuando a queda em 2015.
O percentual médio de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado em relação à população ocupada passou de 50,9% (12,1 milhões) em 2014 para 50,3% (11,7 milhões) em 2015. De 2014 para 2015, houve redução de 2,7% (329 mil pessoas a menos) no contingente de trabalhadores com carteira assinada, registrando a primeira queda anual em toda a série. No ano de 2003, a proporção era de 39,7% (7,5 milhões). Portanto, em 13 anos, esse contingente expandiu 57,1% (4,3 milhões de pessoas a mais).
Em 2015, após dez anos de ganhos anuais sucessivos, a média anual do rendimento real da população ocupada (R$ 2.265,09) registrou perda de 3,7% em relação a 2014, tendo sido, portanto, a primeira queda desde 2004. Todas as regiões tiveram perda, com destaque para Belo Horizonte (-4,6%), Rio de Janeiro (-4,0%) e São Paulo (-4,0%). Na comparação de 2015 em relação a 2003, houve aumento de 28,4% no rendimento de trabalho da população ocupada, o que representou um ganho de cerca de R$ 501,25.
A média anual da massa de rendimento real mensal habitual para 2015 foi estimada em 53,6 bilhões de reais, apresentando a primeira retração anual na série (-5,3%). Na comparação com 2003, entretanto, houve aumento de 59,2%.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A publicação completa da PME de dezembro pode ser acessada aqui. A Retrospectiva 2003-2015 está disponível aqui.
Nível de ocupação dos jovens recua ao mesmo valor de 2003
O nível da ocupação (proporção entre a população ocupada e a população em idade ativa) alcançou média de 51,9% em 2015, caindo 1,4 p.p em relação a 2014 (53,3%). Essa foi a maior queda anual do indicador, que pode ser explicada pela redução da ocupação em 2015. Frente a 2003, quando esse indicador era de 50,0%, houve expansão de 1,9 p.p.
O nível da ocupação das mulheres (44,3%) continua inferior ao dos homens (61,0%), entretanto, mostrou maior aumento em relação a 2003: 0,1 p.p. (homens) e 3,8 p.p. (mulheres). Em relação ao nível de ocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade, a proporção passou de 57,3% em 2014 para 53,8% em 2015, uma queda de 3,5 p.p que levou o nível de ocupação ao mesmo valor observado em 2003.
População ocupada nos serviços domésticos cresce 1,5%
De 2014 para 2015, a atividade de serviços domésticos apresentou crescimento de 1,5% no contingente de ocupados, revertendo a trajetória de redução iniciada em 2010. Todos os demais grupamentos tiveram redução, sendo as principais quedas observadas na indústria (-5,5%) e na construção (-3,6%).
A distribuição da população ocupada pelos diversos grupamentos não apresentou grandes alterações, sendo que as principais atividades eram comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (de 18,6% para 18,8%), serviços prestados às empresas (de 16,4% para 16,5%), educação, saúde, serviços sociais e administração pública (de 17,0% para 17,2%) e outros serviços (18,5% para 18,7%).
Sem-carteira e empregadores apresentam as maiores perdas no rendimento
De 2014 para 2015, o rendimento retraiu em todas as formas de inserção: empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (-3,3%), empregados sem carteira no setor privado (-5,1%), militares ou funcionários públicos estatutários (-1,8%), trabalhadores por conta própria (-4,1%) e empregadores (-6,2%).
O movimento de queda também foi generalizado quando se observava a desagregação por grupamentos de atividade. A construção (-5,2%), o comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (-5,6%), os serviços prestados às empresas (-5,1%) e a indústria (-4,2%) tiveram as principais quedas em 2015. Contudo, frente a 2003, prevaleceram os ganhos reais em todos os grupamentos, sobretudo naqueles com os menores rendimentos: construção (51,1%) e serviços domésticos (67,9%).
Rendimento de pretos ou pardos equivale a 59,2% do rendimento de brancos
A pesquisa apontou disparidades entre os rendimentos de homens e mulheres e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 2015, em média, as mulheres ganhavam em torno de 75,4% do rendimento recebido pelos homens, o que representou uma expansão de 1,2 p.p. frente a 2014 (74,2%). A menor proporção foi registrada em 2007 (70,5%).
O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, de 2003 para 2015, cresceu 52,6%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 25,0%. Contudo, mesmo com esse expressivo crescimento em 13 anos, os ocupados de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2015, 59,2% do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. Destaca-se que, em 2003 essa proporção não chegava à metade (48,4%).
Em 2015, 22% dos ocupados tinham ensino superior completo
De 2003 para 2015, cresceu a proporção de pessoas ocupadas com 11 anos ou mais de estudo passando de 46,7% para 66,5%, um aumento de 19,8 p.p, acima do aumento verificado na população total de 10 anos ou mais, que foi de 16,7 p.p. Aumentou também a proporção de trabalhadores com o ensino superior completo: em 2003 eles representavam 13,8%, em 2015 esta estimativa ultrapassou um quinto dos ocupados (22,0%).
Resultados de dezembro de 2015: taxa de desocupação cai para 6,9%
A taxa de desocupação em dezembro de 2015 foi estimada em 6,9% para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, registrando queda de 0,6 p.p. frente a novembro. Em relação a dezembro de 2014 (4,3%), a taxa subiu 2,6 p.p.
Regionalmente, a análise mensal mostrou que a taxa de desocupação frente a novembro caiu no Rio de Janeiro (de 5,9% para 5,1%) e Porto Alegre (de 6,7% para 5,9%) e ficou estável nas demais regiões. Contudo, na comparação com dezembro de 2014, houve crescimento da taxa em todas as regiões: em Recife, de 5,5% para 10,0% (4,5 p.p.); em Salvador, a taxa passou de 8,1% para 11,9% (3,8 p.p.); em Belo Horizonte, de 2,9% para 5,9% (3,0 p.p.); no Rio de Janeiro, de 3,5% para 5,1% (1,6 p.p.); em São Paulo de 4,4% para 7,0% (2,6 p.p.) e em Porto Alegre, de 3,6% para 5,9% (2,3 p.p.).
O contingente de desocupados em dezembro de 2015 (1,7 milhão de pessoas) registrou declínio de 7,6% (142 mil pessoas a menos) frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2014, ocorreu acréscimo de 61,4% (mais 659 mil pessoas em busca de trabalho). Na análise regional, o contingente de desocupados, em relação a novembro, apresentou queda estatisticamente significativa no Rio de Janeiro (15,4%) e Porto Alegre (12,0%) e não registrou variação nas demais regiões. No confronto com dezembro de 2014, a desocupação aumentou em todas as regiões, sendo o maior aumento verificado em Belo Horizonte (97,9%) e o menor em Salvador (46,0%).
O contingente de ocupados (23,2 milhões de pessoas) em dezembro de 2015 apresentou estabilidade na análise mensal e queda de 2,7% (menos 641 mil pessoas) frente a dezembro de 2014. Regionalmente, a análise mensal apontou estabilidade na ocupação em todas as regiões metropolitanas. Na comparação com dezembro de 2014, ocorreu queda em Salvador (-5,4%; 97 mil pessoas a menos), Porto Alegre (-4,7%; 95 mil pessoas a menos), Belo Horizonte (-4,5%; 112 mil pessoas a menos) e São Paulo (-3,1%; 319 mil pessoas a menos). No Rio de Janeiro e em Recife, esses contingentes não se alteraram significativamente.
Para os grupamentos de atividade, de novembro para dezembro de 2015, foi observada estabilidade em quase todos os grupamentos, exceto na construção (-3,9%, 69 mil pessoas a menos) e na indústria (-3,6%, 123 mil pessoas a menos), que apresentaram queda. Frente a dezembro de 2014, houve queda da população ocupada na indústria (-8,4%, 296 mil pessoas a menos) e estabilidade nos demais grupamentos ocupacionais.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado, em dezembro de 2015, foi estimado em 11,6 milhões, não apresentando variação na comparação mensal. Frente a dezembro de 2014, houve redução de 603 mil pessoas com carteira assinada no setor privado (-5,0%). Regionalmente, na comparação mensal, ocorreu estabilidade no contingente de trabalhadores com carteira de trabalho assinada em todas as regiões. Frente a dezembro de 2014, Belo Horizonte (-7,4%), Porto Alegre (-7,4%), Rio de Janeiro (-5,5%), Recife (-5,5%) e São Paulo (-3,7%) apresentaram queda. Em Salvador não foi verificada variação significativa.
Rendimento médio real habitualmente recebido
Grupamentos de atividade |
dez/14
|
nov/15
|
dez/15
|
% mensal
|
% anual
|
---|---|---|---|---|---|
População ocupada |
2373,02
|
2204,52
|
2235,50
|
1,4
|
-5,8
|
Indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água |
2456,50
|
2176,78
|
2297,30
|
5,5
|
-6,5
|
Construção |
2136,87
|
1908,11
|
1925,30
|
0,9
|
-9,9
|
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis |
1889,35
|
1720,13
|
1782,90
|
3,6
|
-5,6
|
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira |
2901,28
|
2647,25
|
2714,50
|
2,5
|
-6,4
|
Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social |
3233,50
|
3154,54
|
3099,80
|
-1,7
|
-4,1
|
Serviços domésticos |
1032,10
|
988,14
|
988,70
|
0,1
|
-4,2
|
Outros serviços (alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais) |
2101,54
|
1966,41
|
1988,20
|
1,1
|
-5,4
|
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores, em dezembro de 2015, foi estimado em R$ 2.235,50. Este resultado ficou 1,4% maior que o verificado em novembro (2.204,52) e 5,8% abaixo do apurado em dezembro de 2014 (R$ 2.373,02). Regionalmente, na análise mensal, o rendimento caiu em Belo Horizonte (-3,0%) e Salvador (-0,9%), e apresentou elevação em Recife (2,9%), São Paulo (2,7%), Rio de Janeiro (1,4%) e Porto Alegre (0,9%). Frente a dezembro de 2014, o quadro foi de queda em todas as regiões, sendo a maior observada em Salvador (-10,9%) e a menor em Recife (-3,5%).
Rendimento médio real habitualmente recebido
Categorias de posição na ocupação |
dez/14
|
nov/15
|
dez/15
|
% mensal
|
% anual
|
---|---|---|---|---|---|
Empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado
|
2172,87
|
2046,78
|
2038,30
|
-0,4
|
-6,2
|
Empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado
|
1580,64
|
1530,32
|
1544,60
|
0,9
|
-2,3
|
Militares e funcionários públicos
|
3875,32
|
3811,08
|
3887,40
|
2,0
|
0,3
|
Pessoas que trabalharam por conta própria
|
2114,69
|
1925,96
|
1943,00
|
0,9
|
-8,1
|
A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 52,5 bilhões em dezembro de 2015 e ficou 1,6% maior que a estimada em novembro. Na comparação anual, esta estimativa recuou 8,5%.
Comunicação Social
28 de janeiro de 2016